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..:: Deficiente-Forum - Temas da Actualidade ::.. Responsável: Nandito => Bem - Estar, Saude e Qualidade de Vida => Tipos de Doenças => Tópico iniciado por: Anibal em 06/09/2011, 09:43

Título: Cancro do pulmão
Enviado por: Anibal em 06/09/2011, 09:43
Cancro do pulmão
A maioria das formas de cancro do pulão tem a sua origem nas suas células dos pulmões; no entanto o cancro pode propagar-se (metástase) ao pulmão a parte de outras partes do organismo. O cancro do pulmão é o mais frequente, em homens quer em mulheres, e o mais importante, pois é a causa mais frequente de morte causada por cancro tanto em homens como em mulheres.

Causas
O hábito de fumar cigarros é a causa principal em 90% dos casos de cancro do pulmão. O cancro do pulmão. O cancro do pulmão aumentou nas mulheres devido ao costume mais difundido de fumar cigarros quantos mais cigarros se fumarem, o maior risco é se contrair o risco de cancro do pulmão.   
Uma proporção de cancro do pulmão 10% a 15% nos Homens e 5 % nas Mulheres) é consequência das substâncias que se encontram ou que se aspiram no local de trabalho. Trabalhar com amianto, radiação, arsénico, crómio, níquel, éter clorometilico, gás mostarda e emissões de coque dos fornos relaciona-se com o cancro do pulmão, uma proporção de cancro do pulmão (entre 10 a 15% nos homens e 5% nas mulheres) a consequência das substâncias que se encontram ou que se aspiram no local de trabalho com amianto, radiação, arsénico, crómio, níquel, éter cloromatilico, mostarda e emissões do coque dos fornos relaciona-se com o cancro do pulmão embora, geneticamente, só nas pessoas que também fumam cigarros. Esta por determinar o papel que a poluição do ar desempana como causador do cancro do pulmão. A exposição ao gás radão em ambiente doméstico pode ser importante num número reduzido de cancro. Às vezes, algumas formas dos pulmões, especialmente adenocarcinoma e o carcinoma de células alveolares, verificam-se em pessoas cujo pulmão tem cicatrizes produzidas por outras doenças pulmonares, com a tuberculose e a fibrose,
Tipo de cancro do pulmão
Mas de 90% dos cancros do pulmão começam começa nos brônquios As grades vias arérias que levam o ar aos pulmões), este cancro em particular denomina-se carcinoma brônquico. Estes tipos destes cancros são o carcinoma epidermóide, o carcinoma de células pequenas (células em forma de grão de aveia), o carcinoma de células grandes e o adenocarcinoma. O carcinoma de células alveolares origina se nos sacos de ar os pulmão (alvéolos). Embora este tipo de cancro possa ser um tumor único, desenvolve-se com frequência em Mais de uma zona do pulmão. Os tumores dos pulmões menos frequentes são o adenoma brônquico (que pode ou não ser canceroso), o hamartoma condromatoso (não canceroso) e o sarcoma (canceroso). O linfoma e o tipo de cancro linfático que pode começar nos pulmões ou propagar-se aos pulmões. Propagam-se aos pulmões muitas formas de cancro que tem origem em qualquer parte do organismo. O cancro estende-se aos pulmões muito frequentemente a partir da mama, do cólon, da próstata, do rim, da tiróide, e do estômago, do colo do útero, dos testículos, dos ossos e da pele.

Sintomas os sintomas de cancro do pulmão dependem do tipo de cancro, da sua localização e só seu modo de propagação. De modo geral o sistema principal é uma tosse persistente. As pessoas com bronquite crónica que desenvolvem cancro do pulmão percebem com frequência que há sua tosse pioram. A expectoração pode estar manchada de sangue se o cancro invadir os vasos sanguíneos subjacentes pode causar pode causar hemorragias graves. O cancro pode provocar sibilos devido ao estreitamento da via aérea em que se desenvolve. A obstrução de um brônquio pode ocasionar o colapso da parte do pulmão alimentado por esse brônquio, criando uma infecção denominada atelectasia. Outra consequência pode ser uma pneumonia com tosse, febre dor torácica e dispneia. Quando o tumor cresce no interior da parede torácica pode produzir uma dor de peito persistente. Os sistemas posteriores consistem na perda de apetite, emagrecimento e debilidade. O cancro do pulmão ocasiona muitas vezes a acumulação de liquido à voltado pulmão (derrame pleural) que crdioproduz dispneia se o cancro se propaga para o interior dos pulmões, pode causar despendia concentração de oxigénio no sangue e insuficiência cardíaca.

















O cancro pode crescer no interior de certos nervos do pescoço, fazendo com que uma pálpebra fique só semiaberta, provocando a contracção da pupila, o afundamento do globo ocular e uma redução da transpiração de um lado da cara. Estes sintomas em conjunto conhecem-se como a sindroma do horner, o cancro na parte alta do pulmão pode crescer no interior dos nervos que controlam o braço, produzindo dor, insensibilidade e perda de força no menos. Pode também lesionar os nervos que vão para a cavidade dos órgãos da função, produzindo rouquidão. O cancro pode crescer directamente no esófago ou parte dele e pressiona-lo, dificultando a deglutição em alguns casos, desenvolve-se um canal anormal (fistula) entre o esófago e os brônquios, provocando ataques agudos de tosse durante a deglutição alimentos e os líquidos porem nos pulmões. O cancro do pulmão pode crescer dentro do coração, provocando uma frequência cardíaca anormal, uma dilatação ou liquido no pericárdio que envolve o coração pode crescer à volta da via cava superior (uma grande veia do interior do tórax). A obstrução desta via faz com que o sangue se reflua para as outras veias da parte superior do corpo as vias da perda do tórax ganham. Volume a cara e o pescoço e a parede torácica superior, incluindo as mamas incham e adquirem uma cor arroxeada a doença também causa dispneia, dor de cabeça visão enevoada vertigens e sonolência. Estes sintomas em geral principalmente quando a pessoa se inclina para diante ou se deita. O cancro do pulmão pode também propagar-se também pela corrente sanguínea para fígado, cérebro as glândulas supra- renais e os ossos. Isto pode ocorrer na primeira fase da doença especialmente de trata de um carcinoma de células pequenos sintomas como insuficiência hepática, confusão, convulsãoes e dores ósseas podem verificar-se antes que seja evidente qualquer anomalia pulmonar. O que dificulta um diagnostico precoce.

Algumas formas de cancro do pulmão têm o seu efeito noutros pontos afastados dos pulmões, como perturbações metabólicas, musculares (sindromas paraneoplásicas). Estes sintomas não têm relação com o tamanho ou a localização do cancro do pulmão e não indicam necessariamente que este se tenha propagado para além do tórax dado que são causadas por substâncias segregadas pelo cancro. Estas perturbações podem ser os primeiros sintomas de cancro ou o primeiro indício de que o cancro reapareceu depois do tratamento. Um exemplo do sindroma paraneoplásico é a sindroma de eston lambert, caracterizada por um debilidade muscular extrema é a outra debilidade muscular e a dor causadas pela inflamação (polimiosite), que além disso podem acompanhar-se por uma inflamação da pele dermatomiosite.
Algumas formas de cancro do pulmão segregam hormonas ou substâncias semelhantes as hormonas, cujo resultado é uma concentração anormal de hormonas. Por exemplo o carcinoma de células pequenas pode segregar a adrenocorticotrooina, causando a sindroma de cushing, ou a hormona antidioretica, causando uma repetição de líquidos e a baixa e a baixa da concentração do sódio no sangue a produção excessiva de hormonas também pode a chamada sindroma carcinóide avermelhamento da pele, respiração sibilante, diarreias e alterações nas válvulas cardíacas. O carcinoma de células escamosas pode segregar uma substância semelhante à hormona responsável por elevar os valores no cálcio do sangue outras sindromas hormonais relacionadas com o cancro do pulmão inclui o aumentos do tamanho das mamas nos homens ginecológica e uma produção excessiva de hormona tiróideia (hipertiroidismo). Também se verificam alterações cutâneas com o escurecimento da pele nas axilas. O cancro do pulmão pode inclusive alterar a formados dedos das mãos e dos pés mudanças nas extremidades dos ossos longos as quis se pode observar nas radiografias.

