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Autor Tópico: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia  (Lida 50759 vezes)

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Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #405 em: 26/09/2022, 16:09 »
 
Protestos contra mobilização de Putin crescem em toda a Rússia: já foram detidas mais de 2.300 pessoas

Por Francisco Laranjeira   em 15:14, 26 Set 2022


Fonte de imagem: multinews.sapo.pt

Mais de 2.350 pessoas foram detidas em toda a Rússia desde o anúncio do presidente Vladimir Putin de uma mobilização parcial, segundo revelou esta 2ª feira o grupo independente de monitorização de protestos OVD-Info, em várias cidades da Rússia. O grupo alertou ainda que o número de detidos pode ser maior.

Este domingo, foram detidas pelo menos 128 pessoas em cinco cidades, incluindo Makhachkala, Yakutsk, Irkutsk, Reftinsky e Kotlas.

Makhachkala é a capital da região predominantemente muçulmana do Daguestão. Muitos protestos mais intensos eclodiram em algumas regiões de minorias étnicas na Rússia, incluindo o Daguestão, com grupos ativistas e autoridades ucranianas a garantir que essas minorias estão a ser desproporcionalmente aldo de recrutamento para a guerra na Ucrânia.

Têm surgido diversos vídeos nas redes sociais sobre os protestos da população russa, em particular no Daguestão.


Fonte de imagem: multinews.sapo.pt


Fonte de imagem: multinews.sapo.pt


Fonte de imagem: multinews.sapo.pt


Fonte de imagem: multinews.sapo.pt


Veja os vídeos clicando no link oficial da noticia em baixo:






Fonte: multinews.sapo.pt                      Link: https://multinews.sapo.pt/noticias/protestos-contra-mobilizacao-de-putin-crescem-em-toda-a-russia-ja-foram-detidas-mais-de-2-300-pessoas/
 

Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #406 em: 26/09/2022, 20:05 »
 
Opinião: Os heróis de Putin serão mesmo os veteranos?

26 de Setembro, 2022



Luís Pais Amante

Os volumes escritos por Liev Tolstói “Guerra e Paz” têm merecido, ao longo dos tempos, apreciações de diversos tipos, embora seja sempre uma obra grande e uma grande obra.
Para mim -que os li completos numa publicação em francês durante 2 anos- quando tinha vintes- não está, hoje, em causa o rigor que o Escritor deu à sua descrição da época (1805 a 1820) nem ao que, na História, se convencionou designar por “Campanha da Rússia” de Napoleão Bonaparte.
Está em causa, especialmente, a sua fixação em São Petersburgo (moderno) e em Moscovo (velho) e, também, a dicotomia no pensamento dos povos destas duas regiões, já então. Na Rússia do czarismo! … em plena França do Imperialismo!
O Livro cria uma narrativa muito fiel e pormenorizada das invasões napoleónicas na Rússia e das suas batalhas, ao mesmo tempo que caracteriza a sociedade através da escalpelização de cerca de 500 personagens, que diz não terem nada de parecido com a realidade: seria ficção! Só que, quem escreve sabe que a caneta e o pensamento ou o pensamento e a caneta, constituem, sempre, realidades vividas ou, pelo menos, desejadas, tendentes a surgirem, como bem descreve a Psicanalista Didata Maria Fernanda Alexandre. Tolstói é sublime na descrição dos servos, das sociedades secretas e da guerra, embora muito polémico na montagem da sua teoria fatalista da História em que os acontecimentos obedeceriam a um determinismo histórico irrefutável…ou a um “final feliz”.
Todavia,
Para o que aqui nos interessa, importante é realçar o que na época foi digno de grandes discussões, de grandes reparos ao autor, de acusações direcionadas para a eventual distorção pura e simples da Rússia em guerra…
Estamos, naturalmente, a relembrar que os Veteranos da Guerra de então (Batalha de Borodino, em especial) nunca se conformaram com o tom apoteótico dado à Juventude Russa e aos seus feitos, em desfavor da marca específica que eles (Veteranos) na sua valentia e conhecimento trouxeram ao amortecimento da campanha que, apesar da debandada russa e da subsequente abertura a Napoleão das portas de uma Moscovo destroçada, foi considerada vitoriosa para os Jovens soldados que se exaltavam com o carisma do Czar Alexandre.
!… Tão vitoriosa que ainda hoje alimenta o mito de um poderio militar, afinal inexistente …!
Na Guerra da Ucrânia, onde Putin está há 7 meses -sem ter a coragem de lá ir- a palavra de ordem das suas unidades é “debandada”; os tais soldados Jovens não querem esta guerra de loucos, contrária aos ditames da civilidade; nem querem morrer…fogem do Imperador Putin.
Não só do campo de batalha, mas de toda a Rússia, para o mundo civilizado. Houve, significativamente, um retrocesso brutal nas ações em continuidade (invasão; guerra; desrespeito pelos princípios básicos do Direito Internacional; diferenciação nos direitos à existência pacífica; dissimulação nas relações internacionais e falsidade nas intenções e na fantochada dos referendos).
Se bem tentamos perceber este chefe oligarca, nascido em São Petersburgo, mas reconhecido na velha Moscovo (onde cultiva e destrói as benesses) ele ainda vai tentar abocanhar mais solo ucraniano. Parece alimentar-se de terra…
Ou, se o não conseguir abocanhar, vai reduzi-lo a escombros e a cinzas, que significam o inferno tenebroso do seu cérebro pequeno -que parece doente- e só se recorda dos retratos do estado em que deixaram Moscovo, aquando da ocupação de Napoleão.
É muito difícil alguém vaticinar o que por aí vem. É mesmo imprudente.
Só sabemos:
– que, até agora, se tem considerado que o Imperialismo ambicionado por Putin lhe vai sair
muito mais caro do que ele algum dia cogitou;
– que a Guerra não é ambicionada pelo Povo Russo (Povo Irmão do Povo Ucraniano) que está a encher as prisões e em manifestações reprimidas;
– que o esperto Putin, afinal, uniu e tornou maior a Nato que pretendia reduzir na sua
influência;
– que (contrariamente ao que defende) consolidou, unindo, a Democracia a Ocidente;
– que só tem parcerias com países considerados párias pela História;
– que conseguiu dar visibilidade à liderança do resiliente (e inteligente) Volodymyr Zelensky;
E não sabemos:
– em que versão do Livro de Tolstói se terá inspirado, ou se fala francês como era obrigatório os czares saberem?
Uma coisa parece certa: o tempo de exibir os Veteranos russos descontentes por volta de 1820, já passou mesmo há muito!
E nem esses obedeceriam a uma mobilização tão imperial, digamos assim, como a que se lembrou de chamar os Reservistas para a morte quase certa em cenários sanguinários que, inexoravelmente, serão julgados.







Fonte: penacovactual.sapo.pt                   Link: https://penacovactual.sapo.pt/2022/09/26/opiniao-os-herois-de-putin-serao-mesmo-os-veteranos/
 

Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #407 em: 26/09/2022, 20:07 »
 
Agência nuclear da ONU diz-se preocupada com risco de acidente na Ucrânia

Por MultiNews Com Lusa em 12:13, 26 Set 2022


Fonte de imagem: multinews.sapo.pt

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) alertou esta segunda-feira que o risco de um acidente nuclear na Ucrânia, onde a central de Zaporijia é frequentemente alvo de ataques, é atualmente uma das suas principais preocupações.

“No topo da nossa lista e das nossas preocupações está a situação na Ucrânia”, afirmou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, na abertura da Assembleia Geral desta agência da ONU.

“Temos que fazer tudo ao nosso alcance para evitar um acidente nuclear, que acrescentaria uma tragédia” à situação de guerra no país, afirmou Grossi.

O diplomata argentino referiu-se especificamente à central nuclear de Zaporijia, a maior da Europa, que está sob ocupação das tropas russas desde quase o início da invasão da Rússia à Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Grossi lembrou que esta instalação está “sob fogo” e alertou que, se ocorrer um acidente, não pode ser atribuído a um desastre natural, mas à falta de ação.

“Sabíamos o que teria que ser feito e há um plano na mesa para fazê-lo”, disse o responsável da AIEA.

