Cavalos e cães são ferramenta de apoio aos cidadãos com deficiência

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Cavalos e cães são ferramenta de apoio aos cidadãos com deficiência  



A simples tarefa de escovar um cavalo, a mais destemida de o montar ou treinar um cão são algumas das actividades desenvolvidas na associação de apoio ao cidadão com deficiência mental de Sabrosa, que ajudam na intervenção educativa e terapêutica.

A simples tarefa de escovar um cavalo, a mais destemida de o montar ou treinar um cão são algumas das actividades desenvolvidas na associação de apoio ao cidadão com deficiência mental de Sabrosa, que ajudam na intervenção educativa e terapêutica.
Miguel integra a equipa da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) que treina cães. A paixão que revela no tratamento com estes animais é a mesma com que depois escova o cavalo Marelo.
"Hoje estivemos a fazer o treino com os cães para as apresentações. Fizemos a serpentina, o cumprimenta e a pista de obstáculos", afirmou o jovem utente à Agência Lusa.
A instituição desenvolve há cerca de uma década actividades assistidas por animais.
"Independentemente de ser o cavalo, o cão ou o burro é sempre um motivador, um catalisador, um foco de atenção e isso permite-nos trabalhar os nossos objectivos sejam eles de nível educativo ou terapêutico", salientou a técnica Paula Nóbrega.
Com os cavalos, os objectivos delineados são do domínio da psicomotricidade e da fisioterapia e envolvem três níveis: equiterapia, equitação terapêutica e adaptativa.
Para além disso, acrescentou que o trabalho com os animais cria sempre "momentos de boa disposição e de bem estar" que contribuem para elevar a auto-estima e a qualidade de vida destas pessoas.
Zélia gosta de trabalhar com os cavalos. Garante que não medo, apesar de serem animais grandes, e até diz que costuma montar lá em cima, no picadeiro.
Mas o grande orgulho de Zélia são as apresentações que a equipa que treina os cães faz fora da instituição e que as "pessoas gostam de ver".
"Ensinamos a fazer saltos, a fazer a roleta mas eles não aprendem rápido", frisou.
É com um piscar de olhos, que Vítor, preso a uma deficiência e a uma cadeira de rodas, afirma que gosta de trabalhar com os cães, principalmente com a cadela Missy, que com muito cuidado salta para o seu colo e lhe rouba um sorriso rasgado e de satisfação.
"Eu com eles aprendo muita coisa. Somos amigos, eles são meigos para nós, são maravilhosos e gostam mesmo das pessoas que têm dificuldades", afirmou o Daniel.
Eles são a Missy, o Pepe, a Batata e a Panqueca. Os treinos são feitos duas vezes por semana e envolvem 24 clientes da APPACDM.
O trabalho com cavalo ou o cão é escolhido de acordo "com o perfil" de cada um dos utentes.
O treinador António Neves explicou que os animais têm que ser muito dóceis e que o trabalho de aproximação é feito de forma progressiva. "Aqui nada é obrigatório. Eles vão começando a aproximação com o cavalo limpando e escovando-o. Passo por passo eles perdendo o medo e ganhando vontade de experimentar mais qualquer coisa. O auge é montar o cavalo grande que aqui temos", salientou.


Fonte:Açoriano Oriental