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Autor Tópico: Javalis: 'Está a tornar-se insustentável'  (Lida 4641 vezes)

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Online Nandito

Javalis: 'Está a tornar-se insustentável'
« em: 11/01/2023, 15:34 »
 
Javalis: 'Está a tornar-se insustentável'

9 de janeiro 2023 às 20:05


Fonte de imagem: Dreamstime

Javalis descontrolados, agricultores desesperados e caçadores preocupados. Este tem sido o cenário em Portugal nos últimos anos, com a situação a agravar-se de dia para dia. O número de javalis não para de crescer e o Nascer do SOL foi tentar perceber de que forma se irá dar resposta a esta autêntica ‘praga’.

Já se sente o cheiro a estufado na estreita estrada que vai dar à «casa da Avó Maria» – como todos lhe chamam –, em Deixa-o-Resto, uma pequena aldeia portuguesa localizada no Alentejo. Outrora um café, aqui, regularmente, a família e amigos juntam-se para a caça ao javali e o consequente almoço que se estende até ao jantar. Os homens chegam mais cedo para caçar o bicho. O resto dos convivas evita esse momento, chegando estrategicamente a horas para apenas degustar a maravilhosa carne confecionada pelo senhor António Mirante.

O neto, João Pedro, de 29 anos, começou a caçar aos seis anos por incentivo dos mais velhos. Primeiro com a pressão de ar e armadilhas «como se fazia antigamente». Em 2013, ‘migrou’ para as armas de fogo.  «Caço por causa do meu avô. Foi ele que me passou a paixão. Comecei em pequeno e nunca mais abandonei a atividade. Até tenho passado este gosto a amigos que agora caçam comigo», conta o jovem ao Nascer do SOL, acrescentando que  gosta de ver «a inteligência dos cães no campo». 

Mas se antes, numa noite, caçava um ou dois, nos últimos dois anos, o também pescador por paixão revela que às vezes chega aos sete. Depois disso, «arranjamos os javalis e guardamos na arca a carne que está a mais, para não se estragar». «Está a tornar-se insustentável. Já os vemos nas estradas da Vila Nova de Santo André, nos canteiros das pessoas, nas passadeiras, rotundas, etc.», conta.

Uma ‘praga’

Sabemos que os javalis são uma espécie típica e fundamental nos nossos ecossistemas, com elevado interesse socio-económico pela sua importância cinegética. Por conseguinte, são uma espécie que deve ser preservada e gerida. Contudo, ao mesmo tempo, são e cada vez mais uma espécie problemática, graças aos perigos e prejuízos que acarretam quando em densidades excessivas – situação que se torna cada vez mais frequente tanto em Portugal como na Europa em geral.

«A elevada prolificidade (capacidade reprodutiva), enorme capacidade de adaptação e a ausência de predadores em grande parte do território levam a este aumento exponencial dos javalis e ao consequente  crescimento dos problemas», explica ao Nascer do SOL João Carvalho, secretário-geral da Associação Nacional de Proprietários Rurais – Gestão Cinegética e Biodiversidade (ANPC).

Segundo João Carvalho, estes têm causado enormes prejuízos à agricultura, biodiversidade e acarretando sérios perigos para as populações (sobretudo pelos acidentes rodoviários que provocam, pela transmissão de doenças, etc.) e para as espécies domésticas e pecuárias (transmissão de doenças).

«Esta expansão leva a que os javalis estejam a colonizar territórios cada vez mais próximos dos humanos, começando pelas zonas periurbanas (Sintra, Arrábida, Costa Caparica, etc.) até às zonas urbanas como são os avistamentos frequentes em várias cidades e vilas do País». Basicamente, conta João Carvalho, os javalis buscam territórios e recursos alimentares nestes locais menos habituais e aí se instalam até que medidas sejam tomadas para reduzir ou eliminar os problemas que causam, «necessariamente pelo controle populacional com o abate por métodos de caça ou pela captura e posterior abate».

