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Autor Tópico: Apanho o autocarro, vou e venho sozinho”  (Lida 109 vezes)

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Apanho o autocarro, vou e venho sozinho”
« em: 25/10/2024, 17:34 »
 
Apanho o autocarro, vou e venho sozinho”

Henrique, 20 anos, no posto de trabalho que ocupa desde o início de setembro
Associações. Integram população com debilidades físicas e mentais. Henrique é um exemplo

17 outubro 2024    22:57
“Apanho o autocarro, vou e venho sozinho”
Tiago Oliveira

Jornalista

“Apanho o autocarro, vou e venho sozinho”
Matilde Fieschi


Portugal vai ter o primeiro centro de terapia do cancro com protões (graças a um donativo de €80 milhões): que terapia é esta?
A manhã era de chuva quando Henrique nos recebeu, com um sorriso bem aberto, na Unidade da Juventude da Câmara Municipal de Oeiras. “Já sou famoso”, lançou em tom de brincadeira. Entre digitalização de documentos e atendimento ao público, fala de uma experiência que “tem sido muito boa”. Foi um ano de espera até arrancar esta nova fase, com 20 anos, algo difícil porque não gosta “de estar parado”, mas sim “de se mexer”. “Tem aquilo que se chama bicho-carpinteiro”, diz um amigo em jeito de interrupção.


A oportunidade de Henrique, que tem paralisia cerebral, é resultado do projeto Link da EMDIIP — Equipa Móvel de Desenvolvimento Infantil e Intervenção Precoce. “Eu tenho este problema, como é que se resolve?” Foi assim que a vereadora da Ação Social da Câmara Municipal de Oeiras, Teresa Bacelar, desafiou, em 2019, a associação a ajudar na dificuldade de integração desta população, o que passou por capacitar também “os locais de trabalho”, explica o presidente da direção, André Rica, porque, lembra a vereadora, “é muito fácil que as coisas não corram bem”. Não tem sido o caso. 17 a 20 jovens têm participado todos os anos e a meta com o financiamento do Prémio Capacitar 2024 (cujos 28 vencedores — que no total receberam cerca de €1,1 milhões — pode conhecer em baixo) é alargar o programa e fazer “a ponte com a comunidade empresarial”, avança André Rica.

Tal como acontece com o programa Rolling Stone — Gathers no Moss, da Abrigo Seguro, que aposta na “capacitação para a empregabilidade de pessoas com doen­ça mental”, revela Joana Castro, responsável pelo departamento de psicologia. No caso da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Viseu, o projeto premiado (Cafetaria Inclusiva — DoceMente II) “consiste na criação de um serviço de cafetaria inclusiva fundamentado no princípio da empregabilidade de pessoas com deficiência”, conta a diretora-executiva, Emília Dias. É esse também o foco do Colheitas do Norte, da Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande, que tem como base “a criação de uma horta pedagógica e sensorial e de um galinheiro como eixo gerador de uma prática pedagógica participativa e inclusiva”, conta o consultor técnico, Ricardo Teixeira, com a certeza de que integração é sinónimo de mais autonomia. Palavras de Henrique: “Apanho o autocarro, vou e venho sozinho.”


Fonte: https://expresso.pt/iniciativaseprodutos/projetos-expresso/2024-10-17-apanho-o-autocarro-vou-e-venho-sozinho-db426f5a?utm_id=6613015433047&fbclid=IwY2xjawGIpO5leHRuA2FlbQEwAAEdIrkxvE5LwuwN-T2Gldgx6il8l3Iy8Glhvbg7fEdY82vce4nClo3XAqm__aem_cOcim_8HdKriiyllQ_oSqA
 
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