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Autor Tópico: Urece contrata craque argentino para sua equipe de futebol masculino  (Lida 1889 vezes)

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Urece contrata craque argentino para sua equipe de futebol masculino

Com cinco mundiais e duas paraolimpíadas, Lucas Rodriguez trará experiência e talento para os Tigres de Bengala.



 A infância de Lucas lembra a de muitos garotos cegos da América Latina. Louco por futebol, mas sem acesso aos recursos necessários para praticar o esporte, ele corria pelas ruas de Córdoba (sua cidade natal) atrás de uma bola envolta em um saco plástico, divertindo-se em acirradas peladas com os amigos.
 
O tempo se passou e muita coisa mudou. Agora, aos 29 anos, ele já é um dos jogadores mais consagrados da história do futebol para cegos na Argentina. Tendo participado de cinco mundiais (e conquistado dois) e duas Paraolimpíadas, ele se tornou um dos maiores símbolos dos Morciélagos (Morcegos), como é conhecida a equipe nacional da modalidade em seu país. Além disso, ele exerce a função de conselheiro na cidade de Córdoba.
 
E agora ele terá um grande desafio profissional e pessoal pela frente. Contratado pela Urece Esporte e Cultura, ele disputará o Campeonato Brasileiro de futebol para cegos jogando pelo time da associação. A competição ocorre entre 2 e 8 de novembro, na cidade de Niterói/RJ.
 
"A vinda do Lucas soma à equipe em talento, em opções técnicas, mas também dá uma dimensão cultural grande ao esporte, já que é a oportunidade dos atletas conhecerem e conviverem com uma pessoa de outro país, que pratica a mesma modalidade mas com um estilo próprio. Sem dúvida alguma, todo mundo vai ganhar e, em mais alto grau, o campeonato brasileiro será enriquecido", explica Gabriel Mayr, um dos técnicos da equipe.
 
A contratação de Lucas é outra das iniciativas pioneiras da Urece Esporte e Cultura. Em um ambiente em que o amadorismo predomina, nunca antes um jogador deixou seu país para atuar em outra liga. "Esperamos, além de fortalecer a base da nossa equipe, abrirmos um outro caminho no paradesporto, mostrando que sempre se pode fazer mais", diz Anderson Dias, presidente da Urece e o principal jogador da equipe. Campeão paraolímpico em Atenas 2004 (batendo justamente o time da Argentina na final), Anderson está acostumado a disputar partidas contra Lucas. E por isso ele sabe muito bem o que pode esperar do novo companheiro: "O Lucas é um jogador muito marcador, raçudo, bem ao estilo que a gente se acostumou a associar aos atletas argentinos, do futebol convencional ou do futebol de cegos".
 
O futebol nas veias
 
Aconteceu no pátio de uma escola, durante o recreio. Veio um amigo correndo, com uma sacola plástica branca, inflada pelo ar. "Está pronto já". Meteu a bola na sacola, até que a diretora interrompeu. Surpresa, indagou o que estavam fazendo. E a resposta veio com a inocência que essa idade impõe: "É para que o Lucas possa ouvir a bola e então ele possa jogar com a gente". Lucas, a caminho da cegueira total, olhava entre borrões. Perplexa, ela não se esqueceu jamais dessa manhã fria e de sol brilhante.
 
O destino de Lucas parecia cruel. Desde o seu nascimento, seus pais fizeram o que todos fazem: perambularam com o menino de médico em médico. No entanto, pouco a pouco, a cegueira ganharia seu espaço final. Ele aprendeu a identificar os objetos; o sol e a chuva; a manhã e a noite; justamente antes de que se diluírem em uma bruma úmida e sem foco.
 
Quando a bengala foi cada vez mais inevitável, a engenhosidade apoderou-se de seu ser. E enquanto outros perdiam tempo com o lamento, nele a tristeza apenas resvalava a alma. Simplesmente não havia tempo. Era necessário seguir em frente. E é por isso que aquele dia foi como se tivessem acendido uma luz em seu destino, depois da melhor ideia da sua vida, graças a um companheiro de escola. "Os garotos do primeiro grau (e do segundo também, faz questão de ressaltar) nunca me deixaram de lado, sempre quiseram que eu participasse de tudo. A um deles ocorreu a ideia de botar a bola em um saco plástico, o que permitiria jogar com eles", contou Lucas Rodrigues ao site argentino diadia.com.ar Clique aqui e tenha acesso a íntegra da matéria (em espanhol ). "Se a bola era de plástico, não lhes importava rasgá-la para poder enfiar pedrinhas para eu poder escutá-la", ele acrescentou.
Aos dez anos, Lucas começou a jogar futebol para cegos e assim adquiriu uma bola de guizo. "Não, você tá louco? Nem pensar em usar essa bola! Ele a conduzia como queria, mas era só chutar que não tinha condições... Vocês já viram como pesa essa bola?" contou seu amigo Dario.
 
E então foi Lucas quem teve que se adaptar a eles. Mas a sua vida nunca deixou de ser normal. "Ninguém ia buscá-lo em casa ou acompanhá-lo, nem nada. Quando íamos em bicicleta, ele nos acompanhava", contou Sebastián, outro de seus amigos.
 
Há milheres de histórias, de coisas divertidas e até mesmo de humor negro, faz parte da infância de cada um de nós. "Nós deixávamos as bicicletas atrás do gol e um dia, quando me passaram a bola, eu entrei com tudo no gol e me choquei contra elas. Doeu tudo, mas era futebol o dia inteiro e eu não me importava com isso", conta Lucas.
 
"Como era jogar futebol com um cego?" "Não havia isso, não existia essas coisas, era apenas mais um. Não tinha diferenças. Lucas era Lucas. De tanto estar com ele, chega um momento que você não se dá conta. Saíamos, fazíamos um monte de coisas e ele sempre nos acompanhava, de modo que nos acostumamos muito. E ele tem a virtude de sempre se virar muito bem. De dia ou de noite, era uma pessoa normal".
 
Fonte: http://www.urece.org.br
 

 



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