Por isso, estes animais, tanto se alimentam em campos de milho ou hortas, como depois passam a alimentar-se de ovos ou crias de determinadas espécies selvagens que criam no solo. No seu comportamento alimentar, foçando os solos em busca de invertebrados ou plantas bolbosas, «acabam também por revirar a camada de solo orgânico causando muitas vezes danos em vegetação com elevado estatuto de conservação, expondo as raízes, por exemplo».

«Este mesmo comportamento leva também a enormes prejuízos em zonas urbanas e periurbanas, como são campos de golfe, jardins e zonas ajardinadas, revolvendo e destruindo enormes extensões de relvados apenas para procurar comida», explica o secretário-geral da ANPC.

Os riscos sanitários que os javalis comportam são igualmente uma enorme preocupação: «Quer no que toca a zoonoses (doenças transmissíveis ao homem) como o são a tuberculose, a triquinelose ou a febre da carraça; quer ainda no que toca a episodias (doenças transmissíveis às espécies domésticas e selvagens) onde temos variadíssimas doenças e parasitas que têm o javali como hospedeiro e vetor de transmissão, como a Peste Suína Africana (PSA) – doença que tem avançado na Europa a um ritmo muito preocupante e associada às populações selvagens de javali», alertou.

Travar o aumento

Para travar este aumento, a caça ao javali foi autorizada pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), inicialmente até 31 de Maio, através de esperas diurnas ou noturnas, com ou sem recurso a luz artificial, dentro ou fora do período de Lua Cheia. Mais recentemente, o ICNF alargou o prazo, entre 1 de Julho e 30 de Setembro, e autorizou a realização de batidas com cães em culturas agrícolas afetadas pelos javalis.

Segundo dados do ICNF, foram mortos 18.414 indivíduos de Javali (adultos e juvenis) em Portugal Continental, na época de caça de 2021/22. Apesar de parecer um número grande, não chega a 1 por 100 ha (0,71). De acordo com o MaisRibatejo, não se sabe, porém, se todos estes animais seriam provenientes de populações naturais, uma vez que no país foi permitida durante muito tempo (continuando a ser praticada) a criação em cativeiro de javalis com vista ao seu repovoamento para a atividade cinegética (alguns provêm de Espanha). Estes javalis – criados em cativeiro –, acabam por ser abatidos pelos caçadores em ações de caça de coutadas ou herdades e em campos de treino existentes por Portugal, que são geridos por empresas do setor cinegético nacional e espanhol.

A Confederação Nacional dos Caçadores Portugueses (CNCP) tem nove federações regionais, desde o Algarve ao Minho e, segundo o seu presidente,  Vítor Palmilha, não há nenhuma delas sem problemas relacionados aos javalis. «Todas as medidas tomadas até agora se têm mostrado insuficientes», exalta, expondo as mesmas preocupações que João Carvalho.

Apesar de, neste momento, não ter dados que detalham este aumento, Vítor Palmilha revela que, só no Algarve, entre Janeiro e Setembro de 2022, foram abatidos mais de 1360 javalis. « Por este número pode ver-se que se, por acaso, estas correções de densidade não existissem, o que é que não haveria…É uma coisa impressionante e, nas outras regiões, é igual», alerta, acreditando que deve existir «um aumento do controlo permanente por parte do ICNF», que, acrescentou, «tem estado bastante vigilante». «O Instituto tem autorizado as organizações, associações e empresas turísticas a fazerem as correções de densidade, porque eles causam prejuízos em tudo…», exemplificou, sublinhando que «é preciso fazer muito mais».

Por sua vez, ao telefone com o Nascer do SOL, o ICNF, garante que há um responsável concreto, realçando que «tem trabalhado em conjunto com as várias entidades envolvidas (caçadores, agricultores, etc.) no sentido da tomada de medidas que visem minimizar os prejuízos».

