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..:: Deficiente-Forum - Mundo Animal : Responsável: Nandito => Saúde, Cuidados & Reabilitação => Tópico iniciado por: Neo em 29/08/2011, 17:15

Título: Lutas de gatos: Como separar as feras
Enviado por: Neo em 29/08/2011, 17:15
(http://arcadenoe.sapo.pt/img/articles/image_596.jpg)

Em casas onde há mais do que um gato, o perigo de lutas está sempre presente.

Os gatos são animais solitários e extremamente territoriais, têm todas as capacidades que lhes permitem sobreviver sozinhos e não dependem da família para se sentirem seguros, exceptuando as crias.

Motivo de discórdia

Ao forçar a convivência com outros animais, os gatos vêm-se forçados a adaptar o comportamento que lhes é natural.

Os gatos podem lutar por variados motivos: defesa de território, posição hierárquica ou agressão desviada.

Defesa de território

Os gatos são animais bastante territoriais, mais do que os cães. Tanto fêmeas como machos defendem o território. As fêmeas tornam-se ainda mais irritáveis se tiverem crias. Numa casa com 2 ou mais gatos, cada um tem de diminuir o território que dominam. Muitas vezes só reclamam como seu o espaço onde dormem ou onde guardam os brinquedos. Se um gato não respeitar as fronteiras do território, isso é razão mais do que suficiente para atacar na mente dos gatos.

Posição hierárquica

Quando há um ou mais gatos jovens a partilhar o espaço com um gato adulto, geralmente estabelece-se uma hierarquia em que o mais velho lidera. Ao crescerem, os jovens desafiam a liderança do alfa. O gato dominante geralmente ocupa o local mais alto da casa e por vezes marca (urina) no território (casa).

Agressão desviada

Os gatos podem atacar um outro gato como frustração por não poderem atacar quem realmente desejam, sobretudo os gatos de interior. Isto acontece geralmente quando o gato observa da janela um pássaro ou outro gato e não consegue alcançá-los. Os gatos quando ficam irritados entram num modo nervoso e violento do qual vão saindo progressivamente. Podem demorar algum tempo a acalmarem-se. Se nesse espaço de tempo encontrarem outro gato, podem descarregar nele a frustração.

A brincar ou a lutar?

A maioria das lutas entre gatos que convivem diariamente são a brincar. Os gatos aprendem as técnicas de caça e luta desde pequenos, com a progenitora e com os irmãos. Tudo começa com brincadeira e vai progressivamente tornando-se mais sério quando atingem a idade adulta.

Os gatos adultos permanecem brincalhões e lutam a brincar com tudo que lhes aparece à frente, objectos e animais. Mas por vezes o que começa como uma brincadeira pode tornar-se algo mais sério.

Não é difícil distinguir quando uma luta é a brincar ou fica mais séria. Nos dois casos, os gatos perseguem, bufam e mordiscam.

Alguns sinais de que a luta é a sério são:

Gritos - Se um dos gatos miar de dor, então a luta não é a brincar;
Dominância excessiva – Nas brincadeiras, os gatos tanto são o dominante como o dominado. Se não há troca de papeis a luta em princípio não é de “faz-de-conta”;
Bufar prolongado – Bufar duas ou três vezes é normal, mas se este comportamento se prolongar, então o gato prepara-se para atacar;
Feridas – Nas brincadeiras, os gatos não magoam o companheiro. Se um animal feriu o outro, então é porque a luta é a sério.


Por fim à luta

Os gatos quando se envolvem em lutas ficam de tal forma focados nela que têm dificuldade em aperceber-se do que se passa à sua volta. O nível de stress e  adrenalina estão no máximo e se se intrometer, é provável que o gato o ataque também na tentativa de atacar o outro gato.

Os donos ficam alterados quando se apercebem que os seus gatos estão a lutar. Por vezes gritam e esbracejam na tentativa de os separar, mas isso só piora. Os gatos respondem ao nível de stress do dono ficando ainda mais nervosos.

Borrifar o gato com água é desagradável na maioria dos casos, mas quando se trata de lutas não é um fio de água que os incomoda, a não ser que seja uma mangueirada no jardim para gatos de exterior.

O que geralmente resulta melhor é um som brusco que os assuste, como por exemplo, o barulho do aspirador, um assobio ríspido, bater com algo no chão, etc. O problema que pode surgir é o gato virar-se para a origem do barulho e atacar. O ideal é fazer o barulho à distância.

Pode resultar também utilizar uma vassoura e com alguma paciência ir empurrando um dos gatos para outra divisão. Esta forma não é tão imediata como a anterior, mas também não é tão penosa para os animais. Contudo, se a luta já estiver avançada, pode não haver tempo para uma solução mais “amigável”.

Caso os gatos respondam ao barulho da lata de comida ou de guloseimas, esta é outra forma de terminar uma luta. Mas é importante não utilizar este método de forma sistemática para não condicionar os gatos.

Descanso dos guerreiros

Após a luta deve dar ao gato tempo para se acalmar. Não pegue nele, não brinque com ele, feche-o numa sala com água, comida e brinquedos e deixe-o acalmar-se. O gato está pronto para interagir novamente quando começar a comer ou a fazer a higiene. Enquanto os gatos não mostrarem estes sinais de relaxamento, mantenha-os separados.

Prevenir

As lutas são normais no mundo dos gatos e o dono só deve interferir quando a luta já está demasiado séria. Convém contudo minimizar estes arrufos, já que os animais podem magoar-se. Torna-se importante perceber o motivo da luta e fazer os possíveis para que não se repita.

Convém manter as unhas dos gatos aparadas, para minimizar o perigo de lesões. Aconselha-se também a que cada gato tenha a sua caixa de areia, o seu recipiente de comida e água, os seus brinquedos e o seu “canto” para se refugiar. Para isso, não convém ter demasiados gatos, já que um maior número de animais aumenta as probabilidades de haver lutas entre eles.

Castrar/esterilizar machos/fêmeas pode ajudar a diminuir a agressividade, embora não seja certo que o faça. Estudos indicam que geralmente os gatos tornam-se menos combativos.

Fonte: arcanoe