Diagnostico
O medico investida a possibilidade de cancro do pulmão quando em doentes, especialmente em fumadores, tem acessos de tosse persistente ou que pioram ou quando apresenta algum sintoma de perturbação pulmonar. As vezes uma sombra numa radiografia tórax de algum que não tem sintomas pode ser o primeiro indicio do processo. A maioria dos tumores do pulmão detecta-se numa radiografia do tórax, embora esta possa passar por cima dos pequenos tumores. Dado que uma radiografia mostra somente uma sombra no pulmão, não fornece uma prova segura de cancro. Por isso, é necessário um exame ao microscópio de uma amostra de tecido.  As vezes uma amostra de expectoração) também se pode praticar uma broncoscupia para obter uma amostra de tecido. Se o cancro for demasiado profundo para ser alcançado por um broncoscopio o médico pode obter uma amostra mediante a inserção de uma agulha através da pele equipamento efectua uma tomografia axial computorizada (TAC) como guia; este procedimento denomina-se biopsia com uma agulha. As vezes, a amostra é obtida através de um procedimento cirúrgico denominado toracotomio, o exame pela TAC podem apresentar as pequenas manchas que não aparecem nas radiografias do tórax a TAC pode também provocar um possível crescimento dos gânglios linfáticos. no entanto, recorre-se frequentemente a uma biopsia( extracção de uma amostra para um exame ao microscópio) para deter mina se aumento do volume provém de uma inflamação ou de um cancro. A TAC do abdómen ou da cabeça pode mostrar-se o cancro se propagou ao fígado às glândulas super renais ou ao cérebro uma gamagrafia óssea pode evidenciar que o cancro se propagou aos ossos. Dado que o carcinoma de células pequenas tende a propagar-se, o médica as vezes efectua uma biopsia de medula óssea extracção de uma amostra para o seu exame ao microscópio). A classificação da formas de cancro baseia-se no tamanho do tumor, na sua possível propagação dos gânglios linfáticos próxima e na sua possível propagação a órgãos distantes as diversas categorias denominam-se fases cada fase de um cancro tem o seu tratamento mais apropriado e permite ao medico estabelecer o prognostico.





Tratamento 
Os tumores brônquicos não cancerosos, geralmente, extirpam-se cirurgicamente, dado que pode obstruir os brônquios e tornaram-se cancerosos com o tempo. Muitas é difícil confirmar que um tumor na extremidade dos pulmões cujo canceroso até que esse tumores seja extirpado para o seu exame microscópio. A cirurgia é possível, as vezes, em formas de cancro diferentes do carcinoma de células pequenas que não se tenham propagado para além do pulmão apesar de ser poder extirpar cirurgicamente entre 10% e 35% das formas de cancro, infelizmente os resultados nem sempre são a cura. Entre os doentes submetidos à extirpação de um tumor isolado de crescimento lento, entre 25%e 40% sobrevivem pelo menos cinco anos a contar do diagnóstico estes doentes devem submeter-se submeter a controlos regulares porque o cancro do pulão recidivo há 6% a 12% dos doentes operado. Esta percentagem e muito mais elevado entre os que continuam a fumar depois da intervenção. Antes da cirurgia o medica efectua provas de função pulmonar para determinar se o pulmão que fica tem capacidade suficiente. Se os resultados dos testes não foram satisfatórios, é possível que não possa praticar-se uma intervenção cirúrgica, variando de uma pequena parte de um lobo pulmonar à totalidade do pulmão. As vezes um cancro tem a sua origem noutro lugar do organismo e propaga-se aos pulmões. Este só pode extirpar depois de ter sido extirpado o tumor original. Não é um procedimento que se recomende com frequência uma vez que só 10% conseguem sobrevivem 5 anos ou mais a esta intervenção. Infelizmente, a cirurgia não e útil quando o cancro se propaga para alem do pulmões, quando esta demasiado próximo da traqueia ou quando o indivíduo sofre de outras doenças graves por exemplo uma doença cardíaca ou pulmonar grave). Pode aplicar-se radioterapia aos doentes que não podem ser operados porque sofrem de outras doenças graves. Nestes casos o objectivo de radioterapia não e a cura, o retardar da evolução do cancro. A radioterapia é também útil para controlar dor de ossos a sindroma da veia cava superior e a compressão da medula espinal no entanto, a radioterapia pode inflamar os pulmões peneumonite por radiações). Ocasionando tosse dispneia e febre estes sintomas aliviam-se croticosteróides. Nenhum tratamente de quimioterapia resulta particularmente eficaz a não ser que o cancro do pulmão seja do tipo de células pequenas. Neste ultimo caso. A cirurgia não é considerada uma opção valida dado quase sempre no momento do diagnostico o carcinoma de células pequenas do pulmão já se propagou a outra parte diferente do organismo.  Em contrapartida este cancro trata-se com quimioterapia por vezes combinada com radioterapia a quimioterapia prolonga a vida de forma significativa entre 25%dos doentes. Os indivíduos que sofrem de carcinomas de células pequenas do pulmão são o que responde bem à quimioterapia podem recorrer à radioterapia para tratar o cancro se este se encontrar no cérebro muitos indivíduos que sofrem de cancro do pulmão experimentam uma diminuição substancial de função pulmonar, estejam ou não em tratamento. A terapia com oxigénio e os fármacos que dilatam as vias respiratórias podem aliviar as dificuldades respiratórias. Também em muitos casos de cancro do pulmão avançado o doente sente dor e é tal a dificuldade para respirar que deve administrar se-lhe um medicamento narcótico durante a fase terminal que pode durar semanas ou meses. Felizmente, nos narcóticos administrados em doses adequadas produzem alívio sustentável.           
Título: Re: Cancro do pulmão
Enviado por: Nandito em 31/10/2022, 16:01
Cancro do pulmão: "Rastreio só será realidade com uma mudança das prioridades estratégicas"

Nuno de Noronha
31 out 2022 15:29


(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=NjgzqmAEJCg11eU4UGnPsPCNxMtHuXnwVkqPvJXul/XeC1AlojK5vAvkkjemhvfTJoIMZVRCZGYES2axTg4w1MX9cgVoDhCKX1FxCwvk2g5v4ns=)
Fonte de imagem: lifestyle.sapo.pt

O cancro do pulmão é o cancro que causa mais mortes na Europa. Em Portugal, e só em 2020, 5.415 portugueses foram diagnosticados com esta doença que matou, nesse mesmo ano, 4.797 pessoas. Falámos com Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale - Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão.

Todos os dias 12 portugueses são diagnosticados com Cancro do pulmão e 11 morrem pela doença. O cancro do pulmão continua a demonstrar uma taxa de sobrevivência muito baixa, sendo a probabilidade de sobreviver de apenas 15% cinco anos após diagnóstico.

Falámos com Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale - Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão.

Porque é essencial termos um rastreio nacional do cancro do pulmão?

O cancro do pulmão continua a ser a doença oncológica que mais mortes provoca em Portugal e na União Europeia.

Em Portugal, o diagnóstico continua o ocorrer em mais de 60% numa fase avançada da doença o que se traduz numa taxa de mortalidade e custos de tratamento elevados.

