Papa Francisco condena eutanásia
18 de Novembro, 2017
O Papa Francisco afirmou que a eutanásia é sempre ilícita, mas reconheceu como “moralmente lícito” renunciar ou suspender a aplicação de meios terapêuticos quando estes são eticamente desproporcionais.
O Pontífice fez essas reflexões numa carta enviada aos participantes do Encontro Regional Europeu da Associação Médica Mundial, que terminou ontem, no Vaticano, organizado pela Pontifícia Academia para a Vida.
O Papa citou a Declaração sobre a Eutanásia de 5 de Maio de 1980, afirmando que é “moralmente lícito renunciar à aplicação de meios terapêuticos ou suspendê-los, quando o seu emprego não corresponde àquele critério ético e humanista.”
Essa escolha “assume responsavelmente o limite da condição humana mortal, no momento em que reconhece não mais poder contrastá-lo, sem abrir justificativas” à supressão do viver. “Uma acção, portanto, que tem um significado ético completamente diferente da eutanásia, que permanece sempre ilícita, enquanto se propõe interromper a vida, buscando a morte”, completou. Na mensagem, o Papa comemorou que a medicina conseguiu desenvolver maior capacidade terapêutica nos últimos anos, responsável por acabar com muitas doenças e prolongar a vida.
Francisco disse que na hora de atender um paciente é preciso avaliar a “efectiva proporcionalidade” dos tratamentos propostos na situação concreta, “tornando desejável renunciá-los se tal proporcionalidade fosse reconhecida como ausente.”
O Papa criticou a existência de uma desigualdade terapêutica cada vez maior, que está presente “nos países mais ricos, onde o acesso aos tratamentos corre o risco de depender mais da disponibilidade económica das pessoas do que das efectivas exigências de tratamentos.” Francisco também citou os cuidados paliativos.
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