Instituição dedicada a deficientes mentais assaltada pela quinta vez

[Sininho]

Instituição dedicada a deficientes mentais assaltada pela quinta vez
Bacalhau, azeite e arroz roubados da dispensa do Emaús de Baltar  

O pólo de Baltar do Emaús foi assaltado pela quinta vez desde que se iniciou o ano lectivo, em Setembro. O último assalto ocorreu no passado fim-de-semana e, para além do roubo de várias máquinas utilizadas nas aulas de trabalhos manuais, desapareceram grandes quantidades de bens alimentares como bacalhau, azeite ou arroz. A direcção da instituição dedicada ao ensino de pessoas com deficiência mental está indignada, até porque não tem verbas para contratar um segurança ou guarda-nocturno que possa impedir outros roubos. A solução poderá passar pela oferta, por parte de uma empresa, de um sistema de video-vigilância.


Roubam chaves para repetir assaltos
[float=right][/float]O pólo do Emaús fechou, como de costume, no mês de Agosto para férias. No regresso, a 2 de Setembro, direcção, professores e funcionários foram surpreendidos com portas arrombadas e janelas partidas. "Esse foi o primeiro assalto. Na altura, roubaram material informático, um aparelho de música e dois DVD's", revela a directora técnica, Maria da Ajuda.

A partir daí sucederam-se os assaltos, sempre ao fim-de-semana, altura em que as instalações estão encerradas. O quinto e último roubo ocorreu no fim-de-semana passado, mas já na semana anterior o Emaús de Baltar tinha sido arrombado. "Foram dois assaltos seguidos e estamos indignados com o último. Roubaram algumas máquinas utilizadas pelos alunos nas aulas de trabalhos manuais, mas sobretudo bens alimentares", queixa-se o director António Cardoso.

Uma caixa de bacalhau, caixas de rissóis, pacotes de arroz, bolachas e até garrafas de azeite desapareceram da dispensa e das arcas congeladoras. "A arca estava fechada à chave e foi arrombada", especificou a cozinheira. "Tínhamos a dispensa recheada, porque confeccionamos cerca de cem refeições por dia", garantiu Maria da Ajuda.

As instalações do Emaús são invadidas através das muitas janelas ou portas existentes no pólo situado junto à EN15 em Baltar, Paredes. "A escola é muito grande e eles entram por qualquer lado. Uma vez cá dentro, utilizam as casas de banho, comem e estão perfeitamente à vontade à procura de dinheiro. Depois roubam as chaves para voltar", descreveu António Cardoso. "É alguém que conhece muito bem o local", assegurou a directora técnica.

A direcção do Emaús já pensou na instalação de um sistema de alarme, mas a falta de verbas inviabilizou a ideia. Agora, e sensibilizado pela vaga de assaltos, o pai de um utente ofereceu câmaras de video-vigilância, que já começaram a ser instaladas. "Pode ser que acabe com os assaltos, até porque a GNR pouco ou nada pode fazer neste caso", frisou Maria da Ajuda.

Ao VERDADEIRO OLHAR, fonte do Destacamento da GNR de Penafiel confirma as queixas e diz que foi intensificado o patrulhamento junto às instalações do Emaús.


Emaús acolhe 49 pessoas com deficiência mental

O pólo do Emaús de Baltar foi criado em 1982. Neste momento, é uma instituição particular de solidariedade social dedicada ao ensino especial de sete crianças com deficiência mental. Tem ainda 42 jovens e adultos, também com deficiência mental, inscritos no Centro de Actividades Ocupacionais e 11 crianças do ensino recorrente a frequentar o ATL.

Todos residem no concelho de Paredes.

Entre professores, auxiliares educativas, cozinheiras e motoristas a insituição emprega 30 profissionais.

in verdadeiroolhar.pt