A existência de um rastreio nacional para o cancro do pulmão assume-se da maior relevância para aumentar o diagnóstico precoce, naturalmente com um melhor prognóstico para os doentes.

O que está a travar a sua implementação?

Há muitos anos que se estuda a melhor forma de efetuar este rastreio. Decorreram vários estudos que conduziram à metodologia hoje em dia seguida.

Implica ainda estar assegurada uma correta referenciação para que todos os participantes no rastreio com achados no TAC sejam atempadamente seguidos e tratados.

O rastreio do cancro do pulmão só será realidade com uma mudança das prioridades estratégicas a nível dos decisores em saúde, em que se passe a considerar a deteção precoce e tratamento em fase inicial do doente um ganho em saúde e não mais um custo a acrescer.

Quais são os principais sinais e sintomas desta doença?

Os principais sinais e sintomas do cancro do pulmão vão desde a falta de ar, a tosse persistente ou com expectoração com sangue, dor no peito, infeções respiratórias repetidas, rouquidão, fadiga.

No entanto, muitos destes sinais são comuns a outras patologias e quando surgem, num fumador, são muitas vezes associadas ao próprio consumo de tabaco.

Mas importa ainda realçar que muitas vezes são impercetíveis ou leves e como tal desvalorizados, o que induz a um diagnóstico em fase avançada onde existem sintomas de outra natureza.

Que sinal nos deve fazer procurar um médico?

Desde logo perante um dos sintomas já referidos.

Sabemos que o tabagismo é um dos principais fatores de risco do cancro do pulmão, mas não é o único. Quais são os outros?

O tabagismo é o principal facto de risco , constituindo assim a sua principal causa evitável, estimando-se que seja responsável por mais de 80% dos casos detetados.

A poluição atmosférica, a exposição a certos materiais, como: radão e amianto, e a determinados agentes cancerígenos, são os outros principais fatores de risco conhecidos.

O cancro do pulmão pode ser genético?

Há situações em que ocorreram vários casos de cancro do pulmão em membros da mesma família e que têm estado a ser estudados, como em mulheres não fumadoras, mas em que se terá concluído, desde início, a exposição a determinados fatores de risco, com ao gás radão. Não existindo ainda dados definitivos, continua-se a efetuar estudos sobre essa possibilidade

Muitas vezes confunde-se, na população, o cancro do pulmão com metástases pulmonares. São coisas diferentes, certo?

Cancro do pulmão e metástases pulmonares são duas coisas diferentes, por vezes confundida pela população.

Cancro do pulmão é um carcinoma pulmonar, isto é, com origem no pulmão.

Metáteses pulmonares correspondem a tumores originados noutros órgãos, tais como: mama, rim, ou outros.

Por que motivo a taxa de sobrevivência do cancro do pulmão a cinco anos é tão baixa (cerca de 15%)? Quais os principais fatores a concorrer para esse resultado?

A taxa de sobrevivência do cancro do pulmão a 5 anos, embora com melhoria ao longo dos últimos anos, continua francamente baixa e aquém do que seria desejado.

O diagnóstico da doença em fase avançada justifica essa situação, associando esta patologia a um peso de morbilidade e mortalidade elevados e a um custo igualmente elevado a nível do tratamento.

É possível intervir e salvar mais vidas?

Como prioridades elencaria:

Desde logo investindo na prevenção, associada maioritariamente a uma causa conhecida.

Efetuado o diagnóstico precoce onde a implementação do rastreio de base populacional assumirá papel fulcral.

No que toca ao acesso a tratamentos, qual a situação de Portugal?

A nível dos tratamentos não somos o país com o acesso mais rápido à inovação. No entanto, não será ao nível do tratamento propriamente dito que comparamos pior com outros países congéneres. O panorama da saúde doença em Portugal só se tornara sustentável no tempo, e trará ganhos em saúde à população, quando ocorrer uma mudança de paradigma, privilegiando o bem-estar dos cidadãos, a prevenção, o diagnóstico precoce e a correta articulação entre os vários agentes na resposta dos cuidados de saúde.

Foi fundamentalmente em 2020 e 2021, nomeadamente com o Estudo Nelson, que passou a existir um consenso alargado sobre o custo efetividade de este rastreio através de uma TC de baixa dose e que se estendeu a sua implementação a um numero alargado de países.

Atualmente a comissão Europeia acabou de incluir este rastreio nas recomendações sobre rastreios no âmbito dos planos nacionais Oncológicos.

Trata-se de um rastreio que exige a congregação de bastantes recursos, desde logo, equipas multidisciplinares, profissionais qualificados e equipamentos dispendiosos.







Fonte: lifestyle.sapo.pt                       Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/cancro-do-pulmao-rastreio-so-sera-realidade-com-uma-mudanca-das-prioridades-estrategicas
Título: Re: Cancro do pulmão
Enviado por: Nandito em 23/05/2024, 10:39
Cancro do Pulmão: Hospital de São João já tem uma nova técnica com navegação eletromagnética para deteção precoce de lesões
Conselhetório
23 mai 2024 07:00


(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&png=1&delay_optim=1&webp=1&epic=NWIy55r2P2AgZ6YawYU6ViLsBOhNcqVgW5kD8QDGjT9VtjcS2dReBjiRRPHZRPiHhmHb/kO5EayoNIHsIpU8HsoWbplTKaORMptm6KbHZhL72/g=)

O novo equipamento representa um enorme avanço no diagnóstico precoce do cancro do pulmão, ao permitir realizar biópsias de nódulos pulmonares habitualmente ocultos na broncoscopia convencional.

O Serviço de Pneumologia do São João dá início a procedimentos de broncoscopia com navegação eletromagnética, com vista a melhorar a capacidade de diagnóstico precoce do cancro do pulmão com possibilidade de terapêutica cirúrgica curativa. “Esta inovação é importante numa altura em que se discute a implementação de um programa de rastreio do cancro do pulmão, que coloca uma nova pressão sobre os serviços para a realização de biópsias.”, explica Venceslau Hespanhol, diretor do serviço de Pneumologia.

“A aquisição deste equipamento representa um enorme avanço no diagnóstico precoce do cancro do pulmão, permitindo realizar biópsias de nódulos pulmonares periféricos inferiores a 2 cm, habitualmente ocultos na broncoscopia convencional.”, acrescenta Helder Novais e Bastos, pneumologista do São João.

Assim, o serviço de Pneumologia é dotado de uma capacidade de diagnóstico mais célere, fruto da possibilidade de identificar o nódulo pulmonar sem necessidade de realização de biópsia aspirativa. Deste modo, o serviço passa a realizar a biópsia de nódulo pulmonar por Endoscopia e Ecoendoscopia, o que reduz o tempo até ao tratamento e representa um ganho de eficiência, uma vez que permite a realização dos procedimentos em simultâneo, evitando uma segunda vinda do doente à ULS São João e, consequentemente, a necessidade de um tempo anestésico adicional. Além disso, esta abordagem por via endoscópica apresenta uma taxa de complicações bastante inferior à taxa associada à realização de biópsia aspirativa, passando de 16% para 3%.

“Estamos empenhados na prestação de cuidados mais avançados e com tecnologia de ponta à nossa população. Este foi o primeiro equipamento da sua geração a entrar em funcionamento em Portugal, apresentando maior precisão do que as versões anteriores, com uma rentabilidade diagnóstica mais próxima da biópsia transtorácica guiada por TAC.”, explica Helder Novais e Bastos.