Segundo o Instituto, face a esta situação, os caçadores «devem corrigir a densidade da espécie quando está em excesso» e os agricultores «devem tomar medidas de proteção das culturas». A única posição do ICNF neste momento é «autorizar correções de densidades a esta espécie sempre que se justifique por forma a minimizar a ocorrência de prejuízos».

Infelizmente, de acordo com João Carvalho, as medidas para prevenção de danos como a instalação de cercas elétricas, sendo apenas viáveis numa pequena percentagem das situações, também não são 100% eficazes. «Para controlar e minimizar danos a única forma é recorrer à caça como medida de redução populacional. Quer seja de forma preventiva (atuando por antecipação), quer de forma corretiva (atuando quando os problemas estão instalados)», garantiu. A título de exemplo, os municípios de Berlim, Barcelona e Madrid têm equipas de caçadores   para controlar os javalis nos espaços verdes destas grandes cidades.

Interrogado sobre a existência de dados concretos relativamente ao número de animais em 2022, comparando com 2021, o ICNF garante que não existem. «O ICNF desenvolveu em colaboração com a Universidade de Aveiro um estudo que está a ser concluído e que brevemente trará dados concretos sobre a densidade populacional», afirma.

Mais prejuízo para os agricultores

«O meu avô e eu costumamos plantar cerca de um hectare de milho e, neste momento, conseguimos apanhar apenas entre 10 a 20 % do milho semeado.  Conheço outro agricultor que nos tem pedido ajuda para proteger o terreno, porque tem uma área muito grande e já não está a dar conta dos estragos», lamenta João Pedro. Estes destroem as plantações de milho, de cevada, de trigo, rasgam as fitas de rega para fazerem «lameiros» para se encher de lama. «Para além dos cereais também atacam e comem borregos, perdizes pequenas, codornizes, coelhos, lebres e tudo o que consigam apanhar», contou o caçador.

Segundo Jorge Neves, presidente da Associação de Produtores de Milho e Sorgo de Portugal (ANPROMIS), em grande parte dos casos, os javalis «destroem simplesmente tudo». «Entram dentro das searas e dão cabo de tudo por andarem ali a passear. Ao mesmo tempo, comem as maçarocas», explicou ao Nascer do SOL. Além disso, os animais estragam materiais  e equipamentos de monitorização da rega, por exemplo, sondas.

Interrogado sobre dados concretos de prejuízo neste tipo de plantações, o responsável admite que também «não existem». «Sabemos, contudo, que são sempre maiores do que se pensa», garante. «Isto afeta enormemente a produção, claro! Os agricultores deixam simplesmente de a ter. As produtividades baixam e os prejuízos aumentam de forma direta. As pessoas ao invés de terem x toneladas por hectare, tem muitíssimo menos», lamenta.

O relatório ‘Monitorização da Mortalidade de Fauna nas Estradas da Infra-estruturas de Portugal’, de 2022, mostra que houve 60 javalis atropelados. Identificaram-se ainda as zonas de maior ocorrência de javalis (e cervídeos) atropelados desde 2010 (ano em que começou o Programa de Monitorização da Mortalidade de Fauna da IP) o que dá a indicação das áreas onde é prioritário intervir para alertar os condutores do perigo e equacionar medidas para reduzir o risco de colisão com os animais, como passagens por baixo da estrada. «Destacam-se em particular, pelos valores elevados de ocorrências, as EN114, EN4 e EN18 em Évora, o IC1 e o IC33 em Setúbal, e a A23 em Santarém. São, também, de salientar o IP2 e a ER261, com densidades iguais ou superiores a 2 ocorrências por quilómetro», lê-se no relatório. No dia 25 de Agosto do ano passado, por exemplo, um motociclista de 45 anos faleceu na sequência de uma  colisão com um javali na zona de Évora.

Também João Pedro já sofreu um grave acidente de carro, devido à colisão com um javali na sua zona de residência.

