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Autor Tópico: Cancro Geral  (Lida 59524 vezes)

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Offline Pantufas

Re: Cancro Geral
« Responder #15 em: 05/07/2017, 09:12 »
 
O cancro, como doença, não vamos conseguir eliminar", diz especialista
4 jul 2017 22:58

    Cancro Fátima Cardoso


O cancro é uma doença que não é possível erradicar, embora seja tratável, defendeu hoje a diretora da Unidade da Mama do Centro Clínico Champalimaud, apontando como um dos desafios da investigação clínica a resistência de tumores aos tratamentos.

Fátima Cardoso falava à Lusa, no final da sessão "Ciência e cancro: desafios para a investigação", no encontro Ciência '17, que termina na quarta-feira, no Centro de Congressos de Lisboa.

"O cancro, como doença, não vamos conseguir eliminar", frisou, assinalando que se trata de "uma doença das células que se alteram".

Para a médica, é possível viver com alguns cancros, tratá-los e matá-los. Mas a cura da doença, no sentido generalizado do termo, considera que não é possível.

"São alterações nossas", no organismo, suscitadas, em grande parte, por "diversas agressões ao longo da vida", sublinhou, referindo que o cancro se tornou numa epidemia, não no sentido de doença infecciosa, porque não o é, mas devido ao "número de casos que não pára de aumentar".

Segundo estatísticas citadas pela oncologista, em média uma em cada duas pessoas adultas poderá vir a ter um cancro nos próximos 15 anos.

O estilo de vida, a alimentação, o abuso de álcool e tabaco são fatores que potenciam o aparecimento da doença.

Como desafios para a investigação clínica, Fátima Cardoso elencou a resistência de certas células cancerígenas aos tratamentos e a terapêutica direcionada para cada tipo de doente, para que os tratamentos sejam mais eficazes mas menos tóxicos.



fonte: sapo24
 

Online migel

Re: Cancro Geral
« Responder #16 em: 29/10/2017, 08:46 »
 
Cancros do cólon e mama dos que mais passam de pais para filhos

Natacha Cardoso/ Global Imagens


Só 5% a 10% dos cancros são hereditários. Na clínica de risco do IPO de Lisboa já foram avaliadas mais de dez mil famílias. Plano de seguimento é feito de acordo com o risco avaliado

Maria de Jesus Moura recorda as palavras de uma jovem na casa dos 30 anos quando soube que tinha uma alteração genética que aumenta substancialmente o risco de cancro da mama. ""Ganhei um cartão de saúde". A partir do momento em que soube que tinha a mutação pôde fazer a cirurgia profilática para não vir a ter esta doença, com a consciência que poderia vir a ter outras." A psicóloga trabalha de perto com a clínica de risco familiar do IPO de Lisboa, unidade criada em 2006 dedicada ao risco de cancro familiar e com três consultas organizadas: mama e ovário, cólon e reto e melanoma. Entre 5% e 10% dos cancros são hereditários.

"A maioria é esporádico e dependente de fatores ambientais. Mas existem alguns casos, que rondarão entre os 5% e os 10%, em que há uma alteração genética que constitui uma doença hereditária. Os casos em que isto é mais frequente são os casos do cancro do cólon e reto e da mama. Um pouco por causa disso justifica-se a existência destas consultas de risco familiar", explica ao DN Isabel Claro, responsável pela consulta do cólon e uma das coordenadores da clínica do IPO de Lisboa.

O risco de cancro familiar está hoje em debate na Fundação Calouste Gulbenkian, numa conferência promovida pela Liga Portuguesa Contra o Cancro, que vai juntar especialistas nacionais e internais e pretende alertar profissionais de saúde e população em geral para a existência de alterações genéticas. O risco de transmissão à descendência é de 50%.

As consultas de risco familiar do cólon e da mama já existem desde a década de 1990 no IPO de Lisboa, a do melanoma desde 2011. Durante todo este tempo a unidade já avaliou mais de 10 mil famílias. Pesa a história de vida individual e a da família para decidir se o risco é baixo, moderado ou elevado e se se justifica um estudo genético. Na maioria dos casos o risco é baixo e por isso as pessoas são encaminhadas para o médico de família com um plano de seguimento adequado e com a indicação que perante qualquer alteração façam novo contacto. As pessoas com alterações genéticas são sempre seguidas na clínica. Percebe-se porquê. No caso do cólon há alterações genéticas que aumentam o risco de cancro para percentagens superiores a 50% quando o risco da população geral é de 5%.

O contacto com a clínica é feito por referenciação de um médico ou pelo próprio, através de email. A informação é avaliada, mas há critérios que servem de alerta. No caso da mama a existência de diagnósticos antes dos 40 ou dos 30 anos ou de cancro do ovário ou de cancros da mama com características especiais. No cólon, a existência de "um tumor abaixo dos 50 anos, três familiares na mesma geração com cancro do cólon ou duas gerações, um pai e um filho, um com menos de 50 anos. Já constitui critério para que possam haver situações hereditárias. Um terço das pessoas com cancro do cólon têm um familiar de primeiro ou segundo grau com este tipo de cancro, mas só cerca de 5% são hereditários", explica Isabel Claro.

Na consulta faz-se a história de pelo menos três gerações, sendo que os mais importantes são os familiares de primeiro grau: pais, irmãos e filhos. "A avaliação do risco familiar é um processo dinâmico. Dependemos de informação muito precisa e sempre que há uma alteração o grau de risco pode ser alterado". Tal como o facto de não ser identificada uma alteração genética, não quer dizer que não exista. Novos testes estão a permitir identificar genes suscetíveis de serem responsáveis por hereditariedade.

É a espera pelo resultado do teste genético um dos fatores de maior ansiedade. "De um lado dizem "eu já sabia que ia ter", mas depois há o outro lado da esperança. É 50-50 e talvez não haja nada", diz a psicóloga Maria de Jesus Moura, referindo que a maioria das pessoas reconhece que saber da mutação genética ajuda a lidar com adversidades que possam surgir e reforçar o sentimento que ao estar a ser seguida de perto por uma equipa especializada permite agir a tempo para o não aparecimento da doença ou pelo menos evitar grande sofrimento.

Há o stresse de reviver a doença ou de passar uma operação sem estar doente. E há sempre a preocupação dos filhos. "Não tem de se estar sempre a falar sobre o assunto, mas falar sobre o que aconteceu com algumas pessoas da família, o que acontece com os genes. Quando a criança tem curiosidade ir dando respostas. O importante é que a notícia chegue através dos pais. Não contar pode fazer com que a criança se sinta traída", refere a psicóloga.

Pelas mãos da enfermeira Paula Rodrigues já passaram avós, pais e netos de algumas famílias. É com elas que muitas vezes choram quando fazem a colheita de sangue para o teste ao falarem sobre a família. "Acabam por fazer o luto, porque muitos perderam os pais quando eram muito novos." Se o teste for positivo há sempre telefonemas para saber se precisam de alguma coisa, como estão a lidar com a informação. "Saber da mutação para algumas pessoas é um alívio, porque ficam a perceber porque houve tantos casos de cancro e de morte na família e assim podem conseguir, se não evitar o cancro, evitar a morte", diz a enfermeira.

     
   DN
 

Offline taniaribeiro

Re: Cancro Geral
« Responder #17 em: 06/06/2018, 12:05 »
 
O cancro do intestino (https://www.naturalthrone.com/blog/artigo/como-prevenir-cancro-do-colon-e-sintomas) é uma patologia que se desenvolve pelo aparecimento de lesões no intestino grosso ou cólon podendo formar pólipos. Os pólipos podem aumentar de tamanho e tornarem-se malignos originando o cancro. Em Portugal, esta doença tem uma mortalidade de 11 pessoas por dia! Uma realidade assustadora e que tem uma incidência de cerca de 7 mil novos casos em cada ano, sendo detetado principalmente a partir dos 50 anos. Deste modo, alerto a população para um dos cancros mais mortais em Portugal.
 
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Re: Cancro Geral
« Responder #18 em: 15/09/2019, 14:52 »
 
Cancro: “Quem tem gente conhecida orienta-se. Quem não tem fica à mercê”
14.09.2019 às 19h48


TIAGO MIRANDA

Uma semana depois de o Colégio de Oncologia Médica da Ordem ter denunciado que o Infarmed está a vetar o tratamento inovador de doentes com cancro capaz de travar a evolução da doença e até de salvar-lhes a vida, o presidente, Luís Costa, em entrevista ao Expresso, acusa o

Serviço Nacional de Saúde não está a garantir o melhor tratamento aos doentes com cancro, nem sequer um tratamento por igual. Responsável pela área do cancro no Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte e presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos, Luís Costa reitera a denúncia feita pelo grupo de especialistas há uma semana sobre a recusa do Infarmed de dar fármacos inovadores que podem salvar a vida a doentes com cancro.

