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..:: Deficiente-Forum - Temas da Actualidade ::.. Responsável: Nandito => Bem - Estar, Saude e Qualidade de Vida => Tópico iniciado por: migel em 15/02/2021, 11:08

Título: Pedro Andrade: “As flores desidratadas são precisamente o meio pelo qual consumo a canábis”
Enviado por: migel em 15/02/2021, 11:08
Pedro Andrade: “As flores desidratadas são precisamente o meio pelo qual consumo a canábis”

(https://cannareporter.eu/wp-content/uploads/2021/02/IMG_2658.jpg)

Laura RamosFoto: Laura Ramos | Cannareporter


Depois da aprovação pelo Infarmed da primeira substância ou preparação à base de canábis, as flores secas da Tilray com 18% de THC, o Cannareporter falou com alguns pacientes para saber de que forma este novo produto os poderá ajudar. Pedro Andrade tem 4o anos, foi nadador-salvador e vive no Algarve. Sofre de espasticidade associada à paraplegia, condição em que ficou na sequência de um acidente de viação aos 27 anos.

Pedro tem usado os canabinóides para minimizar os sintomas da sua patologia e admite já ter recorrido ao auto-cultivo, para não ter de comprar canábis adulterada no mercado paralelo. Poderá este novo produto da Tilray ajudá-lo? O Cannareporter enviou-lhe algumas questões por email.

Este produto pode resolver os seus problemas enquanto paciente?
Sim. As inflorescências ou flores desidratadas são precisamente o meio pelo qual consumo a canábis. Não conseguindo precisar as quantidades percentuais das diferentes moléculas presentes na canábis que consumo, é recomendado pela doutrina o efeito “entourage” para casos de espasticidade relacionada com lesões medulares, pelo que, sim, este teor de 18% de THC e 1% de CBD poder-se-ia aplicar ao meu caso.

Tendo em conta que ainda não foi anunciado o preço, qual seria o valor aceitável a pagar pelos pacientes por este produto?
5 a 10 euros o grama, se não comparticipado. Menos de 5 euros, se comparticipado. Não esquecer que a comparticipação é parte da Lei que ajudámos a aprovar…

Que outros produtos à base de canábis espera ver aprovados este ano em Portugal?
Este ano não sei. Mas a médio prazo pelo menos, espero ver inflorescências ou flores desidratadas com diferentes quantidades das principais moléculas, THC(A), CDB(A) e CBC(A); óleos de CBD e de CBD/THC; e comestíveis.

Como tem feito até agora para suprir a sua necessidade de arranjar canábis terapêutica?
Recorrendo fundamentalmente ao mercado negro e tentando plantar ocasionalmente, com as enormes condicionantes que de ambas as formas advêm.

Tendo em conta que já existe este produto aprovado, como pensa vir a fazer no futuro para ter a canábis de que necessita?
Sendo sinistrado de trabalho, acompanhado por uma seguradora, terei de tratar que seja essa mesma instituição a providenciar o medicamento. Enfrentarei uma burocracia muito própria, mas passará por “encontrar” um médico que me prescreva a substância conforme previsto na Lei.



Fonte: https://cannareporter.eu/2021/02/14/pedro-andrade-as-flores-desidratadas-sao-precisamente-o-meio-pelo-qual-consumo-a-canabis/
Título: Re: Pedro Andrade: “As flores desidratadas são precisamente o meio pelo qual consumo a canábis”
Enviado por: migel em 15/02/2021, 11:18
Ana Rita Andrade: “Fico satisfeita que exista mais um produto para prescrição médica”

Laura RamosPublished 14 horas ago on Fevereiro 14, 2021By Laura Ramos

(https://cannareporter.eu/wp-content/uploads/2021/02/Captura-de-ecra%CC%83-2021-02-14-a%CC%80s-20.59.19.png)
Foto: Miguel Schmitt | Cannareporter


Depois da aprovação pelo Infarmed da primeira substância ou preparação à base de canábis, as flores secas da Tilray com 18% de THC, o Cannareporter falou com alguns pacientes para saber de que forma este novo produto os poderá ajudar. Ana Rita Andrade tem 34 anos, é Médica de Medicina Geral e Familiar e responsável pela Kanab Clinic, uma clínica especializada em tratamentos com canabinóides. Ana Rita é também paciente de Esclerose Múltipla (EM) e tem usado os canabinóides para minimizar os sintomas da sua patologia.

Contactada pelo Cannareporter, respondeu a algumas questões por email.

Este produto pode resolver os seus problemas, enquanto médica e enquanto paciente?
Enquanto doente fico muito contente que exista mais um produto seguro e de qualidade, com programa de fármacovigilância, disponível para o tratamento de um dos sintomas mais limitantes da EM que é a espaticidade e rigidez muscular associada à EM. Enquanto Médica, fico satisfeita que exista mais um produto disponível para prescrição médica. Isto irá levar, inevitavelmente, ao maior conhecimento no manejo e seguimento de doentes sob tratamento com canabinóides. Em conjunto, tudo se coaduna em melhorias para o doente.

