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Autor Tópico: Roberto Ferreira tem paralisa cerebral e é “apaixonado” pela prática de boccia  (Lida 507 vezes)

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Roberto Ferreira tem paralisa cerebral e é “apaixonado” pela prática de boccia

ByRui Pinto
 DEZ 3, 2024  #Felgueiras

Atleta de boccia há mais de uma década, Roberto Ferreira, entrou em contacto com a modalidade pela primeira vez quando tinha 18 anos e ficou logo “apaixonado pelo boccia”, numa altura em que o próprio não achava possível praticar um desporto, visto que o atleta tem paralisa cerebral.

Na altura, o jogador nem estava a par da existência desta modalidade adaptada, “pensei que não havia nenhum desporto que eu pudesse praticar” e quando foi introduzido ao desporto o atleta admite ter encarado o boccia com algo ceticismo, aceitando experimentar o jogo só por curiosidade.

No entanto, quando “entrou aquele bichinho da competição, aí comecei a gostar, comecei a ver o jogo como empolgante” uma sensação nova para Roberto Ferreira, “nunca tinha sentido algo assim… foi com o boccia que ganhei este espírito de competição”.


O boccia “fez-me crescer, não só como atleta, mas também como pessoa”, admite o praticante de desporto adaptado. E foi através das competições e do desporto que o próprio acabou por “lidar com vários tipos de deficiência, pior e melhor que a minha”.

A ligação ao desporto foi aumentado cada vez mais e o atleta natural de Felgueiras deslocava-se uma vez por semana ao Porto só para poder treinar, mas um treino não era suficiente. “Eu pensava para mim, se treinar mais, sou capaz de chegar mais longe”, e este sentimento convenceu o jovem com paralisia cerebral a mudar-se sozinho para a cidade do Porto para se dedicar ao desporto.

O papel do desporto na vida de Roberto Ferreira
O amor pelo boccia “fez-me querer sair daqui da terra”, e mesmo um pouco contra a vontade da família, Roberto Ferreira decidiu “sair sozinho e ir viver para o Porto para poder treinar mais e evoluir na modalidade“, conta o atleta.

Apesar de uma forte convicção e vontade de evoluir, os primeiros tempos longe de casa foram um período “muito difícil”. A condição do atleta de Felgueiras torna-o dependente da ajuda de outros para conseguir fazer algumas tarefas e funções básicas, como por exemplo tomar banho.


No entanto, as amizades criadas pelo boccia e o contacto frequente com atletas que enfrentavam os mesmo desafios que Roberto Ferreira, ajudaram-no a superar esta fase difícil.

“Havia pessoas com vidas mais difíceis e fez-me pensar: se eles conseguem evoluir então também tenho de conseguir”, explica o jogador de boccia. Assim, o exemplo dos colegas foi fundamental para a evolução desportiva e pessoal do jovem, “foi um estímulo, ver como os outros conseguiam usufruir da vida de uma forma empolgante”.

Um estímulo que fez crescer a capacidade de autonomia de Roberto Ferreira, uma força que “nem sabia que tinha”. Um exemplo prático do apoio dos colegas do boccia é o uso dos transportes públicos: “chegar ao Porto ter que entrar no metro e no comboio sozinho eu aprendi isto tudo com eles. E estas experiência acabaram por estimular a minha capacidade autónoma que, na altura, se calhar não pensava que tinha”.


E Roberto Ferreira adaptou-se a esta nova vida e acabou por viver no Porto durante três anos, onde acabou por perceber que uma carreira profissional de boccia não era um futuro viável. Contudo, o amor pela modalidade não diminuiu e o atleta chegou a participar em jogos em representação da seleção nacional, “estive num torneio pela seleção e foi nessa altura que percebi, eu gosto disto, mas não é disto que vou viver“.

Anos depois de ter saído de casa o jogador de boccia decide regressar a Felgueiras para procurar emprego, onde acaba por conseguir um estágio na câmara municipal.

E apesar de ter deixado a ideia de uma carreira profissional de atleta o boccia não deixou de fazer parte da vida de Roberto Ferreira que impulsionou a criação de um clube da modalidade em Felgueiras. O projeto foi aceite e o clube esteve em funcionamento até ao ano de 2023, mas devido a mudanças na vida pessoal do atleta, o mesmo decidiu deixar o clube para perseguir outras ambições.

E mais uma vez o gosto pelo boccia não deixou o amante da modalidade indiferente e sendo incapaz de largar esta paixão, Roberto Ferreira juntou-se ao melhor amigo Daniel Ribeiro para formar uma nova secção de desporto adaptado na Associação Desportiva de Amarante (ADA).


Daniel Ribeiro apoia o amigo há muitos anos e do jogador de boccia o colega diz: “o Roberto é a melhor pessoa que conheço. Uma pessoa com um coração enorme. É humilde, altruísta, amigo do seu amigo, sempre pronto a ajudar, batalhador”.

O co-fundador do clube de boccia de Amarante continua a falar do amigo e reforça: “mesmo com todas as adversidades na vida, conseguiu aos 37 anos alcançar praticamente tudo na sua vida: um emprego; adquirir a sua própria casa; constituir a própria família; construir uma longa carreira desportiva enquanto atleta cerca de 20 anos; executar o seu próprio projeto e sonho: criar um clube de BOCCIA”.

Daniel Ribeiro acrescenta: “o Roberto abdicou sempre da sua própria carreira desportiva, em prol, do projeto e dos outros atletas. Sempre com o objetivo de ajudar os outros e de dar oportunidade a quem não as tem. Nunca procurou promoção pessoal ou protagonismo. É um verdadeiro exemplo a todos os níveis”.

Uma mensagem para as pessoas com deficiência
O dia 3 de dezembro assinala todos os anos o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, uma data comemorativa internacional, promovida pelas Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1992.

A data tem como principal objetivo a motivação para uma maior compreensão dos assuntos relativos à deficiência, enquanto promove uma mobilização para a defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar, das pessoas com deficiência, seja ela física ou mental.

E Roberto Ferreira deixa a seguinte mensagem para todas as pessoas com deficiência: “nunca desistam, dos vossos sonhos. A pessoa com deficiência também tem de lutar, tem que ir à luta pelos seus objetivos. Não é por eu ter uma incapacidade que somos coitadinhos, nada disso. Isso acho que é o pior tratamento que a pessoa com deficiência pode ter. A pessoa com deficiência quer ser respeitada não é? E para isso temos que dar o exemplo de ir à luta, temos que mostrar trabalho e mostrar que queremos estar em pé de igualdade com todos os outros”.

O jogador de boccia agradece o apoio de toda a família o longo de todo o seu percurso na modalidade, estendendo um agradecimento especial à companheira Ana Mafalda, “por toda ajuda que me faculta”, e ao melhor amigo Daniel Ribeiro e ao assistente desportivo, o Rodrigo.




Fonte: https://averdade.com/roberto-ferreira-tem-paralisa-cerebral-e-e-apaixonado-pela-pratica-de-boccia/
 

 



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