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..:: Deficiente-Forum - Temas da Actualidade ::.. Responsável: Nandito => Bem - Estar, Saude e Qualidade de Vida => Tipos de Doenças => Tópico iniciado por: Sardinha em 21/08/2015, 12:41

Título: Cancro Geral
Enviado por: Sardinha em 21/08/2015, 12:41
Importância do conhecimento para uma decisão informada no Mieloma Múltiplo

21/08/2015 - 03:28

O MM, por ser uma doença pouco frequente, raramente é encontrada ao nível dos cuidados de saúde primários.


O Mieloma Múltiplo (MM) é uma doença maligna rara que afeta os plasmócitos (células sanguíneas), encontradas na medula óssea, local de produção dos constituintes do sangue.

Em condições normais, os plasmócitos representam uma pequena percentagem (menos de 5%) de todos os constituintes da medula óssea. No MM, os plasmócitos aumentam em número, de forma descontrolada, sendo responsáveis pela produção de inúmeras proteínas malignas, em vez de produzirem anticorpos benéficos para o combate de infeções. Muitas vezes, esta doença é detetada através dos elevados valores apresentados pelas proteínas anómalas.

Este tipo de doença maligna representa cerca de 1% de todos os tipos de cancro e aproximadamente cerca de 10% de todas as doenças malignas hematológicas (doenças que afetam as células do sangue). O MM ocorre mais frequentemente entre os 50 e os 70 anos, com um pico de incidência entre os 60 e os 65 anos. Apenas em 3% dos casos o doente apresenta uma idade inferior a 40 anos. O sexo masculino é o mais afetado, embora a diferença não seja muito significativa.

As causas para o aparecimento do MM ainda não foram estabelecidas, sendo que se acredita que existem alguns fatores que tornam o doente mais suscetível para o aparecimento deste tipo de doença, nomeadamente fatores genéticos e agentes ambientais.

Os sintomas mais comuns associados a este tipo de cancro são: dor óssea intensa e/ou prolongada, fraturas ósseas, anemia (baixa concentração de glóbulos vermelhos no sangue), trombocitopenia (baixa concentração de plaquetas no sangue), hemorragias, infeções repetidas, insuficiência renal e fadiga.

O tratamento do MM deve ser decidido em equipa multidisciplinar e depende de diversos fatores, nomeadamente da evolução da doença e estado geral do doente. Para que a melhor terapêutica seja escolhida, é importante que todas as dúvidas dos doentes sejam esclarecidas, relativamente aos procedimentos envolvidos em cada opção de tratamento, assim como os seus efeitos secundários.

Até aos dias de hoje, ainda não existe cura para este tipo de doença maligna, isto é, não existe um tratamento que consiga fazer desaparecer o Mieloma Múltiplo para sempre. Mas existem diversas terapêuticas que permitem controlar este tipo de cancro, através da sua regressão e consequente estabilização da doença. Entre essas terapêuticas encontram-se: a quimioterapia oral, a radioterapia para o alívio da dor óssea localizada e auto-transplante de medula óssea.

Num período relativamente curto, muitas decisões terão que ser tomadas relativamente a que tipo de opção terapêutica adotar. Enquanto alguns doentes poderão optar por um tratamento mais agressivo, para combater o seu MM, outros irão preferir um tratamento menos agressivo mas que poderá proporcionar uma melhor qualidade de vida. Desta forma, é crucial que os cuidados de saúde, oferecidos aos doentes com MM, sejam adaptados a cada doente de acordo com as suas necessidades individuais.

A comunicação entre o médico e o doente deve ser eficaz, para que sejam estabelecidos objetivos realistas e a curto-prazo e, que possam ser constantemente reavaliados e ajustados. Uma das primeiras necessidades do doente consiste na obtenção de informação referente à sua doença. Esta informação deve ser simples, adequada a cada situação e/ou estado da doença e disponibilizada no momento certo. Cada vez mais, os doentes devem tornar-se mais proactivos, para desenvolverem a confiança e o conhecimento necessário à procura de uma segunda opinião ou para terem conhecimento da existência de centros de tratamento especializados. O MM por ser uma doença pouco frequente, raramente é encontrada ao nível dos cuidados de saúde primários e, desta forma, é deveras importante que os doentes tenham conhecimento de toda a informação disponível e de todas as organizações que tem como missão o apoio a esses mesmos doentes. Desta forma, os doentes com Mieloma Múltiplo conseguem tornar-se numa parte ativa na gestão da própria doença.

Uma participação activa e informada de todos os que têm um papel nas áreas da saúde e investigação, que contribua para o aumento do conhecimento do MM, do seu diagnóstico e do seu tratamento, com o intuito de melhorar a vida dos doentes, através de estratégias e tecnologias inovadoras que permitam uma intervenção mais eficaz, integral e com resultados para as pessoas com MM, pode conduzir a uma mudança positiva e efectiva do paradigma e das respostas em saúde.

Isabel Leal Barbosa, Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas

Sofia Sá Cardoso, Associação Portuguesa Contra a Leucemia


Fonte: Publico
Título: Re: Importância do conhecimento para uma decisão informada no Mieloma Múltiplo
Enviado por: pantanal em 28/09/2015, 11:38
Anticoncepcionais podem ajudar na prevenção de câncer no endométrio[/list]

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), apesar de pouco conhecido, o número de novos casos do câncer de endométrio no Brasil em 2014 foi de 5.900 a cada 100 mil mulheres. A doença, que é muitas vezes assintomática, costuma ser descoberta durante exames de rotina. Para Isabela Barboza, ginecologista da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, um dos fatores que têm contribuído para a diminuição desse tipo de câncer é algo comum na vida de muitas mulheres: a pílula anticoncepcional.


Fonte: R7
Título: Re: Importância do conhecimento para uma decisão informada no Mieloma Múltiplo
Enviado por: migel em 28/09/2015, 14:35
Cancro: Investimento de 87 mil milhões de euros garante radioterapia para todos

 

Um investimento entre 87 mil e 165 mil milhões de euros poderia fazer com que o tratamento do cancro através da radioterapia salvasse milhões de vidas até 2035, refere um estudo revelado hoje.

Segundo um estudo publicado no The Lancet Oncology e apresentado no Congresso Europeu do Cancro de 2015, em Viena de Áustria, citado pela AFP, se os países de baixo e médio rendimento tivessem acesso maciço à radioterapia, seria possível salvar «cerca de 27 milhões de anos de vida» a pacientes com cancro.

Tal situação, refere o documento, traria um benefício económico entre 248 mil e 326 mil milhões através da poupança em tratamentos de saúde e maior produtividade.



Diário Digital / Lusa
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: migel em 28/09/2015, 14:40
IPO recebe certificação da Sociedade Europeia de Oncologia Médica

(http://diariodigital.sapo.pt/images_content/2013/CancroCrianca.jpg)

O Instituto Português de Oncologia (IPO) é a partir de hoje reconhecido como Centro Integrado de Oncologia e Cuidados Paliativos, uma certificação da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) que atesta a qualidade dos serviços do hospital.


O anúncio das novas instituições certificadas, sendo o IPO o primeiro hospital do Serviço Nacional de Saíde a obter aquele certificado de qualidade, é feito numa sessão especial sobre centros integrados de oncologia e cuidados paliativos no âmbito do Congresso Europeu do Cancro.

O Congresso, que decorre em Viena, na Áustria, começou na sexta-feira e termina na próxima terça, estando o IPO representado pelo oncologista João Freire (que liderou a candidatura do IPO à certificação) e por Madalena Feio, coordenadora da Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos.

A distinção, disse fonte do IPO à Lusa, é uma garantia de que os serviços prestados estão de acordo com os protocolos da ESMO.

O Instituto explica também que para a certificação foi necessário apresentar uma candidatura, que foi analisada por peritos de vários países. Os candidatos têm de preencher requisitos relacionados com qualidade mas também com a filosofia dos cuidados.

"Em oncologia, os cuidados paliativos devem ser prestados de forma integrada com os tratamentos dirigidos ao cancro e devem estar disponíveis ao longo de toda a trajetória da doença, não apenas no fim da vida, sendo extensíveis à família", diz João Freire num comunicado divulgado pelo IPO.

No IPO os cuidados paliativos são prestados pelo Serviço de Oncologia Médica (médicos, enfermeiros e assistentes sociais com formação específica além da especialização oncológica) e pela equipa de Madalena Feio (médico, enfermeiros, psicóloga e assistente social). Na pediatria há um programa específico do mesmo género.

"O doente oncológico é paradigmático na sua necessidade de cuidados paliativos na fase de doença avançada, pela elevada prevalência de sintomas e pelo sofrimento físico, psicológico e espiritual, tanto do próprio doente como dos seus familiares", segundo Madalena Feio, no mesmo comunicado, a propósito da importância dos cuidados paliativos.

O programa de acreditação da ESMO começou em 2003 e desde então já certificou 172 centros (incluindo países de fora da União Europeia). Em Portugal já tinham sido distinguidas duas instituições, o Centro Clínico Champalimaud e a Unidade de Oncologia e Cuidados Paliativos do Hospital da Luz.

Diário Digital com Lusa
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Pantufas em 25/10/2015, 11:01
Cancro: Não culpe a carne vermelha, culpe o chocolate


Contrariamente à crença comum de que a carne vermelha provoca cancro no intestino, um especialista vem alertar que “não há provas disso” e sugere que a culpa é do açúcar.


Somo constantemente aconselhados a não comer carnes vermelhas em excesso, uma vez que podem provocar cancro no intestino mas, afinal é mais provável que fique com cancro colorretal por comer muito açúcar.
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Roger Leicester, cirurgião colorretal no St George's Hospital, em Londres, e diretor do SW London Bowel Cancer Screening Programme, sublinha que não há “provas” que relacionem a ingestão de carne vermelha com o risco de sofrer de cancro colorretal.

E vai mais longe dizendo que “o chocolate – cheio de açúcar e gordura – é um culpado mais provável no que toca ao cancro”, cita o Daily Mail.

Apesar de se recomendar que o consumo de carnes não ultrapasse os 70g por dia, Roger Leicester sublinha que a “carne tem sido injustamente demonizada”. Além disso, diz que “é sabido que cortar na carne vermelha provoca défice de ferro.”

Quanto ao facto de achar que o chocolate representa um risco maior do que a carne vermelha no que toca ao cancro, Leicester sublinha que “as altas ingestões de açúcar e gorduras saturadas são um problema mais, mas ninguém nunca sugere que deve ‘desistir’ do chocolate, que carregado de gordura. Isso seria demasiado impopular.”