Nesse sentido, Grossi sublinhou que na semana passada esteve em contacto com as autoridades russas e ucranianas, com as quais insistiu na urgência de estabelecer uma zona de proteção e segurança nuclear em torno de Zaporijia.

“O trabalho no local permitir-nos-ia estabilizar uma situação que é simplesmente inaceitável”, declarou.

Grossi liderou uma visita à central nuclear de Zaporijia no início de setembro, onde desde então há uma equipa de dois inspetores internacionais que informam sobre a situação no local.

Por sua vez, o presidente da autoridade reguladora nuclear da Ucrânia, Oleh Korikov, acusou a Rússia de ser um “Estado terrorista nuclear” pela sua invasão da Ucrânia e a ocupação de Zaporijia e outras instalações nucleares, como Chernobyl, que foi ocupada no início da guerra, mas posteriormente abandonada no início de abril devido à contra-ofensiva das tropas ucranianas.

A Rússia, por sua vez, acusou hoje novamente a Ucrânia dos ataques na central nuclear de Zaporijia.






Fonte: multinews.sapo.pt                      Link: https://multinews.sapo.pt/noticias/agencia-nuclear-da-onu-diz-se-preocupada-com-risco-de-acidente-na-ucrania/
 

Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #408 em: 26/09/2022, 20:10 »
 
António Guterres pede fim da “era da chantagem nuclear” e apela a “recuo”

Por MultiNews Com Lusa em 16:17, 26 Set 2022


Fonte de imagem: multinews.sapo.pt

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou hoje ao fim da “era da chantagem nuclear”, afirmando que o uso de armas nucleares levaria a um “armagedão humanitário”, tornando necessário um “recuo” face às atuais tensões.

À margem da 77.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, num evento que assinala o Dia Internacional da Eliminação Total de Armas Nucleares, Guterres comprometeu-se a trabalhar estreitamente com todos os Estados-Membros para neutralizar as ameaças nucleares, recordando o período da Guerra Fria, que colocou “a Humanidade a poucos minutos da aniquilação” e estabelecendo um paralelo com o atual “esgrimir dos sabres nucleares”.

“Deixem-me ser claro: a era da chantagem nuclear deve terminar. A ideia de que qualquer país poderia lutar e vencer uma guerra nuclear é insana. Qualquer uso de uma arma nuclear incitaria um armagedão humanitário. Precisamos de recuar”, disse.

Face aos reveses na Ucrânia, o Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou, na semana passada, uma mobilização parcial que abrange 300.000 reservistas e ameaçou usar todas as armas, incluindo nucleares, em caso de ameaça à integridade territorial da Rússia, sublinhando não estar a “fazer bluff”.

Num momento em que a 77.ª Assembleia-Geral da ONU se aproxima do fim, Guterres aproveitou a presença de vários chefes de Governo e de Estado em Nova Iorque para apelar a um novo compromisso contra o uso de armas nucleares.

“Exorto todos os Estados a usarem todas as vias de diálogo, diplomacia e negociação para aliviar as tensões, reduzir o risco e eliminar a ameaça nuclear. Mais amplamente, também precisamos de uma nova visão para o desarmamento nuclear e a não-proliferação”, pediu.

“No mês passado, tive a honra de visitar Hiroshima e conhecer os bravos sobreviventes do ataque [nuclear] de 1945, os hibakusha. A cada ano, os seus números diminuem. Mas a mensagem deles fica mais audível: as armas nucleares são o poder mais destrutivo já criado. Elas não oferecem segurança – apenas carnificina e caos. A sua eliminação seria o maior presente que poderíamos dar às gerações futuras”, declarou Guterres.

O líder das Nações Unidas recordou que a sua proposta de Nova Agenda para a Paz exige um desarmamento significativo e o desenvolvimento de um entendimento comum das múltiplas ameaças que a humanidade enfrenta.

“Precisamos de levar em conta a evolução da ordem nuclear, incluindo todos os tipos de armas nucleares e seus meios de lançamento. E precisamos abordar as linhas ténues entre armas estratégicas e convencionais e o nexo com novos domínios do ciberespaço e do espaço sideral”, afirmou.

“Sem eliminarmos as armas nucleares, não poderá haver paz. Não pode haver confiança. E não pode haver futuro sustentável. Vamos sair da Assembleia deste ano com um novo compromisso de trabalhar para o futuro pacífico que todos buscamos”, apelou.






Fonte: multinews.sapo.pt                       Link: https://multinews.sapo.pt/atualidade/antonio-guterres-pede-fim-da-era-da-chantagem-nuclear-e-apela-a-recuo/
 

Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #409 em: 26/09/2022, 20:12 »
 
Rússia e China sentam-se, pela primeira vez, no banco dos réus no Conselho de Direitos Humanos

Por MultiNews Com Lusa em 16:19, 26 Set 2022


Fonte de imagem: multinews.sapo.pt

Os países ocidentais e respetivos aliados estavam há vários meses relutantes em acusar a Rússia e a China, temendo que não fossem capazes de construir uma aliança suficientemente forte para ter os textos aprovados pela maioria dos 47 estados membros do Conselho de Direitos Humanos.

Mas as organizações não-governamentais (ONG) têm vindo a aumentar a pressão pata que o principal órgão de luta pelos direitos humanos da ONU se interesse pela situação na Rússia e na região de Xinjiang, no noroeste da China, onde Pequim é acusada de crimes contra a humanidade.

Os países ocidentais acabaram por conseguir as acusações, que terão duas fases.

Na semana passada, os países membros da União Europeia (UE), exceto a Hungria, apresentaram um projeto de resolução pedindo ao Conselho a nomeação de um relator especial para monitorar a situação dos direitos humanos na Rússia pelo período de um ano, iniciativa que Moscovo considerou como “politicamente tendenciosa”.

A medida ocorre no meio das preocupações ligadas à intensificação da repressão na Rússia, à medida que a guerra continua na vizinha Ucrânia.

Hoje, foram os Estados Unidos, apoiados pelo Reino Unido, Canadá, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Islândia e Noruega, que lançaram um projeto de resolução para solicitar um debate no Conselho, a realizar em fevereiro e março de 2023, sobre os direitos humanos situação em Xinjiang.

Outros países, no entanto, poderão copatrocinar o texto nos próximos dias.

Nas discussões gerais, o embaixador checo no Conselho de Direitos Humanos, Vaclav Balek, falando em nome da UE, enfatizou que os 27 pediram ao órgão na ONU que fiscalize e avalie de perto a situação dos direitos humanos na China.

O texto, muito breve, toma nota “do interesse na avaliação” publicada a 31 de agosto pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Região Autónoma Uigur de Xinjiang.

“Este Conselho deve ser capaz de discutir o relatório e o respetivo seguimento deve ser igual às conclusões”, disse hoje o embaixador francês na comissão, Jérôme Bonnafont.

Há vários anos que a China foi acusada — com provas físicas e documentais — por países ocidentais e organizações de direitos humanos de ter trancado em Xinjiang mais de um milhão de uigures e outros membros de minorias muçulmanas, incluindo cazaques, em campos de detenção.

Pequim rejeita as acusações, alegando combater o terrorismo e garantir o desenvolvimento da região.

No relatório, o alto-comissário Bonnafont não fala de genocídio, mas evoca possíveis “crimes contra a humanidade” e “provas credíveis” de tortura e violência sexual, instando a comunidade internacional a agir.

Pequim rejeitou veementemente as acusações e acusou a ONU de se tornar “serva e cúmplice dos Estados Unidos e do Ocidente”.

Nas últimas semanas, nos bastidores em Genebra, a China exerceu pressão significativa sobre os países para tentar evitar qualquer iniciativa contra Pequim.

“Não temos medo”, disse na semana passada o diretor do Gabinete de Comunicação de Xinjiang, Xu Guixian.

“Estamos prontos para lutar”, assegurou Guixian à imprensa em Genebra, garantindo que achina irá tomar “contramedidas apropriadas”.

As duas resoluções serão submetidas à votação dos 47 Estados membros do Conselho a 06 ou 07 de outubro.

No entanto, as sondagens nesse sentido não permitem um resultado claro para ambos os lados.

Sem surpresa, durante os debates de hoje, em Genebra, Rússia e China receberam apoio de países como Cuba e Venezuela, que se opõem firmemente a qualquer interferência do Conselho.