O professor acusa o Governo de esconder em argumentos pseudotécnicos o que é uma decisão política: o plafond da Saúde. Afinal, o que pode e quer o país pagar?


Expresso continue e lêr https://expresso.pt/sociedade/2019-09-14-Cancro-Quem-tem-gente-conhecida-orienta-se.-Quem-nao-tem-fica-a-merce?fbclid=IwAR0Xnu5UV1PgloLttSVyufwrbVpG8N_UtT6jsVRAzVtoqkgeWkrMN0n0eBo
 
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Re: Cancro Geral
« Responder #19 em: 04/11/2019, 10:38 »
 
Liga Contra o Cancro à procura de 60 mil euros

Iniciou-se hoje um peditório de quatro dias para esta organização, que em breve vai abrir uma delegação também no Porto Moniz
PAULA HENRIQUES /MADEIRA /31 OUT 2019 / 09:26 H.
Liga Contra o Cancro à procura de 60 mil euros


Foto Arquivo

60 mil euros é o valor que o Núcleo Regional da Madeira da Liga Portuguesa Contra o Cancro pretende conseguir este ano no peditório que hoje começa e que vai decorrer ao longo de quatro quatro dias em todos os concelhos da Madeira. Segundo o presidente da direcção, outro dos objectivos é levar a Liga a mais concelhos, sendo que o próximo onde vai abrir portas é no Porto Moniz.

O peditório nacional realiza-se uma vez por ano. No ano passado na Madeira as pessoas contribuíram com 40 mil euros. Este ano o presidente espera chegar mais longe. “O nosso objectivo é chegar aos 60 mil euros, eu acho que é um objectivo ambicioso, mas contamos com a solidariedade do povo madeirense para esta nossa missão que é ajudar os doentes oncológicos e a sua família e também alertar a população toda para a prevenção e incentivar a investigação para que a cura esteja mais perto”.

No terreno vão estar entre 330 a 340 voluntários, espalhados por ruas, supermercados, igrejas, cemitérios e outras instituições a “dar o seu melhor e a dar a cara” pela Liga Portuguesa Contra o Cancro e pela causa, que Ricardo Sousa acredita a todos diz respeito.

As ajudas do peditório são transformadas em próteses mamárias e em perucas, que neste momento são dadas gratuitamente aos doentes. No caso do cancro da mama, oferecem uma ou duas próteses e dois sutiãs, independentemente da condição económica. Com as próteses capilares é semelhante, oferecem a todos, até 250 euros. Ajudam ainda os laringectomizados e traqueostomizados com um kit que dá algum conforto e qualidade de vida no dia-a-dia, revelou o dirigente, e ajudam ainda com apoio psicológico e material técnico, como camas eléctricas, elevadores e cadeiras de rodas. Segundo Ricardo Sousa, neste momento a Liga trabalha com cerca de 230 famílias com apoio social mensal, com ajudas técnicas, alimentos e acompanhamento por uma equipa multidisciplinar.

O presidente do Núcleo Regional tem consciência que ainda não chega a toda a gente. Neste momento, diz a liga tem espaços no Funchal, em Machico, no Porto Santo, em Santana e na Ribeira Brava. O próximo destino é o Porto Moniz, onde vão abrir instalações. “Está já apalavrado com a autarquia local e a breve trecho vamos abrir uma nova delegação”, revelou.

Direitos: https://www.dnoticias.pt/madeira/liga-contra-o-cancro-a-procura-de-60-mil-euros-IH5393921
 
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Online Nandito

Re: Cancro Geral
« Responder #20 em: 14/05/2021, 10:34 »
 
Direito ao esquecimento para quem teve cancro deve chegar hoje a Portugal

A Assembleia da República vota nesta sexta-feira, na generalidade, projetos-lei do PS e do PAN contra a discriminação de quem teve cancro no acesso a seguros de vida.



Noticia o Público, esta sexta-feira, que terá sido a intervenção de Rita Merenda, uma militante de 42 anos, no congresso do PS-Lisboa, a 17 de dezembro, no qual explicava como as pessoas que tiveram cancro eram discriminadas pela sociedade, nomeadamente pelas seguradoras, e como estes sobreviventes estão praticamente impedidos de ter acesso ao crédito habitação (porque obriga a um seguro de vida e a referência à doença torna o seguro impossível), que motivou Miguel Matos, deputado e líder da JS, a apresentar o projeto-lei hoje discutido na Assembleia da República.

Em fevereiro, o projeto deu entrada no Parlamento e hoje será aprovado - a publicação afirma ter confirmado que o PSD não votará contra, o Bloco de Esquerda votará a favor, enquanto o PCP declarou “acompanhar” o projecto-lei socialista. Por sua vez, o PAN apresenta um diploma próprio para que as pessoas que superem doenças “de risco agravado”, como cancro, não vejam agravadas as condições de acesso a créditos ou seguros e que a sua informação médica não possa ser recolhida por estas empresas.

Na exposição de motivos, o PAN assinala que “a discriminação e o estigma social continuam a recair sobre as pessoas que lutam contra” uma doença oncológica e “sobre aquelas que lhe sobreviveram”, uma vez que, “mesmo após a sua cura, muitas instituições financeiras continuam a limitar ou a agravar de forma muito expressiva o acesso aos seus produtos, discriminando pessoas que apresentam antecedentes clínicos da doença”.

“Mesmo uma pessoa que tenha sofrido de cancro na infância, e que tenha ultrapassado com sucesso a doença, pode vir a deparar-se com situações discriminatórias na sua vida adulta”, refere também.

Fonte: 24.sapo.pt  Link: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/direito-ao-esquecimento-para-quem-teve-cancro-deve-chegar-hoje-a-portugal



"A justiça é o freio da humanidade."
 

Online Nandito

Re: Cancro Geral
« Responder #21 em: 27/05/2021, 11:59 »
 
Os desafios dos cidadãos e das associações de doentes na luta contra o cancro

É preciso mudar o paradigma e haver uma voz colectiva que una o esforço de todos para promover a saúde e enfrentar o cancro com mais qualidade de vida. A conferência virtual “A voz da sociedade civil” realizou-se, em directo, no site do Público, a 12 de Maio, e contou com a parceria da MSD Portugal. Durante hora e meia, o papel das associações de doentes e a capacitação dos doentes e dos cidadãos estiveram em destaque.


26 de Maio de 2021, 16:11


(Re)veja o vídeo da conferência digital no link abaixo

Nesta que foi a terceira conferência da iniciativa conjunta do Público e da MSD Portugal, “Uma agenda para combater o cancro: Por todos nós, para todos nós”, foram debatidos temas como o papel das associações de doentes, a importância do diagnóstico precoce, o acesso adequado e atempado aos tratamentos mais inovadores, e o impacto da pandemia para os doentes oncológicos. A literacia em saúde e o contributo dos cuidadores informais foram igualmente abordados neste debate.



Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale – Associação de Luta Contra o Cancro do Pulmão, começou por afirmar que a pandemia tem sido falada, naturalmente, pelos aspectos negativos, mas trouxe a oportunidade de melhoria em alguns aspectos. “O tema da saúde, que era tão distante para tantas pessoas, começou a fazer parte do dia-a-dia de todos nós. E esta é uma oportunidade que se deve desenvolver no futuro.” Passou a existir uma maior consciência da importância que tem a saúde e o conhecimento nesta área, adiantou.

Já antes da pandemia, se alertava para o facto de o cancro do pulmão ser diagnosticado, muitas vezes, em fases avançadas. O desafio da detecção precoce tornou-se ainda mais exigente, uma situação a que Pulmonale está atenta. “Chamamos a atenção para que não seja desvalorizado um conjunto de sintomas que, normalmente, não são identificados atempadamente. No caso do cancro do pulmão, não nos podemos esquecer que estamos a falar da patologia oncológica mais mortífera e com uma maior incidência a nível mundial”, referiu a presidente da associação.

Na sua perspectiva, o facto de não existir um rastreio de base populacional coloca o ónus no doente, que fica responsável por vigiar os sinais do carcinoma e partilhá-los com o seu médico para um diagnóstico mais eficaz. No final da sua primeira intervenção, Isabel Magalhães reforçou que, apesar do cancro do pulmão estar muito associado ao tabagismo, com uma causalidade na ordem dos 85%-90%, afecta também pessoas não fumadoras. Sendo um dos principais factores de risco evitáveis, a prevenção deve começar exactamente por este hábito.

