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Tópico: “Quero alcançar uma medalha nos Jogos Paralímpicos de Paris tanto a nível individual como em coletiv (Lida 1212 vezes)
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migel
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“Quero alcançar uma medalha nos Jogos Paralímpicos de Paris tanto a nível individual como em coletiv
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em:
28/06/2024, 17:14 »
“Quero alcançar uma medalha nos Jogos Paralímpicos de Paris tanto a nível individual como em coletivo”
André Ramos cumpre a segunda temporada ao serviço do SC Espinho. Com paralisia cerebral, aos 28 anos é um dos melhores da Europa e do Mundo, representa a seleção de Portugal onde assume a função de capitão de equipa. Já participou nos Jogos Paralímpicos de Tóquio e quer ir a Paris em agosto. A ideia é trazer de lá uma medalha, individual e coletiva. Jogador de boccia, classe BC1, André reconhece que os tigres fazem parte do “panorama desportivo da modalidade, onde têm grandes referências”. Foi o trabalho que é feito em Espinho que mereceu toda a sua atenção.
por Manuel Proença 28-06-2024 em Defesa-Ataque
Nasceu com paralisia cerebral. De que forma conseguiu lidar com o seu problema?
Nasci com paralisia cerebral devido a uma negligência médica durante o parto. No entanto, desde muito pequeno que “me fiz à vida”. Durante muitos anos realizei várias terapias, nomeadamente através da natação e da equitação. Contudo, foi a minha família que me deu muita força para eu lutar e poder melhorar a minha condição física. Mas sempre lidei bem com o meu “handicap”.
O desporto foi uma forma de se aproximar da sociedade?
Não considero que tenha sido. Sempre pratiquei desporto, quase desde que nasci. É uma forma de me desenvolver e, neste momento é aquilo que mais gosto de fazer, de jogar e de competir com os melhores do mundo.
Quando começou e como se lembrou de praticar boccia?
Comecei a jogar boccia em 2011. No início apenas o fazia por recreação e só mais tarde é que comecei a participar em competições regionais e nacionais. Inicialmente jogava boccia com a mão, na classe BC2, mas passados seis anos fui reclassificado e desde que passei a jogar na classe BC1 comecei a jogar com pé, o que fez com que o meu jogo melhorasse bastante.
Porém, quando comecei a jogar já tinha imensa vontade de jogar com o pé, dado que tenho maior controlo sobre os membros inferiores do que nos superiores, mas como fui colocado na classe BC2, isso, nessa altura, não era possível. Felizmente fui reclassificado e jogar dessa forma é como me sinto melhor.
Quais foram as principais dificuldades que sentiu?
A principal dificuldade que surgiu desde logo era com o custo do material. Na altura tive de fazer algum investimento pessoal e familiar.
A sua família auxiliou-o na entrada para a modalidade?
Desde o início que a minha família foi um grande apoio e que me dá, desde essa altura, um bom background para eu poder ter todas as condições para desenvolver o meu jogo.
Quando começou a sentir que poderia ganhar as provas?
Quando comecei a ganhar títulos em Portugal senti que a minha capacidade me permitiria chegar mais longe e obter bons resultados lá fora. A partir daí fui conseguindo vários resultados e pódios.
Acha que o desporto adaptado tem o apoio das entidades públicas e que tem a devida visibilidade?
O desporto adaptado, infelizmente, ainda não é muito visto pela sociedade dado que não tem visibilidade. Isso cria enormes dificuldades na angariação de patrocínios. De qualquer forma, os atletas que estão no desporto adaptado são aqueles que levam o nome de Portugal mais longe. O apoio que é dado ao desporto adaptado apenas existe se os atletas forem de alto rendimento e, como tal, isso torna bastante difícil haver muita diversidade de atletas.
Sei que tem um espaço em casa onde faz os seus treinos, o que permite ajustar o trabalho à distância. Isso permite-lhe desenvolver todas as necessidades do seu jogo?
Diria que o campo que tenho em casa permite-me trabalhar 80% das minhas necessidades, o que é bastante bom, tendo em conta que tenho à disposição as instalações do clube quando é necessário. Dessa forma consigo fazer um trabalho a nível de treinos muito completo. Isto cria uma série de facilidades não só para mim, mas também para a equipa técnica.
