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..:: Deficiente-Forum - Tipos de Deficiência ::.. Responsável:100nick => Deficiência Múltipla => Tópico iniciado por: Ana-S em 07/08/2019, 11:16

Título: Não ouve e não vê, mas escala montanhas
Enviado por: Ana-S em 07/08/2019, 11:16
(https://static.globalnoticias.pt/jn/image.aspx?brand=JN&type=generate&guid=d9646692-011b-4fc2-bc51-417b60a1f619&t=20190804154520)

Tinha 12 anos quando perdeu a visão e a audição. Viveu anos de isolamento e bullying. Hoje, com 28 anos, Javier García Pajares já alcançou mais do que muitas pessoas sem qualquer incapacidade. Esta é, assumidamente, uma história para inspirar.

Javier nasceu em Plasencia, na Extremadura espanhola, e vive atualmente em Madrid. Vive sozinho, de forma independente, necessitando de ajuda em situações pontuais. Afinal, quem escala montanhas com mais de quatro mil metros de atitude, deve ser capaz de fazer muitas coisas sem ouvir nem ver. Mas nem sempre foi assim.


Segundo o jornal espanhol "El Periódico, Javier só conseguiu sair do mundo isolado em que tinha mergulhado quando o pai o apresentou a José García Regaña, psicólogo e presidente da Federación Extremeña de Montaña. Com ele aprendeu que a superação não é coisa de filmes. Quando Javier subiu aquelas montanhas não se superou apenas a si mesmo. Inspirou um número incontável de pessoas.

Javier conta tudo no blogue "Un mundo con sentido", projeto que mereceu o Prémio Nacional de Juventude 2019 entregue pelo Governo espanhol na categoria de desporto.

Entretanto, já saltou de paraquedas: "Foi perfeito, uma experiência incrível". Também perdeu o medo de viajar sozinho e foi para Londres, Inglaterra, estudar inglês, no âmbito do programa Erasmus, depois de já ter cumprido a licenciatura em Direito e Gestão de Empresas na Universidade Autónoma de Madrid.

Numa dessas deslocações para Londres, Javier foi impedido de viajar por uma companhia aérea, alegando que, dada a sua incapacidade, não poderia viajar sozinho. O sucedido tornou-se em mais uma causa para Javier. Mais tarde, a Comissão Europeia acabaria por aprovar um código de conduta contra a discriminação de passageiros com incapacidade.

"Digo sempre que se cheguei onde cheguei foi por que tive muitos apoios, dos meus amigos e as entidades que trabalham com pessoas surdas e cegas", diz, humilde.

O próximo plano já está traçado e para muito breve: subir à montanha mais alta da Rússia.

fonte: https://www.jn.pt/mundo/interior/nao-ouve-nao-ve-mas-escala-montanhas-11180287.html