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Autor Tópico: O sorridente afro-americano com quem deficientes contaram 11 Setembro  (Lida 609 vezes)

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Offline Eduardo Jorge

 
A escolha de Leon Heyward custou-lhe a vida. Enquanto a maioria dos passageiros do metro na 42 Broadway fugiu assim que a primeira torre caiu, o afro- -americano optou ficar a ajudar os funcionários deficientes a saírem dos escombros. Inalou pó e fumo contaminados e passados alguns meses adoeceu. Pai de dois filhos, Heyward, que - como qualquer mulato que se preze - sempre se gabou da sua condição física, começou primeiro por sentir-se inexplicavelmente cansado. Depois vieram convulsões e falhas de memória. Inspector disfarçado para o departamento dos assuntos do consumidor em Nova Iorque, esquecia-se de onde estava e deixou de conseguir exercer a profissão.

"Foi difícil vê-lo deixar de ser forte e musculado e sempre a correr para o ver ali sentado", disse a sua ex-mulher, Monique Heyward. Depois de lhe ter sido diagnosticado um linfoma, Leon morreu, no Bronx, no dia 13 de Outubro de 2010, aos 45 anos, tornando-se a mais recente vítima do 11 de Setembro. Três dias depois os resultados da autópsia confirmaram que o cancro nos pulmões tinha sido provocado pela poeira tóxica do Ground Zero.

Ontem de manhã, o nome Leon Bernard Heyward - aliás, mal pronunciado, "Lennon", segundo a irmã, Leona Hull, que estava emocionada de mais para ir à cerimónia e optou por ficar em casa a ver a transmissão pela televisão - foi lido pela primeira vez enquanto os Estados Unidos pararam para relembrar as perdas. Além do seu nome foram lidos mais 2751 e na Casa Branca foi feito um minuto de silêncio. Barack Obama deslocou--se depois ao Pentágono, onde há dez anos 184 pessoas morreram. E como as autoridades norte-americanas estavam em alerta máximo uma falha de comunicação entre a Guarda Costeira em exercícios de rotina e as autoridades leva o FBI a entrar em acção, causando entre outras coisas, algum alarido e atrasos nas partidas no Reagan National Airport.

Em Nova Iorque, a leitura dos nomes das pessoas que morreram foi outra vez a peça central de um ritual que não perde a emoção com os anos. Mesmo com a manhã cinzenta e ventosa na Big Apple, as pessoas não deixaram de participar na homenagem. Segundo o "The New York Times", vários familiares e amigos mantiveram-se debaixo da chuva a chorar pelos que partiram e alguns mostravam ainda alguma dificuldade em verbalizar o que sentiam.

Os familiares das vítimas foram autorizados a visitar o local onde está a ser construído um monumento de homenagem - cascatas formadas por quadrados nos lagos que ocupam agora o lugar do Ground Zero. Alguns deixaram lá flores, outros fotografias emolduradas e embrulhadas em plástico para não se estragarem com a chuva. Quatro minutos de silêncio aconteceram para assinalar os dois choques contra as torres e a sua queda. Vários políticos, como o vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, e o antigo presidente da câmara de Nova Iorque, Rudolph W. Giuliani, participaram no evento, lendo poemas e discursando aos familiares.

Apesar do divórcio, em 2001, Monique Heyward manteve-se próxima do ex-marido até à morte e foi convidada para a cerimónia íntima de ontem. Ao "The New York Times" confessou que a sua inclusão na lista foi agridoce para a família. "Por um lado é óptimo que ele seja homenageado todos os anos", explicou Monique, a viver há três anos na Carolina do Norte. Mas "reviver" a perda "todos os anos" poderá ser mais difícil para os filhos do casal, Saiydah, de 18 anos, e Leon, de 22. "Não houve um dia que eu tivesse passado sem falar com ele", afirmou, recordando que tinham começado a namorar na Holy Cross Elementary School, no Bronx. "Era um grande pai. Tudo o que fazia era para os filhos." Heyward era conhecido no mundo da música pelo nome de MC Sundance e foi membro dos Jazzy Five, um dos primeiros grupos de rap a nascerem no Bronx Sul durante os anos 70. De acordo com declarações do seu chefe, Hector Serrano, o sorridente afro-americano era "daquele tipo de pessoas com quem se pode sempre contar". E a regra aplicou-se até ao fim.

Fonte: Jornal i
 

 



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