Noticias ao minuto
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Claram em 09/11/2015, 11:47
Investigadores desenvolvem lasers que detetam proteína ligada ao cancro


A Universidade de Alicante e o centro tecnológico IK-4-Tekniker de Eibar desenvolveram lasers baseados num material plástico, com os quais conseguiram, pela primeira vez no mundo, detetar no sangue uma proteína relacionada com a presença de diversos tipos de cancros.

Esta descoberta de interesse médico, realizada em colaboração com um centro tecnológico do País Basco, foi publicada há umas semanas na revista internacional "Sensors and Actuators B: Chemical", uma das primeiras publicações científicas na área da química analítica, e é fruto de um projeto de investigação financiado pelo Governo.

Os médicos levam tempo "tentando descobrir a maneira de se poder detetar" esta proteína, ligada à presença de "diversos tipos de cancro" e chamada ErbB2, existente em concentrações muito pequenas no sangue, disse à EFE a responsável do projeto na Universidade de Alicante (UA), a catedrática de Física Maria A. Díaz García.

"Quando uma pessoa já tem um tumor cancerígeno, a concentração da referida proteína é maior do que 14 nanogramas por milímetro (ng/ml)", pelo que " o correto é tentar medir concentrações de ErbB2 abaixo do limite dos 15 ng/ml", para assim detetar a doença em estádios iniciais e travar o seu desenvolvimento com um tratamento atempado, explicou.

Precisamente, a importância do novo dispositivo, em cujo desenvolvimento participou também o centro tecnológico IK-4-Tekniker, de Eibar (Guipúzcoa), radica na sua sensibilidade para medir a ErbB2 no sangue em concentrações muito pequenas (14 ng/ml).

A sensibilidade que estes lasers têm capacita-os para detetar o cancro em estádios muito precoces, ou seja, antes de aparecerem os tumores, segundo a investigadora, que lidera o Grupo de Eletrónica e Fotónica Orgânica da UA, pertencente ao Departamento de Física Aplicada e ao Instituto Universitário de Materiais.

"Existem algumas técnicas que permitem ter uma maior sensibilidade do que a dos nossos lasers e detetar essa proteína, mas são mais complexas e, em todo o caso, este trabalho foi apenas uma primeira demonstração que, sem dúvida, se pode ser melhorado", disse Maria Díaz García.

Em comparação com outros dispositivos já existentes para a mesma função, a técnica desenvolvida pela UA e pelo centro tecnológico basco é sensível e pode ser reutilizável por ser feito com material de plástico, destacou.

Diário Digital com Lusa
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Pantufas em 13/01/2016, 11:09
10 Tipos de Cânceres Entre os 22 Mais Comuns Podem Estar Relacionados à Obesidade e ao Sobrepeso

   (http://www.segs.com.br/saude/74961-10-tipos-de-canceres-entre-os-22-mais-comuns-podem-estar-relacionados-a-obesidade-e-ao-sobrepeso.html)


    Fonte/Autoria.: Carla Navarro


A obesidade e o sobrepeso podem acarretar diversos problemas de saúde como hipertensão, diabetes tipo 2, problemas ortopédicos severos, entre outros. No entanto, uma nova constatação evidenciou ainda mais a relação entre o sobrepeso e o desenvolvimento de doenças. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) divulgou recentemente a estimativa de 596.070 mil novos casos de câncer para 2016 e indicou a obesidade como principal fator de risco para 10 tipos entre os 22 mais comuns, como mama, próstata, cólon e reto, ovário, esôfago e endométrio. O nutricionista Gabriel Cairo Nunes ressalta que este fator demonstra a importância das pessoas se manterem no peso ideal, de acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC). “O peso ideal e hábitos saudáveis são essenciais para a prevenção de doenças. Nos casos de pacientes já obesos, há estudos que comprovam a eficácia da cirurgia bariátrica como solução para as comorbidades, além de proporcionar a perda de peso”, ressalta o nutricionista.
 
Outro ponto positivo da cirurgia é que ela promove qualidade de vida aos pacientes tanto no meio social, quanto no psicológico e, com isso, pode reduzir a incidência de uma grave doença. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, um estudo realizado na Universidade da Califórnia e o Moores Cancer Center apontou que o risco de uma mulher ter câncer de útero diminui de 71% a 81%, com a cirurgia bariátrica. “A obesidade e o sobrepeso acarretam o sedentarismo e a baixa auto-estima, que quando relacionados a alta ingestão de alimentos industrializados e de baixa relevância nutricional destes alimentos, deixam o corpo mais suscetível as doenças”, esclarece Gabriel.
 
A cirurgia de redução do estômago é o método mais usado no Brasil para tratamento de pessoas obesas com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 35 kg/m2 associado a alguma comorbidade ou superior a 40 kg/m2 sem apresentar comorbidade.
 
Sobre o nutricionista Gabriel Cairo Nunes
 
Pós graduado, entre outras especializações, em Obesidade e Emagrecimento, Cirurgia da Obesidade e Fisiologia do Emagrecimento, o Dr. Gabriel atende em dois conceituados consultórios: um na cidade de São Paulo e outro em Araraquara. O nutricionista atende, também, no Hospital das Clínicas, além de possuir um livro de sua autoria, chamado “O balão que Emagrece”.


Fonte: http://www.segs.com.br/saude/74961-10-tipos-de-canceres-entre-os-22-mais-comuns-podem-estar-relacionados-a-obesidade-e-ao-sobrepeso.html
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Claram em 28/01/2016, 11:27
HOT TOPICS IN PROSTATE CANCER –

(http://www.pcd.pt/fotos/noticias/big1453979583.jpg)
no dia 28 de Janeiro de 2016

No passado dia 16 de janeiro, o Centro Académico de Medicina de Lisboa acolheu a reunião“Hot Topics in Prostate Cancer”, que teve como objetivo a revisão dos recentes avanços nestapatologia e discutir a sua aplicação na prática clínica.Esta reunião científica com “Expert meeting” foi organizada pelo Serviço de Oncologia do CHLNtendo como “host” o Professor Doutor Luís Costa, Professor na Faculdade de Medicina daUniversidade de Lisboa, Diretor da Unidade de Investigação de Oncologia Clínica Translacionalno Instituto de Medicina Molecular e Diretor do Departamento de Oncologia no CentroHospitalar de Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria.

O programa incluiu palestras realizadas por um painel de palestrantes internacionais derenome, especialistas na área de cancro da próstata, que discutiram o estado da arte notratamento desta patologia. A este painel associaram-se médicos portugueses, oncologistas eurologistas, que moderaram as diferentes sessões e apresentaram casos clínicos reais paradiscussão.Enrique Grande, do hospital Ramón y Cajal, focou a sua apresentação na importância da via desinalização do recetor de androgénio no cancro da próstata, e nas abordagens terapêuticasdirigidas a esta via que demonstraram melhorias na sobrevivêcia global em doentes comCPRCm, em progressão sobre ADT (terapêutica de privação androgénica). Estes resultadosreforçam a importância da via que activa o recetor de androgénio na doença avançada.

Cora Sternberg, Diretora do Departamento de Oncologia do Hospital San Camillo-Forlanini emRoma, discutiu o papel da quimioterapia no cancro da próstata avançado. Durante a suaapresentação, referiu três estudos clínicos recentes que permitem concluir que a terapêuticacom docetaxel tem vantagem nos doentes hormonosensíveis com elevado volume da doença ealto risco. Dados recentes sugerem que estas conclusões poderão vir a ser também aplicáveispara os restantes grupos em análise. No entanto, e segundo Cora Sternberg, o cancro dapróstata é uma doença extremamente heterógenea pelo que se deve analisar criticamentequais os doentes que podem ou não beneficiar precocemente da quimioterapia. Nestecontexto, é importante enquadrar os recentes resultados dos estudos apresentados, com adoença e com o doente. Estes resultados devem apontar para o uso da quimioterapia up-frontnão em todos os doentes mas em doentes seleccionados, seguindo o princípio Hipocrático:“First do no harm”.Karim Fizazi, do Institut Gustave Roussy, focou a sua intervenção na árvore de decisão e napersonalização do tratamento nos doentes com cancro da próstata metastático, incluindo osmais recentes avanços terapêuticos na prática clínica. Referiu a importância dos estudos comparativos na decisão terapêutica mas sublinhou ainda a importância do envolvimento dodoente nesta decisão.Eleni Efstahiou, do MD Anderson Cancer Center, Texas, abordou a importância de seidentificarem biomarcadores que permitam selecionar os doentes que mais beneficiam de cadatratamento e mostrou alguns dos resultados já disponíveis e publicados.Após cada uma das três primeiras palestras, foi apresentado um caso clínico relacionado com otema discutido, que desafiou os participantes a discutir quais as melhores opções para cadacaso, à luz dos mais recentes avanços científicos.O Expert Meeting teve o apoio de uma unrestricted grant da farmacêutica Astellas Farma.


Fonte: PCD
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Claram em 06/02/2016, 11:18
 O cancro da tiróide é cada vez mais frequente. Conhece os sintomas e mantem-te alerta!
   
(http://www.muitofixe.pt/wp-content/uploads/2015/06/cancro_da_tiroide_capa.jpg)

É um dado muito alarmante, mas é a realidade! E representa muito bem o que tem acontecido ultimamente. Pois o número de casos de cancro da tiróide tem aumentado de uma maneira alarmante por todo o mundo!