Vítor Neves, presidente da Europacolon Portugal, confirmou que, antes de 2020, havia, pelo menos, 17 mil novos casos de cancro digestivo todos os anos, que provocavam dez mil mortes, sendo, por isso, um assunto de saúde pública recorrente. Em Portugal, não se previne doenças que são muito fáceis de prevenir, como é exemplo o cancro do intestino, o que resulta numa incidência e mortalidade excessivas. A associação de apoio ao doente com cancro digestivo nasceu precisamente por este motivo e, sobretudo, pelo facto de “o cancro do intestino ter o maior rastreio custo-benefício que existe na Europa e, em Portugal, tende a atrasar-se e a ter uma adesão muito fraca”, referiu.

Relativamente ao impacto da pandemia para os doentes com cancro do intestino, Vítor Neves identificou “maiores dificuldades, maior sofrimento, menos sobrevivência, maiores custos sociais e maiores custos de saúde a doentes não covid”. A adaptação e reorganização do Sistema Nacional de Saúde, com a realocação de recursos, foi obrigatória mas expectável, dada a imprevisibilidade e desconhecimento relacionado com este vírus. O acesso aos doentes foi vedado em 2020, mas o presidente da Europacolon reforça que esta situação perdura e não compreende “como é que em 2021, não existe ainda uma comissão de trabalho que tenha como missão recuperar tudo aquilo que não se conseguiu fazer aos doentes não covid”. Neste momento, não há valorização da sintomatologia, não há diagnósticos e, muitas vezes, fazem-se nas urgências dos hospitais em situações agudas e com mau prognóstico.

No entanto, há também aspectos positivos a considerar. Vítor Neves referiu o facto de ser “mais clarividente para os decisores de saúde que a vida não é um bem substituível por nada, nem pelo melhor sistema económico. A covid-19 deu-nos a oportunidade de ver o trabalho das unidades de cuidados primários, a vantagem da prevenção e da dispensa de medicamentos para doentes oncológicos nas farmácias de proximidade, e algumas formas de telemedicina ou de aproximação por via digital aos doentes.”

No final da sua intervenção, o presidente reforçou ainda que a saúde deve ser uma prioridade na aplicação dos apoios que Portugal vai receber e reforçou, uma vez mais, a importância dos rastreios. A Europacolon promove, há vários anos, rastreios oportunísticos com o apoio das farmácias. O número de testes realizados revela que é fácil implementar um rastreio para os cancros digestivos e que a sociedade civil adere quando as acções são bem organizadas. No caso do cancro do pulmão, durante muito tempo, não existiu consenso na forma de rastrear, mas já existem dados que demonstram a sua eficácia e será um tema a discutir no futuro.

Capacitar os cidadãos

Ana Rita Goes é professora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Universidade Nova de Lisboa e começou por salientar que “a literacia em saúde prende-se com a capacitação dos cidadãos, mas também em fazer com que os sistemas sejam responsivos às suas necessidades”. Ou seja, é importante que as pessoas façam rastreios e que tenham competências para procurar ajuda, mas é igualmente necessário garantir que os sistemas conseguem dar resposta.

O trabalho desenvolvido pela ENSP divide-se em várias vertentes, desde perceber em que ponto estamos relativamente à literacia em saúde e que factores contribuem para a mesma, mas também do trabalho realizado ao nível do desenvolvimento de estratégias e de políticas dirigidas à capacitação dos cidadãos.

Nesta área específica do cancro, a docente salientou o projecto desenvolvido pela ENSP, intitulado “Inovar saúde”, cujo estudo “Cancro 2020” destacava “a necessidade de envolver doentes, de personalizar os cuidados, de considerar a sua participação na tomada de decisão. E a literacia em saúde e a participação andam sempre de mãos dadas”, afirmou. Não é possível construir literacia em saúde sem envolver as pessoas na participação do seu processo de saúde.

Ana Rita Goes referiu ainda a importância “de dar voz às pessoas, em ouvir as suas necessidades e, em conjunto, construirmos respostas e soluções”, sublinhando que esta questão não se resolve apenas com informação. “Não chega. É uma questão de equilíbrio entre saber quais são as exigências e os desafios e quais os recursos disponíveis. Em determinado momento, as pessoas vão ter de ser capazes de aceder a determinado tipo de informação, mas também de saber como a utilizar e implementar”, defendeu.

Isabel Magalhães acrescentou que “hoje em dia, fala-se muito do doente no centro da decisão, mas não se pode esperar que o mesmo participe activamente se não está capacitado.” No caso da Pulmonale, muitas vezes o primeiro contacto surge por parte dos cuidadores, que colocam questões sobre o caso em particular que acompanham. Durante a primeira fase na pandemia, doentes que anteriormente eram acompanhados no hospital de dia passaram a fazer a sua medicação em casa. “Obviamente que o doente e os cuidadores teriam de estar alerta para um conjunto de efeitos adversos e de informações com os quais, até esse momento, nunca tiveram de se preocupar. É um exemplo concreto de como é importante que o doente seja um agente activo”, explicou a oradora. “Diria que a nossa população é heterogénea. Há uma pequena franja que procura essa informação em fontes fidedignas e que se prepara muito bem para aquele episódio de doença, mas essa não é a realidade da maioria dos doentes”, destacou.

Nesta que foi a terceira conferência da iniciativa conjunta do Público e da MSD Portugal, “Uma agenda para combater o cancro: Por todos nós, para todos nós”, foram debatidos temas como o papel das associações de doentes, a importância do diagnóstico precoce, o acesso adequado e atempado aos tratamentos mais inovadores, e o impacto da pandemia para os doentes oncológicos. A literacia em saúde e o contributo dos cuidadores informais foram igualmente abordados neste debate.

Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale – Associação de Luta Contra o Cancro do Pulmão, começou por afirmar que a pandemia tem sido falada, naturalmente, pelos aspectos negativos, mas trouxe a oportunidade de melhoria em alguns aspectos. “O tema da saúde, que era tão distante para tantas pessoas, começou a fazer parte do dia-a-dia de todos nós. E esta é uma oportunidade que se deve desenvolver no futuro.” Passou a existir uma maior consciência da importância que tem a saúde e o conhecimento nesta área, adiantou.

"Assistimos ao surgimento de novas abordagens de tratamento e as perspectivas para quem enfrenta um diagnóstico são bem diferentes daquelas que existiam há uns anos.

Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale

Já antes da pandemia, se alertava para o facto de o cancro do pulmão ser diagnosticado, muitas vezes, em fases avançadas. O desafio da detecção precoce tornou-se ainda mais exigente, uma situação a que Pulmonale está atenta. “Chamamos a atenção para que não seja desvalorizado um conjunto de sintomas que, normalmente, não são identificados atempadamente. No caso do cancro do pulmão, não nos podemos esquecer que estamos a falar da patologia oncológica mais mortífera e com uma maior incidência a nível mundial”, referiu a presidente da associação.

Na sua perspectiva, o facto de não existir um rastreio de base populacional coloca o ónus no doente, que fica responsável por vigiar os sinais do carcinoma e partilhá-los com o seu médico para um diagnóstico mais eficaz. No final da sua primeira intervenção, Isabel Magalhães reforçou que, apesar do cancro do pulmão estar muito associado ao tabagismo, com uma causalidade na ordem dos 85%-90%, afecta também pessoas não fumadoras. Sendo um dos principais factores de risco evitáveis, a prevenção deve começar exactamente por este hábito.

Vítor Neves, presidente da Europacolon Portugal, confirmou que, antes de 2020, havia, pelo menos, 17 mil novos casos de cancro digestivo todos os anos, que provocavam dez mil mortes, sendo, por isso, um assunto de saúde pública recorrente. Em Portugal, não se previne doenças que são muito fáceis de prevenir, como é exemplo o cancro do intestino, o que resulta numa incidência e mortalidade excessivas. A associação de apoio ao doente com cancro digestivo nasceu precisamente por este motivo e, sobretudo, pelo facto de “o cancro do intestino ter o maior rastreio custo-benefício que existe na Europa e, em Portugal, tende a atrasar-se e a ter uma adesão muito fraca”, referiu.

Relativamente ao impacto da pandemia para os doentes com cancro do intestino, Vítor Neves identificou “maiores dificuldades, maior sofrimento, menos sobrevivência, maiores custos sociais e maiores custos de saúde a doentes não covid”. A adaptação e reorganização do Sistema Nacional de Saúde, com a realocação de recursos, foi obrigatória mas expectável, dada a imprevisibilidade e desconhecimento relacionado com este vírus. O acesso aos doentes foi vedado em 2020, mas o presidente da Europacolon reforça que esta situação perdura e não compreende “como é que em 2021, não existe ainda uma comissão de trabalho que tenha como missão recuperar tudo aquilo que não se conseguiu fazer aos doentes não covid”. Neste momento, não há valorização da sintomatologia, não há diagnósticos e, muitas vezes, fazem-se nas urgências dos hospitais em situações agudas e com mau prognóstico.

