Documento propõe medidas para manutenção da produtividade Parlamento europeu debate adopção da “Carta do Trabalho” para doenças reumáticas e músculo-esqueléticas
O Grupo de Interesse sobre doenças reumáticas e músculo-esqueléticas do Parlamento Europeu, presidido por Edite Estrela, debate hoje em Estrasburgo a adopção da “Carta do Trabalho”, uma proposta da “The Work Foundation” para a implementação de medidas que permitam aos doentes com patologias reumáticas e músculo-esqueléticas manter a sua actividade.
Para Edite Estrela, este tipo de iniciativas é fundamental na medida em que "é necessário promover a intervenção precoce e o tratamento adequado para ajudar as pessoas com doenças músculo-esqueléticas a manterem o seu trabalho", sendo por isso importante também "a troca de boas práticas entre Estados-membros".
Segundo uma pesquisa da “The Work Foundation”, mais de 100 milhões de europeus sofrem de dores músculo-esquelética crónicas – dos quais mais de 40 milhões são trabalhadores e cerca de 40 por cento destes têm que deixar de trabalhar devido à doença. A organização chegou também à conclusão de que as doenças músculo-esqueléticas contribuem para metade (49,9 por cento) das ausências laborais de três dias ou mais e para 60 por cento dos casos de incapacidade na União Europeia. Estas e outras consequências das doenças músculo-esqueléticas custam à Europa mais de 240 mil milhões de euros.
«A “Carta do Trabalho” é uma nova maneira de ajudar quem sofre de doenças músculo-esqueléticas a manter a sua produtividade» afirma Steve Bevan, director da “The Work Foundation”. «Apelamos aos decisores políticos e aos empregadores para que ajudem a criar um ambiente laboral mais acessível e flexível, pensando nas pessoas que sofrem de doenças músculo-esqueléticas. E recomendamos aos médicos que estabeleçam em conjunto com os seus doentes aquilo que podem continuar a fazer, apesar da patologia. Acreditamos que melhores ambientes laborais e um tratamento adequado por parte dos médicos podem permitir a quem vive com doenças músculo-esqueléticas manter o posto de trabalho», acrescenta o responsável.
Steve Bevan considera ainda que «as pessoas que vivem com doenças músculo-esqueléticas pretendem sempre manter a sua actividade, pois assim sentem-se úteis à sociedade. Passamos demasiado tempo concentrados na doença. A “Carta do Trabalho” pretende que nos foquemos na capacidade. Assim poderemos manter mais doentes a trabalhar».
Fonte:Susana Viana