Um dado alarmante, mas que representa muito bem o que acontece ultimamente, é o número crescente dos casos de cancro de tiróide.
As pesquisas mais recentes sugerem que esse crescimento pode ser devido ao excesso de investigação, fazendo com que haja uma maior incidência nos diagnósticos. Porém, alguns especialistas alertam que estas investigações geram erros de diagnósticos de tumores inofensivos.
Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, de 1994 para cá, o número de casos duplicou, enquanto na Coreia do Sul houve um aumento em até 15 vezes nos últimos 20 anos.
É interessante observar que estão a ser feitos muito mais exames de ultrassom de tiróide para rastreamento do cancro, com isso aumentando também o número de diagnósticos, porém, a taxa de mortalidade se mantém baixa e/ou inalterada.
Sabemos que a detecção precoce ajuda a salvar vidas, o que consequentemente fariam as taxas de mortalidade cair, fato este que não está a acontecer.
Ou seja, trata-se mais cancro, porém o tipo errado, o não perigoso. Tratam-se tumores benignos que na verdade nem precisam de tratamento, pois apresentam um crescimento lento e nunca causam problemas.
Cerca de 30% das pessoas morrem com pequenos tumores de tiróide, o que não significa que o problema seja a causa mortis. O tipo de tumor mais encontrado nesses casos é o cancro papilar de tiróide, tido como o menos agressivo.
O procedimento cirúrgico e o tratamento do tumor pode levar a diversos problemas de saúde; o paciente pode ser levado a tomar hormonas de tiróide para sempre e, na pior das hipóteses, sofrer uma lesão acidental nas cordas vocais e/ou de glândulas paratiroides.
Doença na tiroide

(http://www.muitofixe.pt/wp-content/uploads/2015/06/cancro_da_tiroide.jpg)
Apesar de na verdade não aumentar o número cancro, por outro lado a incidência de doenças na glândula tem sido muito frequente actualmente. Entre elas está o hipotiroidismo, mais frequente em mulheres na faixa etária de 35 a 65 anos de idade. Estima-se que 1 a cada 4 mulheres apresente o problema, correspondendo a 25% de incidência.
Sinais e sintomas
As hormonas da tiróide são os responsáveis pela regulação do metabolismo e do peso corpóreo, controlando a queima de gordura, geração de energia e de calor. Sendo assim, a alteração nesta hormonas promovem sintomas que se manifestam de diversas formas, entre elas:

    cansaço, falta de energia
    extremidades frias e intolerância ao frio
    dores musculares e/ou articulares
    depressão
    ganho de peso
    memória diminuída, dificuldade de concentração
    distúrbios menstruais
    queda de cabelo
    pele seca, flácida e cabelo fino, quebradiço
    constipação
    comprometimentos da fertilidade
    instabilidade emocional
    bradicardia
    aumento do LDL colesterol (mau)
    aumento de risco cardíaco

Caso apresentes estes sintomas, conversa com o teu médico.
Factores que podem causar a disfunção da tiroide
Muito se fala sobre a disfunção da tiroide, mas quase nada se comenta sobre os factores causadores do problema. Sendo assim, fica atento aos seguintes factores:

    Medicações: barbitúricos, medicações para reduzir o colesterol, drogas antiepiléticas, beta bloqueadores e esteroides;
    Dominância de estrogénio subjacente: corrigir a parte estrogénica;
    Metais pesados (intoxicação): algo frequente e mal avaliado;
    Consumo de soja: a soja inibe a função tiroidiana, portanto deve ser evitada.

Além disso, é preciso ter uma atenção especial ao componente emocional, pois a doença de tiroide é potencializada frequentemente por esse factor.
Pessoas quem têm uma relação desequilibrada com o tempo, ou seja, nunca têm tempo suficiente para nada, ou que correm contra o tempo, acabam por causar exaustão da glândula adrenal, que promove distúrbios de tiróide.
Referências Bibliográficas:
New England Journal of Medicine 2014; 371:1765-1767
Clinics in Geriatric Medicine, May 1995;11(2):231-238.
J Toxicol Environ Health, 2002;65(Part A):649-654
Cleveland Clinic Journal of Medicine, May-June, 1995;62(3):184-192.
New Zealand Medical Journal May 24, 1995, p. 318



Fonte: http://www.muitofixe.pt/cancro-da-tiroide-e-cada-vez-mais-frequente-conhece-os-sintomas-mantem-te-alerta/
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: rui sopas em 03/10/2016, 15:46
Cancro do pulmão: diurético torna tratamento mais eficaz
(http://www.pcd.pt/fotos/noticias/big1475491286.jpg)
no dia 03 de Outubro de 2016

Um fármaco utilizado no controlo da pressão arterial e retenção de fluidos pode tornar mais eficaz um tipo de tratamento contra o cancro do pulmão, sugere um estudo publicado na revista "Cell Discovery".

No estudo, a equipa liderada pelos investigadores do Imperial College London, no Reino Unido, e da Universidade da China, analisou o erlotinib, que pode ser utilizado para tratar 10 a 30% dos pacientes com cancro.

Infelizmente, o fármaco deixa de funcionar em poucos meses, uma vez que as células cancerígenas desenvolvem resistência ao tratamento. Contudo, os investigadores demonstraram que esta resistência poderia ser revertida através da utilização de um diurético, denominado ácido etracrínico.

Anualmente, quase dois milhões de pessoas em todo o mundo são diagnosticadas com cancro do pulmão. O erlotinib é um fármaco prescrito para cerca de 10 a 30% dos pacientes com cancro do pulmão de não-pequenas células, que  corresponde a 85% de todos os casos de cancro do pulmão.

Entre os pacientes com este tipo de cancro, quase um em cada três tem uma mutação genética específica nas células cancerígenas. Esta mutação encontra-se num receptor das células cancerígenas que é crucial para o crescimento e sobrevivência da célula. Aos pacientes com esta mutação é prescrito o erlotinib para bloquear este receptor mutado e impedir o crescimento celular.

Contudo, as células cancerígenas desenvolvem rapidamente resistência aos efeitos letais do fármaco. Apesar de existirem alternativas ao erlotinib, estas sãos mais dispendiosas e podem também deixar de funcionar.

Estudos anteriores já tinham constatado que em, pelo menos metade dos casos, as células cancerígenas tornavam-se resistentes ao erlotinib através do desenvolvimento de uma segunda mutação. Neste estudo, os investigadores descobriram que esta segunda mutação diminui os níveis de um antioxidante de origem natural, a glutationa.

O estudo apurou que se os níveis de glutationa aumentassem a resistência ao erlotinib era revertida e o tratamento funcionava novamente. Com base nestes resultados, os investimentos pesquisaram outros fármacos capazes de aumentar os níveis do antioxidante.

Os cientistas verificaram que o ácido etracrínico, utilizado há mais de 30 anos no tratamento da tumefação, retenção de fluidos e pressão arterial elevada, aumenta os níveis de glutationa. Este antioxidante faz com que os rins removam mais água do organismo, mas também bloqueia a decomposição da glutationa.

Estudos realizados em ratinhos confirmaram que a utilização do diurético juntamente com o erlotinib revertia a resistência ao fármaco e permitia que este matasse as células cancerígenas.

Michael Seckl, líder do estudo, conclui que apesar de estes resultados serem preliminares sugerem que a adição de um diurético económico pode aumentar o tempo de utilização do  anticancerígeno erlotinib, fornecendo assim mais opções de tratamento.

PCD

 

 
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Claram em 27/01/2017, 16:20
O cancro do pulmão é o 4º cancro com mais incidência

(http://www.pcd.pt/fotos/noticias/big1485429088.jpg)
no dia 26 de Janeiro de 2017

No âmbito do Dia Mundial Contra o Cancro, que se assinala a 04 de fevereiro, irá realizar-se no próximo dia 28 de janeiro o evento Inspired Evolution - Novas Terapêuticas no Carcinoma do Pulmão. Em Portugal, o cancro do pulmão é o 4º cancro com mais incidência, logo a seguir do cancro da mama, próstata e cólo-retal. A nível nacional registam-se cerca de 4.000 novos casos por ano e é ainda o responsável pela maior taxa de mortalidade. No entanto, os especialistas acreditam que a taxa de sobrevivência poderá duplicar nos próximos cinco anos.

O Inspired Evolution, organizado pela farmacêutica Roche, é um evento médico, que reunirá mais de 100 especialistas nacionais e internacionais, que tem como objetivo o debate sobre novas terapêuticas no cancro do pulmão.

Nos últimos anos tem-se assistido a uma grande evolução no tratamento do cancro do pulmão de células não pequenas, alcançando-se uma maior sobrevivência com um menor impacto na qualidade de vida dos doentes. Esse feito tem sido conseguido graças à constante investigação procurando soluções terapêuticas inovadoras, personalizadas ao tipo de cancro do pulmão apresentado pelo doente. Exemplo disso são as terapêuticas-alvo dirigidas a moléculas mutadas nas células cancerígenas e a imunoterapia através da qual o sistema imunitário é estimulado, detetando e destruindo as células neoplásicas com maior eficácia.

Uma das áreas de destaque deste evento é a abordagem feita a esta nova era de tratamentos para o cancro do pulmão, que poderão permitir, num futuro próximo, o aumento da taxa de sobrevivência, mantendo a qualidade de vida.

Segundo Fernando Barata, Presidente do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão, «estes tratamentos são realmente uma viragem no tratamento desta doença, cuja taxa de sobrevivência a cinco anos se situa apenas nos 15% a 18%». Acrescenta ainda que «para tal contribui o facto, do cancro do pulmão ser muitas vezes um cancro assintomático e os doentes chegarem aos especialistas já em estadio avançados e com metástases».


Fonte: PCD
 

 
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Sardinha em 04/02/2017, 15:28
Registo de doentes oncológicos “não vai mudar nada no panorama do cancro em Portugal”

04 fev, 2017 - 13:36 • Marina Pimentel
Governo quer criar uma base de doentes oncológicos a nível nacional, mas os especialistas não consideram a medida prioritária.
 
(http://mediaserver4.rr.pt/newrr/laranjapontesdr14669603_base.jpg)
A criação de um Registo Nacional de Doentes Oncológicos “não vai mudar nada no panorama do cancro em Portugal”, defende o presidente do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.

José Maria Laranja Pontes admite que “é um sinal de civilidade, até de eficiência, mas não vai mudar as estatísticas de tratamento porque essas têm que ver com recursos humanos e infra-estruturas que, felizmente, já existem nos nossos hospitais diferenciados”.

A Assembleia da República já aprovou na generalidade a proposta de lei do Governo que cria uma base de dados a nível nacional. A proposta está agora em sede de comissão da especialidade.

A base de dados vai incluir informação de todos os doentes de cancro diagnosticados e tratados em Portugal, seja em hospitais públicos, seja em instituições privadas. Dela vão constar todos os novos casos, mas também os já estão nos registos regionais que existem desde 1988.

Laranja Pontes, que coordena o registo do Norte do país, teme que o trabalho feito pelo seu serviço ao longo de 30 anos se perca com a centralização em Lisboa. Cita o caso do Reino Unido, cujo procedimento foi diferente: criou um registo nacional mas “não pôs em causa os registos regionais que existem”.

O oncologista afirma que, pelo contrário, “em Portugal, parece que só existe o que existe em Lisboa”. “E isso não é verdade. Neste momento o nosso registo é altamente eficiente. Está incorporado em projectos de investigação ao nível europeu. E isso é um activo que não se pode deitar fora porque alguém decidiu fazer mais um investimento centralizado em Lisboa”, defende.

Também o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vítor Veloso, tem dúvidas sobre a necessidade do Registo Nacional de Doentes Oncológicos proposto pelo Governo. E diz que “só por razões políticas” vai ficar em Lisboa, quando se sabe que “a maior e melhor base de dados funciona no Porto”.

Existem actualmente no Continente três bases de dados regionais. Mas “só a de Lisboa está devidamente registada”, sublinha a secretária-Geral da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD).