Tendo em conta que ainda não foi anunciado o preço, qual seria o valor aceitável a pagar pelos pacientes por este produto?
Não sou capaz de adiantar um preço para o produto. Só posso dizer que o valor do produto irá, provavelmente, seguir as mesmas regras que outras preparações e medicamentos seguem. Ou seja, o cálculo do preço deverá ser feito com base nos 4 países de referência, e segue regras específicas para o cálculo de preços de medicamentos.

Que outros produtos à base de canábis espera ver aprovados este ano em Portugal?
Na minha opinião, os produtos que poderão estar disponíveis serão os produtos cujas AIM forem submetidas ao Infarmed, pelas farmacêuticas. Muito provavelmente, no caso da Tilray Portugal por exemplo, que até agora é a única farmacêutica com autorização de introdução no mercado, os produtos que irão apresentar/submeter serão os produtos que ja produzem e exportam. Neste sentido, e provável que possam surgir nas farmácias extractos completos de canábis, além da flor THC 18% ou atá de outras concentrações e rácios mais equilibrados.

Quantos doentes estima que possam vir a beneficiar deste produto?
Não tenho ideia dos números epidemiológicos relativos às 7 indicações do Infarmed para o uso destas substâncias. Para o uso em dor crónica, náuseas e vómitos induzidos por quimioterapia e espasticidade/rigidez muscular associados a lesões do Sistema Nervoso Central (SNC), a população é muito superior, quando comparada, por exemplo, ao uso em epilepsias refractárias, que são muito menos incidentes, logo a população será menor. No entanto, actualmente a prescrição de canábis deverá ser realizada, pelo menos inicialmente, em concomitância com outros tratamentos e, caso os doentes se mostrem refractários aos tratamentos anteriormente instituídos, aqui surgem 2 questões: 1 – As limitações do SNS para aplicar as técnicas mais diferenciadas, deixando alguns doentes com menor acesso, ou maior dificuldade a ter estes cuidados; 2 – Só poderão ter acesso a canábis medicinal e preparações e substâncias, caso se tenham mostrado, pelo menos, parcialmente refractários a todas as opções terapêuticas. Mas se ainda há muitos doentes que não têm acesso a determinadas terapias, então quando poderão tentar um tratamento com canabinóides? Penso que estes doentes, que não têm acesso a outras terapêuticas, possam ter um acesso mais célere a preparações e substâncias à base da planta da canábis.

A quantos pacientes pensa que o poderá prescrever assim que estiver disponível?
Mais uma vez não consigo apontar números. Sabemos que a dor crónica é um grande flagelo em Portugal, sendo muito prevalente. Caso estejamos a falar de dor crónica, então os doentes com características dolorosas irruptivas, principalmente, e que se enquadrem dentro das indicações médicas, poderão ser um número elevado. Também os doentes com náuseas e vómitos induzidos por quimioterapia podem elevar o número de doentes com necessidade da utilização de canabinóides, preferencialmente por via inalatória. Os doentes com outras doenças do SNC que refiram espasticidade e ou rigidez muscular refractárias, como por exemplo o AVC, que é a principal causa de mortalidade e morbilidade em Portugal, também poderão ter benefícios com esta terapêutica. Como médica de Medicina Geral e Familiar, acabo por ser o médico “gestor de caso” de muitos destes doentes complexos, uma vez que a MGF faz a interface com as diferentes especialidades e terapêuticas instituídas, podendo ser um dos factores mais importantes para a gestão destes casos e das respectivas prescrições.



Fonte: https://cannareporter.eu/2021/02/14/ana-rita-andrade-fico-satisfeita-que-exista-mais-um-produto-para-prescricao-medica/
Título: Re: Pedro Andrade: “As flores desidratadas são precisamente o meio pelo qual consumo a canábis”
Enviado por: migel em 15/02/2021, 11:23
Tom Hemp’s: “Dillaz une conhecimento e cultura e mostra que o CBD não faz mal

l”AvatarPublished 5 dias ago on Fevereiro 10, 2021

By João CostaFoto: D.R.

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Depois da publicação do lançamento de uma linha de flores de cânhamo seleccionadas pelo rapper português Dillaz, falámos com a Tom Hemp’s,  para perceber a relação desta empresa com Portugal e a sua visão do cânhamo e do mercado europeu.

Em entrevista exclusiva ao CannaReporter, uma porta-voz da empresa respondeu às questões via e-mail.