"O processo não está preparado para que o doente seja envolvido no seu processo clínico. E todos nós sabemos – e até há documentos muito credíveis sobre isso – que há vantagem no envolvimento do doente no seu plano terapêutico.

Vítor Neves, presidente da Europacolon Portugal

No entanto, há também aspectos positivos a considerar. Vítor Neves referiu o facto de ser “mais clarividente para os decisores de saúde que a vida não é um bem substituível por nada, nem pelo melhor sistema económico. A covid-19 deu-nos a oportunidade de ver o trabalho das unidades de cuidados primários, a vantagem da prevenção e da dispensa de medicamentos para doentes oncológicos nas farmácias de proximidade, e algumas formas de telemedicina ou de aproximação por via digital dos doentes.”

No final da sua intervenção, o presidente reforçou ainda que a saúde deve ser uma prioridade na aplicação dos apoios que Portugal vai receber e reforçou, uma vez mais, a importância dos rastreios. A Europacolon promove, há vários anos, rastreios oportunísticos com o apoio das farmácias. O número de testes realizados revela que é fácil implementar um rastreio para os cancros digestivos e que a sociedade civil adere quando as acções são bem organizadas. No caso do cancro do pulmão, durante muito tempo, não existiu consenso na forma de rastrear, mas já existem dados que demonstram a sua eficácia e será um tema a discutir no futuro.

É preciso mudar mentalidades

Outro aspecto sublinhado nas conferências organizadas no âmbito desta iniciativa tem sido o facto de os doentes oncológicos estarem desprotegidos a vários níveis. A obtenção de atestado multiusos que, por vezes, demora anos e a dificuldade em obter um seguro de vida para comprar uma habitação foram alguns dos exemplos apresentados por Vítor Neves. “Ninguém pede para ser doente oncológico. Felizmente, mais de 50% dos doentes sobrevive, tem uma vida estabilizada por muitos anos e a investigação tem dado passos decisivos para essa longevidade. Portanto, cada vez mais, os doentes vão viver mais anos e a doença vai ter maior controlo”, salientou. No entanto, falta um sistema conjuntural que funcione no mesmo sentido, advertiu. “Era importante que um gestor hospitalar percebesse que o tempo das consultas tem de ser diferente, por exemplo.” O presidente da Europacolon não entende que uma notícia sobre uma decisão clínica e multidisciplinar seja dada em poucos minutos, sem haver margem para que o doente ou os seus familiares questionem o médico e esclareçam as suas dúvidas. “O processo não está preparado para que o doente seja envolvido no seu processo clínico. E todos nós sabemos – e até há documentos muito credíveis sobre isso – que há vantagem no envolvimento do doente no seu plano terapêutico.”

As próprias associações de doentes, sobretudo as que são mais estruturadas e capacitadas, devem ser chamadas mais vezes a dar este tipo de apoio. “A Europacolon é consultada hoje para que os médicos dêem a aprovação de uma nova tecnologia, por exemplo”, disse Vítor Neves, defendendo que é preciso mudar a mentalidade e que se perceba que estamos todos a trabalhar para o mesmo fim, ou seja, a melhoria da qualidade de vida dos doentes e a eficácia e eficiência do Sistema Nacional de Saúde. Com a integração das pessoas, vai haver ganhos em saúde.

O movimento entre a academia, as associações de doentes e a sociedade civil representa bem o esforço que necessita de ser feito até ao nível da literacia em saúde. “Se pretendemos criar um contexto favorável às necessidades da população em geral e do doente em particular, então precisamos de trabalhar em conjunto”, afirmou Ana Rita Goes.

"Para as pessoas terem voz, precisam também de ter os conhecimentos e as competências necessárias para se fazerem ouvir.

Ana Rita Goes, professora auxiliar da Escola Nacional de Saúde Pública

A docente acrescentou que as mudanças estruturais acontecem quando os doentes conseguem ter voz activa. “Para as pessoas terem voz, precisam também de ter os conhecimentos e as competências necessárias para se fazerem ouvir.” Ou seja, precisam de ter ao seu alcance ferramentas que os tornam mais eficazes para agir. “Esta tem sido uma preocupação da ENSP através do programa ‘Activos pela Saúde’ que construiu precisamente uma oferta dirigida às associações de doentes com o intuito de as capacitar para que consigam desenvolver ferramentas que tornem a sua intervenção social mais efectiva. O projecto ‘Incluir’ também procurou envolver os doentes e os seus representantes em processos no Infarmed”, exemplificou a docente, deixando claro o papel da academia: produzir conhecimento que informe a acção e o desenvolvimento de políticas.

Acesso aos tratamentos

Durante a pandemia, os doentes de cancro do pulmão mantiveram o seu tratamento ainda que o mesmo tenha sido adaptado, garante Isabel Magalhães. “O problema deu-se principalmente entre aqueles que não tinham iniciado tratamento. Não houve referenciação através dos serviços de saúde primários, os próprios cidadãos atrasaram os seus diagnósticos e os casos que foram diagnosticados entraram pelas urgências dos hospitais, muitas vezes, numa fase muito avançada e em que a única opção foi ir directamente para os cuidados paliativos”, destacou. Nestes casos, perdeu-se uma janela de oportunidade para iniciar terapias mais inovadoras. “Temos tempos de autorização superiores às melhores práticas no espaço europeu”, explicou a presidente da associação, indicando que Portugal não é dos países com tempos de resposta mais rápidos, mas também não está numa situação crítica, tendo havido “uma evolução no sentido positivo, isto se esquecermos, por momentos, a pandemia”.

No que respeita à equidade no acesso, a oradora salientou que a mesma não existe e que o acesso não é igual em todas as zonas do País. Embora haja uma tentativa de trazer o assunto para a agenda política, “este é um tema de difícil resolução porque nunca vamos ter centros de excelência do tratamento do cancro em todas as cidades de Portugal, mas precisamos de ter uma resposta articulada e que seja capaz de satisfazer as necessidades dos doentes independentemente do local onde estão”, afiançou. Vítor Neves referiu alguma expectativa relativamente ao investimento na investigação. “Os grandes valores investidos na investigação são feitos pelas companhias farmacêuticas porque as entidades públicas que deviam fazê-lo – em valor e em quantidade – não o fazem porque não têm meios apesar de termos dos melhores investigadores do mundo em várias áreas, como por exemplo, no i3s que é um laboratório de que estou mais próximo.”

O presidente da Europacolon criticou a falta de linhas orientadoras para o tratamento equitativo de todos os doentes além da fase que vivemos agora. “Portugal vai continuar a ser um dos países que tem uma longevidade maior, mas uma longevidade doente e que vai necessitar de muito apoio.” Somando os atrasos que já existiam às sequelas que os doentes de covid-19, os desafios são novos e não menos relevantes. “Os nossos cuidados paliativos já estavam muito deficientes. Juntando a isso, há que referir o desgaste dos cuidadores informais que são peças fundamentais no sistema de saúde e que devem ser acompanhados.” O orador defendeu uma mudança global e um método organizativo em que as pessoas sejam a parte fundamental no nosso País. Salientou ainda que grande parte de investimento deve ser feito em investigação, em melhor conhecimento, mas também em dar tempo aos médicos, retirando-lhes imensas funções administrativas em que perdem tempo precioso.

Oportunidade de mudança

Ficou ainda patente neste debate a falta de um sistema que acompanhe os sobreviventes das doenças oncológicas e das medidas para salvaguardar os cuidados paliativos. Como mensagem final, Ana Rita Goes referiu que “podemos todos fazer parte da mudança que queremos ver acontecer”. Esta mudança implica reconhecer a necessidade de envolvimento e participação, mas que também implica olhar para a perspectiva de bem-estar. “Ou seja, é preciso olharmos para o que queremos construir para que as pessoas não só sobrevivam, mas também vivam com estas condições com mais qualidade de vida. Não olhemos só para a sobrevivência, mas também para o bem-estar e para a qualidade de vida.”

Isabel Magalhães dirigiu a mensagem final à população em geral e, em concreto, aos doentes com cancro do pulmão, partilhando uma palavra de esperança. Apesar de todas as dificuldades identificadas, “assistimos ao surgimento de novas abordagens de tratamento e as perspectivas para quem enfrenta um diagnóstico são bem diferentes daquelas que existiam há uns anos.”

