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Existe uma associação entre a exposição à poluição do ar durante a gravidez e o risco de autismo?
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Tópico: Existe uma associação entre a exposição à poluição do ar durante a gravidez e o risco de autismo? (Lida 84 vezes)
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Nandito
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Existe uma associação entre a exposição à poluição do ar durante a gravidez e o risco de autismo?
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em:
24/10/2025, 11:28 »
Existe uma associação entre a exposição à poluição do ar durante a gravidez e o risco de autismo?
Sustentix
Ambiente 24 de Outubro, 2025
Matt Boitor on Unsplash
Um
novo estudo internacional
sugere que a exposição à poluição atmosférica durante a gravidez pode estar associada a um aumento do risco de autismo nas crianças, mas cientistas pedem cautela!
A investigação, publicada na revista
JAMA Network Open
, analisou dados de mais de dois milhões de nascimentos no Canadá e encontrou uma possível ligação entre a exposição a partículas finas no ar — conhecidas como PM2.5 — e o diagnóstico de perturbação do espectro do autismo (PEA).
Os investigadores destacam, em particular, os componentes
sulfato
e
amónio
das partículas como associados a um risco mais elevado, e identificam o
segundo e terceiro trimestres da gravidez
como períodos de exposição potencialmente mais sensíveis.
Apesar da relevância dos resultados, os especialistas pedem cautela na sua interpretação, sublinhando que o estudo demonstra uma associação e não uma relação causal entre a poluição e o autismo.
“Não há evidência de causalidade”, alerta investigadora britânica
A psicóloga
Rachel Moseley
, académica principal em Psicologia na Bournemouth University (Reino Unido), adverte que o público não deve interpretar estes resultados como uma prova de que a poluição causa autismo.
“Este artigo mostra uma correlação entre a exposição pré-natal a componentes de sulfato e amónio e diagnósticos de autismo infantil. Não há absolutamente nenhuma evidência dentro do artigo que sugira que o primeiro causou o segundo”, afirmou.
Moseley alerta ainda para os riscos de gerar alarme injustificado e perpetuar mitos perigosos:Poderia causar grande preocupação ao público se pensassem que este artigo demonstra um efeito causal, tendo já sido expostos a alegações imprecisas sobre o paracetamol ou as vacinas como causas de autismo.”
A especialista lembra também que a ideia de que o autismo está a aumentar é incorreta:“As evidências robustas de muitos estudos indicam que não há um aumento real na prevalência, mas sim um maior reconhecimento e diagnóstico de pessoas autistas, especialmente mulheres e adultos — o que é uma coisa excelente, tanto a nível pessoal como socioeconómico.
Por fim, Moseley critica a linguagem usada na comunicação do estudo:“A forma como se fala em ‘risco de autismo’ contribui para narrativas prejudiciais que apresentam o autismo como uma doença ou algo negativo a ser erradicado. Estas mensagens são profundamente sentidas como nocivas pelas pessoas autistas e suas famílias, que se sentem indesejadas e inaceitáveis. É profundamente dececionante que os autores continuem a contribuir para estas narrativas em vez de seguirem diretrizes responsáveis sobre como falar de autismo.”
“O estudo mostra correlação, não causa”, reforça cientista climática
A climatologista
Chloe Brimicombe
, gestora de comunicação pública na Royal Meteorological Society (Reino Unido), concorda que o estudo deve ser interpretado com prudência: “Este estudo mostra uma correlação entre a exposição à poluição atmosférica e o desenvolvimento cognitivo, possivelmente relacionado com a neurodivergência e o autismo.”
Contudo, Brimicombe reforça que a relação causal ainda está longe de ser demonstrada: “O estudo não confirma que a exposição à poluição do ar cause autismo em crianças. Não conhecemos ainda os mecanismos biológicos através dos quais a poluição poderia alterar o neurodesenvolvimento desta forma.”
A investigadora defende que futuras análises devem integrar mais variáveis sociais e de contexto:“Sabemos que os impactos negativos da poluição na função cognitiva estão associados, mas a maior parte desta investigação diz respeito a idades mais avançadas. O próximo passo importante é introduzir variáveis socioeconómicas e realizar análises de percurso de vida (‘life course analysis’), modelando a exposição à poluição em diferentes fases da vida.”
Investigadora australiana destaca importância do ambiente precoce
A neuroepidemiologista
Prof. Anne-Louise Ponsonby
, chefe da Divisão de Ciência do Cérebro Precoce e do Grupo de Investigação em Neuroepidemiologia do Florey Institute for Neuroscience and Mental Health (Austrália), sublinha que o estudo reforça a importância do ambiente nos primeiros estágios de vida:
“Este artigo destaca a importância do ambiente na primeira infância no autismo. O autismo é frequentemente uma condição multifatorial, em que múltiplos fatores — tanto ambientais como genéticos — se combinam para causar a condição.”
Ponsonby realça que o trabalho canadiano aponta para várias substâncias químicas específicas da poluição atmosférica que podem contribuir para o risco aumentado:
“Este grande estudo de coorte canadiano reporta uma ligação entre a exposição pré-natal a vários químicos específicos presentes nas partículas finas (PM2.5) e também a exposição pós-natal ao ozono (O3), associadas a uma maior probabilidade de autismo infantil. Vários químicos parecem ser importantes.”
A cientista considera essencial avaliar os
efeitos combinados
de diferentes poluentes: “Um próximo passo importante será analisar o efeito combinado de múltiplos químicos poluentes, incluindo os gerados dentro das habitações. Devemos também considerar a carga química total, uma vez que os químicos podem ser inalados, absorvidos pela pele ou ingeridos.”
Ponsonby acrescenta que a investigação australiana está a explorar estas questões: “Estamos a investigar estes temas no Florey Institute, em colaboração com outras organizações australianas. Um foco-chave é o possível contributo dos químicos plásticos na vida precoce, trabalho apoiado pela Fundação Minderoo. As nossas conclusões indicam que é importante considerar não só os efeitos químicos combinados, mas também a vulnerabilidade genética das crianças a essas exposições ambientais.”
Conclusão
O estudo canadiano fornece novos dados sobre o potencial papel da poluição atmosférica no desenvolvimento neurológico, mas os especialistas são unânimes: a investigação
não prova uma relação causal
entre a poluição e o autismo. O consenso é claro — são necessárias mais pesquisas para compreender os mecanismos biológicos e as interações entre fatores genéticos, ambientais e sociais.
Fonte: sustentix.sapo.pt Link:
https://sustentix.sapo.pt/existe-uma-associacao-entre-a-exposicao-a-poluicao-do-ar-durante-a-gravidez-e-o-risco-de-autismo/
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