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Autor Tópico: Na floresta Maia, até os jaguares posam para a câmara  (Lida 242 vezes)

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Online Nandito

 
Na floresta Maia, até os jaguares posam para a câmara

Sustentix
Ambiente 15 de Outubro, 2025



Foto:Photo courtesy of WCS, WSU, OMYC, CONAP, ACOFOP, Coypu.

Floresta gerida por comunidade local na Guatemala mostra que humanos e vida selvagem podem coexistir — mas com equilíbrios delicados

No coração da floresta Maia, no norte da Guatemala, as câmaras de um grupo de investigadores captaram muito mais do que imagens de jaguares, antas e jaguatiricas. Captaram também uma história rara de convivência entre pessoas e natureza — um exemplo de como a gestão comunitária pode proteger a biodiversidade sem afastar a presença humana.

O estudo, publicado na revista Conservation Biology e conduzido por cientistas da Universidade Estatal de Washington (WSU) e da Wildlife Conservation Society (WCS), revela que uma floresta comunitária na Reserva da Biosfera Maia alberga uma diversidade de mamíferos e aves de médio e grande porte comparável à de um parque nacional vizinho e de uma reserva de vida selvagem com proteção integral.



Foto cortesia de WCS, WSU, OMYC, CONAP, ACOFOP, Coypu

“Queríamos perceber como diferentes estratégias de conservação — proteção estrita versus uso controlado — funcionam na prática para a vida selvagem”, explicou Daniel Thornton, professor associado da Escola de Ambiente da WSU e autor principal do estudo. “Os nossos resultados mostram que, pelo menos em Uaxactun, a gestão comunitária tem conseguido manter o ecossistema saudável e funcional.”

Uma floresta viva, não apenas verd

As florestas tropicais podem parecer exuberantes vistas do ar, mas muitas escondem o fenómeno da “floresta vazia” — locais onde a vegetação se mantém densa, mas os animais desapareceram. Para testar se esse era o caso em Uaxactun, a equipa liderada pela bióloga guatemalteca Lucy Perera-Romero instalou uma extensa rede de câmaras de deteção automática em cerca de 1.500 quilómetros quadrados de floresta, cobrindo zonas junto a lagoas, trilhos e áreas remotas.

Durante duas estações secas consecutivas, as câmaras registaram milhares de imagens de 26 espécies diferentes, com a colaboração de caçadores e observadores de aves locais, conhecedores profundos do território.

Os resultados surpreenderam: a floresta comunitária e as áreas protegidas apresentaram níveis semelhantes de riqueza e presença de espécies. Segundo os investigadores, o mérito deve-se à gestão responsável da comunidade de Uaxactun, certificada pelo Conselho de Gestão Florestal (FSC), que permite a exploração seletiva de madeira e a caça de subsistência de forma controlada.

Distúrbios subtis, efeitos profundos

Nem todas as espécies reagiram da mesma forma. A anta-de-baird, a queixada (ou porco-do-mato de lábios brancos) e o grande mutum — espécies vulneráveis e frequentemente caçadas — mostraram-se mais raras nas zonas próximas da aldeia, preferindo áreas mais isoladas. Já animais mais pequenos e adaptáveis, como as jaguatiricas, surgiram com maior frequência junto às zonas habitadas, possivelmente beneficiando da menor presença de predadores de topo.

Um dos momentos mais marcantes ocorreu quando uma das câmaras captou um jaguar a caçar uma jaguatirica — possivelmente o primeiro registo fotográfico de tal comportamento. “Mostra o quão pouco ainda sabemos sobre o que acontece sob o dossel da floresta”, comentou Perera-Romero.


Foto cortesia de WCS, WSU, OMYC, CONAP, ACOFOP, Coypu

Comunidades como guardiãs da biodiversidade

Além do valor ecológico, o estudo teve impacto direto na comunidade: os dados ajudaram Uaxactun a renovar a sua concessão florestal, provando às autoridades que a sua forma de gestão mantém a biodiversidade.

“Uaxactun é um exemplo de como as comunidades podem usar e proteger as florestas tropicais de forma sustentável”, afirmou Thornton. “É um modelo que contrasta com a perda de fauna observada em regiões onde o uso do solo é substituído pela pecuária ou pela agricultura intensiva.”

O sucesso, explica Roan McNab, ex-diretor do programa da WCS na Guatemala, resulta da combinação entre tradição, educação e organização. “A comunidade tem uma forte ligação cultural à floresta, mantém o controlo sobre o território e investe em conhecimento e formação. Isso faz toda a diferença”, destacou.

Floresta com futuro

O estudo reforça a importância de combinar imagens de satélite com monitorização no terreno, capaz de revelar o que se passa sob as copas das árvores. E recorda que conservar não é necessariamente afastar as pessoas: com regras claras e vigilância constante, a coexistência é possível.

“Estas florestas são belas, mas também frágeis”, concluiu Perera-Romero. “Quanto mais compreendermos o que acontece dentro delas, melhor poderemos protegê-las — para as pessoas e para os jaguares.”






Fonte: sustentix.sapo.pt                       Link: https://sustentix.sapo.pt/na-floresta-maia-ate-os-jaguares-posam-para-a-camara/

"A justiça é o freio da humanidade."
 

 



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