Outros países, como o Paquistão, de maioria muçulmana, também argumentaram que a questão de Xinjiang continua a ser uma questão de “assuntos internos” da Rússia.

Quanto aos países africanos membros do Conselho, que os Estados ocidentais regularmente conseguem convencer, têm primado pelo silêncio. Apenas o representante do Malawi, Mathews Gamadzi, falou lamentando que o Conselho esteja “paralisado pela politização”.







Fonte: multinews.sapo.pt                   Link: https://multinews.sapo.pt/atualidade/russia-e-china-sentam-se-pela-primeira-vez-no-banco-dos-reus-no-conselho-de-direitos-humanos/
 

Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #410 em: 26/09/2022, 20:14 »
 
Magnata russo conhecido como o ‘chef de Putin’ admite ter criado Grupo Wagner

Por Filipe Pimentel Rações em 16:29, 26 Set 2022


Fonte de imagem: multinews.sapo.pt

Yevgeny Prigozhin, um milionário russo e um dos aliados mais próximos do Presidente Vladimir Putin, admitiu esta segunda-feira ter criado a organização de mercenários conhecidas como Grupo Wagner.

Após vários anos a negar qualquer ligação ao grupo, e tendo já processado órgãos de comunicação social, como o ‘Bellingcat’, por traçarem associações entre ele e a organização, o homem que é conhecido como o ‘Chef de Putin’, por fim, confirma as suspeitas, embora já se tomasse como certo que liderava o Grupo Wagner.

Dessa forma, Prigozhin estabelece uma ligação direta entre a organização de mercenários e o Kremlin, apesar de o Presidente russo sempre ter negado qualquer envolvimento do grupo nas operações militares da Rússia.

Relata a imprensa internacional que o oligarca confessou ter criado do Grupo Wagner para enviar para a região do Donbass, na Ucrânia, em 2014, combatentes competentes, no mesmo ano em que a Rússia anexou a península da Crimeia, pertencente ao país vizinho.

Prigozhin adianta que “no dia 1 de maio de 2014, um grupo de patriotas nasceu, que mais tarde adquiriu o nome de BTG Wagner”, cita o ‘Politico’, acrescentando o oligarca que a organização já atuou na Síria, em África e na América Latina, regiões onde a Rússia tem interesses estratégicos.

No entanto, apesar de ter confirmado que o Grupo Wagner esteve presente na Ucrânia em 2014, o líder não confirmou que estivessem nesse país agora mesmo, a combater ao lado dos soldados russos. Ainda assim, me março deste ano, a Defesa do Reino Unido tinha informado que cerca de mil mercenários russos teriam sido enviados para as regiões orientais da Ucrânia para suportar a máquina de guerra de Putin.







Fonte: multinews.sapo.pt                      Link: https://multinews.sapo.pt/atualidade/magnata-russo-conhecido-como-o-chef-de-putin-admite-ter-criado-grupo-wagner/
 

Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #411 em: 26/09/2022, 20:17 »
 
Ucrânia: Estados Unidos anunciam pacote de mais de 450 milhões de euros para financiar agências de segurança

Por MultiNews Com Lusa em 17:54, 26 Set 2022


Fonte de imagem: multinews.sapo.pt 

Os Estados Unidos anunciaram hoje uma nova ajuda à Ucrânia de 457,5 milhões de dólares (soma idêntica em euros) para financiar agências de segurança, incluindo polícias, guardas de fronteira e investigadores de crimes de guerra.

“As nossas remessas de equipamentos de proteção, equipamentos médicos e veículos blindados reduziram significativamente o número de mortes entre civis ucranianos”, explicou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, quando anunciou esta ajuda.

“Os Estados Unidos estão com o povo ucraniano e continuam comprometidos em apoiar uma Ucrânia democrática, independente e soberana”, acrescentou o Departamento de Estado, em comunicado.

Este novo pacote, que eleva a ajuda total dos EUA às forças de segurança ucranianas para 645 milhões de dólares (soma semelhante em euros), soma-se aos milhares de milhões de dólares em ajuda militar que Washington enviou para Kiev.

Recentemente, as autoridades ucranianas anunciaram a descoberta de centenas de sepulturas numa floresta perto da cidade de Izium, que esteve em mãos russas e foi retomada pelas forças ucranianas.

Os corpos de 447 pessoas, a maioria civis, foram encontrados, alguns mostrando sinais de tortura, alegadamente vítimas de violência de soldados russos.

Na passada semana, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, falou à Assembleia Geral da ONU sobre a descoberta de duas novas valas comuns em zonas libertadas da ocupação russa e exigiu que a Rússia fosse “punida” por esses crimes de guerra.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.






Fonte: multinews.sapo.pt                      Link: https://multinews.sapo.pt/atualidade/ucrania-estados-unidos-anunciam-pacote-de-mais-de-450-milhoes-de-euros-para-financiar-agencias-de-seguranca/
 

Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #412 em: 26/09/2022, 20:19 »
 
Putin concede cidadania russa a Edward Snowden

MadreMedia
26 set 2022 17:18



Fonte de imagem: Lusa


O presidente russo Vladimir Putin concedeu esta segunda-feira a cidadania russa a Edward Snowden, ex-analista da CIA, que recebeu asilo político naquele país, em 2013.

Snowden, refira-se, ficou conhecido por divulgar informações confidenciais da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, quando ainda era funcionário da CIA.

As autoridades norte-americanas há muito que exigem a entrega do agora cidadão russo de 39 anos para enfrentar um julgamento, dado que é acusado de atos de espionagem.

Snowden foi assim um dos 75 estrangeiros cuja nacionalidade foi então concedida esta segunda-feira, de acordo com o site oficial do governo. O ex-analista havia realizado este pedido de cidadania em 2020.

O advogado de Edward Snowden, Anatoly Kucherena, revelou à agência de notícias estatal russa RIA Novosti que a sua mulher, Lindsay Mills, uma americana que mora com Snowden na Rússia, também solicitará um passaporte russo.







Fonte: 24.sapo.pt                       Link: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/putin-concede-cidadania-russsa-a-edward-snowden
 

Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #413 em: 26/09/2022, 23:06 »
 
Zelensky e ucranianos entre os nomeados para o Prémio Sakharov 2022

MadreMedia / Lusa
26 set 2022 22:00



Fonte de imagem: 24.sapo.pt

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o povo e as organizações civis ucranianas estão nomeadas para a edição de 2022 do Prémio Sakharov, do Parlamento Europeu, pela contribuição extraordinária para proteger a liberdade de consciência, foi hoje anunciado.

Trata-se da mais alta homenagem prestada pela União Europeia ao trabalho em matéria de direitos humanos.

Também indicados ao galardão, cujo vencedor será anunciado na terceira semana de outubro, estão, segundo o Parlamento Europeu, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, a jornalista morta durante uma operação israelita na Cisjordânia ocupada, Shireen Abu Akleh, a Comissão da Verdade colombiana e a líder indígena e ativista brasileira Sonia Guajajara.

Com quatro dos sete grupos políticos a mostrarem a apoio à Ucrânia, o prémio provavelmente deverá ser atribuído a Zelensky ou ao povo ou as organizações civis ucranianas.

Embora esses quatro grupos concordem que a cidadania ucraniana seja reconhecida pelo prémio, há uma divisão sobre quem deve ser a cara que os representa.

O grupo do Partido Popular Europeu e os Conservadores e Reformistas manifestam-se a favor de que o prémio seja dado ao chefe de Estado da Ucrânia, num reconhecimento à sua coragem em se manter no país e por ser “uma inspiração para todos os ucranianos que resistem e também para todos os europeus”.

Em contraste, os sociais-democratas e os liberais do Renovar a Europa estão comprometidos com o povo ucraniano, sendo representado por “iniciativas da sociedade civil” e “instituições estatais e públicas que fornecem ajuda de emergência” e defendem e protegem os direitos humanos, as liberdades e a democracia.

Os Verdes, por sua vez, apresentaram a candidatura da líder brasileira Sonia Guajajara, cujo trabalho se concentra na proteção do direito dos povos indígenas, tornando-se alvo de perseguições – e criminalizada – por parte de agentes do Estado.