Vítor Neves não quis deixar de referir a impossibilidade de os doentes oncológicos internados receberem visitas [à data de fecho deste artigo] e de esta situação continuar bloqueada com os respectivos danos psicológicos que a mesma acarreta. “Era bom que as unidades de saúde pensassem na reabertura imediata, ainda que com algumas restrições”, sugeriu. “Devemos apostar muito na prevenção e no diagnóstico precoce. No meu entendimento, é essa a alavanca da evolução da saúde no nosso País. Todos temos de ser agentes e este é o caminho que os portugueses querem para a sua vida futura e isso passa pela qualidade de vida associada a uma sobrevivência que, quanto maior, melhor.”

Fonte: publico.pt   Link: https://www.publico.pt/2021/05/26/estudiop/noticia/desafios-cidadaos-associacoes-doentes-luta-cancro-1964037

 
"A justiça é o freio da humanidade."
 

Offline pantanal

Re: Cancro Geral
« Responder #22 em: 27/07/2021, 13:23 »
 
Cancro da cabeça e pescoço afeta três mil pessoas por ano. Maioria é diagnosticada tarde por desconhecer sintomas
Nuno de Noronha
27 jul 2021 08:00

Em Portugal são diagnosticados todos os anos cerca de 3.000 novos casos de cancro da cabeça e do pescoço. Mais de metade são detetados em fases avançadas, explica Ana Joaquim, médica oncologista no Centro Hospitalar de Gaia/Espinho, que deixa alguns sinais de alerta.

Cancro da cabeça e pescoço afeta três mil pessoas por ano. Maioria é diagnosticada tarde por desconhecer sintomas



Qual a principal causa de cancro da cabeça e pescoço?
O cancro de cabeça e pescoço está relacionado, essencialmente, com hábitos de vida. Falo, essencialmente, do tabagismo, da ingestão regular de bebidas alcoólicas e da infeção HPV (vírus do papiloma humano) – infeção sexualmente transmissível que está implicada na génese de uma percentagem importante de um dos tipos de cancro de cabeça e pescoço (cancro da orofaringe).

Quais são os principais grupos de risco?
Existem dois grandes grupos de risco: o grupo de pessoas fumadoras e/ou alcoólicas (geralmente homens, com cerca de 50 anos, maioritariamente de estratos sociais mais baixos) e o grupo de pessoas não fumadoras, ou com baixa carga tabágica, tanto do género masculino como feminino, geralmente mais jovens e com história de vários parceiros sexuais.

Existe um grupo de risco menos expressivo, que são os doentes idosos com próteses dentárias mal-adaptadas, em particular em casos de higiene oral deficitária (nos casos de cancro da cavidade oral).

Por que motivo a doença está a aumentar entre os jovens?
Os hábitos tabágicos estão a diminuir, o que irá conduzir, provavelmente, a uma diminuição dos casos do primeiro grupo de risco que descrevi (à semelhança do que aconteceu nos Estados Unidos). Esta tendência faz com que se torne mais expressivo o cancro da orofaringe relacionado com o HPV. Por outro lado, os comportamentos sexuais promíscuos têm vindo a aumentar, principalmente nas camadas mais jovens, o que, em parte, explica este aumento.


Fonte: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/cancro-da-cabeca-e-pescoco-maioria-dos-casos-sao-diagnosticados-em-fases-tardias-por-falta-de-conhecimento-dos-sintomas
 

Offline hugo rocha

Re: Cancro Geral
« Responder #23 em: 02/08/2021, 10:04 »
 
O cancro do pulmão pode ser silencioso. Todos os anos registam-se cerca de 5.000 novos casos em Portugal
Luís Rocha
Médico/a

2 ago 2021 08:00

Cancro Cancro do Pulmão Fundação Portuguesa do Pulmão Luís Rocha
O cancro do pulmão não tira férias: esteja atento a estes sintomas

O cancro do pulmão não tira férias: esteja atento a estes sintomas
Quer deixar de fumar? Procure o médico

Este é o tumor maligno mais frequente no mundo e aumenta ao ritmo de 0,5 por cento ao ano.
O cancro do pulmão pode ser silencioso. Todos os anos registam-se cerca de 5.000 novos casos em Portugal


Em 2020 registaram-se cerca de 5.000 novos casos de cancro do pulmão em Portugal.

A incidência é três vezes mais frequente nos homens, mas regista-se também uma tendência de aumenta nas mulheres devido aos hábitos tabágicos na sociedade.

O tabaco é o principal fator de risco, sendo que 85% dos casos de cancro do pulmão ocorre em fumadores e ex-fumadores.

O risco de cancro do pulmão é 20 vezes superior em fumadores.

Não existem sinais de alerta nem sinais específicos para o cancro do pulmão. O cansaço, a tosse, a falta de apetite, a falta de ar e, por vezes, expectoração com sangue podem alertar o doente para uma ida ao médico ou à urgência e aí é feito o diagnóstico muitas vezes numa fase já avançada.

A medida preventiva mais eficaz é parar de fumar.

Os temas mais inspiradores e atuais!


Veja a mensagem do médico Luís Rocha, pneumologista e dirigente da Fundação Portuguesa do Pulmão, no vídeo em baixo


Fonte: JN


 
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Re: Cancro Geral
« Responder #24 em: 29/09/2021, 11:33 »
 
Cuide do seu fígado: Dez sintomas de cancro

28/09/21 20:30 ‧ Há 14 Horas por Notícias ao Minuto - Lifestyle Opinião

Artigo de opinião de José Presa, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF).


Fonte imagem: © Shutterstock

S abia que há cada vez mais pessoas com cancro no fígado? É altura de falar sobre esta doença, cuja frequência é crescente e que pode ter consequências gravíssimas, quando não detetada e tratada precocemente.

Em países industrializados, o número de casos tem vindo a aumentar, sendo cerca de 2,5 vezes mais frequente nos homens. De acordo com dados da Globocan, de 2018, em Portugal, todos os anos, surgiram 1386 novos casos de cancro do fígado, o que corresponde a 2,4 por cento de todos os cancros. Em Portugal temos assistido a um aumento do número de casos todos os anos. Com a pandemia COVID-19 acreditamos, que o número de casos venham a diminuir, com menos e mais tardios diagnósticos efetuados, com consequências devastadoras.

Leia Também: Campanha alerta população sobre cancros de sangue e apela para informação

É o 11.º tipo de cancro mais frequente no nosso país. Representa a 7.ª causa de morte por cancro, vitimando 1372 pessoas em 2018. A sua taxa de sobrevivência a cinco anos é inferior a 10 por cento, quando diagnosticado em fases avançadas.

Na maioria dos casos o diagnóstico é feito tardiamente. É tempo de consciencializar a população para a existência desta doença e, sobretudo, de a informar acerca da importância da sua prevenção e diagnóstico precoce.

O cancro do fígado é uma doença que é prevenível, evitável, tratável e, por vezes, até curável. É crucial apostar na prevenção. Contudo, não tendo sido possível, é fundamental iniciar um tratamento atempadamente, algo que só vai acontecer se a deteção for feita em fase inicial.

Tenha um estilo de vida saudável, de forma a manter a saúde do seu fígado; esteja atento aos sinais e sintomas corpo; consulte o seu médico assistente frequentemente; e faça exames de rotina.

Sabia que há cada vez mais pessoas com cancro no fígado? É altura de falar sobre esta doença, cuja frequência é crescente e que pode ter consequências gravíssimas, quando não detetada e tratada precocemente.

Em países industrializados, o número de casos tem vindo a aumentar, sendo cerca de 2,5 vezes mais frequente nos homens. De acordo com dados da Globocan, de 2018, em Portugal, todos os anos, surgiram 1386 novos casos de cancro do fígado, o que corresponde a 2,4 por cento de todos os cancros. Em Portugal temos assistido a um aumento do número de casos todos os anos. Com a pandemia COVID-19 acreditamos, que o número de casos venham a diminuir, com menos e mais tardios diagnósticos efetuados, com consequências devastadoras.

Leia Também: Campanha alerta população sobre cancros de sangue e apela para informação

É o 11.º tipo de cancro mais frequente no nosso país. Representa a 7.ª causa de morte por cancro, vitimando 1372 pessoas em 2018. A sua taxa de sobrevivência a cinco anos é inferior a 10 por cento, quando diagnosticado em fases avançadas.

Na maioria dos casos o diagnóstico é feito tardiamente. É tempo de consciencializar a população para a existência desta doença e, sobretudo, de a informar acerca da importância da sua prevenção e diagnóstico precoce.