Os responsáveis pela resolução

De acordo com o secretário-geral da ANPC, o principal responsável por criar condições para a resolução do problema é o Estado, desde logo «agilizando processos quando é necessário atuar»: «Cabe depois a todos os atores a sua quota parte de responsabilidades, desde os agricultores (identificando precocemente os problemas e tomando medidas de prevenção), sem esquecer as entidades gestoras de zonas de caça que devem acautelar uma gestão sustentável dos javalis e promover a sua compatibilização com os demais valores em presença», frisou. Não obstante, afirma, para além das medidas de gestão das populações pela caça, seria benéfico «apoiar os agricultores a instalarem nas suas culturas sistemas de vedações ou convencionais e/ou elétricas para minimizar estragos». «Esses apoios poderiam provir dos fundos comunitários para a agricultura», exemplificou.

De acordo com João Carvalho, outra medida já desenvolvida noutros países (e.g. França) é a criação de um sistema de seguros agrícolas que cubram os prejuízos associados a um fundo de garantia criado pelo Estado. «Essa seria uma medida muito positiva que o Estado poderia promover porque mesmo intensificando a caça pelas zonas de caça, o comportamento dos javalis não é completamente previsível e os estragos podem na mesma ocorrer», acredita.
Para o PAN é fundamental identificar as causas que levam a uma maior proximidade destas espécies com os meios urbanos e rurais, nomeadamente «a destruição de culturas, considerando a destruição de habitats e escassez de alimento no seu meio natural».

«Sem um censos populacional realizado, tal como o PAN tem vindo a defender, não existem dados credíveis que permitam afirmar que existe um aumento da reprodução da espécie e até a sua relação com a libertação de indivíduos da espécie criados em cativeiro», afirma a porta-voz e deputada do partido Inês de Sousa Real. Nesse sentido, o PAN tem apresentado no Parlamento iniciativas que defendem precisamente a realização de um censos sobre a presença e distribuição desta espécie em Portugal, assim como também já propôs a limitação da criação em cativeiro desta espécie. «Também nesse sentido, é importante que em matéria de política de conservação da natureza apostemos no aumento das áreas protegidas e em sistemas de valoração dos serviços dos ecossistemas, para que as regiões do país que integrem áreas protegidas não as sintam como uma penalização e a preservação dos valores naturais beneficiem, por seu turno, disso mesmo», defende.

Além disso, frisa a deputada, vários estudos científicos «advertem que como método de regulação de populações a caça não é um método eficiente, para além de se tratar de um método cruel». «Não podemos deixar de referir a extrema crueldade a que estes animais são sujeitos, sendo mordidos por inúmeros cães que compõem as matilhas levadas para a chamada ‘caça maior’ ou ainda com recurso a facas, como já vimos em vídeos que circularam nas redes sociais», lembra Inês de Sousa Real. No entender do partido, a argumentação de que a caça ao javali é a única forma de controlar esta espécie «ignora completamente a sua utilidade e a sua importância enquanto espécie nativa na conservação da natureza e dos ecossistemas, pelo que o debate sobre este tema tem alimentado mitos falsos e criado alarme nas populações».

A porta-voz do PAN, acrescenta ainda que no Orçamento do Estado para 2022, o partido viu ser aprovada uma proposta de alteração no sentido da realização de um censos sobre espécies cinegéticas, em que se inclui o javali, através do qual o Governo «tem de proceder à realização de um estudo independente sobre a distribuição e número de espécies cinegéticas, seu habitat e fatores de ameaça, em parceria com as organizações não-governamentais de ambiente e instituições de ensino superior, durante o ano de 2022». «Esta medida é uma medida necessária e de implementação urgente, para que, aí sim, seja possível identificarmos medidas adequadas e procedermos ao investimento de forma informada e eficiente em soluções que contribuam para a eliminação dos conflitos entre esta espécie selvagem e a atividade humana», remata.

O Nascer do SOL, tentou obter o parecer do Ministério da Agricultura que encaminhou o pedido para a área governativa do Ambiente. Porém, até à data, não obtevemos resposta.