Isabel Cruz explica que quando foram criadas, em 1988, “ foram até objecto de um acórdão do Tribunal Constitucional, porque se pretendia regular a matéria através de um decreto-lei (por parte do Governo) quando teria de ser através de uma lei (aprovada no Parlamento), uma vez que se trata de matéria relativa a direitos, liberdades e garantias”. Isabel Cruz adianta que, na altura, “o único registo que foi autorizado foi o de Lisboa “, além de que os outros (Norte e Sul) “têm pouca informação”, embora conste o “nome e a data de nascimento” do doente.

Na primeira versão da proposta do Governo também constava a identificação do doente oncológico pelo nome e data de nascimento. Mas, depois das advertências feitas pela Comissão Nacional de Protecção de Dados, ficou previsto que conste apenas o número de utente e do processo clínico.

A CNPD entende que, “por estar em causa informação de elevado valor económico, se cair nas mãos de seguradoras, banca, ou mesmo entidades patronais, pode representar um risco aumentado de discriminação para os doentes oncológicos”. No seu parecer, que é obrigatório mas não vinculativo, propõe que os dados sejam encriptados.

Também a Liga Portuguesa Contra o Cancro receia que o registo nacional “ aumente o risco de discriminação negativa dos doentes com cancro”. Vítor Veloso diz que “não serve de nada o Governo ter suprimido o nome e a data de nascimento da sua proposta inicial. Basta constar o número de utente para haver risco de violação da privacidade”.

Vítor Veloso revela que a grande maioria das perguntas que a Linha Cancro recebe são casos de discriminação e também defende que os dados sejam encriptados.

A deputada do PS Eurídice Pereira reconhece o risco e por isso admite que a informação venha a ser encriptada. Mas “apenas se ficar provado que essa possibilidade não compromete o objectivo do registo nacional oncológico”.

O presidente do IPO do Porto, o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, a secretária-Geral da Comissão Nacional de Protecção de Dados e a deputada do PS Eurídice Pereira estiveram no programa da Renascença “Em Nome da Lei” para debater a intenção do Governo de criar um Registo Nacional de Doentes Oncológicos.

Fonte: RR
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Sardinha em 04/02/2017, 15:30
Cancro não é igual em todo o país

Como acontece em todo o mundo, há diferenças regionais na incidência de cancro no país mas ainda estão pouco estudadas. Registo Oncológico Nacional poderá trazer respostas.

(https://cdn1.newsplex.pt/fotos/2017/2/4/566940.jpg?type=Artigo)
Os cancros mais frequentes no país são o colorretal, o da próstata (nos homens), o da mama (nas mulheres) e o cancro do pulmão. Mas sabia que os tumores do cólon nos homens são mais comuns nos distritos de Braga, Porto e Évora? E que, nestes três distritos, o cancro do cólon é duas vezes mais frequente do que em Viseu, a zona com menor incidência deste tumor no mapa nacional? Ou ainda que, no geral, há maior incidência de cancro no litoral do país e nos Açores?

Se lá fora começam a ser publicadas diferentes análises sobre as diferenças regionais na incidência mas também na mortalidade por cancro, por cá este tem sido um capítulo pouco desenvolvido.

No final dos anos 80 foram criados registos oncológicos regionais, que compilam informação sobre o diagnóstico de cancro no país e taxas de mortalidade a partir de dados fornecidos pelos hospitais. A informação é publicada separadamente por cada registo regional (Norte, Centro e Sul e ilhas) mas, desde o virar do milénio, começou a ser disponibilizado um relatório que compila os resultados nacionais.

Os dados são publicados com desfasamento temporal, uma vez que está em causa analisar os diagnósticos feitos num determinado ano e perceber a sobrevivência desses doentes ao fim de três ou cinco anos.

O último relatório nacional foi publicado no ano passado e diz respeito aos casos de cancro diagnosticados no país em 2010. É lá que se apuram os últimos mapas de incidência dos tumores malignos no país que o SOL publica nestas páginas. O Governo decidiu avançar entretanto com a criação de um Registo Oncológico Nacional, que deverá agilizar o processo de recolha e tratamento de dados, que nos últimos anos se tem limitado a pouco mais que páginas e páginas com tabelas.

Nuno Miranda, diretor nacional do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas da Direção Geral da Saúde, admite que uma das intenções é ter uma análise mais profunda sobre as assimetrias nacionais que têm sido encontradas, mas também encurtar o desfasamento temporal de apuramento dos dados. «Atualmente temos dados nacionais com um desfasamento de seis anos, o que me parece excessivo. Integrando os registos e unificando as metodologias de análise de dados, com sistemas informáticos mais robustos, será possível ter dados pelo menos sobre a incidência a cada dois anos», defende o responsável.

Pretende-se afinar estratégias de prevenção de estilos de vida, que se pensa explicarem algumas diferenças regionais encontradas, mas também aproveitar melhor o rastreio. Por enquanto, a criação do RON está dependente dos trabalhos no Parlamento, que terá de aprovar a nova legislação.

Cinco novos casos por hora

Sem data para avançar o registo nacional, eis o que se sabe. De acordo com esta publicação, que o SOL analisou, em 2010 foram diagnosticados 46.724 novos casos de cancro em Portugal, uma subida de 4,5% face ao ano anterior.

Este número representa 128 diagnósticos por dia, ou cinco novos casos por hora. Sendo já um número elevado, não têm faltado alertas de que no futuro – fruto do envelhecimento da população, que aumenta o risco de doença oncológica, mas também de estilos de vida e da poluição – o peso do cancro no mundo será muito maior. Daí os alertas reiterados para que se previna o que pode ser prevenido, para que aumente o rastreio e deteção precoce e para que melhorem os tratamentos.

Para Portugal, as últimas projeções internacionais revelam que, já em 2020, deverá haver perto de 54 mil novos casos de cancro por ano no país – uma subida de 15% face ao que se verificava em 2010. As estimativas, que é possível obter no portal GLOBOCAN da Agência Internacional para a Investigação do Cancro da Organização Mundial de Saúde, sugerem ainda que, em 2030, o país registará cerca de 60 mil novos casos de cancro todos os anos. Em 2050, pensa-se que metade da população poderá enfrentar um cancro ao longo da vida.

À procura de explicações nos estilos de vida

Nuno Miranda sublinha que, apesar de não haver um estudo aprofundado no país para explicar as assimetrias regionais, há trabalho feito. A maior incidência do cancro do cólon mas também do estômago no Norte do país estará relacionada com hábitos alimentares com o maior consumo de produtos de fumeiro e salgadeira, cuja ingestão excessiva aumenta o risco de doença oncológica. Maiores níveis de tabagismo e de ingestão de álcool também poderão explicar a maior incidência de cancros da cabeça e do pescoço como o tumor do esófago no Norte e nos Açores. Já a maior incidência de cancro do colo do útero regista-se no Algarve, o que o especialista acredita que poderá estar ligado a uma «maior mobilidade» da população e, por isso, maior número de parceiros sexuais – que aumenta o risco de exposição ao vírus do papiloma humano. O cancro da próstata regista maior incidência nos distritos de Coimbra e Açores. No caso deste tumor, incidências mais elevadas poderão resultar da existência de populações mais envelhecidas, uma vez que esta é uma doença que aumenta de forma expressiva com a idade.

Quanto à maior incidência de cancro no litoral do país, Miranda sublinha que o acesso a rastreios e diagnóstico não deverá ser um fator explicativo. «Os dados que temos sugerem-nos que até é nas zonas rurais que as pessoas aderem mais aos rastreios», conclui o responsável. Obesidade e sedentarismo podem também vir a ajudar a perceber o mapa do cancro no país.

 
Fonte: sapo
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Sardinha em 04/02/2017, 15:33
Imunoterapia é a nova esperança contra o cancro

Este tipo de tratamento, que ativa o nosso sistema imunitário na luta contra a patologia, foi o grande protagonista do maior encontro mundial de oncologistas. Muitos acreditam que é a solução

(http://thumbs.web.sapo.io/?W=900&H=450&crop=face&tv=1&delay_optim=1&epic=V2%3ALg0m%2BqrCST6G84d66Scg7aEjmivCxV5%2BTK80Qcf2XDv8AjbvhESZHd1ZiEmLf69lC%2Bfo3VlUrSQLwInDDul%2BqooD%2B0htuVPLYzlfZZN%2FoVGYMz65mJT%2BHTpN%2FPt%2FsroW)

A chave para travar, com maior eficácia e menos efeitos secundários, a progressão de alguns tipos de cancro poderá estar na imunoterapia, apontam os resultados dos mais recentes ensaios clínicos apresentados no congresso anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO). «Em vez de agir diretamente sobre o tumor, impedindo que as suas células se dividam (método de atuação da quimioterapia antineoplásica, radioterapia ou tratamentos direcionados com medicamentos), a imunoterapia atua sobre o hospedeiro doente», explica Maria José Passos, médica oncologista.

A especialista elogia essa ação, «estimulando as suas defesas, de modo a que o seu sistema imunitário esteja preparado para detetar e destruir as células cancerosas (malignas) com maior eficácia». «O ipilimumab foi o primeiro agente que mostrou um aumento significativo da sobrevivência nos doentes com melanoma avançado», recorda.

Mais recentemente, outros tipos de cancro mostraram também taxas de resposta superiores aos tratamentos convencionais, como acontece, por exemplo, no cancro do pulmão, no linfoma de Hodgkin, leucemia linfática crónica, entre outros. Na prática, o cancro responde ao tratamento e regride, algumas vezes de forma duradoura. «Alguns destes novos agentes imunológicos atuam mais rapidamente e são melhor tolerados pelos doentes, sobretudo os  chamados anti-PD-1, como o nivolumab  e o pembrolizumab», diz.

Tornar o cancro uma doença crónica

Por enquanto, neste início de 2016, a maior parte destes fármacos está apenas disponível para cancros agressivos em fase avançada, bastante difíceis de tratar até agora, como o melanoma, o cancro do pulmão e outros cancros metastatizados. Atualmente, continuam a decorrer vários estudos com estas substâncias, isoladamente ou em combinação.

«É de esperar que a combinação de vários tipos de imunoterapia com outros agentes, como a quimioterapia antineoplásica convencional, venha a ser mais eficaz no futuro. Em muitos casos, o tratamento com imunoterapia tem permitido que alguns doentes com cancro avançado tenham uma vida melhor, com menos sofrimento, encarando o cancro como uma doença crónica», avança a especialista.

