Eduardo Jorge
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Mais sobre sexo
De repente, o tema sexo na deficiência deixou de ser tabu, para passar a ser o centro das atenções.
Agora especialistas mostram resultados de seus estudos, outros escrevem livros sobre o tema, é destaque em novela em que a sexualidade da personagem tetraplégica é seguida com tanta curiosidade como se de uma extraterrestre se tratasse.
Já que todos falam sobre o assunto, e designadamente o ato sexual (transa), resolvi também escrever algo sobre o antes da coisa acontecer.
Meninas costumam dizer: Só saio com um rapaz que possua um carro adaptado para cadeira de rodas elétrica, para assim poder ir buscar-me a casa e levar para todo o lado. Saber fazer cateterismo (esvaziar a bexiga), saber limpar eventuais perdas de urina ou outras, ser forte para me poder pegar ao colo e deitar na cama, tirar-me a roupa com muito cuidado por causa dos espasmos. Depois fazer o inverso.
Outras acrescentam: no nosso caso, aceitamos quem nos venha buscar onde moramos num carro qualquer. Tem é que ter porta bagagens grande para caber a cadeira e ser também suficientemente forte para nos pegar ao colo, por no carro, tirar do carro e por na cadeira, depois tirar da cadeira e por na cama, ainda saber lidar com algálias (sondas) e pelo caminho não posso esquecer de perguntar se tem em casa um penico para ele despejar meu saco de urina antes de me por na cama. É que se não tiver, temos que comprar uma garrafa de água de litro e meio, que depois de vazia faz o mesmo efeito. Tem que saber alimentar-me, fazer minha higiene, pôr-me a fralda no dia de treino intestinal. E tem que ter paciência, pois regras do lar são rígidas e só nos autorizam sair nos fins-de-semana ou durante o dia.
Nós, rapazes dependentes, exigências são quase iguais às das meninas. Só que como sabemos que meninas têm menos força pedimos sempre para trazerem duas amigas com elas, assim, uma pega-nos debaixo dos braços, outra nas pernas, e a outra sobe para cima da cama e agarra-nos pelas calças e assim conseguem tirar-nos da cadeira e deitar-nos na cama. Como meninas são ciumentas, ela dispensa as amigas, não antes de darem uma ajuda a tirar a camisa. Uma com muito cuidado por causa das dores no nosso pescoço, tenta segurar o tronco no ar e outras duas puxam camisa dos dois lados. Calças depois de várias tentativas, nossa conquista tira-as bem.
Se usamos uma sonda (convém ser uma nº12, como ninguém usa 12, que seja no máximo uma 14) que seja de silicone. É que para haver penetração aconselham a dobrá-la em paralelo ao bicho. O saco de urina é melhor ficar no meio das nossas pernas, mas não muito esticado. Senão desdobra-se a sonda e nada funciona.
Se esvaziamos a bexiga por sonda, meninas aprendem mais rápido. Ainda na cadeira ela puxa-nos as calças para baixo, ao contrário dos rapazes, quase todas as meninas têm penico em casa. Se formos para motel levamos urinol ou garrafa vazia. Com o dito de fora e estando também no nosso ângulo de visão, vamos explicando cada passo. Mesmo com muito boa vontade, acaba por ver que sozinha não consegue introduzir a sonda, e contra vontade, lá dá um berro para a amiga vir ajudá-la. A amiga segura o urinol (mas com olhos bem longe do dito, porque nossa menina está constantemente a avisá-la. Oh, estou a ver-te…), ela introduz a sonda, sempre aos “ais e a perguntar se dói”. Pronto, já está.
A amiga, como está acostumada a estas coisas, sai e aproveita para despejar o líquido no vaso sanitário. Algumas vezes de tão amigas que são, até avisam: olha que o xixi está muito turvo e tem um cheiro forte! Bebe água.
Pronto, agora sabem muito mais sobre a vida sexual dos/as tetraplégicos/as dependentes, espero ter contribuído para um maior esclarecimento sobre o assunto.
Vida mis livre
Dia Nacional da Saúde Sexual: 40 brinquedos e (não só) para celebrar sozinho ou acompanhado
Por Marketeer em 09:30, 2 Set, 2022
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Fonte de imagem: marketeer.sapo.pt
No próximo domingo, dia 4 de Setembro, assinala-se o Dia Nacional da Saúde Sexual. Será apenas a segunda vez que este dia é celebrado, uma vez que foi somente criado em 2021 como forma de promover a saúde sexual e reprodutiva tendo em vista a realização plena de todas as pessoas e o combate à discriminação e à violência de género. Portugal foi mesmo o primeiro país do mundo a instituir um Dia Nacional da Saúde Sexual, de acordo com dados da Secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade.
De acordo com esta entidade, “a abordagem à saúde sexual deve ser positiva e respeitar a sexualidade, parte integrante da existência humana e que inclui várias dimensões como o sexo, os papéis de género, a orientação sexual, a identidade de género, a intimidade, o erotismo, o prazer e a reprodução”. Entre outros aspectos fundamentais, pretende-se lembrar que o sexo é algo natural e que não deve ser alvo de tabus.
Para celebrar o Dia Nacional da Saúde Sexual, reunimos um conjunto de brinquedos, lubrificantes, acessórios, mas também produtos de protecção, que podem ajudar a iniciar (ou alargar) este caminho de descoberta.
P.S. Não confirmamos nem desmentimos que colocar o filme “The Next 365 Days” como pano de fundo poderá ser uma boa ideia.
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Fonte de imagem: marketeer.sapo.pt
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