A esquerda europeia ainda indicou a Comissão Colombiana da Verdade, uma das três instituições que compõem o Sistema Integral de Verdade, Justiça, Reparação e Não Repetição da Colômbia, criado no acordo de paz de 2016 para defender os direitos de milhões de vítimas da guerra civil colombiana.

Também foi nomeado a jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh, assassinada em maio, enquanto cobria uma operação militar israelita num campo de refugiados em Jenin, após 25 anos a trabalhar para rede de televisão Al Jazeera, tendo se tornado numa figura de destaque no mundo jornalismo e defensora da liberdade expressão.

Outro grupo de eurodeputado optou por apresentar a candidatura de um dos fundadores do WikiLeaks, Julian Assange, acusado pelos Estados Unidos de 20 crimes por informações e documentos expostos ‘online’.

Desde 1988, o Parlamento Europeu atribui o Prémio Sakharov, um galardão em homenagem ao físico e dissidente político soviético Andrei Sakharov e com um valor de 50.000 euros.






Fonte: 24.sapo.pt                      Link: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/zelensky-e-ucranianos-entre-os-nomeados-para-o-premio-sakharov-2022
 

Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #414 em: 27/09/2022, 11:15 »
 
Guerra na Ucrânia: Referendos de adesão à Rússia nos territórios ocupados terminam esta terça-feira

Francisco Laranjeira   em 06:30, 27 Set 2022


Fonte de imagem: multinews.sapo.pt

Terminam esta 3ª feira os referendos sobre a integração na Federação Russa de Donbass e Lugansk – nas regiões de Donetsk e Kherson a votação presencial ocorrerá apenas hoje.

Estes referendos, com o modelo daquele que formalizou a anexação da península ucraniana da Crimeia (sul) pela Rússia em 2014, denunciados pela comunidade internacional, têm estado a ser preparados há vários meses. Nenhuma das regiões é totalmente controlada pela Rússia e a hipótese da sua integração em território russo representaria uma grande escalada no conflito, que dura há quase oito meses.

O referendo nos territórios ocupados por Kiev foi considerado uma “farsa” tanto por ucranianos e ocidentais. As autoridades separatistas de Donetsk e Lugansk, no entanto, já o declararam válido – de acordo com as autoridades pró-Rússia locais, a participação atingiu 76,09% no terceiro dia de votação em Lugansk e ultrapassou 50% em Donetsk. Mais de 850 mil pessoas foram às urnas.

Para a presidente da Câmara Alta do Parlamento russo (Duma), Valentina Matviyenko, os residentes das áreas ocupadas estão a votar “pela vida ou morte.”

Volodymyr Zelensky, depois de reiterar nos últimos dias que os referendos em andamento em Donbass, Kherson e Zaporizhia são “falsos”, garantiu, em entrevista à televisão americana ‘CBS’: “O Governo russo pode anunciar oficialmente que o referendo” nos territórios ocupados da Ucrânia “é terminar e anunciar os resultados”.

No entanto, isso vai “tornar impossível continuar qualquer negociação diplomática com o presidente da Federação Russa e ele sabe muito bem”, explicou, ressalvando que “este é um sinal muito perigoso do presidente Putin, que nos diz que Putin não vai acabar com esta guerra”, concluiu Zelensky.






Fonte: multinews.sapo.pt                      Link: https://multinews.sapo.pt/uncategorized/guerra-na-ucrania-referendos-de-adesao-a-russia-nos-territorios-ocupados-terminam-esta-terca-feira/
 

Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #415 em: 27/09/2022, 11:18 »
 
Russos desesperados para não ir para a linha da frente

27 de setembro 2022 às 08:20


Fonte de imagem: AFP

O peso da mobilização tem recaído sobre as repúblicas mais pobres. Os russos mais ricos sempre fugiram ao horror da tropa e das suas praxes brutais, ou Dedovshchina.

É cada vez mais claro que a mobilização militar parcial ordenada por Vladimir Putin será mais caótica e menos seletiva do que este prometeu. Até legisladores ou jornalistas de órgãos estatais russos se começam a queixar em público  – apontando o dedo não ao Kremlin, claro, mas sim a administrações regionais.

Com isso cresce a fúria de muitos russos, que não querem arriscar a vida por um esforço de guerra que parece condenado, assistindo-se a sucessivos ataques a centros de recrutamento.

O desespero é tal que um jovem se imolou num centro de recrutamento, este domingo, em Ryazan, a sudeste de Moscovo, mostra um vídeo divulgado pelo jornal independente russo Novaya Gazeta. Testemunhas contaram ao canal  local YA62 que o jovem, enquanto derramava líquido para isqueiro sobre a cabeça, soltava gargalhadas e gritava: “Não quero ir para a guerra”. Acabando por ficar com 90% do seu corpo coberto por queimaduras.

No dia seguinte, um homem armado com uma caçadeira de canos serrados, vestido de camuflado, foi filmado a abrir fogo no centro de recrutamento de Ust-Ilim, na distante região siberiana de Irkutsk. Um oficial, Alexander Yeliseyev, ficou em estado crítico, sendo atingido à queima-roupa logo após fazer um discurso para explicar a um grupo de recrutas que iam ser mandados para a Ucrânia, avançou o media regional Lyudi Baykala, citado pelo Guardian.

“Ninguém vai a lado nenhum”, gritou o atirador antes de disparar, tendo sido identificado como Ruslan Zinin. Este habitante local, de 25 anos, nem sequer recebera uma carta de alistamento, contou a mãe de Zinin, Marina, ao site noticioso independente Astra.

Mas estava “muito perturbado” por ter descoberto no dia anterior que o seu melhor amigo morrera em combate na Ucrânia. E ficara furioso ao saber que vários dos seus amigos receberam ordens para se apresentar no centro de recrutamento, mesmo não tendo qualquer experiência militar, apesar de Putin ter prometido que a mobilização seria parcial, aplicando-se apenas a reservistas.

Desde o primeiro momento da guerra que o Kremlin era acusado de colocar dezenas de milhares de reservistas na linha da frente na Ucrânia, apesar da legalidade dúbia disso, por se tratar de uma suposta “operação militar especial”. Agora, com a mobilização militar parcial, o regime de Putin já tem alguma cobertura legal para essa prática expandindo-a. E, para mais uma vez, de abusar desse mandato, desta vez chegando a ordenar que manifestantes contra a guerra fossem para a linha da frente, acusou a OVD-Info.

Esta ONG de defesa dos direitos humanos já registou pelo menos 15 casos de manifestantes que receberam os seus papéis de recrutamento quanto foram detidos por protestar. É uma prática que não é nova – cá em Portugal, nos tempos da Guerra Colonial, era bem sabido que muitos dos jovens apanhados quando regressavam de França, após fugirem, eram mandados para a Guiné, o teatro mais duro do conflito – e parece ter como objetivo intimidar e calar vozes dissonantes.

“Eu estava pronto para o habitual: ser detido, levado para a esquadra da polícia e ir a tribunal”, explicou Mikhail Suetin, um ativista de 29 anos, que é uma presença habitual nos protestos contra o regime em Moscovo, em declarações à France Press. “Mas dizerem-me: ‘Amanhã vais para a guerra’... Isso foi uma surpresa”, admitiu Suetin, que foi ameaçado com dez anos de prisão caso não combatesse. Entretanto foi libertado, após recusar, e espera o desfecho do seu processo.

Miséria e praxes brutais Na Rússia, o peso do serviço militar sempre recaiu sobre as populações das repúblicas mais pobres, no norte do Caucaso, na Sibéria ou nas vizinhanças da Mongólia. É destas regiões que é oriundo o grosso das forças profissionais russas, procurando aqui melhores melhores condições de vida. E estas minorias também estão desproporcionalmente presentes entre os recrutas não-voluntários.

Desde sempre que muitos russos fazem tudo para evitar cumprir o serviço militar, escapando a condições terríveis e às brutais praxes das forças armadas da Rússia, mais conhecidas por dedovshchina, qualquer coisa como “governo dos avós”. Ainda há dois anos uma reportagem do Moscow Times expunha como soldados russos eram alvos de todo o género de abusos nestas praxes, incluindo espancamentos, extorsão e até violações.

