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Um farol de esperança para crianças com perturbações do desenvolvimento: associação CAPITI realiza l

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Um farol de esperança para crianças com perturbações do desenvolvimento: associação CAPITI realiza leilão solidário

9 out 2024 09:44


Tenho medo de estar doente. O que é a perturbação de ansiedade de doença ou hipocondria?
Surgida da necessidade de apoio a famílias num contexto de saúde mental infantil, a CAPITI tem ajudado crianças e jovens a aceder a tratamentos essenciais que, de outra forma, seriam financeiramente inacessíveis. Para continuar essa missão, realiza no próximo dia 10 de outubro, Dia da Saúde Mental, um leilão solidário.
Um farol de esperança para crianças com perturbações do desenvolvimento: associação CAPITI realiza leilão solidário


Mariana Saraiva, presidente da CAPITI DR
Com presença em 15 cidades do país e parcerias com diversas clínicas, a CAPITI tem apoiado famílias carenciadas para que tenham acesso ao diagnóstico e tratamento de crianças com perturbações como o autismo e a hiperatividade. A associação vive de donativos privados e o leilão solidário CAPITI Art Mind permite que cada vez mais crianças recebam o apoio de que precisam.

Em entrevista ao SAPO Lifestyle, Mariana Saraiva, presidente da CAPITI, dá a conhecer o percurso e impacto desta associação que, desde 2016, tem sido um pilar para muitas famílias.

Como surgiu a associação CAPITI e que trabalho tem desenvolvido junto da comunidade?

Nascemos há 8 anos, em 2016, e o nosso grande objetivo é apoiar crianças e jovens na área da saúde mental. A instituição surgiu após um convite do Dr. Nuno Lobo Antunes, diretor clínico do PIN - 'Partners in Neuroscience' de Lisboa, uma clínica privada que percebeu que as famílias procuravam apoio para identificar os problemas dos seus filhos e que após tomarem consciência dos custos associados ao tratamento, não voltavam à consulta. Essa situação começou a preocupar a equipa técnica porque sentia que havia, de facto, muitos casos a necessitar de apoio e que não voltavam para fazer o devido seguimento. A partir daí, o que fizemos foi um projeto-piloto na zona da grande Lisboa, onde começámos por identificar cerca de 40 famílias que estavam nesta situação e na altura conseguimos dar apoio efetivo a 30 delas.

E como é feito o processo de avaliação para atribuição de apoio?


Avaliamos mediante uma candidatura que nos é feita e que é propositadamente bastante completa e exigente. Depois, é atribuído o escalão de apoio adequado, nunca apoiando a 100%. Achamos muito importante que, por muito carenciada que seja a família, ela se responsabilize por, pelo menos, 10% dos tratamentos médicos e atos clínicos.

Quando percebemos que o modelo funcionava e que os resultados estavam a aparecer, fomos crescendo de forma estruturada para o resto do país. Hoje em dia, estamos em 15 cidades do país - Porto, Coimbra, Almada, Montijo, nas zonas do Algarve, Interior Norte, entre outras. Temos parceria com 11 clínicas e continuamos com o mesmo modelo.

Os casos na CAPITI têm demonstrado que as consultas atribuídas pelo Estado ficam muito aquém das realmente necessárias.
Qual é o panorama que as famílias encontram após superada a barreira do diagnóstico?

É importante explicar que as famílias chegam já muito preocupadas e muito desgastadas com a situação que estão a viver em casa ou com a escola e, portanto, para recorrerem a uma clínica privada é porque a situação já está complicada. Em primeiro lugar, porque tentam, naturalmente, deixar passar um tempo, perceber se é uma fase, ver como corre, comparam com o irmão, etc.