O cancro do fígado é uma doença que é prevenível, evitável, tratável e, por vezes, até curável. É crucial apostar na prevenção. Contudo, não tendo sido possível, é fundamental iniciar um tratamento atempadamente, algo que só vai acontecer se a deteção for feita em fase inicial.

Tenha um estilo de vida saudável, de forma a manter a saúde do seu fígado; esteja atento aos sinais e sintomas corpo; consulte o seu médico assistente frequentemente; e faça exames de rotina.


Fonte imagem: Dr. José Presa© DR

O fígado é um órgão essencial, que remove as toxinas do organismo e distribui e armazena os nutrientes essenciais. Tem múltiplas funções: produção de proteínas e fatores de coagulação, de colesterol e triglicéridos. É um órgão que tem a capacidade única de se regenerar a si próprio, mesmo quando danificado pelas toxinas que processa. Mas atenção: não é indestrutível!

Existem vários subtipos de cancro do fígado, mas as suas causas ainda não são conhecidas. No entanto, há vários fatores de risco, muitos deles modificáveis, que estão relacionados, sobretudo, com os estilos de vida: infeção pelos vírus das hepatites B ou C; antecedentes familiares de cancro de fígado; cirrose hepática, que pode ser causada pelo consumo abusivo de álcool; obesidade; diabetes.

A prevenção desta doença está precisamente na mudança destes fatores. Adote uma alimentação equilibrada, faça exercício físico, não beba álcool, não consuma drogas, não partilhe seringas nem outro tipo de objetos, como sejam os de higiene pessoal, vacine-se contra a hepatite B, use preservativo, lave as mãos com frequência e certifique-se de que a comida que ingere foi devidamente higienizada, conservada e cozinhada, nomeadamente se estiver em países com condições higieno-sanitárias deficitárias.

Os sintomas do cancro do fígado são comuns a muitas outras doenças. Esteja atento aos sinais seu corpo, sobretudo se tem antecedentes familiares ou comportamentos de risco, e procure de imediato um médico, com o objetivo de detetar quanto antes a doença. Quando iniciado precocemente, o tratamento é eficaz e a cura é possível.

Esteja atento aos seguintes sintomas:

Fadiga sem razão aparente;
Dor ou desconforto do lado direito do abdómen superior, abaixo das costelas;
Aparecimento de uma massa do lado direito do abdómen superior;
Dor na omoplata direita;
Perda de apetite ou sensação de enfartamento;
Perda de peso sem razão;
Náuseas;
Vómitos;
Icterícia.

No mês de outubro e em todos os meses, cuide do seu fígado. Aposte na prevenção e na deteção e no tratamento precoce do cancro hepático. Este é um dos objetivos que integram a missão da APEF: prevenir, diagnosticar, tratar e minimizar, tanto quanto possível, as consequências do cancro do fígado.
"A justiça é o freio da humanidade."
 

Online Nandito

Re: Cancro Geral
« Responder #25 em: 06/10/2021, 17:09 »
 
Um em cada sete doentes oncológicos falharam cirurgias no confinamento

Agência Lusa
06 out 2021, 15:19


Adiamento de cirurgias oncológicas devido ao confinamento total levou a que um em cada sete doentes oncológicos não tivessem sido operados, segundo estudo da Lancet Oncology.


Medidas de restrição apertadas podem ter provocado mais mortes por cancro em Portugal
ESTELA/SILVA LUSA


Um em cada sete doentes oncológicos não foram submetidos a cirurgias que poderiam salvar vidas durante o confinamento total na primeira fase da pandemia, concluiu um estudo que envolveu 20.000 doentes de 61 países, incluindo Portugal.

O estudo, publicado na revista The Lancet Oncology, contou com a participação de 5.000 cirurgiões e anestesistas de 61 países que analisaram dados de 15 tipos de cancro sólido mais comuns. A investigação envolveu 435 doentes oncológicos de 15 hospitais portugueses.

    "Aquilo que o estudo mostra é que quanto mais restritas são as medidas de confinamento maior é a probabilidade de as cirurgias oncológicas serem adiadas, o que pode obviamente ter repercussões para aquilo que são os resultados para os doentes em termos de sobrevida a longo prazo e recorrência dos cancros”, disse à Lusa Joana Simões, médica interna de Cirurgia Geral do Hospital Garcia de Orta, em Almada, que participou na investigação.

Segundo Joana Simões, doutoranda da Universidade de Birmingham, que coordenou o trabalho, entre os países analisados Portugal “situava-se na gama de países com medidas mais restritivas em termos de confinamento”, o que significa que “terá sido dos países em que os doentes estiveram mais suscetíveis a este tipo de atrasos nas suas cirurgias oncológicas”.

    O estudo revela, do ponto de vista pragmático, que em situações com confinamentos tão restritos como aquele que foi adotado em Portugal, o adiamento de cirurgias pode ir até 15% dos doentes, ou seja, que um em cada sete doentes acaba por não conseguir ter a sua cirurgia feita durante o período em estudo”, afirmou Joana Simões, sublinhando que “mesmo aqueles que são operados têm atrasos significativos no ‘timing’ da cirurgia”.

Explicando que o estudo só avaliou resultados da cirurgia a curto prazo — “três a cinco meses após a decisão” -, a especialista sublinha que está descrito na literatura que “estes doentes têm maior probabilidade de recorrência dos cancros a longo prazo e de diminuição da sobrevida global”.

“Obviamente que isto pode ter um impacto a longo prazo naquilo que é o resultado do tratamento do cancro e é por isso que é tão importante lançar o alerta, a partir destes dados, não só para as administrações hospitalares, mas também para a Direção Geral da Saúde e o Ministério de Saúde, para que isto seja planeado de forma coordenada sob o ponto de vista intra e inter-hospitalar”, disse.

Liderados por especialistas da Universidade de Birmingham, os investigadores concluíram que embora os confinamentos mais restritos impostos pela pandemia de Covid-19 tivessem sido essenciais para proteger o público em geral da propagação de infeções, levaram a “atrasos significativos na cirurgia oncológica e potencialmente mais mortes por cancro”.

“Estas poderiam ter sido evitadas se as operações tivessem prosseguido a tempo”, defendem os autores do estudo, em comunicado.

Os investigadores pedem uma reorganização global durante a recuperação da pandemia para fornecer “vias cirúrgicas eletivas protegidas” e “camas de cuidados intensivos que permitirão que a cirurgia continue em segurança”, bem como o investimento na capacidade de aumento para futuras emergências de saúde pública.

    Esta reorganização é fundamental porque nós sabemos que há uma assimetria muito grande naquilo que é a gestão das listas de espera do ponto de vista regional e do ponto de vista hospitalar e não é admissível que um doente tenha maior ou menor probabilidade de ver seu cancro tratado e curado a longo prazo dependendo do sítio onde vive e do tipo de planeamento que existe no hospital ou no serviço a que recorre”, defendeu Joana Simões em declarações à agência Lusa.

“Aquilo que é importante fazer é, nesta fase – em que poderá haver outros fatores de stress no sistema, sejam eles uma nova onda de pandemia, um surto de gripe ou falhas dos serviços por outros motivos quaisquer -, proteger estes doentes porque são doentes muito vulneráveis àquilo que é depois o impacto na sua sobrevida a longo prazo”, acrescentou.

Os investigadores compararam cancelamentos e atrasos antes da cirurgia do cancro durante os confinamentos mais restritos com os períodos apenas com restrições ligeiras. Durante os confinamentos totais, um em cada sete doentes (15%) não recebeu a cirurgia programada numa mediana de 5,3 meses após o diagnóstico, todos tendo como motivo a pandemia de covid-19. Durante períodos de restrição ligeira, a taxa de não operação foi muito mais baixa (0,6%).

Joana Simões lembra que, apesar de nestes casos os doentes com cirurgia atrasada não terem tido “uma menor taxa de receção dos seus cancros” — os cirurgiões conseguiram remover cirurgicamente o tumor -, outras investigações dão conta de que os efeitos a longo prazo podem ser piores nestes doentes.

“Sabemos por outros estudos que foram publicados por outros grupos de investigação que os efeitos a longo prazo, por exemplo, a cinco anos após o diagnóstico de cancro, podem ser piores em doentes cuja cirurgia foi atrasada”, exemplificou.

Para monitorizar estas situações, os investigadores defendem que estes doentes possam vir a ser seguidos de forma mais próxima pelos seus médicos assistentes.

“Aquilo que os médicos, os cirurgiões e os projetos de investigação futura precisam de fazer daqui para a frente é perceber que estes doentes (…) talvez precisem de um seguimento mais apertado, ou diferente. É nisso que os próximos projetos de investigação precisam de se focar e os cirurgiões e os médicos em geral precisam também de estar alerta para isso e, provavelmente, ter uma atenção diferente com estes doentes”, concluiu.