A imunoterapia contra o menlanoma

De acordo com Maria José Passos, «antes da imunoterapia, um doente diagnosticado com melanoma avançado tinha uma esperança de vida que rondava os seis meses. A quimioterapia convencional e a radioterapia nunca demonstraram aumento de sobrevivência». Os resultados dos estudos com anticorpos monoclonais, que se salientaram no congresso norte-americano, em junho de 2015, trouxeram uma nova esperança no combate a este tipo de cancro de pele.

Vários estudos realizados em melanoma avançado mostraram que a imunoterapia com nivolumab ou pembrolizumab apresentaram melhores resultados do que a quimioterapia, aumentando as taxas de resposta e a sobrevivência média dos doentes. Segundo a cadeia de televisão CNN, no mesmo congresso foi revelado que a terapia combinada de dois anticorpos (nivolumab e ipilimumab) «impediu a progressão do melanoma durante quase um ano em 58 por cento dos casos».

Ainda assim, os efeitos secundários da combinação foram também mais acentuados, o que obrigou 36 por cento dos pacientes a parar este tratamento. O ipilimumab está disponível em Portugal para os casos avançados de melanoma. «Foi o primeiro a ser usado, mas demora mais tempo a começar a atuar e não é tão bem tolerado, como o nivolumab e o pembrolizumab», contou Maria José Passos à Prevenir.

A Comissão Europeia já aprovou estes dois medicamentos e vários hospitais portugueses estão a participar em ensaios clínicos internacionais em que participam mais de 1.500 doentes. Se correrem bem, poderão vir a ser aprovados pelo Sistema Nacional de Saúde num futuro próximo.

Fonte: sapo
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Fisgas em 06/02/2017, 15:28
Afinal, o que é o cancro?

Muitos falam sobre aquela que é a doença do momento, mas poucos sabem do que realmente se trata.

(https://static.noticiasaominuto.com/stockimages/1370x587/naom_588ede1fdd08d.jpg?1485758008)
   
É quase impossível passar um dia sem ouvir ou ler a palavra cancro. Através da televisão, das redes sociais, dos meios de comunicação ou até mesmo daquele familiar próximo ou colega de trabalho, a palavra cancro é uma constante… assim como as pessoas que afeta.

Naquele que é o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro – porque, sim, esta é uma luta totalmente global e necessária – o Lifestyle ao Minuto decidiu passar a pente fino alguns livros e estudos para encontrar a melhor definição de cancro, ou pelo menos, aquela que será a mais fácil de entender e assimilar.

O que é o cancro?

O cancro é uma doença do foro oncológico descrita como uma “doença multifatorial que provoca a proliferação de células de forma anormal e a diminuição da apoptose”, explica a nutricionista Magda Roma no seu livro ‘A Dieta Anticancro’ [2014, editora Vogais].

Mas vamos por partes e comecemos pelo lado multifatorial. O cancro é uma doença cuja origem se deve a vários fatores que interferem com a divisão celular. O tabaco (ativo ou passivo), a alimentação não saudável ou nutricionalmente deficiente, o consumo excessivo de álcool, a exposição desprotegida e excessiva ao sol, a exposição a determinados metais (como o amianto), os maus cuidados sanitários (ausência de exames de rotina e diagnóstico), a radiação ionizante, alguns vírus e bactérias, determinadas hormonas, o sedentarismo, a obesidade, o envelhecimento e o desconhecimento do histórico de saúde familiar são alguns dos fatores externos e biológicos que podem originar o cancro, sendo que “dois em cada três tumores são causados por causas evitáveis”, como salienta a médica oncológica espanhola Paula J. Fonseca, autora do livro ‘Comer Para Vencer o Cancro’ [2013, editora Lua de Papel].

Embora a genética não seja um dos fatores com mais peso na doença, o cancro ‘familiar’ existe, embora seja raro. De acordo com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, “alguns tipos de cancro ocorrem mais frequentemente em algumas famílias do que no resto da população. Por exemplo, o melanoma e o cancro da mama, ovário, próstata, e cólon são, por vezes, de origem ‘familiar’”.

“Vários casos do mesmo tipo de tumor, numa família, podem estar ligados a alterações genéticas herdadas, que podem aumentar a probabilidade de desenvolver cancro. No entanto, fatores ambientais podem, também, estar envolvidos. Na maioria das vezes, os casos de múltiplos tumores na mesma família, são apenas coincidência”, frisa aquela instituição.

Passemos para a definição de apoptose. Trata-se do termo científico usado para designar a morte programada de células, que se ‘suicidam’ e dão lugar a novas. Este processo é natural, contudo, quando o organismo não é capaz de expulsar as células com defeito, estas podem entrar em conflito e provocar um tumor, algo que também acontece quando o crescimento natural das células acontece de forma anormal.

Na prática, os vários fatores internos e externos acima mencionados provocam cancro porque interferem diretamente com a regulação interna celular, fazendo ou com que as células cresçam e se multipliquem anormalmente ou com que estas não sejam capazes de desaparecer quando não são de qualidade.

Porém, é importante salientar o cancro infantil, uma doença de 'adultos' que afeta crianças desde tenra idade. Tal como se lê no Portal de Informação Português de Oncologia Pediátrica, "o desenvolvimento do cancro depende de múltiplos factores, alguns inerentes ao próprio organismo (agentes internos) e outros de natureza ambiental (agentes externos). Os factores ambientais estão pouco estudados na criança uma vez que o tempo de exposição é curto, estando apenas estabelecido o papel de alguns vírus e da exposição a radiações. O cancro hereditário, em que uma predisposição para desenvolver a doença é transmitida de pais para filhos, é muito raro".

Contudo, e sem uma justificação científica - ou outra qualquer razão para colocar uma criança numa situação destas - são vários os tipos de cancro pediátrico, variando a zona do corpo onde se 'alojam'. Leucemia, Linfoma, Neuroblastoma, Tumores do Sistema Nervoso Central, Tumores Hepáticos, Tumor de Wilms, Retinoblastomas e Sarcomas são os mais comuns.

Existe uma desregulação do processo celular, e depois?

O processo de formação de um tumor não é imediato, uma vez que não é um simples cigarro ou um simples hambúrguer que vão provocar a doença, mas sim a exposição constante a estes fatores (como ser fumador há vários anos ou ter uma dieta altamente desequilibrada e rica em alimentos processados).

Para que uma célula normal dê origem a um tumor é necessário que passe por três fases: a iniciação, a promoção e a progressão.

De acordo com Magda Roma, o processo de iniciação dá-se quando existe uma transformação celular provocada pelos fatores de risco. Depois, ocorre a promoção, ou seja, o momento em que se verifica ou uma proliferação anormal de células ou uma diminuição da morte celular (apoptose) – este momento depende muito da ação dos fatores de risco, por isso é que é importante manter um estilo de vida saudável. Por fim, dá-se a progressão, fase em que se multiplicam as células anormais (“que desenvolveram mutações de forma desordenada e não controlada”, lê-se no livro ‘A Dieta Anticancro’.

Mas se as células crescem anormalmente, porque é que alguns cancros são malignos e outros benignos?

A resposta é simples: tudo depende do estilo de vida e do fator/agente que provocou este comportamento anormal nas células.

Perante a proliferação de células de forma anormal e a diminuição da apoptose, um sistema imunitário forte e restabelecido e um organismo saudável é capaz de eliminar mais eficazmente as células defeituosas. A ação dos linfócitos T é fundamental e a sua eficácia é melhor quando se trata de uma pessoa saudável e com cuidados de saúde diários, seja no que diz respeito à alimentação, prática de atividade física ou realização de exames de rotina e diagnóstico.

Nestes casos, dá-se a formação de um tumor benigno, que não passa de uma massa anormal cujo tecido é maior do que o devido.

Porém, quando o organismo é exposto a fatores de risco – ou quando a genética não é ‘amiga’ - a ação dos lifócitos T não é tão eficaz e, assim, dá-se origem a um tumor maligno, uma vez que as células anormais não só não foram ‘expulsas’, como se multiplicaram e infetaram as células vizinhas que eram saudáveis.

De acordo com a informação presente no site da Liga Portuguesa Contra o Cancro, “os tumores benignos não são cancro”, uma vez que raramente colocam a saúde da pessoa em risco e podem ser removidos. Já os tumores malignos, ou cancro, “são mais graves, podem colocar a vida em risco e podem ser removidos", embora exista sempre o risco de voltarem a crescer e de se multiplicarem noutras partes do corpo.

“As células dos tumores malignos podem invadir e danificar os tecidos e órgãos circundantes; podem, ainda, libertar-se do tumor primitivo e entrar na corrente sanguínea ou no sistema linfático - este é o processo de metastização das células cancerígenas, a partir do cancro original (tumor primário), formando novos tumores noutros órgãos”, explica a Liga, que salienta ainda que “as células cancerígenas podem ‘viajar’ para outros órgãos, através do sistema linfático ou da corrente sanguínea. Quando o cancro metastiza, o novo tumor tem o mesmo tipo de células anormais do tumor primário. Por exemplo, se o cancro da mama metastizar para os ossos, as células cancerígenas nos ossos serão células de cancro da mama; neste caso, estamos perante um cancro da mama metastizado, e não um tumor ósseo, devendo ser tratado como cancro da mama”.

Que tipos de cancro existem

Atualmente, estão listados 72 tipos de cancro com codificação. O Instituto Nacional de Cancro dos Estados Unidos permite encontrar um a um, numa lista que tem tanto de esclarecedora como de assustadora.

Em Portugal, os cancros mais comuns são o cancro da bexiga, da boca, do cérebro, do cólo do útero, do cólon e do reto, do estômago, da mama, dos ovários, da pele não-melanoma, do pulmão, da próstata, do rim e do útero. Verificam-se ainda casos significativos de leucemia, linfoma Hodgkin, linfoma não-Hodgkin, melanoma e mieloma múltiplo.

O Programa Nacional para as Doenças Oncológicas de 2015, ‘Portugal - Doenças Oncológicas em Números’, da Direção-Geral da Saúde, destaca que a incidência do cancro tenderá a crescer até 2035, ano em que se esperam mais de 60 mil casos da doença.

Em 2010, revela o relatório, foi o cancro da próstata o que mais incidências teve, seguindo-se o da mama, do cólon, da traqueia, brônquios e pulmões, estômago, reto, útero, bexiga, linfoma não-Hodgkin e glândulas tiroideias. No caso dos homens, foram os cancros da próstata, traqueia, brônquios e pulmões e ainda do cólon os que mais os afetaram. Nas mulheres, os cancros mais comuns foram o da mama, do cólon e da glândula tiroideia.