Um soldado chegou ter a sua testa cortada com uma lâmina de barbear pelos camaradas, ficando a ler-se a palavra russa para “pénis”. O jovem acabou a suicidar-se com a sua AK-47, num caso que chocou a Rússia. Outro recruta abateu a tiro oito militares, explicando que o fizera em retaliação a abusos constantes e ameaças de violação.

Quem foge a isto mais facilmente são os mais ricos. Isenções do serviço militar “podem ser conseguidas por motivos de saúde ou por estudar na faculdade”, lê-se no Economist. “Outra maneira de escapar ao recrutamento é subornar alguém. Recrutadores e médicos frequentemente vezes falsificam isenções pelo preço certo. Muitos russos de classe média pagam”.

Talvez por isso Putin tenha hesitado em anunciar uma mobilização geral, teoricamente poupando gente sem experiência militar e estudantes. “Com altos níveis de evasão do recrutamento entre as famílias mais prósperas, ao chamar aqueles com anterior experiência militar permite ao Kremlin evitar mobilizar os filhos da elite urbana”, explicou a Foreign Policy. Porque esses “provavelmente desencadeariam protestos contra a guerra que o resto do público russo”.






Fonte: sol.sapo.pt                         Link: https://sol.sapo.pt/artigo/781815/russos-desesperados-para-nao-ir-para-a-linha-da-frente
 

Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #416 em: 27/09/2022, 11:32 »
 
Como a Língua nos ajuda a entender a guerra na Ucrânia

MadreMedia
27 set 2022 09:42



Popular olha para a igreja de Izyum, na região de Kharkiv, danificada por um míssil. Juan BARRETO / AFP

A situação linguística da Ucrânia é complexa e tem uma relação bastante rígida com a identificação nacional. Aqui, Serguéi Lúnin explica-nos como evoluiu a Língua ao longo dos séculos e, com ela, a identidade de uma nação.

1. A diversidade linguística da Ucrânia

Durante séculos, a divisão linguística da Ucrânia foi tanto regional como social. A maioria da população, até aos tempos da Guerra Fria, sempre falou ucraniano e viveu no campo.

Também para o Este e o Sul, durante a colonização tardia, imigraram russos, alemães, gregos, búlgaros, romenos, albaneses, judeus, suecos, etc., mas eram uma minoria, mesmo todos juntos. Sou descendente dos camponeses russos que imigraram para o Sul, mas não nasci ali. Antes da segunda metade do século XVII, o Este e, antes do século XIX, o Sul foram um país diferente: de nómadas turcomanos com, até o século XIII, restos de população que falava alano (uma língua que também foi falada na Península Ibérica). É na fronteira com este Wild East, sempre em guerra, que se formou a cultura única dos cossacos.

A maioria camponesa falava ucraniano, mas não era o caso da aristocracia, dos funcionários, da burguesia. A Polónia na primeira metade do século XVII controlava quase todas as terras onde viviam ucranianos. Já a aristocracia, mesmo se não era polaca, aceitou gradualmente a língua, a religião e a cultura polacas. Ao mesmo tempo a exploração dos camponeses pelos donos de terras intensificou-se. Muitos judeus imigraram para as cidades e vilas e monopolizaram vários negócios. A Ucrânia estava em vias de se tornar uma Polónia Oriental, mas a situação foi muito exacerbada pelo conflito religioso e social. Os camponeses e os cossacos que falavam ucraniano e pertenciam à Igreja Ortodoxa sentiram-se oprimidos pelos católicos polonófonos e judeus.

No ano 1648 tudo mudou. Através da rebelião de cossacos estabeleceu-se no Wild East um estado ucraniano separado, purificado, por assim dizer, dos polacos e judeus. Mas as regiões velhas, no Oeste, ficaram sob o domínio da Polónia. Na mesma época, uma região quase deserta a este da fronteira com a Rússia (onde nasci e vivo) foi colonizada por uma multidão de ucranianos refugiados e um punhado de russos.


Fonte de imagem: 24.sapo.pt 

Fonte de imagem: 24.sapo.pt 

Fonte de imagem: 24.sapo.pt 

Legenda: Riscas vermelhas: representam os territórios dependentes do Canato da Crimeia; Riscas roxas: representam os territórios dependentes do império Otomano; Riscas azuis: representam os territórios dependentes da comunidade Polaco-Lituana; Riscas verdes: representam os territórios dependentes do Czarato da Rússia /Império Russo; Pontos amarelos representam a fronteira oriental do Sacro Império Romano-Germânico; Riscas azuis claras seguidas de azul mais escuro representam o Condomínio do Reino da Polónia e do Grão Ducado da Lituânia.

2. Entre o polaco e o russo

Naquela época coexistiam na Ucrânia várias línguas, incluindo polaco, eslavo eclesiástico, latim, grego. As línguas antigas, como na Europa Ocidental, eram conhecidas apenas por uma pequena minoria. Mas o polaco durante algum tempo competiu com o ucraniano mesmo no estado cossaco, onde já não moraram polacos. Como em Portugal, a língua do inimigo era usada contra o mesmo inimigo: imprimiram-se textos contra o catolicismo em polaco.

O estado cossaco optou pela Rússia com que compartilhava a religião e a língua de alta cultura (a eslava eclesiástica). O clero ucraniano integrou-se na sociedade russa com facilidade, já que tinha mais educação do que o russo, e o czar sentia que a Rússia era uma nação atrasada. O papel do clero ucraniano na formação da ideia da nação russa comum (de russos, ucranianos e bielorussos) foi muito importante. A língua desta nação afastou-se gradualmente do eslavo eclesiástico e, embebida de elementos da língua russa popular, chegou ao ponto em que se tornou a língua literária russa moderna. A contribuição de um ucraniano, Gogol, foi uma das mais importantes.

Quanto à nova aristocracia cossaca, procurava preservar a autonomia do seu estado dentro da Rússia — mas falhou. Integrou-se na aristocracia russa e, ao mesmo tempo, uma parte dela criou o projeto nacional ucraniano moderno e a língua ucraniana literária moderna, baseada diretamente na língua do povo. É um ponto importante: o nacionalismo ucraniano surgiu aqui, no Leste, nas cidades de Kharkiv, Poltava, Chernihiv, e foi inspirado em grande parte pelo nacionalismo europeu, especialmente o de Herder.

Foi uma situação típica e paradoxal: as massas camponesas, que falavam ucraniano, não tinham um sentimento nacional formado, e uma minoria das classes altas que o tinha, precisava de competir pelas almas com o império que se nacionalizava ao mesmo tempo (o processo em que participava a maioria destas mesmas classes altas).

Foi naquela época (na primeira parte do século XIX) que o processo atravessou o rio Dnipro. No Oeste nada mudara: mesmo sob o domínio do império russo a aristocracia católica polonófona e a burguesia judia dominavam totalmente a vida social. Mas em 1772 aconteceu um evento importante: o império austríaco anexou uma parte daquele território, isto é a Galícia (e duas outras terras pequenas também).

3. O nacionalismo ucraniano e a repressão da língua

A Galícia ficava sob a dominação cultural polaca (com a competição alemã) e estava protegida do império russo administrativamente. Porém, quando a nova elite ucraniana da Galícia (filhos de padres greco-católicos) descobriu o nacionalismo, viu três opções: não apenas a polaca, mas também duas importadas do Leste: a russa e a ucraniana. A parte que escolheu a opção ucraniana chegou para criar um porto de abrigo para o nacionalismo ucraniano que já se tinha formado no Leste.

Durante um longo tempo o combate espiritual entre os dois impérios — o russo, com estado, e o polaco, sem estado, mas com uma elite vigorosa — era a única coisa que preocupava São Petersburgo, no Oeste. Já no Leste e no Sul tudo parecia calmo: aristocracia era quase totalmente russófona, nas cidades formaram-se comunidades russas, os judeus gradualmente secularizavam-se e também optavam pela língua russa.

Porém, no ano 1863 o império viu no movimento ucraniano um problema. Cometeu o mesmo erro que Putin está a cometer agora: tentou submeter o nacionalismo à força e provocou uma resistência cada vez mais forte. O governo não quis gastar muito dinheiro e assimilar as massas camponesas do modo francês — através da educação obrigatória. A proibição de editar livros e jornais em ucraniano parecia uma opção barata e eficaz, mas provou-se inspiradora para nacionalistas. (Note-se que não foram proibidos todos os livros, mas apenas os destinados às massas.) A opressão mais metódica durou de 1876 até à revolução de 1905. Foi nesta época que foi muito útil o porto de abrigo na Galícia.

