Uma amostra de urina para diagnosticar cancro de bexiga

[Sininho]

Teste analisa doze genes associados à patologia

Investigadores do Hospital Clínico de Barcelona e da Fundação Puigvert desenvolveram um novo teste para detectar o cancro da bexiga a partir de uma amostra de urina, que poderá comercializar-se a partir de 2013.

Segundo os cientistas este teste é mais fiável que os existentes pois identifica até 12 genes associados a esta patologia e relacionados com a sua previsível agressividade.


Ao longo da doença, os pacientes submetem-se a uma média de 15 ou 20 cistoscopias, uma prova invasiva e dolorosa que consiste em introduzir uma câmara através da uretra para examinar a bexiga e controlar a evolução do cancro.

A investigação deste novo teste, cujos resultados foram publicados na Clinical Cancer Research, prolongou-se durante sete anos e exigiu um investimento de um milhão de euros.

Antonio Alcaraz, chefe do serviço de Urologia do Hospital Clínico, comentou que o valor destas provas supera os 90 por cento. Alcaraz adiantou ainda que três hospitais em Espanha (os dois que participaram na investigação e o Virgen del Rocio de Sevilha), um na Holanda e outro na Áustria, validaram os resultados do estudo com mais mil pacientes.

Uma simples amostra de urina pode chegar para diagnosticar o cancro da bexiga

Uma dúzia de genes

Até agora, as investigações realizadas com marcadores específicos de cancro de bexiga baseavam-se em apenas um ou em poucos genes.

Este novo estudo desenvolveu um painel de 12 genes para o diagnóstico e dois genes adicionais para prognosticar a agressividade do tumor a partir de, simplesmente, amostras de urina. A combinação de genes demonstrou ter uma sensibilidade elevada e específica para o diagnóstico do cancro.

O cancro de bexiga é, a seguir ao da próstata, o segundo tumor mais frequente do sistema urinário e atinge maioritariamente os indivíduos do sexo masculino a partir dos 50 anos de idade.

in cienciahoje