Fonte: sol.sapo.pt                              Link: https://sol.sapo.pt/artigo/789628/javalis-esta-a-tornar-se-insustentavel#
« Última modificação: 07/06/2024, 22:13 por Nandito »
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Online Nandito

Re: Javalis: 'Está a tornar-se insustentável'
« Responder #1 em: 21/08/2023, 10:43 »
 
Javalis: 'Isto tem de acabar'

21 de agosto 2023 às 09:31



A história não é nova. No entanto, com o passar do tempo, parece não só estar a piorar, como também a alastrar-se. Em janeiro, o Nascer do SOL dava a conhecer as preocupações de alguns agricultores e caçadores do Litoral Alentejano relativamente ao aparecimento e aumento da população de javalis na região e em zonas desadequadas. Estes eram avistados não só em campos agrícolas – que acabavam por destruir e a matar o gado – como também no meio da cidade, causando medo à população de Vila Nova de Santo André. Já nessa altura se falava numa «situação insustentável», com um caçador a revelar que, há uns anos, numa noite, caçava um ou dois javalis, enquanto nos últimos dois anos chega, muitas vezes, aos sete. Recorde-se que, em maio, o Governo apresentou um plano no qual se constatou uma sobrepopulação destes animais a rondar os quatrocentos mil. E, pelo que se tem observado nas últimas semanas, a localidade pertencente ao concelho de Santiago do Cacém, continua a sofrer com a sua presença, que tem causado «danos severos».

Em busca de comida

Já se foi a luz do dia em Vila Nova de Santo André. É meia noite e os únicos sons que se ouvem são de grilos, rãs ou dos motores dos poucos carros que passam. Se nos mantivermos atentos, é possível, ao longe, ouvir o mar. Reina a paz e a tranquilidade. No entanto, para muitos dos moradores desta pequena cidade do litoral alentejano, as noites das últimas semanas têm sido de inquietação e receio, já que, deambulando pelas estradas, jardins e canteiros, se veem javalis em grupo, procurando comida e acabando por destruir os terrenos por onde passam.
«Nas primeiras vezes, há 5 ou 6 anos, aparecia um javali solitário no bairro horizonte, perto do grupo desportivo da Petrogal. Depois começaram a aparecer mais um ou dois… Há dois anos já víamos uma porca com três crias. Filmei-as com o telemóvel», lembra Carlos Teixeira, morador do Bairro do Pinhal, local onde os animais têm sido mais avistados este ano. Nos últimos meses a situação agravou-se. «Apareceram quatro crias ainda riscadas e parece-me que estão acompanhadas de duas porcas».

 Segundo Valter Espada, um outro morador do bairro que também tem registado com o seu telemóvel estes «passeios noturnos», os animais têm medo dos humanos. «Vejo-os a passear, mas têm medo de nós. Os estragos maiores que se têm visto são apenas ao nível dos relvados, estão todos revirados. Acredito que sejam zonas frescas, já que são regadas à noite e têm muito alimento, nomeadamente minhocas», acredita. «Agora, que tem que ser feito um controlo da população de javalis, isso tem! Existem muitos nestes pinhais fora e são perigosos nas estradas… Causam acidentes, esse é o problema maior», lamenta. Para si, devem ser feitas mais caçadas programadas para controlo de população.

«Eles caçam comida cavando as gramas dos jardins públicos e também têm aparecido do nada na frente de carros em movimento como já aconteceu. Acaba por ser um grande perigo! Tenho uma amiga que capotou o carro nas Ademas quando se desviou de um», acrescentou Isabelly Pereira, que se mudou para a cidade há dois anos.
No entanto, segundo Teresa Pereira, apesar da população dizer «ter medo», é a primeira a «jogar alimentos para os bichos»: «Dizem ter medo mas quando eles aparecem vão atrás deles com os carros, a pé… Quer dizer, são os próprios a criar possíveis situações perigosas com os animais», lamentou. Para si, esta situação já se arrasta há demasiado tempo e já deviam ter sido tomadas medidas para mitigar o problema. «Alguém tem de fazer alguma coisa. Queremos passear os nossos cães tranquilamente, os nossos filhos querem brincar nos bairros à noite. Isto tem de acabar», frisa a moradora da cidade.