Na verdade, os impérios ficaram demasiado robustos. O movimento nacionalista tinha pouca hipótese de vencer no combate espiritual contra a Rússia e mesmo contra o império semiclandestino polaco na Galícia e outras regiões ocidentais. A força deles punha o sentimento nacionalista de lado. A força não apenas policial, mas também dos processos sociais: urbanização, educação de massas, etc.

Por que razão o combate foi espiritual? Porque as fronteiras linguísticas e culturais eram muito porosas. Era fácil imaginar-se ucraniano, polaco ou russo. Durante séculos foi uma escolha, não a predestinação. Isto é a razão de a escolha linguística ter uma relação bastante rígida com a identificação nacional aqui na Ucrânia. É o ponto mais importante.

4. A russificação como política

Nos últimos cinquenta anos antes da Grande Guerra a situação linguística nas cidades aproximou-se gradualmente da moderna: a população crescia rapidamente, o russo tornava-se a língua franca mesmo no Oeste (não na Galícia, claro, onde predominava o polaco). O valor da minoria polaca diminuiu, as massas ucranianas e judias já falavam russo como segunda e até primeira língua. O campo ficou o mesmo, porque o nível da literacia era muito baixo (ao contrário dos séculos XVII e XVIII, quando a guerra religiosa estimulou o desenvolvimento da educação primária mesmo na aldeia).

Naquela época a ideia de nação ucraniana juntou-se naturalmente à ideia do socialismo: as mesmas pessoas procuravam libertação de massas social, espiritual e linguística. Alguns camponeses descobriram as ideias progressistas. Mas as almas da maioria do povo foram dominadas pela propaganda do estado e da igreja, que criaram no início do século XX um movimento protofascista, parecido com o franquismo. Não foi difícil persuadir os camponeses do Oeste (excluindo as terras de Habsburgos, fora do Império Russo) que a única força capaz de os libertar da opressão do latifundiário polaco (e católico) e capitalista judeu era o czar, ortodoxo como eles. Isto, combinado com a judeofobia tradicional, foi a causa principal da penúltima vaga de genocídio nas terras ucranianas, durante a Guerra Civil.

Como disse, os nacionalistas e social-democratas tinham pouca hipótese de vencer. Mas tudo mudou após dois tiros — os de Princip, que mataram o arquiduque Francisco Ferdinando da Áustria-Hungria. Foi aquele sérvio que criou a União Soviética e o estado ucraniano moderno. O império russo não estava suficientemente preparado para os rigores da Guerra Mundial. Irrompeu a Revolução e os vários movimentos socialistas tomaram as rédeas. Entre eles: o ucraniano e o bolchevique que produziu sistemas parecidos, mas diversos como leninismo, estalinismo, “socialismo desenvolvido” e putinismo.

Graças à Revolução de 1917 nunca mais se repetiu a russificação intensa, como nas últimas décadas do czarismo. A ideia da nação russa comum e da língua russa comum foi arquivada, já a ideia minoritária (mesmo entre os social-democratas do império) que ucranianos e bielorrussos eram povos distintos estabeleceu-se para sempre. Mas as ideias têm vidas complicadas. A derrota decisiva do império pelo leninismo foi abrandada pelos sistemas seguintes e agora o putinismo combina “o socialismo desenvolvido” com o imperialismo pré-revolucionário. Com o retorno gradual da velha ideia imperial também foi lentamente retomada a russificação.

Porém, com o prestígio do ucraniano muito mais alto e a institucionalização muito mais forte do que antes da Revolução, o papel decisivo passou aos fatores sociais: urbanização, industrialização, educação compulsória, cultura de massa. Estas foram as forças que pela primeira vez fizeram as massas mudarem de língua na grande parte.

5. O portunhol da Ucrânia: o súrjic

Não foi uma mudança rápida e definida, tão pouco foi definitiva. A proximidade das duas línguas foi a razão de um bilinguismo quase universal (com a maioria de ucranianos a falar o russo cada vez melhor e uma grande parte de russos e outras etnias, se não a falar, pelo menos a entender o ucraniano) e também foi a razão da predominância na boca das massas da língua de confluência — o súrjic. É homólogo do portunhol: uma língua totalmente funcional, mas sem forma literária e sem qualquer padrão. O súrjic aparecera já na época do czarismo, mas a educação obrigatória e o desenvolvimento da cultura de massa fizeram-no a verdadeira língua maioritária (sem qualquer prestígio e desprezado por muitos, claro). Infelizmente, não há qualquer movimento para elevá-lo a língua literária e os livros escritos em súrjic (às vezes artificial) são raríssimos.

Mas a própria língua ucraniana anda a balançar entre o russo e o polaco. Na Galícia existia também uma língua de confluência polaco-ucraniana, e os restos dela abundam nos textos de escritores naturais de Galícia. Tais escritores são muitos, porque na região as posições do ucraniano ficavam seguras mesmo na péssima época de russificação dissimulada dos anos setenta e oitenta. Pode-se dizer que a União Soviética e a Alemanha nazista fizeram da Galícia uma fortaleza da cultura ucraniana, porque aquela expulsou polacos (o grupo dominante até a Segunda Guerra Mundial) e esta matou muitos judeus, abrindo o caminho para os camponeses povoarem Lviv e outras cidades já depois da guerra.

6. A ucranização durante o leninismo

Mas retornemos ao começo. Porquê uma indigenização tão radical (a ucranização foi uma parte dela), algo impensável na Europa de há cem anos? Porquê aventurar nos anos vinte o que a Espanha iniciou apenas em 1978 e a França tem nenhuma intenção de pôr em prática até hoje?

Para compreender a radicalidade do leninismo deve-se levar em conta o seguinte: durante a Guerra Civil a maioria, mesmo entre os social-democratas russos, não queria reconhecer a independência da Polónia e da Finlândia. A independência — e até a autonomia — da Ucrânia parecia algo como a independência do Algarve.

Primeiro, o leninismo foi uma ideologia mundial. Para alcançar o comunismo planetário, o sistema do poder devia ser purificado do imperialismo russo, criando condições para integrar a Alemanha (o país mais importante para os primeiros bolcheviques) e, necessariamente, a Polónia, a barreira natural em frente dela.

Segundo, mesmo a Ucrânia, tendo ganhado independência provisória durante a Guerra Civil, mostrou a Lenin a importância do fator nacional com a resistência feroz dos rebeldes camponeses, se não do seu exército. Por estas duas razões, a Ucrânia e outras repúblicas foram reconhecidas como estados-nações, com os seus próprios partidos comunistas, fronteiras definidas, etc. A Ucrânia e a Bielorrússia, tendo os seus próprios ministérios das relações exteriores, tomaram parte na fundação da Organização das Nações Unidas. Foi apenas uma formalidade, um truque? Sim, foi. Mas levou à revolução de veludo de 1991. Quando o partido comunista perdeu o poder, não havia nenhum impedimento formal de proclamar a independência. Um ponto muito importante: a Ucrânia moderna surgiu como estado-nação há mais de cem anos e não em 1991.

Na área de política linguística já não se pode falar em truques. A indigenização foi uma das causas maiores de preservação das línguas minoritárias mesmo com a russificação a ser retomada pouco a pouco. Porquê? Pela primeira vez as massas passaram a ser educadas obrigatoriamente — e não foi na língua do império, mas na sua própria língua. Nos anos vinte e trinta, a indigenização tinha dois níveis: no nível nacional desenvolvia-se a ucranização, mas no nível local foram tratadas com o mesmo respeito tais línguas como iídiche, polaca, russa, alemã, grega, búlgara, etc.

Aquela época também era a primeira em que a cultura de massa começou a ganhar importância. Toda a gente lia jornais e ouvia rádio. Depois da Segunda Guerra Mundial toda a gente começou a ver televisão, com a programação da emissora nacional e das emissoras regionais ficar na grande parte em ucraniano. As emissoras de Moscovo tiveram muito mais prestígio, claro.