(https://thumbs.web.sapo.io/?W=770&H=0&png=1&delay_optim=1&webp=1&epic=MTA5/S0dbZpsSGyiZDy/uzJbfbIQAYbGUntsI2KcoKwOclHd7vHQstmWHwKYKJ2713XZVAzq4mtLTRH/WDpiBtEHCRqYwC29UKJEtXymVehRSv4=)
O novo equipamento representa um enorme avanço no diagnóstico precoce do cancro do pulmão, ao permitir realizar biópsias de nódulos pulmonares habitualmente ocultos na broncoscopia convencional

Nesta primeira fase de implementação da navegação eletromagnética, foram selecionados doentes com base na elevada suspeita de lesões pulmonares malígnas e a quem a biopsia transtorácica apresenta maior risco de complicações pela localização das lesões.

A redução do tempo entre a suspeita inicial de lesão e o início do tratamento torna-se premente quando se pensa que a reduzida taxa de sobrevivência reflete a grande percentagem de doentes diagnosticados com doença localmente avançada ou metastática. Quando a doença é diagnosticada em estados mais avançados, a taxa de sobrevivência aos 5 anos é de apenas 6%. Com um diagnóstico mais célere, com a doença localizada, a taxa de sobrevivência sobe para os 60%. Estima-se que cerca de 24% dos casos identificados em Portugal se encontram em estádio localmente avançado e cerca de 59% com doença metastática.






Fonte: lifestyle.sapo.pt                       Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/cancro-do-pulmao-sao-joao-inicia-nova-tecnica-com-navegacao-eletromagnetica-para-detecao-precoce-de-lesoes?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
Título: Re: Cancro do pulmão
Enviado por: Nandito em 23/08/2024, 13:55
Há sete países que começam a testar vacinas contra o cancro do pulmão

MadreMedia
23 ago 2024 10:39


(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=ODZjRMDTpAeHMtmoXaSeGZqR2/eKtFND9kxKQ0qS5xa8XUDiUY5u6f+yX6n1CAr0mbx2wLfGKRVHSYUNpv9BW8ehv+/GaXob1tDqFoQ1B+ixJl4=)

Os médicos começaram a testar em doentes a primeira vacina do mundo contra o cancro do pulmão com mRNA, tendo os especialistas saudado o seu potencial “inovador” para salvar milhares de vidas.

De acordo com o The Guardian, os especialistas estão a testar uma nova vacina que dá instruções ao organismo para perseguir e matar as células cancerígenas, impedindo-as de regressar.

O ensaio clínico de fase 1 foi lançado em 34 centros de investigação em sete países: Espanha, Reino Unido, Alemanha, Hungria, Polónia, Turquia e EUA. É a primeira vez que esta vacina é testada em humanos.

Conhecida como BNT116 e produzida pela BioNTech, a vacina foi concebida para tratar o cancro do pulmão de células não-pequenas (CPNPC), a forma mais comum da doença.

Esta vacina utiliza RNA mensageiro (mRNA), semelhante às vacinas contra a Covid-19, e funciona através da apresentação ao sistema imunitário de marcadores tumorais de CPNPC, de modo a estimular o organismo a combater as células cancerígenas que expressam esses marcadores.

O objetivo é reforçar a resposta imunitária de uma pessoa ao cancro, deixando as células saudáveis intactas, ao contrário da quimioterapia.

De recordar que o cancro do pulmão é a principal causa de morte por cancro em todo o mundo, sendo responsável por cerca de 1,8 milhões de mortes por ano. Além disso, as taxas de sobrevivência das pessoas com formas avançadas da doença, em que os tumores se espalharam, são particularmente baixas.





Fonte: 24.sapo.pt                     Link: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/ha-sete-paises-que-comecam-a-testar-vacinas-contra-o-cancro-do-pulmao?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
Título: Re: Cancro do pulmão
Enviado por: Nandito em 19/11/2024, 09:32
Tratamento personalizado no cancro do pulmão: o que preciso de saber?

Conselhetório
Rita Rosa - Médico/a
19 nov 2024 08:00


(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=NjE59QCNJdP3+Nc+rGcjSv4i0Q+cmshIXnkmYB23DT67gtWmyxm10cXgKDypliUlri492U3AMYnngpO46cdLReQgJZUJg02exvxvYuLGdBo46DU=)

Um artigo da médica Rita Rosa, pneumologista oncológica do IPO Lisboa.

Nos últimos anos, assistimos a uma revolução no tratamento do cancro do pulmão, particularmente no cancro do pulmão de não pequenas células com alterações genéticas acionáveis. Como médica pneumologista oncológica do IPO de Lisboa, acompanho de perto os benefícios e desafios das novas terapêuticas que têm sido desenvolvidas e que oferecem cada vez mais esperança aos nossos doentes.

Atualmente, quando pensamos no melhor tratamento para o cancro do pulmão, o foco geralmente consiste na melhor terapêutica que ofereça ao doente o maior tempo possível sem doença ou com a doença controlada. No entanto, a realidade é que a resposta a esta questão, muitas vezes feita pelos doentes e seus cuidadores, é muito mais que isto.

Os resultados de um estudo recentemente apresentado no Congresso Mundial do Cancro do Pulmão de 2024 são um importante ponto de partida para esta reflexão: os efeitos adversos desempenham um papel central na decisão terapêutica. Os doentes demonstraram-se preocupados com complicações pulmonares, alterações cognitivas e mialgias, enquanto os seus cuidadores tenderam a enfatizar problemas como hipertensão e resultados laboratoriais anormais. Outro aspeto pertinente revelado no estudo é a preferência dos doentes por regimes terapêuticos mais simples, como um comprimido diário, em detrimento de posologias mais complexas.

Como médica, tenho de pesar estes fatores no processo de decisão conjunta, sendo crucial encontrar um equilíbrio entre eficácia e qualidade de vida.

Os tratamentos disponíveis atualmente apresentam perfis distintos em termos de eficácia, segurança e comodidade, o que reforça a necessidade de envolver os doentes e os seus cuidadores no processo de decisão e gestão da sua doença. Assim, em conjunto, podemos unir esforços para oferecer uma vida com menos sintomas e com mais qualidade, limitando a progressão e disseminação da doença de forma simultânea.


Para orientar os doentes no processo de escolha do tratamento, é crucial uma boa comunicação médico-doente, o que implica necessariamente a compreensão clara dos benefícios e riscos envolvidos das terapêuticas. Muitas vezes, os fatores que o doente mais valoriza e a forma como quer viver a sua vida a partir do momento do diagnóstico, são diferentes daqueles que o médico considera serem prioritários, mas com uma abordagem clara e informada, podemos desmistificar medos e avaliar as melhores opções caso a caso de forma a controlar a doença e manter qualidade de vida.

Para além da escolha do melhor tratamento, é também importante refletir no diagnóstico precoce, que ainda hoje é um dos maiores desafios na luta contra o cancro do pulmão.

Segundo estimativas recentes, o cancro do pulmão é a principal causa de morte por cancro a nível nacional e mundial. Em Portugal surgem por ano mais de 6000 casos de cancro do pulmão e mais de 5000 pessoas morrem por este tipo de cancro, sendo o diagnóstico tardio uma das razões para esta elevada mortalidade.

Cerca de 65% dos doentes com cancro do pulmão apresenta uma doença metastática, isto é, avançada ao diagnóstico inicial. Os sintomas iniciais do cancro do pulmão, como uma tosse persistente ou cansaço, podem ser ligeiros ou atribuídos a outras causas, o que pode levar a um atraso no diagnóstico.

O diagnóstico precoce pode mudar drasticamente este panorama. Os programas de rastreio, com recurso a tomografias computorizadas (TC) de tórax de baixa dose, especialmente em indivíduos com fatores de risco (como fumadores ou ex-fumadores), permitem detetar o cancro numa fase mais inicial, com opções de tratamento mais eficazes e com taxas de sobrevivência significativamente superiores. É, portanto, imperativo intensificar os esforços na promoção e implementação de programas de rastreio do cancro do pulmão.