Mitigar o problema

«Isto é sazonal, mas nós tivemos este problema com maior incidência em outubro/novembro de 2022. Seguiram-se meses de acalmia e agora temo-los visto nas últimas semanas», esclarece David Gorgulho, Presidente da Junta de Vila Nova de Santo André.  «A população de javalis está descontrolada. Há realmente um descontrolo… Esse é um dos principais problemas», assegurou. Segundo o governante, os animais chegam em busca de uma minhoca presente nos espaços verdes. «Temos muitos espaços verdes aqui… Eles circulam nas imediações e têm um faro apuradíssimo», acrescentou, afirmando que os animais só são perigosos se se sentirem ameaçados na presença das crias. «Aí a mãe natureza trabalha… Uma mãe protege as suas crias, não é?», interrogou o Presidente da Junta, explicando que os maiores problemas são ao nível do espaço público e dos acidentes rodoviários. «Isto está a acontecer no país todo», apontou. Interrogado sobre as medidas que serão implementadas para mitigar o problema, David Gorgulho revela que a Junta de Freguesia expressou imediatamente a preocupação à Câmara Municipal de Santiago do Cacém que, por sua vez, contactou o ICNF no sentido de em conjunto conseguirmos tomar medidas que acabem com o problema. «O que ficou combinado foi: primeiro, a Câmara Municipal – e já está a tratar disso – vai colocar alimentação em algumas zonas estratégicas pegando nos caminhos que eles fazem para chegar aqui; segundo, devidamente autorizado pelo ICNF, também em zonas escolhidas com crité






Fonte: sol.sapo.pt                       Link: https://sol.sapo.pt/artigo/805246/javalis-isto-tem-de-acabar
« Última modificação: 07/06/2024, 22:15 por Nandito »
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Online Nandito

Re: Javalis: 'Está a tornar-se insustentável'
« Responder #2 em: 07/06/2024, 22:19 »
 
Javalis provocaram 8 ME de prejuízo nas searas de milho

MadreMedia / Lusa
7 jun 2024 19:15



Javali em cativeiro no Parque Biológico da Serra da Lousã que pretende preservar raças de animais portuguesas integrando a riqueza ambiental e cinegética que biólogos querem preservar compatibilizada com outras atividades através de uma gestão integrada do território, Lousã, 20 de outubro de 2013. (ACOMPANHATEXTO) PAULO NOVAIS / LUSA Lusa

Os javalis provocaram cerca de oito milhões de euros de prejuízo nas searas de milho em 2023, indicou hoje a associação dos produtores do setor, exigindo a implementação de um plano de ação.

“De acordo com um levantamento promovido pela Anpromis [Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo], os prejuízos provocados pelos javalis nas searas de milho dos seus associados representaram, em 2023, um valor extremamente elevado, a rondar os oito milhões de euros”, indicou, em comunicado.

Perante o que diz ser o “aumento descontrolado” da população de javalis nos últimos anos, a associação exige a “implementação imediata” do Plano Estratégico e de Ação do Javali em Portugal, apresentado em 2023.

A Anpromis esteve reunida, esta quinta-feira, com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

“Os produtores nacionais de milho não podem continuar a ser penalizados pela falta de implementação de um plano que foi apresentado no ano passado e que inexplicavelmente ainda não foi aplicado”, defendeu, citado na mesma nota, o presidente da Anpromis, Jorge Neves.

A cultura do milho ocupa, em Portugal, uma área de, aproximadamente, 110.000 hectares, com uma produção média anual estimada de 700.000 toneladas de milho para grão, segundo dados da Anpromis.

Portugal tem uma capacidade de auto-aprovisionamento de milho de cerca de 30%.






Fonte: 24.sapo.pt                        Link: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/javalis-provocaram-8-me-de-prejuizo-nas-searas-de-milho?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques

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