7. O prestígio do russo durante a União Soviética

O prestígio é uma das palavras-chaves. Com cada década passada, especialmente na época do “socialismo desenvolvido”, teria sido mais difícil viver na Ucrânia sem perfeito domínio do russo. Mas era possível. Muito dependia da região, claro. Nas regiões ocidentais (na Galícia e em algumas em redor dela) mesmo nos anos setenta e oitenta era totalmente possível andar na escola, aprendendo russo como uma língua semi-estrangeira, ler apenas livros ucranianos, ouvir rádio e ver TV só em ucraniano, depois procurar trabalho mesmo na cidade de Lviv, etc. Mas o prestígio do russo influenciava as mentes cada vez mais fortemente — e a gente que agora está a reclamar a proibição total da língua e da cultura russas há quarenta anos, na grande parte, falava russo (na rua se não em casa) e tinha cartões de membro do Partido Comunista.

Esqueci dois acontecimentos com o impacto mais profundo: o grande terror e a grande fome artificial dos anos trinta. Há uma opinião difundida de que aquelas tragédias quase acabaram com a ucranização. Não foi o caso. O terror atingiu gente letrada em toda a União Soviética. O problema foi a nova nação ucraniana não ter uma classe educada firmemente estabelecida. A morte prematura de muitos dos seus representantes teve consequências drásticas para a cultura, sim — mas não para a língua. A qualidade da produção artística sofreu, mas o terror não reduziu o volume da produção em ucraniano. Não foi um problema sociolinguístico.

A grande fome foi uma parte da grande guerra contra a aldeia. O seu alvo foi usar as massas camponesas para industrialização e urbanização (e explorar o resto nos colcozes como escravos). Foram estes fatores sociais que causaram a mudança linguística profunda, como já disse acima. Há um mito de que as aldeias mais ou menos vazias foram repovoadas por camponeses russos — mas isto é uma simples mentira.

8. O retrocesso das línguas minoritárias

Na política linguística dos anos trinta houve apenas um retrocesso significativo: o cancelamento da indigenização no nível local. Ao mesmo tempo o grande terror incluiu as chamadas “operações nacionais” que dizimaram comunidades como a polaca, a alemã, a grega. Uns anos depois, os nazis mataram um milhão de judeus ucranianos. Aquilo e a onda de antissemitismo dos últimos anos de estalinismo quase acabaram com a riquíssima cultura na língua iídiche (mas mesmo neste caso os fatores internos foram tão importantes como a violência externa, com muitos judeus simplesmente a mudar de iídiche para russo).

Já no caso da língua ucraniana não se vê nenhuma ligação direta entre as tragédias acima mencionadas e a russificação. O ponto alto da ucranização foi o estabelecimento de liceus onde se ensinava tudo em ucraniano (apenas liceus agriculturais e pedagógicos). Isto aconteceu na metade dos anos trinta, isto é, depois da primeira onda do terror e depois da grande fome.

Como já disse, antes da dissolução da União Soviética não houve nenhuma volta definitiva à russificação. Apenas um enfraquecimento gradual da ucranização — com os fatores sociais a terem um papel mais importante do que a política do estado.

9. A independência e o prestígio russo na Ucrânia

Poderíamos pensar que tudo mudou com a independência de 1991. Não foi exatamente o caso. A lei que tornou o ucraniano a língua nacional foi votada em 1989, dois anos antes da dissolução da União Soviética, e permaneceu em vigor até 2012.

Um ponto importante: na Europa, não há nenhum país em que 30% da população tenha uma língua reconhecida como a sua língua materna, mas que fique na posição de uma língua minoritária e indesejável. Porém, o único censo na Ucrânia independente (o de 2001) mostrou que 30% chamavam o russo a sua “língua nativa”. O termo “língua nativa”, em uso corrente na Ucrânia, é tão ambíguo que, na verdade, é inadequado. Umas pessoas pensam na sua primeira língua como “nativa”, outras — na língua dos seus antepassados, mesmo sem dominá-la totalmente ou usando-a apenas como língua segunda.

A verdadeira percentagem de pessoas que falavam única ou predominantemente o russo no dia a dia em 2001 devia ser muito mais elevada do que 30%. Mas não nos podemos esquecer do súrjic. Estando ele na boca de milhões, pouca gente iria responder que falava súrjic, mesmo se a pergunta tivesse sido feita. O súrjic e o bilinguismo tornam a fronteira linguística muito porosa e até imaginária. Na verdade, trata-se não de realidade linguística mas de identificação com uma ou outra língua.

Na recusa em reconhecer o russo como a segunda língua oficial, Ucrânia juntou-se a países como o Paquistão e a Indonésia que têm tais línguas indesejáveis (e a percentagem dos falantes é ainda maior: de 40%). Porém — outro paradoxo — o estatuto oficial do ucraniano não pôs fim à russificação gradual e a importância deste estatuto oficial até aos últimos anos foi grande, mas menor do que parece de fora.

Nos anos noventa o papel dos processos sociais, mencionados acima, tornou-se o mais evidente. Continuava a urbanização. A cultura de massa ganhou uma relevância inimaginável nos tempos soviéticos. Com o prestígio do ucraniano a crescer, o prestígio do russo permanecia quase o mesmo.

10. A guerra de Putin e os direitos dos russófonos

A verdadeira mudança linguística que vemos agora, com o ucraniano a ganhar terreno rapidamente e o russo proclamado “a língua de inimigo” não oficialmente, mas na opinião de muitos, tem pouco que ver com a independência de 1991. A sua razão principal é outra: as repetidas tentativas de Putin de subjugar a Ucrânia de alguma maneira. Espero que todos saibam que a invasão russa na Ucrânia começou não em Fevereiro último, mas há oito anos — no início de 2014. Mas a primeira tentativa de pôr o nosso país sob o controlo do Kremlin ocorreu nos primeiros anos do século XXI. Usando pressão ardilosa, já no ano 2002 Putin fez com que fosse nomeado como primeiro-ministro ucraniano o seu fantoche — Víctor Ianukóvitch.

A Revolução Laranja foi exatamente a reação contra este ato de guerra híbrida. Anos depois, quando Ianukóvitch, já como o presidente ucraniano, perdeu a sua legitimidade, primeiro, com a reforma constitucional ilícita e, segundo, com a tentativa de fazer a Ucrânia um satélite da Rússia, ocorreu a segunda revolução deste tipo. Não foi nada um golpe de estado.

Infelizmente, desta vez Putin não queria reconhecer o seu insucesso e começou a guerra com a invasão da Crimeia. A sua agressão foi a única razão da mudança drástica do clima social. Na Ucrânia de há vinte anos havia muito pouco chauvinismo, mas não foi o caso há três anos. Antes de setembro de 2017 todas as acusações de discriminação de russófonos na Ucrânia da parte do Kremlin eram uma simples mentira. Mesmo sem o estatuto da segunda língua oficial o russo tinha tanto prestígio e era usado tão frequentemente que era de facto a segunda língua nacional. Porém, o presidente Porochenko, que quis usar a onda de chauvinismo para ganhar as eleições, apoiou a lei sobre educação de 2017. Esta lei, pela primeira vez, reduziu os direitos de uma grande parte da população ucraniana em função da sua origem étnica e da sua língua. Já tenho menos direitos do que os húngaros ucranianos e estes têm menos direitos do que as pessoas de etnia ucraniana.

A lei está a desacordo com a constituição ucraniana e mesmo com o código penal. Segundo este, tal discriminação é um crime. Mas a lei entrou em vigor e no ano 2019 foi votada mais uma lei anticonstitucional, a da língua ucraniana. Esta outra lei introduz a discriminação em muitas áreas fora da educação. Não espero nada de bom após a vitória ucraniana nesta guerra já não híbrida e muito mais terrível. Com tanta gente a sofrer, a nova onda de chauvinismo pode tornar-se bastante danosa para nós — a comunidade russófona da Ucrânia. A comunidade que na sua maioria está a defender o país tão fortemente como os falantes do ucraniano.