A nível mundial, alguns dos dados mais recentes pertencem ao relatório de 2014 da Organização Mundial da Saúde (OMS), que se focam no ano 2012 e que indicam que o cancro do pulmão, da próstata, do cólon e reto, do estômago e do fígado foram os que mais afetaram os homens a nível mundial e que os cancros da mama, do cólon e reto, do pulmão, dos ovários e do estômago foram os que mais penalizaram as mulheres.

De salientar que o mesmo relatório nota ainda que o tabaco causa 20% dos cancros em todo o mundo, sendo o responsável direto por 70% dos cancros do pulmão que se registam nos quatro cantos do planeta.

4 de fevereiro, Dia Mundial da Luta Contra o Cancro

O Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, ou simplesmente Dia Mundial do Cancro, é uma iniciativa global que tem como objetivo aumentar a sensibilização social para a doença e para a batalha que esta implica, seja por parte das pessoas afetadas, dos cuidadores ou até mesmo da Medicina, que luta diariamente para encontrar novas formas de prevenção e tratamentos mais eficazes e menos penosos.

Tal como explica a Liga Portuguesa Contra o Cancro na sua página online, a campanha deste ano (mais concretamente de 2016 a 2018) foca-se na máxima ‘Nós Podemos. Eu Posso’, um grito de guerra que impõe uma maior responsabilidade pessoal e social face às várias etapas da doença (prevenção, diagnóstico, tratamento).

No próximo dia 15 celebra-se o Dia Internacional da Criança com Cancro.

Fonte: https://www.noticiasaominuto.com/lifestyle/732025/afinal-o-que-e-o-cancro
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Pantufas em 05/07/2017, 09:12
O cancro, como doença, não vamos conseguir eliminar", diz especialista
4 jul 2017 22:58

    Cancro Fátima Cardoso
(http://thumbs.web.sapo.io/?epic=ZTA18YXljwiVu3jKxGwduW5bdkujEpZxJ007dFXSkHkbDvXF8nXiQAJaBNBHkcTMsyTa28qgFMyU/O8DYbuvRFh4i0ODF/n0zpb2VvqlCXebDMk=&W=800&H=0&delay_optim=1)

O cancro é uma doença que não é possível erradicar, embora seja tratável, defendeu hoje a diretora da Unidade da Mama do Centro Clínico Champalimaud, apontando como um dos desafios da investigação clínica a resistência de tumores aos tratamentos.

Fátima Cardoso falava à Lusa, no final da sessão "Ciência e cancro: desafios para a investigação", no encontro Ciência '17, que termina na quarta-feira, no Centro de Congressos de Lisboa.

"O cancro, como doença, não vamos conseguir eliminar", frisou, assinalando que se trata de "uma doença das células que se alteram".

Para a médica, é possível viver com alguns cancros, tratá-los e matá-los. Mas a cura da doença, no sentido generalizado do termo, considera que não é possível.

"São alterações nossas", no organismo, suscitadas, em grande parte, por "diversas agressões ao longo da vida", sublinhou, referindo que o cancro se tornou numa epidemia, não no sentido de doença infecciosa, porque não o é, mas devido ao "número de casos que não pára de aumentar".

Segundo estatísticas citadas pela oncologista, em média uma em cada duas pessoas adultas poderá vir a ter um cancro nos próximos 15 anos.

O estilo de vida, a alimentação, o abuso de álcool e tabaco são fatores que potenciam o aparecimento da doença.

Como desafios para a investigação clínica, Fátima Cardoso elencou a resistência de certas células cancerígenas aos tratamentos e a terapêutica direcionada para cada tipo de doente, para que os tratamentos sejam mais eficazes mas menos tóxicos.



fonte: sapo24
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: migel em 29/10/2017, 08:46
Cancros do cólon e mama dos que mais passam de pais para filhos
(https://static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand=DN&type=generate&name=original&id=8788685&w=579&h=371&t=20170922003400)
Natacha Cardoso/ Global Imagens


Só 5% a 10% dos cancros são hereditários. Na clínica de risco do IPO de Lisboa já foram avaliadas mais de dez mil famílias. Plano de seguimento é feito de acordo com o risco avaliado

Maria de Jesus Moura recorda as palavras de uma jovem na casa dos 30 anos quando soube que tinha uma alteração genética que aumenta substancialmente o risco de cancro da mama. ""Ganhei um cartão de saúde". A partir do momento em que soube que tinha a mutação pôde fazer a cirurgia profilática para não vir a ter esta doença, com a consciência que poderia vir a ter outras." A psicóloga trabalha de perto com a clínica de risco familiar do IPO de Lisboa, unidade criada em 2006 dedicada ao risco de cancro familiar e com três consultas organizadas: mama e ovário, cólon e reto e melanoma. Entre 5% e 10% dos cancros são hereditários.

"A maioria é esporádico e dependente de fatores ambientais. Mas existem alguns casos, que rondarão entre os 5% e os 10%, em que há uma alteração genética que constitui uma doença hereditária. Os casos em que isto é mais frequente são os casos do cancro do cólon e reto e da mama. Um pouco por causa disso justifica-se a existência destas consultas de risco familiar", explica ao DN Isabel Claro, responsável pela consulta do cólon e uma das coordenadores da clínica do IPO de Lisboa.

O risco de cancro familiar está hoje em debate na Fundação Calouste Gulbenkian, numa conferência promovida pela Liga Portuguesa Contra o Cancro, que vai juntar especialistas nacionais e internais e pretende alertar profissionais de saúde e população em geral para a existência de alterações genéticas. O risco de transmissão à descendência é de 50%.

As consultas de risco familiar do cólon e da mama já existem desde a década de 1990 no IPO de Lisboa, a do melanoma desde 2011. Durante todo este tempo a unidade já avaliou mais de 10 mil famílias. Pesa a história de vida individual e a da família para decidir se o risco é baixo, moderado ou elevado e se se justifica um estudo genético. Na maioria dos casos o risco é baixo e por isso as pessoas são encaminhadas para o médico de família com um plano de seguimento adequado e com a indicação que perante qualquer alteração façam novo contacto. As pessoas com alterações genéticas são sempre seguidas na clínica. Percebe-se porquê. No caso do cólon há alterações genéticas que aumentam o risco de cancro para percentagens superiores a 50% quando o risco da população geral é de 5%.

O contacto com a clínica é feito por referenciação de um médico ou pelo próprio, através de email. A informação é avaliada, mas há critérios que servem de alerta. No caso da mama a existência de diagnósticos antes dos 40 ou dos 30 anos ou de cancro do ovário ou de cancros da mama com características especiais. No cólon, a existência de "um tumor abaixo dos 50 anos, três familiares na mesma geração com cancro do cólon ou duas gerações, um pai e um filho, um com menos de 50 anos. Já constitui critério para que possam haver situações hereditárias. Um terço das pessoas com cancro do cólon têm um familiar de primeiro ou segundo grau com este tipo de cancro, mas só cerca de 5% são hereditários", explica Isabel Claro.

Na consulta faz-se a história de pelo menos três gerações, sendo que os mais importantes são os familiares de primeiro grau: pais, irmãos e filhos. "A avaliação do risco familiar é um processo dinâmico. Dependemos de informação muito precisa e sempre que há uma alteração o grau de risco pode ser alterado". Tal como o facto de não ser identificada uma alteração genética, não quer dizer que não exista. Novos testes estão a permitir identificar genes suscetíveis de serem responsáveis por hereditariedade.

É a espera pelo resultado do teste genético um dos fatores de maior ansiedade. "De um lado dizem "eu já sabia que ia ter", mas depois há o outro lado da esperança. É 50-50 e talvez não haja nada", diz a psicóloga Maria de Jesus Moura, referindo que a maioria das pessoas reconhece que saber da mutação genética ajuda a lidar com adversidades que possam surgir e reforçar o sentimento que ao estar a ser seguida de perto por uma equipa especializada permite agir a tempo para o não aparecimento da doença ou pelo menos evitar grande sofrimento.

Há o stresse de reviver a doença ou de passar uma operação sem estar doente. E há sempre a preocupação dos filhos. "Não tem de se estar sempre a falar sobre o assunto, mas falar sobre o que aconteceu com algumas pessoas da família, o que acontece com os genes. Quando a criança tem curiosidade ir dando respostas. O importante é que a notícia chegue através dos pais. Não contar pode fazer com que a criança se sinta traída", refere a psicóloga.

Pelas mãos da enfermeira Paula Rodrigues já passaram avós, pais e netos de algumas famílias. É com elas que muitas vezes choram quando fazem a colheita de sangue para o teste ao falarem sobre a família. "Acabam por fazer o luto, porque muitos perderam os pais quando eram muito novos." Se o teste for positivo há sempre telefonemas para saber se precisam de alguma coisa, como estão a lidar com a informação. "Saber da mutação para algumas pessoas é um alívio, porque ficam a perceber porque houve tantos casos de cancro e de morte na família e assim podem conseguir, se não evitar o cancro, evitar a morte", diz a enfermeira.

     
   DN
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: taniaribeiro em 06/06/2018, 12:05
O cancro do intestino (https://www.naturalthrone.com/blog/artigo/como-prevenir-cancro-do-colon-e-sintomas (https://www.naturalthrone.com/blog/artigo/como-prevenir-cancro-do-colon-e-sintomas)) é uma patologia que se desenvolve pelo aparecimento de lesões no intestino grosso ou cólon podendo formar pólipos. Os pólipos podem aumentar de tamanho e tornarem-se malignos originando o cancro. Em Portugal, esta doença tem uma mortalidade de 11 pessoas por dia! Uma realidade assustadora e que tem uma incidência de cerca de 7 mil novos casos em cada ano, sendo detetado principalmente a partir dos 50 anos. Deste modo, alerto a população para um dos cancros mais mortais em Portugal.
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: migel em 15/09/2019, 14:52
Cancro: “Quem tem gente conhecida orienta-se. Quem não tem fica à mercê”
14.09.2019 às 19h48

(https://images.impresa.pt/expresso/2019-09-13-TM8867.jpg-1/original/mw-860)
TIAGO MIRANDA

Uma semana depois de o Colégio de Oncologia Médica da Ordem ter denunciado que o Infarmed está a vetar o tratamento inovador de doentes com cancro capaz de travar a evolução da doença e até de salvar-lhes a vida, o presidente, Luís Costa, em entrevista ao Expresso, acusa o

Serviço Nacional de Saúde não está a garantir o melhor tratamento aos doentes com cancro, nem sequer um tratamento por igual. Responsável pela área do cancro no Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte e presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos, Luís Costa reitera a denúncia feita pelo grupo de especialistas há uma semana sobre a recusa do Infarmed de dar fármacos inovadores que podem salvar a vida a doentes com cancro.

