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Autor Tópico: Joga Simples: o projeto de Tiago que promete revolucionar o desporto adaptado  (Lida 226 vezes)

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Joga Simples: o projeto de Tiago que promete revolucionar o desporto adaptado


Tiago Maia, o jovem que quer Jogar Simples

JOGA SIMPLES: O PROJETO DE TIAGO QUE PROMETE REVOLUCIONAR O DESPORTO ADAPTADO
Reportagem Joga Simples: o projeto de Tiago que promete revolucionar o desporto adaptado
MAIS DESPORTO11:00 • João Castro
Jovem de apenas 21 anos pratica ténis em cadeira de rodas e teve grandes dificuldades a encontrar um clube para treinar. Agora, não quer que outros atletas passem pelo mesmo

Tiago Maia perdeu a oportunidade de crescer de raqueta na mão. Desde que se lembra é um apaixonado pelo desporto, com as cadernetas de cromos na mão, mas sem encontrar um clube que lhe desse a oportunidade de fazer aquilo de que mais gostava: jogar ténis adaptado. Não havia cadeiras e condições de acessibilidade para um jovem que tinha nascido com paralisia celebral.

Há dois anos, Tiago preparava-se para desistir, mas o Ahead CT deu-lhe a mão. É agora um atleta feliz e concretizado, mas isso não chega. Tiago Maia quer jogar simples e adaptar o jogo. Aos 21 anos promete revolucionar o desporto adaptado em Portugal.

O que é o Joga Simples?

Nada melhor do que contado na voz do fundador. A BOLA esteve no passado dia 3 de fevereiro na Faculdade de Motricidade Humana, onde foi apresentado o Joga Simples, que consiste «na criação de uma base de dados atualizada onde recolhemos as informações relevantes sobre o desporto adaptada. Como diz o nome, Joga Simples é para simplificar o processo de iniciação do desporto adaptado. Notámos que as bases de dados em Portugal estavam incompletas e desatualizadas», explicou-nos Tiago Maia no final de um evento que contou com um forte apoio de várias entidades desportivas, como por exemplo a Federação Portuguesa de Basquetebol, Voleibol, Natação.


Pretende-se fazer um mapeamento ao nível de clubes, locais e responsáveis dispostos a acolher atletas com deficiência, mas também uma inventariação do material, porque Tiago já sentiu na pele o que é não ter meios para praticar desporto. «Eu jogo com uma cadeira de rodas que me foi cedida em 2022. Havia uma cadeira na federação de ténis que estava encostada a apanhar pó, quando andei cinco anos à procura...», lamentou.

Para jogar simples é tão simples como ir ao site oficial do projeto, onde tem o mapa de clubes. Tiago insiste que «a versão mobile ainda tem de ser trabalhada» e aconselha a todos os interessados acederem na versão desktop. O resto é com eles.


Para que não haja mais ‘Tiagos Maias’

«Se eu não tivesse tido a experiência que tive, provavelmente não teria pensado em fazer isto. Tive quatro/cinco anos à procura de clube, bati à porta de muita gente», contou a propósito do mote que o levou a criar o Joga Simples.

Mas Tiago é uma pessoa resolvida e realizada no que ao desporto diz respeito, porque houve alguém que lhe deu a mão. «Encontrei o Ahead CT numa fase 'desta vez, vai ou racha, já estou farto disto'. Ponderei desistir várias vezes. Tive muita gente a ajudar a procurar e disse mesmo 'malta, estou farto...'», frisou.

«Enquanto muitos clubes usaram quase como desculpa que não tinham cadeiras nem condições... o Ahead CT foi o oposto disso. A entrada do clube passou a ter uma rampa e os treinadores passaram a ter uma hora só para mim.»

Ainda assim, fica um amargo de boca por não ter começado mais cedo. Aos 21 anos, Tiago Maia é o mais jovem praticante de ténis em cadeira de rodas em Portugal. Lá fora, os melhores até chegam a ter 18 anos. Em Portugal, o número um tem 40 anos. «O top-4 nacional vai às provas internacionais e não levar 6-0 já é quase uma vitória», afirma.

«Durante cinco anos, eu perdi um ciclo paralímpico»

Na retina, fica-lhe uma conversa com Joaquim Nunes, selecionador nacional de ténis em cadeira de rodas: «Há cinco anos é que devias ter vindo e apanhava-te em ponto rebuçado... ». É o grande lamento de Tiago que acredita mesmo ter perdido um ciclo paralímpico em cinco anos. É também por isso que surge o Joga Simples. «É muito para que os Tiagos Maias que andem por aí tenham uma vida muito mais simples a nível desportivo», reforçou.

«Sou o praticante mais novo de ténis em cadeira de rodas em Portugal o que é horrível.»



