DANÇA JUNTA DEFICIENTES E SEM-ABRIGO EM VALONGOADICE, Ermesinde, Valongo
A Associação para o Desenvolvimento Integrado da Cidade de Ermesinde (ADICE), de Valongo, vai dinamizar um Projeto de Inclusão Social (PIN) ligado à dança que poderá juntar pessoas com deficiência e sem-abrigo, entre outras realidades.
O projeto integra-se na dinâmica da Liga para a Inclusão Social, uma “plataforma informal” que junta cerca de 30 instituições do Grande Porto e apoia anualmente mais de 200 pessoas, e da qual a ADICE faz parte através da sua Comunidade de Inserção, uma valência dedicada à deficiência que completa este ano 10 anos.
A Liga para a Inclusão Social já dinamiza outros PIN, nomeadamente ligados ao teatro, música e artes plásticas, bem como um Campeonato Interinstitucional de Futsal. Graças à disponibilidade da ADICE, inicia este mês um PIN de dança.
“Será trabalhada a autoestima. O objetivo é capacitar os participantes de forma a melhor se integrarem na sociedade. A dança faz com que as pessoas contactem com o seu corpo, percebam o que são e o que podem fazer, dá-lhes visibilidade, motivação”, descreveu à Agência Lusa a diretora técnica da Comunidade de Inserção, Dora Martins.
Uma vez que a Liga para a Inclusão Social junta várias instituições, neste projeto poderão vir a interagir, por exemplo, jovens com deficiência e pessoas em situação de sem-abrigo, entre outras realidades.
A Santa Casa de Misericórdia da Maia ou os Albergues Noturnos do Porto, bem como o Centro de Atividades Ocupacionais de Alfena, Valongo, são exemplos de instituições que já manifestaram vontade de conhecer o projeto.
As sessões serão semanais e decorrerão nas instalações da Comunidade de Inserção da ADICE, em Valongo, distrito do Porto. A diretora técnica adiantou que inicialmente serão trabalhados sons latinos, partindo para aspetos mais complexos quando o grupo se conhecer melhor.
“Vemos, quer neste projeto, quer na participação em outros PIN da Liga, mais-valias incríveis porque quer os utentes, quer os técnicos, contactam com outras pessoas, outras instituições, outras experiências, outras formas de fazer”, referiu a responsável.
A Comunidade de Inserção da ADICE acolhe atualmente 30 utentes entre os 18 e os 51 anos com problemáticas e retaguardas familiares diferenciadas.
Os utentes têm multideficiência, trissomia 21, debilidades mentais ao nível do desenvolvimento, esquizofrenia, entre outras patologias. Em primeira instância o objetivo é a integração social e idealmente a profissional.
Ao longo destes 10 anos a Comunidade de Inserção da ADICE contabilizou cerca de 400 processos, existindo uma lista de espera superior a uma dezena de casos.
Semanalmente são trabalhadas várias áreas, incluindo o português e a matemática: é que, por exemplo, muitos utilizam o comboio e perceberem a sinalização da paragem é importante e fazer o troco de um pingo ou de uma maça também é diferente.
Somam-se atividades ligadas aos têxteis, artes, uma cantina pedagógica, dinâmicas de grupo, exercício físico, jardinagem e horticultura, entre outras.
Fonte:
http://www.porto24.pt/cidade/danca-junta-deficientes-sem-abrigo-valongo/