Repito que o único responsável pela situação é Putin. Com a sua pretensa proteção da língua russa não apenas matou milhares de russófonos ucranianos mas também fez as posições da língua na Ucrânia muito mais fracas. Com a sua pretensa desnazificação, Vladimir Putin tornou o sentimento chauvinista, quase inexistente na Ucrânia de há vinte anos, muito mais vigoroso. Se a Ucrânia de 2023 aceitar como o seu lema “nada contra a nação, tudo pela nação”, quem deve ser culpado é aquele que não quer acreditar sequer na existência da nação ucraniana.

____________


Serguéi Lúnin é russófono da Ucrânia Oriental. Nasceu e vive na cidade de Khárkiv. Frequentemente usa o ucraniano para escrever textos, dar entrevistas, conduzir apresentações.

Formou-se na universidade de Kharkiv, a mais antiga universidade do país que existe sem interrupções drásticas. É historiador e tradutor que trabalha com inglês e português.

Como historiador, tem duas principais áreas de trabalho: 1) os rebeldes camponeses ucranianos durante a Guerra Civil de 1917–1921; 2) o conflito linguístico em vários países, incluindo o Portugal de quinhentos, seiscentos e oitocentos, e a sua relação com o processo de criação de nações.

Já durante a guerra, saiu na Rússia um livro ucraniano sobre a luta de rebeldes nacionalistas de 1920 contra os bolcheviques, traduzido e amplamente comentado pelo Serguéi. Também escreveu o primeiro artigo académico em ucraniano sobre o conflito linguístico norueguês.

Foi tradutor das conhecidas obras Chernobyl: History of a Tragedy e The Gates of Europe: A History of Ukraine, de Serhii Plokhy (traduziu ainda várias outras obras do autor).








Fonte: 24.sapo.pt                        Link: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/como-a-lingua-nos-ajuda-a-entender-a-guerra-na-ucrania
 

Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #417 em: 27/09/2022, 11:37 »
 
Putin pode anunciar formalmente a anexação dos territórios ocupados na Ucrânia já esta sexta-feira

Por Francisco Laranjeira   em 10:47, 27 Set 2022


Fonte de imagem: multinews.sapo.pt

O presidente Vladimir Putin poderá anunciar formalmente a adesão dos territórios ocupados da Ucrânia esta sexta-feira, durante o discurso programado para as duas casa do Parlamento russo, garantiu esta terça-feira o Ministério da Defesa britânico, na última atualização do relatório dos serviços de Inteligência.

“Existe uma possibilidade realista de que Putin use o seu discurso para anunciar formalmente a adesão das regiões ocupadas da Ucrânia à Federação Russa. Os referendos atualmente em andamento nesses territórios estão programados para terminar a 27 de setembro [hoje]”, pôde ler-se na publicação.

“É quase certo que os líderes russos esperam que qualquer anúncio de adesão seja visto como uma defesa da ‘operação militar especial’ e consolide o apoio patriótico ao conflito. Essa aspiração provavelmente será prejudicada pela crescente conscientização interna dos recentes reveses da Rússia no campo de batalha e um desconforto significativo sobre a mobilização parcial anunciada na semana passada”, continuou.


Fonte de imagem: multinews.sapo.pt







Fonte: multinews.sapo.pt                       Link: https://multinews.sapo.pt/noticias/putin-pode-anunciar-formalmente-a-anexacao-dos-territorios-ocupados-na-ucrania-ja-esta-sexta-feira/

« Última modificação: 27/09/2022, 11:44 por Nandito »
 

Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #418 em: 27/09/2022, 11:43 »
 
Putin refugia-se em palácio secreto após anunciar mobilização parcial

CNN Portugal , HCL
Ontem às 19:34



Fonte de imagem: cnnportugal.iol.pt

Edifício fica entre Moscovo e São Petersburgo e até tem um edifício termal de três andares

Num momento em que a mobilização parcial decretada por Vladimir Putin gerou vários protestos violentos em várias cidades e levou milhares de cidadãos a fugirem da Rússia para não participarem na guerra na Ucrânia, o presidente russo decidiu refugiar-se num complexo palaciano secreto a meio caminho entre Moscovo e São Petersburgo.

A notícia está a ser avançada por vários media internacionais, baseados em informações apuradas pela jornalista independente russa Farida Rustamova, que cita três fontes próximas da agenda presidencial.

Putin terá viajado para este complexo de luxo, que se situa dentro de uma floresta, na quarta-feira e tem estado a descansar “o seu corpo e alma”, disse Rustamova numa publicação no Telegram.


Imagens obtidas pelo opositor Alexei Navalny do palácio onde Putin estará refugiado

De acordo com o Daily Mail, a casa onde Putin estará a descansar possui um edifício termal de três andares, onde funciona também uma piscina flutuante, um banho de lama e um salão de beleza.

Há pouca informação acessível ao público sobre a propriedade secreta de Putin, mas, segundo a Fundação Anti-Corrupção, criada pelo ativista russo Alexei Navalny, a residência é o escape favorito de Putin. A organização de Navalny afirma também que a propriedade é parcialmente detida por Yuri Kovalchuk - o bilionário que é descrito como o banqueiro pessoal de Putin.

De acordo com Farida Rustamova, Putin pretende permanecer no complexo até, pelo menos, quinta-feira. A jornalista também afirmou que o presidente russo tinha pré-gravado vários vídeos de reuniões, que a imprensa estatal russa pretende divulgar esporadicamente ao longo da semana, para tentar mascarar a sua ausência do público.


Imagem de satélite do complexo palaciano onde Putin estará a descansar

Rustamova disse que Putin partiu para o seu palácio no dia em que anunciou a mobilização militar parcial, numa tentativa de reforçar a invasão vacilante na sequência dos ganhos ucranianos.

A mobilização apenas afetaria russos já com experiência militar, segundo o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, que disse que seriam convocados 300 mil reservistas. No entanto, o próprio decreto tem termos muito mais amplos, semeando entre os russos receios de um recrutamento mais abrangente no futuro, fator que terá sido determinante para o êxodo de russos registado na última semana.







Fonte: cnnportugal.iol.pt                       Link: https://cnnportugal.iol.pt/putin/russia/putin-refugia-se-em-palacio-secreto-apos-anunciar-mobilizacao-parcial/20220926/6331ed280cf2f9a86eb79333
 

Online Nandito

Re: Tudo relacionado com a Guerra na Ucrânia
« Responder #419 em: 27/09/2022, 11:46 »
 
“Não é bluff. A Rússia tem o direito de se defender com armas nucleares se necessário”, avisa Medvedev

Por Francisco Laranjeira   em 10:35, 27 Set 2022


Fonte de imagem: multinews.sapo.pt

O antigo presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, levantou esta terça-feira, de forma explícita, o espectro de um ataque nuclear contra a UcrÂnia, garantindo que dessa forma a aliança militar liderada pelos Estados Unidos ficaria de fora do conflito com receio de um apocalipse nuclear.

O atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia assegurou que a o país tem o direito de se defender com armas nucleares se for levada além dos seus limites e isso “certamente não é um ‘bluff'”.

“Vamos imaginar que a Rússia seja forçada a usar a arma mais temível contra o regime ucraniano que cometeu um ato de agressão em larga escala que é perigoso para a própria existência de nosso Estado”, apontou Medvedev, na rede social ‘Telegram’.

“Acredito que a NATO não interferiria diretamente no conflito, mesmo nesse cenário”, disse Medvedev. “Os demagogos do outro lado do oceano e na Europa não vão morrer num apocalipse nuclear.”

“Além disso, tudo faremos para evitar que os nossos vizinhos, que são hostis para connosco, adquiram armas nucleares. Por exemplo, a Ucrânia nazi que é hoje diretamente governada pelos países da NATO”, continuou Medvedev

“Tenho de lembrá-los novamente – para aqueles ouvidos surdos que ouvem apenas a si mesmos. A Rússia tem o direito de usar armas nucleares se necessário”, reforçou o responsável político, acrescentando que o faria “em casos predeterminados” e em estrita conformidade com a política estatal. Segundo a doutrina nuclear da Rússia, Putin pode usar armas nucleares se o Estado enfrentar uma ameaça existencial, inclusive de armas convencionais.






Fonte: multinews.sapo.pt                         Link: https://multinews.sapo.pt/noticias/nao-e-bluff-a-russia-tem-o-direito-de-se-defender-com-armas-nucleares-se-necessario-avisa-medvedev/
 

 



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