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Autor Tópico: O tempo em que ir à praia exigia um fato à medida...  (Lida 581 vezes)

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Offline casconha

 



Se hoje em dia cada um vai para a praia como quer, seja de tanga ou biquíni, calções ou fio dental,
tempos houve em que a indumentária balnear estava regulamentada ao centímetro.


Um dia como qualquer outro numa praia da Linha, em 1927.


A cada época balnear que se inicia, as praias enchem-se de corpos seminus — uns mais que outros — deitados ao sol ou a refrescar-se no mar. E se na maioria dos casos são as tendências de moda que vão ditando se há mais ou menos tecido a cobrir o essencial, também há quem prefira obedecer exclusivamente à sua vontade, dite ela a sunga, o triquíni ou até o arrojado mankini celebrizado por Borat. Vale tudo, até o nu integral, nas praias autorizadas para o efeito.
Mas nem sempre houve esta liberdade de escolha. Nos primórdios da memória balnear em terras lusitanas, homens e mulheres despiam-se nos toldos apenas para o ato do banho propriamente dito voltando a vestir-se mal regressavam ao areal.
 É importante que o banhista ao chegar à barraca, se dispa com a máxima rapidez, enfie um calção de malha de lã, se envolva numa capa ou n’um plaid e corra imediatamente para a água, desembuçando-se no momento da imersão. As senhoras devem usar a touca de gutta-percha para não molharem o cabelo e quando não tenham a touca não lhes convém mergulhar a cabeça. Basta-lhes refrescar repetidamente a fronte e o alto do crânio com a mão molhada durante o tempo que estiverem na água. Os longos cabelos molhados com água salgada produzem mais males do que aqueles que o banho é destinado a combater.”

Era assim que se veraneava na praia de Algés em 1909.


Os chamados códigos de posturas de alguns municípios costeiros, como Cascais ou Oeiras baniram, ainda no século XIX, os banhos em estados que ofendessem aquilo que consideravam ser a “decência pública”. Na viragem do século, os trajes foram evoluindo, tal como os hábitos e passou a ser comum ver usar-se, no caso das senhoras, fatos com saiote que foram progressivamente encurtando, deixando ver primeiro os braços, depois os ombros e, finalmente, as pernas. Mas, diga-se, sempre com muito cuidado e vergonha à mistura, para orgulho da sociedade conservadora da época.

Mais uma fotografia de praia em 1909, neste caso no Estoril.


Em 1941, e na sequência da chegada a Portugal de muitos refugiados da Segunda Guerra Mundial que, pouco habituados aos pudores nacionais, aproveitavam as praias da Linha do Estoril para exibir os corpos, seria promulgada legislação sobre as vestimentas balneares. O decreto-lei 31:247, de 5 de maio desse ano, inseria “várias disposições sobre o uso e venda de fatos de banho”, instituindo e estabelecendo “o sistema de fiscalização e sanções a aplicar aos transgressores.” As razões do Ministério do Interior vinham explicadas no curioso introito do decreto:



Um grupo de amigos (supõe-se) na praia, em 1927.


Mais uma fotografia de 1927, com outro grupo de veraneantes.


Eram assim os fatos de banho de senhora em 1927. Ao fundo, uma das moradias apalaçadas junto à praia do Estoril.


À falta de fato de banho...fato e gravata. Mais uma fotografia de 1927.


Fotos de Mário Novais / Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian
 

 



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