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Autor Tópico: Deficientes dançam contra discriminação em Cabo Verde  (Lida 2838 vezes)

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Offline Eduardo Jorge

 
"Mon na roda" é o nome do movimento. Promover a integração dos deficientes através da dança em cadeira de rodas é o objectivo. A 3 de Dezembro os membros deste grupo realizam a primeira grande actuação. Um espectáculo para assinalar o dia mundial dos deficientes.

Sobre rodas e ansiosos, os portadores de deficiência motora que já aderiram a este movimento ensaiam todas as semanas para o grande dia. O dia em que contam mostrar ao público praiense as suas habilidades na dança. Uma data que, esperam, seja um marco na luta contra a discriminação de que, muitas vezes, são vítimas.

Sem sede própria, o grupo conta com a solidariedade de uma associação da Praia, que tem disponibilizado um espaço para os ensaios, no bairro Craveiro Lopes. É aqui que os cerca de dez elementos do grupo se reúnem todos os fins-de-semana.

Sob a orientação de Miriam Medina, a mentora do projecto, os "dançarinos especiais" esbanjam alegria e boa disposição. Aprendem os passos rapidamente, tanta é a vontade de participação que todos partilham. Já sentem a diferença. A dança, dizem, trouxe-lhes um outro ânimo. Muita gente já os vê com outros olhos. E assim se sentem cada vez mais motivados. Prometem: o dia 3 de Dezembro vai ficar na história.

Um projecto com "rodas" para andar

Dança, música e teatro são algumas propostas deste projecto que pretende contribuir para a formação física e intelectual do deficiente em Cabo Verde.

Pretende ainda estudar, apropriar e fomentar a modalidade da "dança em cadeira de rodas" e participar em apresentações e mostras de dança artística. O grupo propõe-se também em organizar mostras de dança ao ar livre em vários bairros da Praia. A ideia é sensibilizar as pessoas em relação à problemática dos portadores de deficiência.

Este é, por isso, um movimento que tem tudo para dar certo. E já conta com parcerias importantes na prossecução dos objectivos. O Comité Paralímpico e a Direcção Geral da Solidariedade Social são entidades que já se juntaram à causa do grupo. O protocolo de cooperação foi assinado recentemente, aquando da apresentação pública do movimento.

Como surgiu "mon na roda"?

Corria o ano de 2009. Miriam Medina, jovem até então saudável, viu-se a braços com problemas de saúde. Começou a perder os movimentos nos membros. Teve de rumar aos Estados Unidos para tratamento. Na terra de todas as oportunidades, Medina teve a possibilidade de assistir a um espectáculo de dança em cadeira de rodas.

Mais do que amenizar o seu receio de ficar presa a uma cadeira de rodas, esta experiência despertou-lhe para a causa dos deficientes motores. Teve então a ideia de trazer a iniciativa para Cabo Verde.

Hoje, recuperada, Miriam Medina é uma das principais defensoras e promotoras de inclusão social das crianças, jovens e adultos portadores de deficiência motora na Praia. Está empenhada em sensibilizar as pessoas de que os portadores de deficiência, podem fazer muitas outras actividades no quotidiano. E quer ir cada vez mais longe. " O lançamento do projecto visa precisamente angariar apoios e patrocínios das empresas, bem como a nível governamental, para a sua implementação, até porque pretendemos abranger todo o país e realizar apresentações e competições a nível internacional", afirma determinada a "fada madrinha" do movimento solidário "Mon na roda".

Recentemente, o grupo promoveu o desfile ecológico na Praia. Uma apresentação que contou com a bênção da ministra do Trabalho e Solidariedade Social e da presidente da Comissão Nacional para os Direitos Humanos e Cidadania (CNDHC), Zelinda Cohen.

Agora, todas as atenções estão viradas para a actuação de 3 de Dezembro no Auditório Nacional, dia mundial das pessoas portadoras de deficiência.

Fonte: Expresso das Ilhas
 

 



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