Um artigo da médica Rita Rosa, pneumologista oncológica do IPO Lisboa.






Fonte: lifestyle.sapo.pt                         Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/tratamento-personalizado-no-cancro-do-pulmao-o-que-preciso-de-saber?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
Título: Re: Cancro do pulmão
Enviado por: Nandito em 27/01/2025, 10:33
Cancro do pulmão: a luta contra o tempo e a importância de implementar o rastreio regular

Conselhetório
Susana Simões
Médico/a


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O cancro do pulmão é a principal causa de morte oncológica a nível mundial e nacional. Um artigo de Susana Simões, médica pneumologista da Unidade de Pulmão da Fundação Champalimaud, integrada na Equipa de Avaliação de Risco Oncológico.

A cada dia morrem cerca de 5000 pessoas devido a esta doença em todo o mundo, quase o dobro das mortes por cancro colorretal (segunda causa de mortalidade oncológica).

O tabagismo ativo é o principal fator de risco para o cancro do pulmão e está associado a quase 80% dos casos diagnosticados. Este facto contribui para a desvirtuação da doença, resultando em menor atenção e apoio das entidades políticas, dos meios de comunicação social e da sociedade. Este preconceito reflete a desaprovação ou a discriminação associada ao tabagismo juntamente com o sentimento de culpa que os doentes podem ter pela doença.

Um estudo revelou que 95% das pessoas com cancro do pulmão são estigmatizadas. Por um lado, estes doentes sentem culpa e vergonha, e, por outro lado, são confrontados com as perguntas ou comentários superficiais de terceiros, incluindo de alguns profissionais de saúde ("É o que dá fumar!"). Esta rotulação é uma grande barreira à gestão adequada da doença e dos seus efeitos, quer nos doentes, que frequentemente têm mais sintomas de ansiedade/depressão e pior qualidade de vida que outros, quer na sociedade. Neste contexto, o primeiro mito a ser desacreditado é que o cancro do pulmão é uma doença exclusiva de quem fuma ou já fumou. Com efeito, aproximadamente 20% dos casos ocorrem em pessoas que nunca fumaram ou que fumaram menos de 100 cigarros na vida. Se o “cancro do pulmão do não fumador” fosse considerado uma doença separada, seria a quinta causa mais comum de morte oncológica em 2023. Fatores de risco ambientais, como gás radão, exposição passiva ao fumo, asbestos (amianto) e poluição atmosférica, podem contribuir para a doença nos não fumadores, mas ainda há muito a ser descoberto.

O cancro do pulmão pode ser assintomático até fases avançadas, sendo frequentemente desvalorizado, especialmente por fumadores e ex-fumadores, pois quando surgem queixas estas são frequentemente atribuídas ao tabagismo, o que atrasa a procura de cuidados médicos. Para além disso, o receio do diagnóstico de cancro do pulmão pode atrasar a vigilância da saúde respiratória e a procura de cuidados médicos. É comum que os doentes apresentem sintomas meses antes do diagnóstico e só procurem ajuda tardiamente. Por isso, apenas cerca de 15% dos casos são diagnosticados numa fase inicial, quando o tratamento tem mais hipóteses de ter sucesso. Assim, identificar um cancro do pulmão numa fase precoce é crucial, pois a sobrevivência de um doente com um tumor pequeno (até 1 cm), localizado exclusivamente no pulmão, pode atingir 90% em cinco anos.

Embora a prevenção, especialmente contra o tabagismo, seja a estratégia mais eficaz a longo prazo, o rastreio de cancro do pulmão com tomografia axial computorizada (TAC) de baixa dose anual é crucial, reduzindo o risco de morte em aproximadamente 20% para pessoas de alto risco (pessoas entre 50 e 80 anos, fumadores ou ex-fumadores há menos de 15 anos, com um histórico de consumo equivalente a um maço por dia durante pelo menos 20 anos). Este tipo de TAC expõe uma pessoa a cerca de 80% menos radiação do que uma TAC normal, proporcionando ao mesmo tempo uma imagem altamente precisa, por isso, pode ser realizada anualmente com pouco risco. É essencial divulgar e implementar o rastreio de cancro do pulmão! Importa referir que para não fumadores o rastreio não mostrou benefícios significativos; portanto, é importante continuar sem fumar, procurar ajuda em caso de sintomas persistentes (como tosse por mais de três semanas) e considerar a história familiar. Consultar um médico assistente ou pneumologista é recomendado nesses casos.

Por último, é crucial eliminar o medo de um diagnóstico de cancro do pulmão. O mito de que esta doença é uma sentença de morte imediata deve ser desfeito, pois os novos tratamentos estão a melhorar a sobrevida e a qualidade de vida dos doentes, mesmo em casos avançados. Com isso, os médicos começam a tratar o cancro do pulmão com uma perspetiva de doença crónica, vislumbrando um futuro mais promissor.


Um artigo de Susana Simões, médica pneumologista da Unidade de Pulmão da Fundação Champalimaud, integrada na Equipa de Avaliação de Risco Oncológico.





Fonte: lifestyle.sapo.pt                    Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/fitness-e-bem-estar/artigos/cancro-do-pulmao-a-luta-contra-o-tempo-e-a-importancia-de-implementar-o-rastreio-regular?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
Título: Re: Cancro do pulmão
Enviado por: Nandito em 04/06/2025, 15:01
Se suspeita que pode ter cancro do pulmão, o que deve fazer?

Conselhetório - Fitness e bem-estar
A opinião de Fernanda Estevinho


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Um artigo de opinião da médica oncologista Fernanda Estevinho.

Se suspeita que pode ter cancro do pulmão, o que deve fazer?
Apesar da evolução terapêutica vivenciada nos últimos anos, com o desenvolvimento de terapêuticas alvo e imunoterapia, o cancro do pulmão continua a ser a principal causa de morte por cancro em Portugal, na Europa e no Mundo.

Em Portugal, a cada dia, 15 pessoas recebem um diagnóstico de cancro de pulmão, ao mesmo tempo que 13 pessoas morrem com a doença. Números que a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirma, revelando que em 2020 Portugal registou cerca de 5.415 novos diagnósticos de cancro do pulmão e a perda de 4.797 vidas pela doença.

Esta mortalidade elevada explica-se pelo diagnóstico numa fase avançada da doença, que acontece em mais de metade dos doentes. Pelo contrário, se detetada numa fase precoce, a sobrevivência à doença é cerca de oito vezes superior. Da mesma forma que, quanto mais localizado no momento do diagnóstico, melhor será o prognóstico. A título de exemplo refira-se que quando o tumor apresenta até 2cm e não atinge gânglios ou outros órgãos, a expetativa é de cinco anos após o tratamento, oito doentes em cada dez continuem a viver.

Como conseguir o diagnóstico numa fase mais precoce?

Procurar o médico é fundamental, o melhor a fazer quando existem sinais ou sintomas de alerta. De futuro, sem dúvida, que será a realização de um rastreio.

Os sintomas mais frequentes que justificam uma ida ao médico incluem tosse recorrente, sangue na expetoração, falta de ar, infeções respiratórias frequentes, alterações da voz, cansaço, perda de peso inexplicada e dor no peito ou no ombro.

Numa fase já avançada, os doentes com cancro do pulmão podem apresentar crescimento de células cancerígenas em diversos órgãos, como o cérebro, o fígado e ossos, e a presença destas metástases degrada a qualidade de vida. Por exemplo, a presença de lesões cerebrais pode causar confusão, lentificação, alterações da fala, desequilíbrio e crises convulsivas.

Numa fase inicial, a doença pode ser assintomática ou manifestar-se de forma inespecífica, explicando a procura tardio do médico. Na população de maior risco, o rastreio com TAC (tomografia computorizada) torácica de baixa dose permite detetar a doença numa fase precoce e assintomática.