O professor acusa o Governo de esconder em argumentos pseudotécnicos o que é uma decisão política: o plafond da Saúde. Afinal, o que pode e quer o país pagar?


Expresso continue e lêr https://expresso.pt/sociedade/2019-09-14-Cancro-Quem-tem-gente-conhecida-orienta-se.-Quem-nao-tem-fica-a-merce?fbclid=IwAR0Xnu5UV1PgloLttSVyufwrbVpG8N_UtT6jsVRAzVtoqkgeWkrMN0n0eBo
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: migel em 04/11/2019, 10:38
Liga Contra o Cancro à procura de 60 mil euros

Iniciou-se hoje um peditório de quatro dias para esta organização, que em breve vai abrir uma delegação também no Porto Moniz
PAULA HENRIQUES /MADEIRA /31 OUT 2019 / 09:26 H.
Liga Contra o Cancro à procura de 60 mil euros

(https://www.dnoticias.pt/binrepository/768x510/0c0/768d432/none/11506/QLSF/image_content_2563143_20191031092624.jpg)
Foto Arquivo

60 mil euros é o valor que o Núcleo Regional da Madeira da Liga Portuguesa Contra o Cancro pretende conseguir este ano no peditório que hoje começa e que vai decorrer ao longo de quatro quatro dias em todos os concelhos da Madeira. Segundo o presidente da direcção, outro dos objectivos é levar a Liga a mais concelhos, sendo que o próximo onde vai abrir portas é no Porto Moniz.

O peditório nacional realiza-se uma vez por ano. No ano passado na Madeira as pessoas contribuíram com 40 mil euros. Este ano o presidente espera chegar mais longe. “O nosso objectivo é chegar aos 60 mil euros, eu acho que é um objectivo ambicioso, mas contamos com a solidariedade do povo madeirense para esta nossa missão que é ajudar os doentes oncológicos e a sua família e também alertar a população toda para a prevenção e incentivar a investigação para que a cura esteja mais perto”.

No terreno vão estar entre 330 a 340 voluntários, espalhados por ruas, supermercados, igrejas, cemitérios e outras instituições a “dar o seu melhor e a dar a cara” pela Liga Portuguesa Contra o Cancro e pela causa, que Ricardo Sousa acredita a todos diz respeito.

As ajudas do peditório são transformadas em próteses mamárias e em perucas, que neste momento são dadas gratuitamente aos doentes. No caso do cancro da mama, oferecem uma ou duas próteses e dois sutiãs, independentemente da condição económica. Com as próteses capilares é semelhante, oferecem a todos, até 250 euros. Ajudam ainda os laringectomizados e traqueostomizados com um kit que dá algum conforto e qualidade de vida no dia-a-dia, revelou o dirigente, e ajudam ainda com apoio psicológico e material técnico, como camas eléctricas, elevadores e cadeiras de rodas. Segundo Ricardo Sousa, neste momento a Liga trabalha com cerca de 230 famílias com apoio social mensal, com ajudas técnicas, alimentos e acompanhamento por uma equipa multidisciplinar.

O presidente do Núcleo Regional tem consciência que ainda não chega a toda a gente. Neste momento, diz a liga tem espaços no Funchal, em Machico, no Porto Santo, em Santana e na Ribeira Brava. O próximo destino é o Porto Moniz, onde vão abrir instalações. “Está já apalavrado com a autarquia local e a breve trecho vamos abrir uma nova delegação”, revelou.

Direitos: https://www.dnoticias.pt/madeira/liga-contra-o-cancro-a-procura-de-60-mil-euros-IH5393921
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Nandito em 14/05/2021, 10:34
Direito ao esquecimento para quem teve cancro deve chegar hoje a Portugal

A Assembleia da República vota nesta sexta-feira, na generalidade, projetos-lei do PS e do PAN contra a discriminação de quem teve cancro no acesso a seguros de vida.

(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=MWNmfeP7BOoNVLSFmJ8XlzCjiWa8DoenDIP14R734COKsX1mbYj2LREe9x5nLf+s+RITJzF0HmC2NGD5+4PU84YbX53vFo+3PDdk2S/DxKq+mT4=)

Noticia o Público, esta sexta-feira, que terá sido a intervenção de Rita Merenda, uma militante de 42 anos, no congresso do PS-Lisboa, a 17 de dezembro, no qual explicava como as pessoas que tiveram cancro eram discriminadas pela sociedade, nomeadamente pelas seguradoras, e como estes sobreviventes estão praticamente impedidos de ter acesso ao crédito habitação (porque obriga a um seguro de vida e a referência à doença torna o seguro impossível), que motivou Miguel Matos, deputado e líder da JS, a apresentar o projeto-lei hoje discutido na Assembleia da República.

Em fevereiro, o projeto deu entrada no Parlamento e hoje será aprovado - a publicação afirma ter confirmado que o PSD não votará contra, o Bloco de Esquerda votará a favor, enquanto o PCP declarou “acompanhar” o projecto-lei socialista. Por sua vez, o PAN apresenta um diploma próprio para que as pessoas que superem doenças “de risco agravado”, como cancro, não vejam agravadas as condições de acesso a créditos ou seguros e que a sua informação médica não possa ser recolhida por estas empresas.

Na exposição de motivos, o PAN assinala que “a discriminação e o estigma social continuam a recair sobre as pessoas que lutam contra” uma doença oncológica e “sobre aquelas que lhe sobreviveram”, uma vez que, “mesmo após a sua cura, muitas instituições financeiras continuam a limitar ou a agravar de forma muito expressiva o acesso aos seus produtos, discriminando pessoas que apresentam antecedentes clínicos da doença”.

“Mesmo uma pessoa que tenha sofrido de cancro na infância, e que tenha ultrapassado com sucesso a doença, pode vir a deparar-se com situações discriminatórias na sua vida adulta”, refere também.

Fonte: 24.sapo.pt  Link: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/direito-ao-esquecimento-para-quem-teve-cancro-deve-chegar-hoje-a-portugal



Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Nandito em 27/05/2021, 11:59
Os desafios dos cidadãos e das associações de doentes na luta contra o cancro

É preciso mudar o paradigma e haver uma voz colectiva que una o esforço de todos para promover a saúde e enfrentar o cancro com mais qualidade de vida. A conferência virtual “A voz da sociedade civil” realizou-se, em directo, no site do Público, a 12 de Maio, e contou com a parceria da MSD Portugal. Durante hora e meia, o papel das associações de doentes e a capacitação dos doentes e dos cidadãos estiveram em destaque.


26 de Maio de 2021, 16:11

(https://imagens.publico.pt/imagens.aspx/1588544?tp=UH&db=IMAGENS&type=PNG)
(Re)veja o vídeo da conferência digital no link abaixo

Nesta que foi a terceira conferência da iniciativa conjunta do Público e da MSD Portugal, “Uma agenda para combater o cancro: Por todos nós, para todos nós”, foram debatidos temas como o papel das associações de doentes, a importância do diagnóstico precoce, o acesso adequado e atempado aos tratamentos mais inovadores, e o impacto da pandemia para os doentes oncológicos. A literacia em saúde e o contributo dos cuidadores informais foram igualmente abordados neste debate.

https://www.youtube.com/watch?v=th8DJAtExeg&t=10s

Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale – Associação de Luta Contra o Cancro do Pulmão, começou por afirmar que a pandemia tem sido falada, naturalmente, pelos aspectos negativos, mas trouxe a oportunidade de melhoria em alguns aspectos. “O tema da saúde, que era tão distante para tantas pessoas, começou a fazer parte do dia-a-dia de todos nós. E esta é uma oportunidade que se deve desenvolver no futuro.” Passou a existir uma maior consciência da importância que tem a saúde e o conhecimento nesta área, adiantou.

Já antes da pandemia, se alertava para o facto de o cancro do pulmão ser diagnosticado, muitas vezes, em fases avançadas. O desafio da detecção precoce tornou-se ainda mais exigente, uma situação a que Pulmonale está atenta. “Chamamos a atenção para que não seja desvalorizado um conjunto de sintomas que, normalmente, não são identificados atempadamente. No caso do cancro do pulmão, não nos podemos esquecer que estamos a falar da patologia oncológica mais mortífera e com uma maior incidência a nível mundial”, referiu a presidente da associação.

Na sua perspectiva, o facto de não existir um rastreio de base populacional coloca o ónus no doente, que fica responsável por vigiar os sinais do carcinoma e partilhá-los com o seu médico para um diagnóstico mais eficaz. No final da sua primeira intervenção, Isabel Magalhães reforçou que, apesar do cancro do pulmão estar muito associado ao tabagismo, com uma causalidade na ordem dos 85%-90%, afecta também pessoas não fumadoras. Sendo um dos principais factores de risco evitáveis, a prevenção deve começar exactamente por este hábito.

Vítor Neves, presidente da Europacolon Portugal, confirmou que, antes de 2020, havia, pelo menos, 17 mil novos casos de cancro digestivo todos os anos, que provocavam dez mil mortes, sendo, por isso, um assunto de saúde pública recorrente. Em Portugal, não se previne doenças que são muito fáceis de prevenir, como é exemplo o cancro do intestino, o que resulta numa incidência e mortalidade excessivas. A associação de apoio ao doente com cancro digestivo nasceu precisamente por este motivo e, sobretudo, pelo facto de “o cancro do intestino ter o maior rastreio custo-benefício que existe na Europa e, em Portugal, tende a atrasar-se e a ter uma adesão muito fraca”, referiu.

Relativamente ao impacto da pandemia para os doentes com cancro do intestino, Vítor Neves identificou “maiores dificuldades, maior sofrimento, menos sobrevivência, maiores custos sociais e maiores custos de saúde a doentes não covid”. A adaptação e reorganização do Sistema Nacional de Saúde, com a realocação de recursos, foi obrigatória mas expectável, dada a imprevisibilidade e desconhecimento relacionado com este vírus. O acesso aos doentes foi vedado em 2020, mas o presidente da Europacolon reforça que esta situação perdura e não compreende “como é que em 2021, não existe ainda uma comissão de trabalho que tenha como missão recuperar tudo aquilo que não se conseguiu fazer aos doentes não covid”. Neste momento, não há valorização da sintomatologia, não há diagnósticos e, muitas vezes, fazem-se nas urgências dos hospitais em situações agudas e com mau prognóstico.

No entanto, há também aspectos positivos a considerar. Vítor Neves referiu o facto de ser “mais clarividente para os decisores de saúde que a vida não é um bem substituível por nada, nem pelo melhor sistema económico. A covid-19 deu-nos a oportunidade de ver o trabalho das unidades de cuidados primários, a vantagem da prevenção e da dispensa de medicamentos para doentes oncológicos nas farmácias de proximidade, e algumas formas de telemedicina ou de aproximação por via digital aos doentes.”