Fonte: observador.pt           Link: https://observador.pt/2021/10/06/um-em-cada-sete-doentes-oncologicos-falharam-cirurgias-no-confinamento/


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Online Nandito

Re: Cancro Geral
« Responder #26 em: 09/11/2021, 17:01 »
 
Cancro do pulmão é doença oncológica que mais mata em Portugal. Pulmonale vai propor à tutela projeto-piloto de rastreio

N.N./Lusa
9 nov 2021 16:32



Fonte imagem: ERIC FEFERBERG/AFP

A Associação Pulmonale vai apresentar à tutela um projeto-piloto de rastreio de base populacional ao cancro do pulmão, para reduzir a mortalidade da doença oncológica que mais mata em Portugal, avançou hoje à Lusa presidente da organização.


O projeto-piloto tem vindo a ser elaborado pela Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão (Pulmonale) e por um grupo de especialistas nesta área, para que possa ser aplicado em Portugal, onde diariamente morrem, em média, 11 pessoas com este tipo e de cancro e são diagnosticadas, em média, 14 novos casos, adiantou Isabel Magalhães.

O rastreio proposto é feito através de uma TAC (Tomografia Computorizada) de baixa dosagem. “É o exame fundamental”, sendo que a partir daí haverá um conjunto de procedimentos no sentido de interpretar bem os resultados e dar o devido encaminhamento aos exames que são suspeitos.

Segundo a responsável, o que se pretende é um rastreio de base populacional, como existe no cancro da mama, no cancro colorretal e no colo do útero, dirigido a uma população-alvo e com uma determinada periodicidade.

O cancro do pulmão é a doença oncológica que “mais mata em todo o mundo e também em Portugal”, apesar de todos os avanços feitos no tratamento desta patologia, porque normalmente o diagnóstico é feito tardiamente.

“Os sintomas iniciais são muitas vezes leves ou então transversais a outras doenças, nomeadamente doenças próprias de fumadores”, e são desvalorizados pelas pessoas, que quando recorrem a ajuda médica já vão numa fase muito avançada.

Os países têm empenhado esforços para combater este “grande flagelo”, desde logo com “fortes investimentos” para reduzir os hábitos do tabaco, uma das principais causas desta doença, “mas viu-se que não era o suficiente”.

“Era necessário ter um método de rastreio do cancro numa fase inicial e isso tem sido objeto de vários estudos" ao longo de décadas, mas foi a partir de 2020 que as análises foram ganhando “cada vez mais consistência” e se começaram a fazer projetos e rastreios.

“É consensual na comunidade médica que o rastreio apresenta efetividade porque permite reduzir o número de mortes, o que já se verifica nos países onde está a ser praticado, e permite também menos sofrimento", porque a doença é diagnosticada numa fase muito inicial”, disse Isabel Magalhães.

Os países mais desenvolvidos têm já um projeto implementado ou lançaram projetos-piloto, mas, lamentou, “em Portugal ainda não aconteceu nada e não se vê ninguém a falar no assunto: Isto é uma coisa dramática que não pode continuar assim”.

Foi nesse sentido que a Pulmonale e especialistas desenvolveram um projeto-piloto que, tendo os resultados esperados, será para replicar a todo o país.

“Não podemos esquecer que é uma doença que, além das mortes, quando detetada numa fase muito tardia, tem elevados custos pessoais, sociais e económicos, porque os tratamentos não são baratos” e muitas vezes não conseguem ter os resultados desejáveis.

A situação agravou-se durante a pandemia. Médicos de vários hospitais relataram à associação que os doentes não chegavam pela via normal da referenciação, mas pelas urgências “em situação crítica”.

“Muitos deles já nem fizeram qualquer tipo de terapia porque a doença estava numa forma muito avançada”, passando logo para os cuidados paliativos.

“Isto é uma situação dramática que nós queremos evitar”, rematou.

Em 2020, cerca de 320 mil pessoas foram diagnosticadas com cancro do pulmão na União Europeia e mais de 257 morreram da doença.


Fonte: lifestyle.sapo.pt          Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/pulmonale-vai-propor-a-tutela-projeto-piloto-de-rastreio-ao-cancro-do-pulmao
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Online Nandito

Re: Cancro Geral
« Responder #27 em: 04/02/2022, 10:02 »
 
Mortes por cancro caíram quase um terço em três décadas e isso deve-se especialmente a um fator

N.N./AFP
4 fev 2022 08:56


O risco de morrer de cancro reduziu-se em quase um terço no espaço de 30 anos, graças ao diagnóstico precoce, a melhores tratamentos e - principalmente - a um número menor de fumadores, de acordo com um estudo com dados norte-americanos agora revelado. Hoje é o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro.


Fonte de imagem: lifestyle.sapo.pt

A taxa de mortalidade por cancro em homens e mulheres caiu 32% entre 1991 e 2019, o equivalente a 3,5 milhões de mortes evitadas, indicou a American Cancer Society (ACS) no seu relatório anual.

"Este sucesso deve-se, em grande medida, ao facto de menos gente fumar, o que resultou numa queda nos casos de cancro de pulmão", entre outros, diz o documento, ressaltando que este tipo de tumor maligno causa mais mortes que qualquer outro.

E esse ritmo segue a desacelerar. Na década de 1990, o risco caiu 1% ao ano. Já entre 2015 e 2019, a taxa baixou praticamente para 2%.

"A redução acelerada na taxa de mortes por cancro mostra o poder da prevenção, dos exames de imagem, do diagnóstico precoce, dos tratamentos e de nosso potencial em geral para nos aproximarmos de um mundo sem cancro", detalha o relatório.

"Nos anos recentes, mais pessoas com cancro de pulmão estão a ser diagnosticadas quando a doença se encontra em fases iniciais e, consequentemente, vivem mais", assinalou a ACS.

Em 2004, apenas 21% dos diagnosticados com cancro de pulmão continuavam vivos três anos depois do diagnóstico. Em 2018, este índice cresceu para 31%.

Ainda existem disparidades

Segundo a ACS, a taxa de sobrevivência é menor para negros do que para brancos, em quase qualquer tipo de cancro. As mulheres negras, por exemplo, têm 41% mais possibilidade de morrer de cancro de mama do que as brancas, apesar de terem 4% menos risco de contrai-lo.

Os indígenas, por sua vez, têm a maior incidência de cancro de fígado de todos os grupos raciais/étnicos importantes dos Estados Unidos: um risco duas vezes maior que o dos brancos.

A ACS atribui essas diferenças a "iniquidades em saúde, educação e padrões gerais de vida", provenientes de "práticas discriminatórias e do racismo histórico e persistente".

Além disso, a pandemia "reduziu fortemente" a capacidade de acesso aos serviços de saúde na área do cancro, incluindo prevenção, deteção e tratamento.

"Esses atrasos nos atendimentos provavelmente vão agravar as disparidades da incidência de cancro, dado o peso desigual da pandemia nas comunidades de cor", assinala o relatório, que traz dados até 2019, antes do surto global de covid.

O cancro é a segunda causa mais comum de morte nos Estados Unidos, atrás dos problemas cardíacos. Para 2022, a ACS prevê a deteção de 1,9 milhões de novos casos de cancro e 610.000 mortes por consequência da doença, o que equivale a uma média de 1.670 por dia.

Segundo a organização, 42% dos casos cancro diagnosticados são "potencialmente evitáveis", pois são causados por fumo, excesso de peso, ingestão de álcool, alimentação desequilibrada e falta de atividade física.




Fonte: lifestyle.sapo.pt                Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/mortes-por-cancro-cairam-quase-um-terco-em-tres-decadas-e-isso-deve-se-especialmente-a-um-fator
"A justiça é o freio da humanidade."
 

Offline Pantufas

Re: Cancro Geral
« Responder #28 em: 24/02/2022, 14:41 »
 
Cancro do colo do útero é a segunda causa de morte em mulheres com menos de 44 anos
N.N.
24 fev 2022 12:18

As doenças associadas ao papilomavírus humano (HPV) mantêm-se um importante problema de saúde pública. Em termos globais, é o quarto cancro mais comum entre as mulheres e a segunda causa de morte em mulheres com menos de 44 anos.
Cancro do colo do útero é a segunda causa de morte em mulheres com menos de 44 anos


AFP PHOTO/BEHROUZ MEHRI
A médica ginecologista e obstetra Cristina Nogueira-Silva, do Hospital de Braga, alerta que morrem anualmente 260 mil mulheres por cancro cervical invasivo, com uma incidência superior em fumadoras, imunodeprimidas e transplantadas. Defende, por isso, que é preciso continuar a alertar para a infeção sexualmente transmissível mais frequente no mundo.

