Coruja ganha prótese na pata em Uberaba e recupera locomoção
Ave ganhou prótese de resina após ter membro amputado.
Coruja precisou passar por trabalho comportamental até o implante.
Cristal ganhou prótese feita de resina, borracha e fixada com bandagem (Foto: Claudio Yudi/ Arquivo Pessoal)
Resina plástica em forma de bastão e uma base de borracha ganharam nova funcionalidade nas mãos do professor universitário e veterinário de Uberaba, Claudio Yudi, conhecido por usar a criatividade em prol do bem-estar de animais. A contemplada foi a coruja Cristal, de três anos. Após ser capturada pela Polícia de Meio Ambiente e ficar por cerca de um ano sob cuidados no Hospital Veterinário de Uberaba, a ave ganhou prótese para a pata esquerda, que estava amputada.
O veterinário afirma que, devido à herança do perfil selvagem, a coruja precisou passar por trabalho comportamental até o implante da prótese. “Ficamos só alimentando e tentando melhorar a ferida grande que ela tinha na pata, pela amputação. Durante esse ano conseguimos trabalhar o comportamento, porque ela se assustava muito fácil e era muito brava. Trabalhamos também com homeopatia e, depois, fizemos a prótese que é presa na pata da ave com uma bandagem”, contou.
O presente que Cristal ganhou é também uma preocupação para o veterinário, que crê que a coruja não deve se readaptar à vida selvagem, pois não tem as garras necessárias para caçar. Nos próximos 30 dias, a ave fica em observação para reavaliação do membro e, se preciso, reajustes na prótese.
“Está na fase de adaptação para ver se ela não vai querer arrancar. Pelo que vimos, foi útil e ela já percebeu a presença da nova pata. Por enquanto, ainda não há planos. Pela dificuldade em voltar a caçar por falta do membro, evitamos que ela seja solta”, explicou.

Segundo veterinário, ave não deve voltar paraa natureza (Foto: Claudio Yudi/ Arquivo Pessoal)
Invenções para avesCristal é a segunda ave que foi beneficiada com os experimentos do professor veterinário. Em 2013, uma seriema que havia sido atropelada ganhou uma prótese feita com cano de PVC e lixa antiderrapante para substituir uma das patas que precisou ser amputada. A ave foi transferida para o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Uberlândia.
Há cinco anos permitindo que os animais tenham de volta a locomoção, doutor Yudi reconhece que a satisfação e aprendizado equivalem à sensação de missão cumprida. “Esse trabalho é muito bom e é um aprendizado para nós, pois é um hospital escola em que os alunos estão aprendendo técnicas inovadoras e criativas. Além disso, a satisfação de retomar o bem-estar para a ave. É como a sensação de trabalho cumprido para dar mais estímulo para novos desafios”, destacou.
in G1