Foram realizados diversos estudos sobre a realização de rastreio de cancro do pulmão através de TAC torácica, em populações de alto risco, e confirmaram que a redução da mortalidade ultrapassa 20%. Os dois principais estudam são o NLST (National Lung Screening Trial) e o NELSON (Nederlands–Leuvens Longkanker Screenings Onderzoek), que incluíram 53 454 e 15 789 pessoas, respetivamente. Perante estes resultados, a Comissão Europeia recomendou, em 2022, a implementação de rastreio do cancro do pulmão com TAC torácica de baixa dose a fumadores ou ex-fumadores com uma elevada carga tabágica.

A  PULMONALE (Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão) realizou o desenho de um projeto piloto de cancro do pulmão seguindo os critérios do estudo NELSON. Assim, pretende incluir pessoas com alto risco para cancro do pulmão tendo em conta a história tabágica, doença pulmonar crónica, exposição a carcinogéneos ou história familiar, e com idade compreendida entre os 50 e os 75 anos. A TAC torácica de baixa dose deverá ser realizada ao início do rastreio, repetida um ano após, e depois de dois em dois anos até completar quatro exames.

É possível evitar a doença?

Sim. Estima-se que cerca de 85% dos cancros do pulmão em homens e 47% nas mulheres sejam causados pelo consumo tabágico. Outros fatores de risco são a exposição a poluentes e substâncias como o rádon, amianto, a existência de outras doenças nomeadamente pulmonares (como por exemplo, a fibrose pulmonar) e a infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).

É importante recordar que o cancro do pulmão também pode surgir em não fumadores, daí que seja tão importante que mesmo não fumadores estejam sensibilizados para os sinais de alarme

Se suspeita que pode ter cancro do pulmão, o que fazer?

Na presença de sinais ou sintomas recorra ao médico, e recorde que muitos dos sintomas são inespecíficos e podem estar associados à presença de outras doenças que não o cancro do pulmão. Será necessário realizar exames. O tratamento do cancro do pulmão é multidisciplinar e tem vindo a conquistar uma grande evolução nos últimos anos, tanto na abordagem da doença localizada, como na avançada/metastizada.

A fixar:

- O rastreio do cancro do pulmão permite o seu diagnóstico precoce, antes do aparecimento de sintomas, e reduz a mortalidade em pelo       menos 20%.
- A evolução registada nos últimos anos trouxe novas opções terapêuticas.
- É essencial que na presença de sinais e sintomas recorra ao seu médico.
- O cancro do pulmão tem um enorme impacto na sobrevivência e qualidade de vida, que podemos prevenir – sobretudo não fumando. A consciencialização deste facto é a melhor estratégia, aliada à atenção aos sinais de alarme.


Um artigo de opinião da médica oncologista Fernanda Estevinho.






Fonte: lifestyle.sapo.pt                         Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/fitness-e-bem-estar/artigos/se-suspeita-que-pode-ter-cancro-do-pulmao-o-que-fazer?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
Título: Re: Cancro do pulmão
Enviado por: Nandito em 06/06/2025, 12:48
Avanço no tratamento do cancro do pulmão vem do fundo do oceano

Por Redação 11:02 - 6 Junho 2025

(https://greensavers.sapo.pt/wp-content/uploads/2020/12/cigarro.jpg)

Afetando cerca de 13% da população com cancro do pulmão — estima-se que sejam cerca de cinco mil doentes portugueses —, o cancro do pulmão de pequenas células é um tumor muito agressivo, com poucas opções de tratamento. A maioria destes doentes é diagnosticada com a doença em fase extensa, muito agressiva e difícil de tratar, com um mau prognóstico (2,3,4). No entanto, o Congresso Anual da American Society of Clinical Oncology (ASCO) trouxe notícias animadoras para o tratamento desta doença. E a resposta vem do fundo do oceano, foi divulgado em comunicado.

Segundo a mesma fonte, no Dia Mundial dos Oceanos, que se assinalou no dia 8 de junho, é importante destacar o papel fundamental que o oceano desempenha não apenas na regulação do clima e na preservação da biodiversidade, mas também na inovação científica e médica. O oceano, que abriga cerca de 80% dos seres vivos, tem sido uma fonte de inspiração para novas abordagens terapêuticas, incluindo o tratamento do cancro do pulmão de pequenas células.

“O cancro do pulmão de pequenas células é um tumor agressivo, que se apresenta em estadio avançado ou metastático na maioria dos doentes”, refere António Araújo, diretor do Serviço de Oncologia Médica da ULS de Santo António. “Apenas um doente em cada cinco sobrevive mais de dois anos, pelo que o seu prognóstico é, sempre, muito sombrio e a evolução terapêutica para esta doença tem sido muito escassa nos últimos 30 anos”, confirma.

No ASCO 2025, “os resultados do ensaio clínico IMforte mostraram-se muito encorajadores, podendo vir a mudar a prática clínica, por aumentarem a sobrevivência destes doentes que poucas alternativas têm”, refere o especialista.

Os mais recentes dados apresentados no Congresso Anual da ASCO mostram o aumento da sobrevida global e sobrevida livre de progressão em doentes com cancro do pulmão de pequenas células em fase avançada, num regime de manutenção de primeira linha, graças à adição de um tratamento inspirado no mar (lurbinectedina) à imunoterapia. Este medicamento é desenvolvido pela empresa PharmaMar, que encontrou este recurso subexplorado — o océano.

Embora este tratamento esteja aprovado nos EUA, ainda não está disponível para doentes na Europa, mas os dados apresentados na ASCO serviram de base para a submissão de um Pedido de Autorização de Comercialização à Agência Europeia do Medicamento (EMA) pela PharmaMar.

PharmaMar e a exploração do oceano como fonte de medicamentos

PhamaMar realiza expedições marinhas em todo o mundo para tentar fornecer respostas a doenças com necessidades médicas não satisfeitas, como o cancro do pulmão de pequenas células.

Assim que encontrarem um composto com potencial atividade antitumoral no mar, segue-se um processo químico para reproduzir este composto para realização de estudos pré-clínicos, com o objetivo de determinar a sua toxicidade e eficácia. Só depois desta fase é que se pode passar para os ensaios clínicos, , para determinar a sua qualidade e segurança, antes de existir uma autorização para a comercialização. Findas estas etapas, chega o momento de realizar o registo, produzir e impactar a vida dos doentes.

Atualmente, a PharmaMar conta já com mais de 200 visitas ao fundo do mar em 35 países e a maior coleção de organismos marinhos, com cerca de 500 mil espécies. Além dos avanços para o tratamento do cancro, a farmacêutica também contribui para o conhecimento do ambiente marinho e da sua biodiversidade.







Fonte: greensavers.sapo.pt                        Link: https://greensavers.sapo.pt/avanco-no-tratamento-do-cancro-do-pulmao-vem-do-fundo-do-oceano/?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
Título: Re: Cancro do pulmão
Enviado por: Nandito em 26/06/2025, 17:47
Cancro do pulmão vai ter dois rastreios piloto em Portugal

SIC Notícias
Sara Fevereiro - Jornalista
26 jun 2025 16:14


(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=OWJikYXPP6uLBQbbgDSHRIBjYmYA/U56IPEzjzrSh0LfKRTOyFxWs3uMwpQ4kVwKkPJoKFLjJwRJ64lIv5W8fZbajFmSdFQ0B5v3rTWmncfhvl0RoTi6MRO5ptNnVCT6mgQ/xujOBkiDvicDah1BoZFkyQ+vJt+oY7w/JU7y1L25xSY=)
Nuno Fox

O anúncio foi feito pela Secretária de Estado da Saúde - Ana Povo - esta manhã, no Edifício Impresa, num evento sobre a saúde do homem, ao qual acudiu.

