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Autor Tópico: Unidos no Amor, Contra a Indiferença...  (Lida 2164 vezes)

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Unidos no Amor, Contra a Indiferença...
« em: 08/05/2010, 00:14 »
 
Unidos no Amor, Contra a Indiferença...

Dias atrás escrevi sobre o lançamento do livro Unidos no Amor, Contra a Indiferença.. Agora que o acabei de ler, (foi-me oferecido pelo meu grande amigo Jorge Damas) gostaria de dizer que é um testemunho imperdível. Têm que comprar e ler. Identifiquei-me com imensas passagens. É avassalador, intenso, verdadeiro, puro e principalmente uma grande lição de AMOR.

TRANSCREVO ALGUMAS PARTES DO LIVRO. COMEÇANDO PELO FINAL...

A nossa relação tem futuro, claro que tem, porque ela se construiu e desenvolveu na base única do Amor, com tudo o que este sentimento tem de mais belo e nobre, de mais profundo e verdadeiro, de mais maravilhoso e mágico, mas, enquanto não encontrarmos quem nos ajude a ser autónomos fisicamente, esse futuro continuará a ser adiado. Só que isso não depende de nós.
A maior parte das relações comuns tem uma vida breve. E, contudo, ninguém as questiona, ninguém se atreve a questioná-las. Nesses casos, não há falta de capacidades físicas, não há dificuldades ou impossibilidades mesmo de mobilidade, mas falta-lhes o fundamental – o Amor. E este, sim, este é um factor que só depende das pessoas que estão envolvidas em qualquer relacionamento efectivo. Seria lamentável, para não dizer criminoso, condenar à sua anulação um Amor tão intenso, vivo e saudável como o nosso.

Para nós, este é o verdadeiro Amor, aquele onde não há o “deve” e o “haver”, onde os obstáculos são vistos como desafios e a espera, aceite com coragem e determinação. Para nós, uma relação afectiva só é consistente e duradoira (eterna) quando os dois elementos do casal se amam sem ambiguidades nem experimentalismos. É o que acontece entre mim e o Manel. Este testemunho pretende dar a conhecer o nosso sonho ao Universo, em cujo Supremo Poder e Ser acredito, mas também a muitos seres humanos que olham para as pessoas com deficiência como indivíduos incapazes de se amar, construir as suas famílias e viver. O mais difícil, o mais improvável, foi encontrarmo-nos (eu vivo em Lisboa e o Manel, no Porto) e voltar a unir estas Almas. Agora que o mais difícil está feito, já NADA nem NINGUÉM nos vai poder separar fisicamente, só o Universo!

Fomos unidos pelo Amor. Mostrar que amor e menor capacidade ou mesmo incapacidade fisíca não são incompatíveis, bem pelo contrário, será a forma que vamos usar para lutarmos contra esta velha indiferença. Mas para esta caminhada precisamos de muita ajuda, a fim de superarmos a nossa dependência física. Se outras sociedades conseguem, porque não consegue a portuguesa? Afinal, basta cumprir as directivas europeias que estabelecem o direito das pessoas com grande dependência terem direito a um cuidador…e não apenas se tiver muito dinheiro.

Sabemos que vamos ter muitos mais amigos do nosso lado, porque este Sonho é um sonho também de liberdade num mundo belo e solidário. E, mais do que isso, sabemos que este Amor é, além do que é e aqui foi dito, um alerta contra os erros grosseiros de uma sociedade maioritariamente indiferente às indiferenças (passe o paradoxo) que lhe pertencem.

NOTA: Manuel Matos faleceu a 27 de Maio de 2009, de um AVC fulminante.

OUTRAS PASSAGENS...

1 - O meu casamento com a Isabel foi liminarmente rejeitado pelos meus pais, embora mais tarde acabasse por ser só pela minha Mãe; primeiro, no pressuposto (doentio) de que uma pessoa como eu não podia pensar nessas coisas, depois, com a justificação de que, admitindo que eu, então, tivesse direito a essas coisas, que fosse “ao menos”com quem “tratasse” de mim. Manuel Matos

2 - Aprendi, por exemplo, que não é preciso ser muito inteligente ou ter pensamentos muito elaborados para se ser feliz e se ser verdadeiramente amado. Para se ser feliz, basta deixar fluir a energia do amor. Isabel Barata

3 - Sobre ser transportado em braços: Não me constrangia este ir assim em posição de quem não dá acordo de si; não percebera ainda que este é mais um argumento para que uma pessoa se veja perdida na entrega involuntária, sem futuro já, e sem passado. Manel Manuel Matos

4 - Sabe mal a palavra “deficiência”: sabe a uma espera dentro de um pântano, sabe a uma recusa vinda do fundo de todo o nosso ser encravada na garganta, mas não é tão desagradável ao paladar que conduza à renúncia. Na verdade, não é a deficiência, mas sim a atitude das pessoas que se julgam normais, que mais nos custa suportar. Isabel Barata

5 - Nós, pessoas com deficiência crescidas antes do 25 de Abril de 1974 não fomos poupados. A nossa comparticipação na vida restringia-se a umas tantas deixas que os nossos encenadores nos admitiam. A noticia pior é que muitos, hoje ainda, continuam a não ser poupados;

Nunca aceitei a inferioridade de ninguém, fosse por que motivo ou em que circunstâncias fosse;

A mobilidade do corpo é substituível pela da mente…se as paisagens não forem clausuras estáticas;

Jamais me conformei , o que me doeu sempre muito acima do suportável foi não ser o eleito de ninguém;

Mais vale uma mente em turbilhão do que uma compreensão da Vida amortalhada e

Cada um pode ser o que quiser se cada um quiser ser o que pode – sem acantonamentos, sem os tais sombrios limites impostos. Manuel Matos

ACRESCENTO: Muitos livros são de leitura obrigatória nas nossas escolas. Aqui está uma obra que deveria constar na lista. Mas como não é de nenhum autor da moda e não tem as máquinas de marketing...



Publicada por Eduardo Jorge, nosso moderador.

Fonte: http://tetraplegicos.blogspot.com/
 

 



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