A maior parte dos jogadores jogam boccia com a mão, mas o André joga com o pé. Acha que é uma desvantagem para si?
Na teoria acaba por ser uma desvantagem. No entanto, na prática, ao longo dos anos, tenho mostrado que tenho as mesmas armas e os argumentos que tem um atleta que joga com a mão. É por isso que me consigo bater de igual para igual com qualquer adversário.
Por que razão veio treinar para o SC Espinho?
Vim para o SC Espinho para ter um melhor acompanhamento técnico e para procurar melhorar o meu nível global de jogo por forma a alcançar mais objetivos. É um clube que oferece condições muito boas para a prática desta modalidade.
Como descobriu este clube?
É um clube que faz parte do panorama desportivo da modalidade, com grandes referências e o trabalho que lá é feito mereceu toda a minha atenção.
Quais são os seus objetivos desportivos?
Neste momento o meu objetivo é o de conseguir alcançar uma medalha nos Jogos Paralímpicos de Paris e, se possível, chegar ao pódio tanto a nível individual como em coletivo. Neste momento tenho, também, o objetivo de renovar o título de campeão nacional individual.
Teve uma participação nos Jogos Paralímpicos em Tóquio em 2021. Fale-me dessa sua experiência.
Essa participação nos Jogos Paralímpicos de Tóquio foi o concretizar de um objetivo e de um sonho. Após cinco anos de imenso trabalho a nível individual, isso deu-me a possibilidade de ser convocado para a competição mais importante do mundo. Os Jogos Paralímpicos são uma competição muito diferente de todas as restantes e é, para mim, muito difícil explicar o sentimento que tive ao entrar no estádio olímpico durante a cerimónia de abertura. Só tive a real perceção de tudo, das emoções e das extraordinárias e únicas sensações quando regressei a Portugal. Participar nos próximos jogos, em agosto deste ano, em Paris, é, para mim, outro sonho.
Estar na seleção nacional não é para todos. O que sente e onde pretende chegar?
É, para mim, um grande orgulho, poder representar o meu país e é uma grande honra ter a possibilidade de poder ser o capitão de equipa. Poder ajudar o grupo é uma grande responsabilidade que tenho em cima, mas é algo que gosto de assumir com todo o empenho e alegria.
O papel do parceiro de competição é muito importante na sua classe desportiva. Como é feito esse trabalho?
O parceiro de competição tem de ser uma pessoa em que eu possa depositar muita confiança, uma vez que me acompanha diariamente, tanto em competição como fora dela. No entanto, a nível de jogo a Sara Coelho é como se fosse uma extensão de mim próprio e que me permite melhorar o meu nível técnico e tático durante os jogos e, até mesmo, ao longo dos treinos.
Considera que é uma referência no seu clube?
No SC Espinho tenho o meu principal adversário a nível interno, o João Pinto, que é uma referência na modalidade e já teve grandes êxitos a nível nacional. Por isso, ser uma referência no clube é algo que pretendo, mas é um caminho que ainda estou a construir. Ainda assim, o facto de já ter uma experiência alargada e de ter bons resultados a nível nacional e internacional, permite-me ter um papel importante na equipa e, além disso, as pessoas reconhecem a minha importância e dão-me o devido valor.
Quer falar da sua ocupação de tempos livres e da paixão pelos automóveis?
Além da minha carreira desportiva, presto assistência informática a um escritório de advogados, o que me preenche o horário ao longo do dia. A minha paixão pelos automóveis e pela velocidade é uma coisa que acompanha desde muito pequeno. É um hobbie que tenho, uma vez que quando é possível gosto de recuperar carros antigos e depois vende-los!
Quais as pessoas que têm sido mais importantes para si neste seu percurso desportivo?
Tenho de destacar, sem dúvida, os meus pais e a minha irmã, pelo apoio que me dão a todos os níveis.
Qual é o seu maior sonho?
O meu maior sonho é o de poder chegar ao pódio das três competições mais importantes: o Campeonato Europeu, Campeonato Mundial e aos Jogos Paralímpicos de Paris. Falta-me participar nos próximos Jogos Paralímpicos e, se possível, subir um degrau em todas as restantes competições.
Fonte: Expresso
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