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Autor Tópico: Paraolímpicos revelam histórias de guerras, doenças e violência ao redor do mund  (Lida 683 vezes)

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Paraolímpicos revelam histórias de guerras, doenças e violência ao redor do mundo

Competições paraolímpicas entram em seu segundo dia nesta sexta-feira

Nas delegações dos 166 países que competem nos Jogos Paraolímpicos de Londres 2012, portadores de deficiência desde o nascimento dividem espaço com vítimas de acidentes, de doenças e de violência que evidenciam problemas geopolíticos, de segurança e de saúde pública de seus países.

A violência direta e indireta não chega a estar entre as dez principais causas de deficiência em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. No entanto, o número de pessoas vítimas destas situações que estão presentes nos Jogos sugere que os programas de reabilitação seriam grandes responsáveis pela "descoberta" de para-atletas.

"Ainda existe uma grande quantidade de programas internacionais de ajuda humanitária que fazem intervenções em certos países, destinados especificamente a pessoas que são vítimas de conflitos ou situações violentas. É provavelmente por isso que eles estão tão presentes na Paraolimpíada", disse à BBC Brasil Alana Officer, coordenadora do setor de deficiência física e reabilitação da OMS.

Officer diz que o cenário da ajuda humanitária mundial está mudando para contemplar programas mais abrangentes. No entanto, ainda prevalecem as organizações que se dedicam à reabilitação de vítimas de conflitos e usam o esporte como estímulo.
Financiamento de ONGs

Segundo o chefe dos programas de reabilitação física do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Claude Tardif, a prática do esporte por portadores de deficiência é estimulada e muitas vezes financiada pelas ONGs internacionais.

"Esporte é uma parte importante dos programas de reabilitação. Em diversos países nós ajudamos na construção de quadras e espaços de prática de esportes, na compra de equipamentos e na contratação de técnicos para treinar os times", disse à BBC Brasil.

"Em alguns países já há alguma organização neste sentido e tentamos ajudar, mas em outros nós mesmos começamos o processo, porque eles nos pedem para estruturar programas."

No último mês de junho, o Comitê da Cruz Vermelha realizou o primeiro torneio de basquete em cadeira de rodas com vítimas da guerra no Afeganistão.

"É um bom modo também de melhorar a capacidade física e aumentar a autoestima das pessoas com deficiência. E de mostrar às pessoas sem deficiências que as deficientes podem fazer as coisas, não precisam ficar à margem da sociedade", afirmou.

    Brasil: Trânsito
    Ruanda: Guerra civil
    Geórgia: Mina terrestre
    Colômbia: Violência urbana
    Grã-Bretanha: Veterano de guerra
    Sri Lanka: Conflitos internos
    Paquistão: Pólio

Natália diz que sua adaptação foi mais fácil, porque nunca teve a experiência de andar
Natália Mayara. | Foto: Buda Mendes/CPB


Mesmo sem ser palco de conflitos internos de grande escala, o Brasil também alimenta as estatísticas de portadores de deficiência vitimados por situações violentas.

Na delegação brasileira das Paraolimpíadas, boa parte dos atletas amputados ou paraplégicos foi vítima de acidentes de trânsito, uma das principais causas de morte no país.

Em fevereiro de 2000, a costureira Cláudia Santos atravessava a rodovia Raposo Tavares, em São Paulo, ao sair do trabalho, quando foi atropelada. Ela perdeu a perna direita imediatamente.

Cláudia, que hoje tem 35 anos, é campeã mundial de remo e está disputando sua segunda Paraolimpíada, mas diz que começou no esporte por acaso, para diminuir as dores durante a adaptação à nova condição.

"Um médico indicou que eu fizesse esportes, porque na época eu sentia muitas dores. Comecei com a natação. Até então eu não conhecia atletas paraolímpicos", disse à BBC Brasil.

Ela passou a competir como nadadora depois de participar do trabalho do Projeto Próximo Passo, que estimula a prática de esportes paraolímpicos entre portadores de deficiência em São Paulo. Pouco depois, conheceu o remo.

"Fui a um evento e o técnico me viu e me convidou. No início não gostei muito, mas fui conhecer o treino. Ele me ligava, insistia para que eu fosse. Aí comecei a gostar e acabei sendo campeã mundial, oito meses depois."

Já a tenista pernambucana Natália Mayara, de 18 anos, teve uma adaptação diferente à deficiência física. Ela perdeu as duas pernas ao ser atropelada, na calçada, por um ônibus, aos dois anos de idade.

"Para mim foi mais fácil, porque eu já aprendi a andar de prótese e cadeira, nunca tive a experiência de andar", disse à BBC Brasil.
Cláudia Santos. | Foto: Buda Mendes/CPB

Cláudia se tornou campeã mundial de remo com apenas oito meses de treino

A insistência de um técnico, assim como no caso de Cláudia Santos, fez com que a atleta trocasse a piscina pela quadra de tênis de cadeira de rodas aos 12 anos. Ela ganhou o ouro do Para-Pan juvenil da Colômbia em 2009, é a 27ª colocada no ranking mundial e a primeira mulher brasileira na modalidade em uma Paraolimpíada.

Mesmo sem ter tido as mesmas dificuldades que outros atletas, Natália afirma que a falta de acessibilidade do transporte público em sua cidade chegou a ser um problema durante seu treinamento.

"Minha mãe me ajudou muito sempre, me levava de colo no ônibus para os treinos. Já brigamos muitas vezes com motoristas que não queriam nos deixar entrar", conta.

O motorista que a atropelou, segundo Natália, foi afastado da empresa, mas voltou a trabalhar. "Abrimos o processo para a indenização, mas demorou muito. A justiça negou várias vezes e no fim acabamos ganhando, mas não recebemos o valor total."

Segundo dados da OMS, o Brasil é o quinto país em número de vítimas do trânsito, atrás de Índia, China, Estados Unidos e Rússia. O problema já chegou a ser chamado de "epidemia de lesões e mortes no trânsito" pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha.


Fonte: Da BBC Brasil em Londres
 

 



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