“Assinalar o Dia Internacional de Consciencialização sobre o HPV é uma oportunidade para alertar a população e recordar o caminho de investigação, de melhoria dos cuidados e sensibilização percorridos nos últimos 35 anos, mas também para chamar a atenção para o que ainda há a fazer”, refere a especialista, que é também professora da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

A médica explica que existem mais de 200 tipos diferentes de HPV, alguns dos quais com potencial cancerígeno. Estima-se que cerca de 75 a 80% das pessoas sexualmente ativas terá um episódio de infeção por HPV durante a vida. “A infeção por HPV pode associar-se a doenças benignas, mas potencialmente recidivantes e indutoras de má qualidade de vida e ansiedade, tais como verrugas da orofaringe e condilomas anogenitais, bem como a patologia maligna”, acrescenta a ginecologista Cristina Nogueira-Silva.

O HPV é um carcinogéneo humano, sendo reconhecido como estando na origem de cerca de 5% de todos os cancros (mais do que o tabaco): quase todos (99,7%) os casos de cancro do colo do útero, 70% dos cancros da vagina e 40% da vulva, 47% dos cancros do pénis, 90% dos cancros anais, até 72% dos cancros da orofaringe e 10% dos cancros da laringe.


De acordo com a especialista, “o desenvolvimento de vacinas profiláticas recombinantes contra o HPV revelou-se uma estratégia de prevenção primária eficaz, custo-efetiva e segura, com múltiplos estudos a demonstrarem taxas de seroconversão de 97 a 100% da população vacinada e um claro impacto na redução da carga de doença associada ao HPV”. Sublinha ainda que a vacina nonavalente “apresenta potencial para prevenir 89% dos cancros associados ao HPV e 82% das lesões pré-cancerosas” do colo do útero, vulva, vagina e ânus.

“Apesar destes resultados, as doenças associadas ao HPV mantêm-se um importante problema de saúde pública que não pode ser deixado para segundo plano. O HPV é, também, responsável por 284 mil a 540 mil novas lesões pré-cancerosas anogenitais por ano. Em Portugal, anualmente, estima-se que 865 mulheres sejam diagnosticadas com cancro do colo do útero e 379 morram, sendo o terceiro cancro mais frequente nas mulheres entre os 15 e os 44 anos”, frisa.

E o que torna o colo do útero tão suscetível à infeção por HPV? 
Cristina Nogueira-Silva explica que o colo do útero é composto por uma área recetiva à infeção, denominada zona de transformação, na qual as células se mantêm em diferenciação. “O papilomavírus humano infeta as células desta área do colo do útero, às quais acede através de microtraumatismos, nomeadamente durante o ato sexual. A infeção persistente por HPV de tipos denominados de alto risco desempenha um papel crucial na transformação maligna”, esclarece. No entanto, salienta que “o processo de desenvolvimento de doença maligna é lento, o que proporciona oportunidade de intervenção”. Por esta razão “é que é tão importante que as mulheres procurem o seu médico e realizem o rastreio do cancro do colo do útero, que consiste na colheita de células do colo do útero, para pesquisa da presença de HPV e/ou detetar alterações dessas células (o vulgo Papanicolau).


Esperar para ver como evolui ou intervir?
Segundo a médica, diferentes sociedades científicas como a American Society of Colposcopy and Cervical Pathology e a Sociedade Portuguesa de Ginecologia, defendem que, perante alterações dos testes de rastreio, pode haver uma abordagem clínica expectante (vigilância) ou terapêutica, dependendo do grau de risco de a infeção se tornar maligna.

Na sua opinião, a abordagem expectante deve, de facto, ser recomendada em muitos dos casos clínicos. Contudo, reconhece pela sua experiência clínica que o diagnóstico de uma alteração de um teste de rastreio do cancro do colo do útero associa-se a elevados níveis de ansiedade por parte das mulheres, o que, por vezes, dificulta a aceitação da chamada estratégia “wait and see”, ou seja, esperar para ver como evolui. Por isso, admite que estratégias de intervenção terapêutica, como produtos de aplicação vaginal, podem ser utilizados como forma de estimular a natural regeneração dos tecidos e, ao mesmo tempo diminuir os níveis de ansiedade.

“Nos últimos anos, foram desenvolvidos produtos de aplicação vaginal, baseados em betaglucano, aprovados para o tratamento e prevenção de lesões cervicais de baixo grau causadas pelo HPV. Os estudos científicos demonstram que o betaglucano além de ativar o sistema imune, promove a epitelização e estimula a regeneração cervical”, sublinha. Dá como exemplo um estudo que envolveu cerca de mil mulheres em que uma formulação em spray de gel vaginal de carboximetil-betaglucano e policarbófilo demonstrou a regressão de 95,7% de lesões de baixo grau aos 6 e 12 meses, ou seja uma regressão 1,3 vezes superior à abordagem expectante.


Em resumo, a especialista afirma que a decisão de uma abordagem de vigilância ou de intervenção deve ser analisada caso a caso, ou seja, em função do risco individual de malignização, da evolução da doença e dos níveis de ansiedade da mulher quando confrontada com uma alteração de um teste de rastreio de cancro do colo do útero.


Fonte_ https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/o-cancro-do-colo-do-utero-e-a-segunda-causa-de-morte-em-mulheres-com-menos-de-44-anos
 

Offline hugo rocha

Re: Cancro Geral
« Responder #29 em: 04/03/2022, 12:46 »
 
A cada minuto há um novo diagnóstico de cancro do intestino na Europa. Doença tem cura se for diagnosticada a tempo


N.N.
4 mar 2022 10:05

Saúde Cancro Doenças Colonoscopia Europacolon Vítor Neves Cancro do intestino
Cancro do intestino: Há doentes a chegar às urgências que vão diretos para os cuidados paliativos

Cancro do intestino pode ser silencioso e assintomático. Se tem mais de 50 anos, faça o rastreio

Europacolon lança campanha informativa e de sensibilização sobre o cancro do intestino e apela ao rastreio precoce da doença. Atrasos em rastreios e a testes positivos da doença que rondam os oito meses preocupam a associação de doentes.
A cada minuto há um novo diagnóstico de cancro do intestino na Europa. Doença tem cura se for diagnosticada a tempo
Por ano são diagnosticados na Europa mais de 500.000 novos casos de cancro do intestino. Só em 2020, representou a perda de mais de 240.000 vidas, já para não referir os efeitos devastadores nas famílias e amigos que acompanham de perto a doença.

Em Portugal, são cerca de 10.000 os novos casos diagnosticados por ano e 17% das mortes causadas pelo cancro são do tipo colorretal.

"Ainda assim, o número de mortes pode diminuir e a taxa de casos tratados com sucesso pode aumentar, em cerca de 90%, se o rastreio for realizado atempadamente, o que não está a acontecer em Portugal, uma vez que existem colonoscopias em atraso, tal como falta de seguimento dos testes positivos ao rastreio que rondam os oito meses, o que ainda é mais grave pois estas pessoas não estão a ser tratadas nem apoiadas", alerta Vítor Neves, presidente da Europacolon Portugal.

É evitável e tem elevada probabilidade de cura
A Europacolon sensibiliza, no âmbito do Mês Europeu da Luta Contra o Cancro do Intestino, que este é um tipo de cancro evitável e com elevada probabilidade de cura quando diagnosticado e tratado em fases iniciais da doença, o que não está a acontecer em Portugal porque há atrasos de oito meses.

"É também muito importante manter um estilo de vida saudável e conhecer os principais sintomas, tais como: fezes mais finas que o normal, dores frequentes de gases, inchaço e cólicas ou sangue nas fezes", refere.


"No entanto, todas as pessoas com idades entre os 50 e 74 anos, mesmo sem sintomas e com histórico familiar da doença, devem insistir em marcar uma consulta regular para que seja realizado um rastreio e para que seja dado o devido seguimento e tratamento a um teste positivo", diz.

Apoio disponível
O representante da Europacolon afirma que "na nossa associação estamos sempre disponíveis para falar com os doentes para que este diagnóstico deixe, cada vez mais, de ser uma sentença de morte e para que todos os doentes e cuidadores tenham apoio".

"Destaco, por exemplo, o nosso mais recente projeto de apoio ao doente com cancro colorretal metastático em regime de Cuidados Paliativos, no domicílio, que permite dotar os doentes e cuidadores de ferramentas essenciais para lidarem com a doença", conclui.



Fonte: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/a-cada-minuto-ha-um-novo-diagnostico-de-cancro-do-intestino-na-europa-doenca-tem-cura-se-for-diagnosticada-a-tempo
 

 



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