Como começou a Tom Hemp’s?
Qual é a nossa história? Foi de um pequeno café a um projecto de paixão e a uma marca de estilo de vida na capital alemã. O nosso fundador, Cristian Accardo, já comercializava alimentos e produtos de mercearia à base de cânhamo no seu pequeno café na animada Kreuzberg, antes que todos soubessem dos benefícios do CBD. Foi assim que a ideia inicial para a primeira loja CBD da Europa surgiu e foi lançada. Muita coisa aconteceu desde então, mas nós, ainda hoje, na Tom Hemp’s estamos a trabalhar incansavelmente para tornar nossa visão uma realidade: não só para uma quantidade reservada de selecionados, mas para que uma grande massa tenha acesso a produtos baseados em CBD, para entendê-los, usá-los e para ter uma noção mais alargada. Acreditamos que a CBD merece ainda mais atenção – e é para isso que trabalhamos todos os dias.

(https://cannareporter.eu/wp-content/uploads/2021/02/Captura-de-ecra%CC%83-2021-02-11-a%CC%80s-00.04.31-768x965.png)
Cristian Accardo é o CEO e fundador da Tom Hemp’s

Como vêem o mercado de flores de cânhamo na Europa? Está em crescimento?
A Tom Hemp’s é uma marca de CBD sediada em Berlim, com duas lojas em Berlim, uma loja principal em Palma de Maiorca, Espanha e em breve abriremos a nossa primeira loja em Itália e no Luxemburgo. Em geral, o mercado de CBD está a crescer constantemente. É lindo ver como o mercado europeu se está a desenvolver. Infelizmente, ainda existem muitos problemas, devido à falta de regulamentação, o que basicamente acontece em toda a Europa. Isto torna, às vezes, as coisas muito difíceis, pois é sempre muito incerto o que virá no futuro.

Como é que optaram por esta parceria com um rapper Português?
Há dois anos, quando nos juntámos pela primeira vez com a Tom Hemp’s à feira internacional do cânhamo portuguesa, a Cannadouro, tivemos a oportunidade de construir uma forte ligação a Portugal. Nós conhecemos óptimas pessoas e foi uma experiência maravilhosa desde o início. Também iniciámos uma parceria maravilhosa com nosso distribuidor Santello Hempstyle e ainda estamos a trabalhar lado a lado até aos dias de hoje. É claro que esta é apenas uma das muitas razões pelas quais iniciámos a parceria com o artista português Dillaz – devido à nossa forte ligação a Portugal, aos nossos revendedores e, claro, aos nossos estimados distribuidores, a Santello Hempstyle.

Como é que a Tom Hemp’s descreveria o mercado em Portugal?
O mercado em Portugal é muito importante porque está em constante crescimento e de uma forma geral Portugal foi um dos primeiros países a legalizar a canábis medicinal, o que deu às empresas uma base nestes últimos anos. Ficámos com a impressão de que Portugal tem um grande apreço pela planta do cânhamo e pelos seus efeitos fantásticos. Em geral, os produtos naturais são muito importantes e por isso pensámos na Tom Hemp’s representar produtos naturais, feitos com amor e paixão, na capital alemã, Berlim.

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Cristian Accardo em Portugal, entrevistado por João Carvalho, na CannaDouro 2019, no Porto

Todos os nossos produtos são feitos com cânhamo industrial 100% europeu, são certificados pela UE e isentos de pesticidas e herbicidas. Isto torna o mercado português tão especial, bem como a paixão pelo CBD e também a visão para o mesmo. Como em toda a Europa, Portugal também tem de lidar com problemas e arbitrariedades do Estado, devido à falta de regulamentação. Acreditamos que um dia iremos receber o respeito e a compreensão pelo nosso trabalho e é muito bom ver que Portugal também luta por ele constantemente.

Por que é que faz sentido ter o Dillaz como parceiro?
Uma das razões é que Dillaz, como artista, tem muito interesse no produto em si. Esta é a base para todas as colaborações que a Tom Hemp’s está a fazer em todo o mundo. A colaboração com Dillaz une conhecimento e cultura e mostra ao público que o CBD não faz mal, e tem efeitos positivos no corpo humano sem quaisquer efeitos psicoactivos. A segunda razão é porque amamos o Dillaz como artista e a música que ele está a criar. Ele é uma pessoa maravilhosa e as pessoas da Crew 75 que estão com ele, fazem um trabalho fantástico. As nossas visões combinam desde o início e foi maravilhoso colaborar e lançar um produto juntos.


Vários internautas já manifestaram o seu agrado com o produto seleccionado por Dillaz

Portugal é um mercado atraente para os produtos da Tom Hemp’s?
Claro que o mercado português está muito aberto aos produtos naturais e agradecemos cada parceria. Como mencionado anteriormente, temos a impressão que partilhamos a mesma visão e paixão pelos produtos. Estamos trabalhando incansavelmente para tornar a nossa visão uma realidade e tornar os produtos baseados em CBD disponíveis, compreensíveis, fáceis de usar e vistos de forma holística para muitos, não apenas para alguns. Ficámos com a impressão de que o mercado português acredita nas mesmas coisas, principalmente que o CBD merece ainda mais atenção.



Fonte: https://cannareporter.eu/2021/02/10/tom-hemps-dillaz-une-conhecimento-e-cultura-e-mostra-que-o-cbd-nao-faz-mal/