Depois, as famílias carenciadas procuram apoios públicos e o que acontece é que, apesar dos apoios existirem, e não quero ser injusta em relação a isso, infelizmente, não cobrem as necessidades. Por exemplo, uma família que precisa de apoio para um filho pode ter o diagnóstico e o plano de tratamento, que demora mais que numa clínica privada, o que é natural, mas que normalmente é bem feito, mas os casos na CAPITI têm demonstrado que as consultas atribuídas pelo Estado ficam muito aquém das realmente necessárias. Por vezes, as famílias começam o processo e veem que não está a resultar ou nem chegam a começar porque não conseguem e, portanto, procuram-nos já nessa situação, muitas vezes de desespero.


Portanto, o que nós fazemos é tentar perceber este contexto, tentar ajudar na parte financeira e na alocação de uma clínica próxima da sua zona de residência. Tentamos aproximar-nos o mais possível da família e ensinar a pescar, não dar o peixe. Estes tratamentos são morosos e explicamos sempre isso às famílias. É um caminho longo e são ferramentas que se vão adquirindo. O que é certo é que as crianças quanto mais novas forem, melhor. Até aos 3 anos o cérebro de uma criança é completamente moldável e, portanto, se ajustes tiverem de ser feitos é muito mais fácil, portanto, incentivamos muito ao diagnóstico precoce.

Quando falamos de diagnósticos, é possível perceber perturbações predominantes?

Sim, temos quatro grandes perturbações. A principal é a perturbação do espectro do autismo, até porque uma das principais clínicas parceiras é o PIN, especialista em autismo, e há muitas famílias que procuram ajuda no PIN.

Uma segunda perturbação é a PHDA - Perturbação de Hiperatividade/Défice de Atenção. Há muitos diagnósticos já feitos a crianças e jovens que chegam com este tipo de perturbação e depois, associados ou não a este tipo de problemas, temos problemas de aprendizagem como a dislexia, discalculia, etc. Outro tipo de perturbações frequentes são as de oposição e desafio, afetando o comportamento e humor.

Para esta 8.ª edição [...] convidamos artistas para doarem uma obra cujo valor da venda reverte 100% para a CAPITI [...] É uma iniciativa importante para nós que representa uma grande fatia dos recursos angariados.
No próximo dia 10 de outubro, Dia da Saúde Mental, vão realizar a 8.ª edição do leilão solidário. Como surgiu esta iniciativa?   

A CAPITI vive exclusivamente de donativos, portanto, para conseguirmos ajudar as famílias e para podermos pagar a equipa de recursos humanos temos de angariar cada cêntimo.

A ideia de leilão que, inicialmente, se chamava “Dar luz a esta causa”, era exatamente para se falar da saúde mental infantil. Nos 2 primeiros anos, dávamos candeeiros brancos com abajur castanho aos artistas para eles intervencionarem. Cada um interpretava a peça à sua maneira e o resultado era de facto espetacular.


Um farol de esperança para crianças com perturbações do desenvolvimento: associação CAPITI realiza leilão solidário  créditos: DR
A partir daí começámos a evoluir e para esta 8.ª edição fizemos o convite aos artistas, consagrados e emergentes, para a doação de uma obra cujo valor da venda reverte 100% para a CAPITI para podermos apoiar mais crianças e jovens. Ao contrário dos outros anos, vamos ter mais obras, são 40 obras, e convidamos todas as pessoas a visitarem a exposição entre as 12h00 e as 19h00, no dia 10 de outubro, o Dia Mundial da Saúde Mental, no antigo Museu da Eletricidade, agora MAAT Central.

E como vai funcionar o leilão?

O leilão vai funcionar num modelo híbrido, que, na prática, é um leilão live online. Ou seja, o leilão já foi lançado e está disponível em www.pcv.pt, o site do Palácio do Correio Velho, e qualquer pessoa pode licitar a obra que entender. No dia 10, temos a exposição e o encerramento do leilão no jantar solidário para mecenas. Convidamos empresas que ainda não conhecem a nossa causa para podermos apresentá-la e fazer o encerramento do leilão no final do jantar. É uma iniciativa importante para nós que representa uma grande fatia dos recursos angariados.


Fonte: SAPO Lifestyle

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