"O investimento médio nos nossos rastreios é de €50 milhões, por ano”, lembrou Ana Povo no início da sua intervenção.

A Secretária de Estado da Saúde admitiu a disponibilidade por parte do Governo em "aumentar esse valor“, acrescentando que “o orçamento de 2026 vai ter, pela primeira vez, uma rubrica própria”, uma vez que terá “um orçamento programático para a promoção e prevenção da saúde, com todos os ganhos que isso implica”.

Nesse sentido, Ana Povo contou - em primeira mão - que o país irá ter "dois pilotos de rastreio de cancro do pulmão".

A especialista admite que é preciso perceber, através destes rastreios piloto, “o ganho global da saúde da população, para depois vermos se irá ser vertida como uma norma para médicos de Medicina Geral e Familiar, ou se iremos mesmo alargar a âmbito nacional, tal como é o rastreio do cancro da mama”.

Sobre este tema, conclui dizendo que a tutela está a trabalhar para que tudo se concretize, embora ainda não possa adiantar quando é que vai mesmo começar, "mas já estão escolhidos os dois pilotos e estamos diariamente a trabalhar nisso”, assegura.

A realidade portuguesa

Em apenas 24 horas morrem - em média - 11 pessoas devido ao cancro do pulmão, em Portugal. São números da Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão (Pulmonale) que contabiliza mais de 4 mil mortes num ano, devido a esta doença.

Tanto no país, como no mundo, este é o cancro mais mortal e um dos que regista maior número de casos anuais: mais de 2 milhões, em todo o globo.

Portugal não tem rastreio para esta neoplasia maligna, mas espera-se que, em breve - segundo o que foi afirmado hoje - possa vir a ter. Apesar da melhor forma de prevenção ser não fumar, para certos cancros, o rastreio é uma arma poderosa de diagnóstico. O cancro do pulmão não foge a esta evidência e os estudos realizados para determinar a eficácia do rastreio mostram que a mortalidade associada a esta neoplasia reduz-se em pelo menos 20%.

Cancro do pulmão ultrapassa o da mama como principal causa de morte oncológica entre mulheres em Espanha

Esta semana, o jornal espanhol El País publicou novos dados alarmantes sobre o cancro do pulmão: Em 2024, morreram em Espanha mais mulheres com cancro do pulmão do que com cancro da mama, revelam dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE). É a primeira vez que tal acontece, segundo o Grupo Espanhol de Cancro do Pulmão (GECP), que classifica o fenómeno como um “ponto de inflexão alarmante”.

Das 23 mil e 239 mortes por cancro do pulmão registadas em 2024 - um aumento de 1,9% face a 2023 - 6679 foram de mulheres, traduzindo uma subida de 7% na mortalidade feminina por esta doença num só ano. O GECP relaciona estes números com o aumento do consumo de tabaco entre mulheres nas últimas décadas e defende medidas urgentes de prevenção e cessação tabágica.

“Pela primeira vez na história, o cancro do pulmão superou o da mama como principal causa de morte oncológica entre as mulheres. em Espanha”, afirmou o epidemiologista Alberto Ruano, do GECP. Já o presidente do grupo, Mariano Provencio, sublinhou a necessidade de uma resposta coordenada e de mais investigação sobre o impacto desta doença no sexo feminino.

Saiba mais sobre o cancro do pulmão neste GUIA que o Tenho Cancro. E depois? preparou para si.








Fonte: sapo.pt                        Link: https://www.sapo.pt/noticias/atualidade/cancro-do-pulmao-vai-ter-dois-rastreios_685d64c3d82e224387bde21e
Título: Re: Cancro do pulmão
Enviado por: Nandito em 06/07/2025, 17:43
Cancro do pulmão mata 4.800 pessoas por ano. "Não se deve descurar uma tosse que não passa"

Conselhetório
6 jul 2025 13:00


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A elevada mortalidade do cancro do pulmão levou autoridade de vários países a avançarem com rastreios, ou projetos-piloto, de modo a antecipar o diagnóstico e consequentemente aumentar as probabilidades de sobrevivência. Portugal ainda não deu nenhum passo nesse sentido. "Só o diagnóstico precoce consegue baixar a mortalidade pelo cancro do pulmão", adverte o médico oncologista Rui Dinis.

O cancro do pulmão continua a ser o cancro que mais mata em Portugal. São cerca de 4.800 mortes por ano, sendo que surgem anualmente 5.300 novos casos. A elevada mortalidade, à semelhança do que acontece com outros tumores malignos, como o cancro da mama e do ovário, levou já muitos países a avançarem com rastreios, ou projetos-piloto, de modo a antecipar o diagnóstico e consequentemente aumentar as probabilidades de sobrevivência dos doentes.

O cancro do pulmão tem sinais e sintomas, que muitas vezes já surgem numa fase muito avançada da doença, e que devem ser considerados quer pelas pessoas quer pelos profissionais, mesmo quando se trata de não fumadores,  pois são um grande sinal de alerta que merece ser avaliado, nomeadamente: tosse persistente, dor no peito ou no ombro que não desaparece, tosse acompanhada de sangue, dificuldade em respirar ou falta de ar, rouquidão ou diminuição da voz, respiração sonora (estridor) ou infeção torácica que não desaparece ou se torna recorrente.

Um diagnóstico precoce pode ser potenciado por uma articulação mais eficiente entre cuidados de saúde primários e hospitalares. Além do rastreio, só o diagnóstico precoce consegue baixar a mortalidade pelo cancro do pulmão. E isso só acontecerá se houver sensibilização dos médicos e dos doentes acerca desta doença e uma interligação rápida e eficiente entre os centros de saúde e os serviços hospitalares.

Falámos sobre esta doença com o médico oncologista Rui Dinis, diretor do Serviço de Oncologia Médica do Hospital do Espírito Santo de Évora.

O cancro do pulmão continua a ser o cancro que mais mata em Portugal. Como se explica a elevada mortalidade?

A principal razão de tão elevada mortalidade é sem dúvida o diagnóstico tardio, apesar da evolução terapêutica permitir hoje uma maior sobrevivência em alguns doentes particulares com alterações genómicas encontradas nos tumores, mas que estão longe de ser a maioria.

A alta taxa de mortalidade deste cancro já levou já muitos países a avançarem com rastreios ou projetos-piloto de modo a antecipar o diagnóstico e aumentar as probabilidades de sobrevivência dos doentes. Por que motivo Portugal ainda não deu nenhum passo nesse sentido?

Presumo que a principal razão seja a dificuldade logística de montar mais um rastreio nacional universal (existem atualmente três), porque exige garantir capacidade técnica de realizar exames imagiológicos fiáveis em larga escala a toda a população elegível, que é enorme.

Quais os sinais e sintomas do cancro do pulmão?

Infelizmente, a maioria deles desenvolve sintomas e sinais em fase tardia. Ainda assim, mesmo em doentes com doença pulmonar crónica, não se deve descurar uma tosse que não passa, hemorragia durante a tosse ou expetoração, dor no peito, dificuldade em respirar, cansaço de novo, emagrecimento, anemia de novo sem hemorragia ou uma alteração de novo não explicada nas análises.

Quais os fatores de risco?

Em primeiro, temos sem dúvida o tabaco, que de forma ativa ou passiva constitui um grave problema de saúde publica nacional responsável por pelo menos 80% dos casos de cancro do pulmão. Mas deve considerar-se outras causas importantes como o radão, a poluição do ar, a exposição a amianto, o escape dos motores diesel e outros produtos químicos. A conversão epidemiológica para o hábito dos cigarros eletrónicos, tão popular entre os mais jovens, em nada contribui para diminuir o risco de cancro e outras doenças relacionadas ao tabagismo. Pelo contrário, a espúria fama de serem mais inofensivos (do que os normais cigarros) é um embuste comercial que precisa de ser desmascarado.


