Irmãos que nasceram sem mãos e pés encantam web: Muito amor' 25/07/2024 às 00h39 Redação
Carlos Eduardo e Thayla / Foto: Arquivo pessoal/Aline Di Oliveira
Os irmãos Carlos Eduardo, 18, e Thayla Silva, 11 meses, de Capim Grosso, Bahia, são um exemplo de superação e amor. Os dois nasceram sem mãos e pés — a formação dos braços vai até pouco depois dos cotovelos e, a dos pés, até pouco depois dos joelhos —, mas isso não os impedem de realizar seus sonhos ou viver sua infância ao máximo.
Carlos Eduardo desafia as expectativas com suas habilidades na fotografia e na capoeira, enquanto a pequena Thayla está se desenvolvendo e se transformando em uma linda garotinha. A dupla encantou a web com uma sequência de imagens registradas pela fotógrafa Aline Di Oliveira e compartilhada online. A postagem alcançou mais de 612 mil curtidas e quase 2 mil comentários.
Em uma das fotos, Thayla aparece sentada em um banco, sorrindo. Em outra, ela e Carlos Eduardo estão se olhando — e dá para ver o brilho nos olhos da bebê vendo o irmão mais velho. Em mais uma, os dois olham para a câmera. As imagens foram publicadas em 29 de maio, mas continuam repercutindo, inclusive fora do Brasil. "Ah, Deus, me emocionei! Eles mostram o verdadeiro significado do amor e que, para eles, não têm limites. Que fotografia mais linda de se ver. Uma reflexão para muitos", comentou uma pessoa. "Que perfeição de fotos, externa amor", escreveu outra. "O amor chegou aqui através dessa foto! Que doçura e leveza tem o olhar deles", elogiou uma terceira.
'Sempre encarei com naturalidade'
A mãe, a dona de casa Juscilane Sousa Dos Santos, 35, e o pai, José Carlos Oliveira Silva, 41, descobriram a deficiência do filho somente no parto, em 4 de julho de 2006, e ficaram bastante surpresos. "Não tivemos nenhum sinal de nada, foi tudo normal a gravidez", lembra a mãe, em entrevista à CRESCER. Na época, eles também não sabiam a causa da condição. Mas, vendo Carlos Eduardo se desenvolvendo, os dois se acalmaram e logo se acostumaram.
Conforme ele foi crescendo, buscaram um fisioterapeuta para ajudá-lo a aprender a andar. Mas, para a surpresa dos pais, o menino não teve nenhuma dificuldade e começou a andar com 1 ano e seis meses. "Ele usou prótese por um tempo e fez fisioterapia por três anos", explica Juscilane. Ele deixou de usar as próteses e seguiu se desenvolvendo e aprimorando a coordenação motora. Sua deficiência nunca foi um impeditivo para ele. Nunca teve nenhum problema, graças a Deus. Ele sempre aceitou a condição dele", afirma.
Carlos Eduardo afirma que a condição nunca o afetou negativamente. "Sempre encarei com naturalidade", garante. Ele também não deixou que ir atrás dos seus interesses e, em 2014, começou a fazer aulas de capoeira. "Os primos dele fazem capoeira, então ele gosta desde pequenininho", conta a mãe. Hoje, ele consegue executar muitos movimentos com perfeição e é conhecido como "estagiário guerreiro".
Recentemente, Carlos Eduardo também começou a fotografar, depois de ser incentivado por familiares. "Minha tia falou que eu seria um bom fotógrafo", afirma. Então, em agosto de 2023, ele começou a fazer aulas e aperfeiçoou suas habilidades. "Meu estilo de vida e onde eu moro são o que me motiva", disse.
'Já estávamos bem confortáveis se ela viesse do jeito do irmãozinho'
Em janeiro de 2023, Juscilane e José Carlos descobriram que estavam esperando outro bebê. Dessa vez, eles logo pensaram na possibilidade de a filha nascer igual ao irmão. No terceiro mês de gestação, durante um ultrassom, as suspeitas foram confirmadas. "O médico estava fazendo o ultrassom e eu perguntei se ele estava procurando as partes dos membros que faltavam, e ele disse que sim. Eu expliquei que tínhamos um filho igualzinho e não era uma surpresa para nós. Já estávamos bem confortáveis se ela viesse do jeito do irmãozinho", afirma o pai.
Então, eles foram encaminhados para uma clínica em Salvador para confirmar o diagnóstico. Mais uma vez, os médicos os informaram que Thayla não tinha a formação do antebraço e dos pés. "Eles conheceram Carlos Eduardo e o encaminharam para especialistas que fariam um estudo com ele. O objetivo era descobrir o nome da deficiência para entender melhor a condição, mas ele não quis participar", explica José Carlos.
Os pais continuaram fazendo exames durante a gestação para descobrir a causa da deficiência dos filhos até que, finalmente, conseguiram respostas. "O médico explicou para gente que é uma genética que temos entre o pai e a mãe e que a possibilidade de termos outro filho assim é de 99%", diz Juscilane.
Em 16 de agosto de 2023, Thayla nasceu e trouxe muita alegria para a família. "Até o momento, graças a Deus, é uma menina saudável", afirma o pai. Ela não precisa de nenhum acompanhamento específico e ainda não faz fisioterapia por ser muito pequena. "A gente só passa no pediatra, como toda criança. Ela está se desenvolvendo bem — já sabe sentar, mas a gente tem um pouco de cuidado, não a deixamos muito só ou muito à vontade para não correr o risco de cair e machucar", conta José Carlos.Fonte:
https://www.ururau.com.br/noticias/saude/irmaos-que-nasceram-sem-maos-e-pes-encantam-web-muito-amor/68349/