Família «é o braço direito»

Perguntámos a Tiago Maia se o Joga Simples era a sua maior concretização pessoal. «É uma pergunta engraçada. Eu diria que provavelmente sim. Tem sido um trabalho super gratificante. Um obrigado também para a equipa. Sem eles não o teria conseguido», enaltece a propósito de um grupo de oito jovens, que o acompanharam desde a faculdade e da Paróquia de Santa Iria de Azóia. São eles Daniel Almeida, Ariana Gomes, Filipa Rua, Gonçalo Rua, Diego Thaumaturgo, Bernardo Rodrigues e Rita Grácio.


A equipa do Joga Simples
Mas nada seria possível sem o apoio da família, «o seu braço direito», que o acompanhou desde o primeiro segundo. «Tinha a minha mãe e tia a chorar. Os meus amigos também são sempre o braço direito. Tive a minha mãe e os meus amigos a preparar coisas para o evento até às 3h da manhã», contou-nos.

Porém, houve o dia do clique. O dia em que Tiago decidiu que não havia volta a dar. O dia do Joga Simples. «O clique real para o projeto foi numa fase em que andava mais chateado com a falta de acessibilidade e adaptações que são necessárias na sociedade. Uma amiga minha disse-me, 'das coisas que te chateiam, quais é que podes fazer alguma coisa?'. Aí, surgiu a ideia de fazer uma base de dados, arranjei mais gente e… conseguimos!»


Tiago Maia com a família
«Revejo-me no João Sousa enquanto jogador»

Tiago Maia com o seu ídolo, João Sousa

O grande ídolo de Tiago Maia no ténis é João Sousa, número 243 do ranking mundial e com quatro títulos no seu palmarés. Apesar de não poder ter estado presente no lançamento do Joga Simples, não deixa de ter um papel no projeto. «Pensei em convidá-lo não estivesse a seleção na Finlândia a disputar a Taça Davis. É um ídolo e revejo-me no João Sousa enquanto jogador. Em Portugal, não se percebe o quão difícil é chegar ao nível que ele chegou e não há ninguém como ele», sublinhou com um visível brilho nos olhos de quem fala de um ídolo.

«Tenho a felicidade de já ter estado com ele [João Sousa] algumas vezes, no Estoril Open [competição que o português venceu em 2018]. Quando fiz a minha primeira competição de ténis em cadeira de rodas, tive a coragem de lhe mandar mensagem a agradecer e a dizer: 'Vou fazer o meu primeiro torneio e vou jogar com o chapéu para trás como tu.' Se não tivesse aparecido um João Sousa eu não tinha passado a gostar de ténis», afirmou.

Presidente do Comité de basquetebol em cadeira de rodas também Joga Simples


Augusto Pinto com Tiago Maia
Como é que soube do projeto?

«Foi o Tiago que nos contactou. Era uma pessoa que estava aberta a criar novas facilidades para o desporto adaptado e desde o primeiro momento achámos que era importante esta parceria. Foi a Federação de basquetebol que mais elementos prestou para a criação do site, mas é importante que todo o desporto adaptado esteja lá espelhado. É muito disperso o que há até agora.»

Sente que em Portugal não se valoriza o desporto adaptado?

«Não temos a divulgação necessária do desporto adaptado, também por nossa culpa. Nós, federação, também temos de demonstrar às pessoas que, para praticar basquetebol de cadeira de rodas não há necessidade obrigatoriamente de andar todos os dias de cadeira de rodas. Pessoas que tenham outro tipo de deficiência podem praticar a modalidade, mas claro que têm de estar sentados numa cadeira. A barreira inicial muitas vezes é na família. Não é fácil os pais aceitarem que um jovem, que anda no dia-a-dia sem cadeira de rodas, se sente numa para praticar uma modalidade. Parece que é mostrar mais incapacidade que aquilo que ele tem. Isto é muito para que o desporto adaptado tenha visibilidade e não seja só descoberto de quatro em quatro anos porque há muitas medalhas nos Jogos Paralímpicos. Ele existe todos os anos e todas as épocas.»

Ter jovens como o Tiago dá esperança para o futuro?

«O Tiago é um exemplo vivo daquilo que neste momento está a acontecer nas camadas mais jovens. Conhece na pele as dificuldades que há na prática desportiva. É uma pessoa muito dinâmica e que tem uma boa capacidade de diálogo para demonstrar aquilo que pretende para o futuro do desporto adaptado. O nosso melhor divulgador são os jovens.»

O que diria a ele e aos restantes fundadores do projeto?

«É agradecer este trabalho que é exemplar. É um trabalho que andamos há imenso tempo para concretizar. O Tiago demonstrou a empatia e a coragem para levar este projeto para a frente e não é fácil.»

Qual vai ser o papel do Augusto e do Comité neste projeto?

«Nós estamos abertos no apoio ao Tiago no Joga Simples. Vamos ajudar as pessoas a terem mais acessibilidade nas informações. Não queremos que as pessoas com deficiência joguem apenas basquetebol em cadeira de rodas. Temos de ajudar nessa divulgação. É esse trabalho conjunto que tem de ser feito.»

Fonte: ABola
 

 



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