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Rui Dinis, médico oncologista

Qual a importância do diagnóstico precoce e da articulação de cuidados na referenciação e acompanhamento do doente?

O diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença, sobretudo se resultar na referenciação célere para os serviços de oncologia e/ou pneumologia, que de forma multidisciplinar vão elaborar um plano de maior sucesso terapêutico, à luz do conhecimento atual. Se a doença for ressecável, a probabilidade de cura aumenta muito, mas mesmo em muitas situações irressecáveis é possível tratar localmente e controlar a doença, tendo-se investido muito nos últimos anos em tratamentos adjuvantes que previnem a recidiva.

Qual a importância das campanhas de sensibilização para os doentes e profissionais de saúde?

Só a sensibilização e o conhecimento de todos os envolvidos permitem valorizar e garantir o investimento a todos os níveis no diagnóstico precoce, que realmente salva vidas. O modelo de saúde tem de ser cada vez mais preventivo e menos reativo, isto é, mais ativo e menos passivo.  É na prevenção que se colhe os melhores resultados em saúde. É preciso marchar contra a inércia do antigo modelo de apenas agir quando os custos humanos em vidas e sofrimento são avassaladores e inevitáveis.

Quais os objetivos da campanha ‘O Cancro do pulmão não tira férias: Respeita os sinais do teu corpo como respeitas a bandeira da praia’?

A campanha pretende quebrar o ciclo atual do diagnóstico e tratamento tardios, que coloca quase todos os doentes portugueses ao diagnóstico logo em estádio paliativo, sem hipótese de cura. Estarmos atentos à nossa saúde é um direito mas também um dever de cada um e de todos, seja nos gestos de prevenção que estão nas nossas mãos, seja na identificação atempada do que está diferente em nós e nos alerte na procura de ajuda médica. Mesmo em tempo de férias, vale a pena apagar o cigarro e não ignorar os sinais do nosso corpo, para que se mantenha acesa a chama mais importante que é a nossa vida.







Fonte: lifestyle.sapo.pt                        Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/cancro-do-pulmao-mata-4-800-pessoas-por-ano-nao-se-deve-descurar-uma-tosse-que-nao-passa?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
Título: Re: Cancro do pulmão
Enviado por: Nandito em 17/08/2025, 12:10
Cancro do pulmão não tira férias. "Estar atento faz toda a diferença na sobrevivência" — diz médica pneumologista Gabriela Fernandes

Conselhetório
16 ago 2025 18:30


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Gabriela Fernandes, médica pneumologista na ULS São João e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP).

Mais de metade dos portugueses (52,7%) conhece alguém com cancro do pulmão, mas metade da população desconhece que estão a ser desenvolvidos programas de rastreio. Falámos sobre este tema com Gabriela Fernandes, médica pneumologista na ULS São João e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP).

Os dados do Globocan 2022 são alarmantes, apontando o cancro do pulmão como a principal causa de morte por cancro em Portugal e a quarta neoplasia mais diagnosticada. Na sua perspetiva, qual a gravidade desta realidade e que fatores contribuem para estes números tão preocupantes no nosso país?

Os dados do Globocan 2022 confirmam uma realidade preocupante: o cancro do pulmão continua a ser a principal causa de morte por cancro em Portugal, ocupando o quarto lugar entre os cancros mais diagnosticados. Isto significa que, quando surge, é muitas vezes detetado tardiamente e tem uma elevada taxa de mortalidade.

Esta gravidade está diretamente relacionada com vários fatores. O principal fator de risco continua a ser o tabagismo. Cerca de 85% dos casos de cancro do pulmão estão associados ao consumo de tabaco. A prevalência do tabagismo tem vindo a diminuir nas últimas décadas, contudo Portugal ainda tem uma taxa relevante, sobretudo entre homens, mas também com um aumento preocupante entre as mulheres. A deteção precoce continua a ser um desafio. Não existe, em Portugal, um programa nacional de rastreio para o cancro do pulmão, ao contrário do que acontece com outros tipos de cancro, como o da mama ou do colo do útero. Isto faz com que muitos casos só sejam diagnosticados em fases avançadas, quando as opções de tratamento curativo são mais limitadas. Tudo isto reforça a necessidade de apostar fortemente na prevenção, no controlo do tabagismo, na literacia em saúde e na deteção precoce, para inverter esta tendência.

Sendo a campanha "O Cancro do Pulmão Não Tira Férias" focada em alertar para os sintomas, quais são os principais sinais que a população deve estar atenta e que a podem levar a procurar ajuda médica atempadamente? Qual a importância do diagnóstico precoce neste tipo de cancro?

O objetivo da campanha ‘O Cancro do Pulmão Não Tira Férias’ é sensibilizar a população para não ignorar sinais de alerta que, muitas vezes, são desvalorizados. Os principais sintomas incluem tosse persistente ou que se agrava ao longo do tempo, expetoração com sangue, falta de ar sem explicação, dor no peito, perda de peso inexplicada, cansaço constante e infeções respiratórias recorrentes e prolongadas. O diagnóstico precoce é fundamental. Quando identificado numa fase inicial, as hipóteses de tratamento com intenção curativa aumentam. Contudo, mais de 70% dos casos em Portugal ainda são diagnosticados em fases avançadas, quando as opções terapêuticas são mais limitadas. Conhecer os sintomas, não adiar exames e estar atento faz toda a diferença na sobrevivência e na qualidade de vida.

Qual o potencial impacto da implementação dos programas de rastreio no panorama da doença em Portugal e que desafios ainda existem para a sua plena implementação e conhecimento por parte da população?

A evidência científica mostra que o rastreio com TAC de baixa dose, dirigido a grupos de alto risco, fumadores ou ex-fumadores com consumo significativo, pode reduzir a mortalidade, detetando o cancro numa fase mais precoce, quando é mais tratável. No entanto, ainda existem vários desafios à implementação de um programa nacional de rastreio. É necessário garantir recursos humanos, equipamentos adequados, e estruturas para a investigação e seguimento de casos suspeitos. A sensibilização da população de risco é também um desafio. Além disso o programa de rastreio deve ser acompanhado de programas de cessação tabágica. A implementação do rastreio é um passo essencial para mudar a realidade do cancro do pulmão em Portugal, mas exige um compromisso de planeamento, investimento e educação da população.

O estudo indica que 54,7% dos portugueses contactam com doentes através de familiares ou amigos próximos. Que impacto tem o cancro do pulmão não só na vida do doente, mas também nas suas famílias e cuidadores?

Este dado evidencia o impacto alargado da doença, que não atinge apenas o doente, mas também quem o acompanha diariamente. As famílias e cuidadores assumem muitas vezes responsabilidades complexas, com repercussões emocionais, profissionais e financeiras. É fundamental reconhecer esta realidade e garantir apoio adequado, para mitigar a sobrecarga e valorizar o papel essencial dos familiares e cuidadores.

Que mensagem deveria ser reforçada no que diz respeito a importância da prevenção, deteção precoce e acesso a cuidados adequados?

Prevenir implica um forte investimento no combate ao tabagismo. É essencial, também, sensibilizar a população para reconhecer sintomas e não adiar a procura de ajuda médica. Por fim, é fundamental assegurar que todos os doentes, independentemente da sua condição social ou local de residência, tenham acesso a diagnóstico atempado, tratamentos inovadores e apoio adequado.







Fonte: lifestyle.sapo.pt                      Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/sinais-de-alerta-sao-muitas-vezes-desvalorizados-mas-o-cancro-do-pulmao-nao-tira-ferias?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques