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Autor Tópico: A Educação Precoce da Criança Cega(1º ao 6º mês)  (Lida 2603 vezes)

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Online Sininho

 

Tenho um mês

Mamã, gosto de ouvir a tua voz, gosto que me toques quando me dás de comer, quando me mudas de roupa, quando brincas comigo. As tuas carícias dão-me muito prazer. Devagarinho acaricia-me as faces, as pernas, as costas e todo o corpo.

Gosto muito de me sentar no teu colo porque noto a tua ternura, o teu calor e o teu hálito suave sobre a minha bochechinha.

Como eu gosto, mamã, que me agarres nos teus braços com o amor que só tu me sabes dar e que eu noto através dos teus braços e da tua pele. Pega-me muitas vezes ao colo e diz-me ao mesmo tempo essas palavras tão bonitas junto ao meu ouvido.

Quando me alimentas ao peito ou ao biberão, fá-lo calmamente, não me agarres com demasiada força e deixa-me um braço livre para que eu possa mover a minha mão e tocar na tua. Mas, antes de mais delicia-te ao alimentares-me, já que para mim é um dos momentos melhores do dia.

Tenho dois meses

Deitado de barriguinha para baixo sinto-me muito bem e se tu me falas à altura dos meus ouvidos levantarei a cabeça para procurar-te. Também procurarei levantar a cabeça se fizeres sons agradáveis com uma roca ou uma campainha.

Se ao entrares no meu quarto me falas logo, eu notarei a tua presença imediatamente.

Se estou agitado e choro, acaricia-me para que possa sentir-te perto de mim. Agarra-me nos teus braços e diz-me coisas. Assim não tenho medo, pois a tua voz tranquiliza-me.

Começo já a sorrir, mas se tu não me animas os meus sorrisos são escassos. Fala-me, ri e faz-me cócegas. Gosto muito que m'as faças na barriguita e no pescoço.

Se me alimentares com biberão, faz com que o agarre com as minhas mãos, pois isso me ajudará a encontrá-las e a brincar com elas.

Assusto-me tanto! Se fizerem um ruído forte ou se me agarrarem bruscamente assusto-me e ponho-me a chorar desconsoladamente. Agarra-me, pois, com suavidade e protege-me dos ruídos fortes.

Mamã, não sei ainda explicar-me com as expressões da minha face, mas sei expressar-me com as mãos. Observa-me amiúde e aprenderás a interpretar todos os meus desejos e necessidades.

Tenho três meses

Já posso articular sons. Brinca comigo e põe as minhas mãos sobre a tua boca repetindo tu esses sons. Assim poderei ir-me dando conta, a pouco e pouco, de onde saem esses sons.

Quando me agarras nos braços, um tempinho, já posso segurar a cabeça, mas prefiro pôr a minha face contra a tua. Assim desta forma, podes falar e cantar docemente ao meu ouvido.

Fala-me, agarra-me nos braços. Gosto de ouvir a tua voz e de sentir a suavidade da tua pele.

Posso conhecer muitas coisas com a boca. Passa o teu dedo por ela.

Pendura diferentes objectos e brinquedos no berço, mas ajuda-me com a tua mão a procurá-los e a encontrá-los.

Gosto muito, mamã, de brincar contigo, os dois deitados ao comprido na cama grande ou no chão, enquanto me dizes coisas bonitas e me chamas para que eu levante a cabeça e faça força com os braços.

Como eu gosto de chapinhar no banho! Mas gostarei também algum dia de tomar banho contigo, mamã, e com o papá, já que eu tenho que aprender pouco a pouco, como sois.

Se me pões uma pulseira com guizo no pulso, o seu ruído fará com que procure a minha mão e brinque com ela. A pouco e pouco a reconhecerei.

Tenho quatro meses

Dá-me brinquedos que eu possa levar à boca, lamber... Também gosto de ter um pequeno trapézio com bolinhas que façam barulho, pendurado no meu berço. Assim poderei agarrá-lo se me tiveres ensinado como fazê-lo.

Necessito de conhecer outros lugares além do meu berço. Coloca-me no chão ou numa cadeira adequada à minha idade, onde os meus pés não fiquem pendurados e eu tenha um tabuleiro para colocar os brinquedos. Assim não cairão.

Um dos momentos mais agradáveis do dia é o banho. O meu corpo sente sensações novas: calor, a água que me cobre, que escorre pelas minhas mãos, pela minha cara... Que alegria ao descobrir que posso chapinhar e brincar com a água. Qualquer dia poderei tomar banho convosco. As sensações que me proporciona o vosso corpo são diferentes das da água. Desta forma, amparado pelos vossos braços, começarei a reconhecer tanto o corpo da mamã como o corpo do papá. Depois do banho, mamã, dá-me uma massagem suave por todo o corpo. Não deixes de o fazer, pois para mim é um momento de grande alegria. Ao mesmo tempo fala-me com voz doce ou canta-me uma canção.

Começo a tocar nos brinquedos que encontro com as minhas mãos. Pendura-os ao centro do berço para que facilmente os agarre e não chegue a ter as mãos vazias, para que encontre sempre algo divertido com que brincar.

Começo a rir, mas tens que me ajudar para que isso aconteça mais vezes, fazendo-me muitas cócegas e rindo ao mesmo tempo comigo.

Se me colocares de lado num cadeirão ou sofá, eu já serei capaz de me voltar de cara para cima. Festeja o acontecimento comigo.

Tenho cinco meses

Já como papas! Mostra-me onde está o prato, deixa-me tocar-lhe e pôr a mão lá dentro. Se eu gostar da comida é possível que a leve à boca.

Se estou acordado não me deixes só muito tempo. Leva-me ao compartimento onde tu estejas ou onde se encontra toda a família. Assim poderei ouvir as vossas vozes e poderão falar comigo.

Fala-me com frequência, dando entoação a tudo o que disseres. Eu ainda não entendo as tuas palavras, mas reconheço o tom da tua voz.

Põe-me no chão de barriguinha para baixo, com brinquedos à minha volta. Brinquemos juntos para encontrá-los e façamos ruídos com eles. Põe-me na mão brinquedos com música ou que façam barulho; agora já posso agarrá-los e levá-los à boca. Se, ao princípio o não fizer, ajuda-me tu a fazê-lo, enquanto me vais explicando.

Também podes pôr-me de costas em cima de uma bola grande de praia, agarrando-me as pernas e dobrando-as sobre a minha barriga. Então faz rodar suavemente a bola em todas as direcções e eu tentarei levantar a cabeça e assim me preparo para brevemente me sentar. Procura que não me canse. Ao mesmo tempo canta sempre as mesmas canções e diz as mesmas palavras ao fazer cada um dos movimentos.

Põe-me de lado num sofá com as costas apoiadas, coloca-te em frente de mim e chama-me, canta ou mostra-me um brinquedo sonoro, para que eu sozinho me volte para baixo para tocar-te ou agarrar o brinquedo. Isto será um grande esforço para mim, por isso terás que ajudar-me com uma mão a dar-me a volta para que eu perceba o que tenho que fazer.

Tenho que mover-me sozinho e portanto têm que incitar-me a fazê-lo. Podereis deitar-me na vossa cama de barriga para baixo. Então tu mamã, chama-me de um lado da cama e tu papá empurras suavemente as minhas pernas para que eu me desloque.

Quanto mais cedo experimentar o prazer do movimento, mais seguro me sentirei. Se quiserem podemos brincar a um jogo muito importante para mim. Mamã passa-me suavemente dos teus braços para os do papá como se fosse uma bola, entre cantigas e risos.

Tenho que aprender a estender a mão para procurar o brinquedo que faz ruído. Isto é difícil para mim, porque ao princípio não sei de onde vem o som. Faz-me muitos jogos que façam ruído e ajuda-me a dirigir a minha não para o brinquedo sonoro que eu já conheço.

Começo a perceber que no mundo além do papá e da mamã, existem outras pessoas. Entretenham-se a fazer-me conhecê-las e que estas por sua vez aprendam a brincar comigo.

Tenho os pés para descobrir. Brinca comigo, toca os meus pés, dá-lhes umas carinhosas palmaditas e sopra sobre eles para que sintam o teu hálito quente, enquanto vais dizendo o seu nome. Se passares uma escova suave sobre a planta do pé, desde os dedos até ao tornozelo, eu gostarei muito. Quando já tiver feito diversos jogos com os dois pés, continua ajudando-me com cada pé separadamente. Para atrair a minha atenção para um pé determinado podes pôr-me uma pulseira com guizo no tornozelo.

Tenho seis meses

Põe-me perto de mim diversos brinquedos que eu possa agarrar e levar à boca. Assim começarei a tocar-lhes e a saber como são. É necessário que os encontre sempre no mesmo lugar, no tabuleiro da minha cadeirinha.

Tenho que começar a orientar-me no meu quarto. Um despertador, um objecto sonoro nos cantos podem ser de grande ajuda.

Que divertido é ter uma roca na minha mão! Agarro-a com força e agito-a para ouvir o som.

Também agarro o biberão, sinto o calor do leite, o seu peso... e, quando como papas segura a minha mão e põe-na dentro do prato para que saiba como são.

"Palmas, palminhas olaré quem tem!". Esta e outras cantigas de que tanto gosto para brincar com as minhas mãos, bater palmas... É tão divertido!

Tu bates na mesa com um objecto, eu tenho outro na mão, e, de repente faço o mesmo que tu, mamã, bato com força... Muito bem, estou imitando, que contente que estás! A tua alegria faz-me feliz.

Pum! O brinquedo que eu tinha nas mãos caiu sobre a mesa. Eu não sei ainda o que se passou. Para que eu aprenda, deves repetir a mesma acção: pum! deixar cair o objecto ao pé da minha mão. Então tu apanha-lo e dá-mo para que eu toque de novo no brinquedo, enquanto me explicas o que fazes. Repete esta acção várias vezes ao dia, mas sempre fazendo como um jogo, pois eu levarei muito tempo a perceber o que se está passando.


In «Cadernos para la Education del Deficiente Sensorial»
Queira o bem, plante o bem e o resto vem...
 

 



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