No final da sua intervenção, o presidente reforçou ainda que a saúde deve ser uma prioridade na aplicação dos apoios que Portugal vai receber e reforçou, uma vez mais, a importância dos rastreios. A Europacolon promove, há vários anos, rastreios oportunísticos com o apoio das farmácias. O número de testes realizados revela que é fácil implementar um rastreio para os cancros digestivos e que a sociedade civil adere quando as acções são bem organizadas. No caso do cancro do pulmão, durante muito tempo, não existiu consenso na forma de rastrear, mas já existem dados que demonstram a sua eficácia e será um tema a discutir no futuro.

Capacitar os cidadãos

Ana Rita Goes é professora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Universidade Nova de Lisboa e começou por salientar que “a literacia em saúde prende-se com a capacitação dos cidadãos, mas também em fazer com que os sistemas sejam responsivos às suas necessidades”. Ou seja, é importante que as pessoas façam rastreios e que tenham competências para procurar ajuda, mas é igualmente necessário garantir que os sistemas conseguem dar resposta.

O trabalho desenvolvido pela ENSP divide-se em várias vertentes, desde perceber em que ponto estamos relativamente à literacia em saúde e que factores contribuem para a mesma, mas também do trabalho realizado ao nível do desenvolvimento de estratégias e de políticas dirigidas à capacitação dos cidadãos.

Nesta área específica do cancro, a docente salientou o projecto desenvolvido pela ENSP, intitulado “Inovar saúde”, cujo estudo “Cancro 2020” destacava “a necessidade de envolver doentes, de personalizar os cuidados, de considerar a sua participação na tomada de decisão. E a literacia em saúde e a participação andam sempre de mãos dadas”, afirmou. Não é possível construir literacia em saúde sem envolver as pessoas na participação do seu processo de saúde.

Ana Rita Goes referiu ainda a importância “de dar voz às pessoas, em ouvir as suas necessidades e, em conjunto, construirmos respostas e soluções”, sublinhando que esta questão não se resolve apenas com informação. “Não chega. É uma questão de equilíbrio entre saber quais são as exigências e os desafios e quais os recursos disponíveis. Em determinado momento, as pessoas vão ter de ser capazes de aceder a determinado tipo de informação, mas também de saber como a utilizar e implementar”, defendeu.

Isabel Magalhães acrescentou que “hoje em dia, fala-se muito do doente no centro da decisão, mas não se pode esperar que o mesmo participe activamente se não está capacitado.” No caso da Pulmonale, muitas vezes o primeiro contacto surge por parte dos cuidadores, que colocam questões sobre o caso em particular que acompanham. Durante a primeira fase na pandemia, doentes que anteriormente eram acompanhados no hospital de dia passaram a fazer a sua medicação em casa. “Obviamente que o doente e os cuidadores teriam de estar alerta para um conjunto de efeitos adversos e de informações com os quais, até esse momento, nunca tiveram de se preocupar. É um exemplo concreto de como é importante que o doente seja um agente activo”, explicou a oradora. “Diria que a nossa população é heterogénea. Há uma pequena franja que procura essa informação em fontes fidedignas e que se prepara muito bem para aquele episódio de doença, mas essa não é a realidade da maioria dos doentes”, destacou.

Nesta que foi a terceira conferência da iniciativa conjunta do Público e da MSD Portugal, “Uma agenda para combater o cancro: Por todos nós, para todos nós”, foram debatidos temas como o papel das associações de doentes, a importância do diagnóstico precoce, o acesso adequado e atempado aos tratamentos mais inovadores, e o impacto da pandemia para os doentes oncológicos. A literacia em saúde e o contributo dos cuidadores informais foram igualmente abordados neste debate.

Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale – Associação de Luta Contra o Cancro do Pulmão, começou por afirmar que a pandemia tem sido falada, naturalmente, pelos aspectos negativos, mas trouxe a oportunidade de melhoria em alguns aspectos. “O tema da saúde, que era tão distante para tantas pessoas, começou a fazer parte do dia-a-dia de todos nós. E esta é uma oportunidade que se deve desenvolver no futuro.” Passou a existir uma maior consciência da importância que tem a saúde e o conhecimento nesta área, adiantou.

"Assistimos ao surgimento de novas abordagens de tratamento e as perspectivas para quem enfrenta um diagnóstico são bem diferentes daquelas que existiam há uns anos.

Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale

Já antes da pandemia, se alertava para o facto de o cancro do pulmão ser diagnosticado, muitas vezes, em fases avançadas. O desafio da detecção precoce tornou-se ainda mais exigente, uma situação a que Pulmonale está atenta. “Chamamos a atenção para que não seja desvalorizado um conjunto de sintomas que, normalmente, não são identificados atempadamente. No caso do cancro do pulmão, não nos podemos esquecer que estamos a falar da patologia oncológica mais mortífera e com uma maior incidência a nível mundial”, referiu a presidente da associação.

Na sua perspectiva, o facto de não existir um rastreio de base populacional coloca o ónus no doente, que fica responsável por vigiar os sinais do carcinoma e partilhá-los com o seu médico para um diagnóstico mais eficaz. No final da sua primeira intervenção, Isabel Magalhães reforçou que, apesar do cancro do pulmão estar muito associado ao tabagismo, com uma causalidade na ordem dos 85%-90%, afecta também pessoas não fumadoras. Sendo um dos principais factores de risco evitáveis, a prevenção deve começar exactamente por este hábito.

Vítor Neves, presidente da Europacolon Portugal, confirmou que, antes de 2020, havia, pelo menos, 17 mil novos casos de cancro digestivo todos os anos, que provocavam dez mil mortes, sendo, por isso, um assunto de saúde pública recorrente. Em Portugal, não se previne doenças que são muito fáceis de prevenir, como é exemplo o cancro do intestino, o que resulta numa incidência e mortalidade excessivas. A associação de apoio ao doente com cancro digestivo nasceu precisamente por este motivo e, sobretudo, pelo facto de “o cancro do intestino ter o maior rastreio custo-benefício que existe na Europa e, em Portugal, tende a atrasar-se e a ter uma adesão muito fraca”, referiu.

Relativamente ao impacto da pandemia para os doentes com cancro do intestino, Vítor Neves identificou “maiores dificuldades, maior sofrimento, menos sobrevivência, maiores custos sociais e maiores custos de saúde a doentes não covid”. A adaptação e reorganização do Sistema Nacional de Saúde, com a realocação de recursos, foi obrigatória mas expectável, dada a imprevisibilidade e desconhecimento relacionado com este vírus. O acesso aos doentes foi vedado em 2020, mas o presidente da Europacolon reforça que esta situação perdura e não compreende “como é que em 2021, não existe ainda uma comissão de trabalho que tenha como missão recuperar tudo aquilo que não se conseguiu fazer aos doentes não covid”. Neste momento, não há valorização da sintomatologia, não há diagnósticos e, muitas vezes, fazem-se nas urgências dos hospitais em situações agudas e com mau prognóstico.

"O processo não está preparado para que o doente seja envolvido no seu processo clínico. E todos nós sabemos – e até há documentos muito credíveis sobre isso – que há vantagem no envolvimento do doente no seu plano terapêutico.

Vítor Neves, presidente da Europacolon Portugal

No entanto, há também aspectos positivos a considerar. Vítor Neves referiu o facto de ser “mais clarividente para os decisores de saúde que a vida não é um bem substituível por nada, nem pelo melhor sistema económico. A covid-19 deu-nos a oportunidade de ver o trabalho das unidades de cuidados primários, a vantagem da prevenção e da dispensa de medicamentos para doentes oncológicos nas farmácias de proximidade, e algumas formas de telemedicina ou de aproximação por via digital dos doentes.”

No final da sua intervenção, o presidente reforçou ainda que a saúde deve ser uma prioridade na aplicação dos apoios que Portugal vai receber e reforçou, uma vez mais, a importância dos rastreios. A Europacolon promove, há vários anos, rastreios oportunísticos com o apoio das farmácias. O número de testes realizados revela que é fácil implementar um rastreio para os cancros digestivos e que a sociedade civil adere quando as acções são bem organizadas. No caso do cancro do pulmão, durante muito tempo, não existiu consenso na forma de rastrear, mas já existem dados que demonstram a sua eficácia e será um tema a discutir no futuro.

É preciso mudar mentalidades

Outro aspecto sublinhado nas conferências organizadas no âmbito desta iniciativa tem sido o facto de os doentes oncológicos estarem desprotegidos a vários níveis. A obtenção de atestado multiusos que, por vezes, demora anos e a dificuldade em obter um seguro de vida para comprar uma habitação foram alguns dos exemplos apresentados por Vítor Neves. “Ninguém pede para ser doente oncológico. Felizmente, mais de 50% dos doentes sobrevive, tem uma vida estabilizada por muitos anos e a investigação tem dado passos decisivos para essa longevidade. Portanto, cada vez mais, os doentes vão viver mais anos e a doença vai ter maior controlo”, salientou. No entanto, falta um sistema conjuntural que funcione no mesmo sentido, advertiu. “Era importante que um gestor hospitalar percebesse que o tempo das consultas tem de ser diferente, por exemplo.” O presidente da Europacolon não entende que uma notícia sobre uma decisão clínica e multidisciplinar seja dada em poucos minutos, sem haver margem para que o doente ou os seus familiares questionem o médico e esclareçam as suas dúvidas. “O processo não está preparado para que o doente seja envolvido no seu processo clínico. E todos nós sabemos – e até há documentos muito credíveis sobre isso – que há vantagem no envolvimento do doente no seu plano terapêutico.”

As próprias associações de doentes, sobretudo as que são mais estruturadas e capacitadas, devem ser chamadas mais vezes a dar este tipo de apoio. “A Europacolon é consultada hoje para que os médicos dêem a aprovação de uma nova tecnologia, por exemplo”, disse Vítor Neves, defendendo que é preciso mudar a mentalidade e que se perceba que estamos todos a trabalhar para o mesmo fim, ou seja, a melhoria da qualidade de vida dos doentes e a eficácia e eficiência do Sistema Nacional de Saúde. Com a integração das pessoas, vai haver ganhos em saúde.

O movimento entre a academia, as associações de doentes e a sociedade civil representa bem o esforço que necessita de ser feito até ao nível da literacia em saúde. “Se pretendemos criar um contexto favorável às necessidades da população em geral e do doente em particular, então precisamos de trabalhar em conjunto”, afirmou Ana Rita Goes.

"Para as pessoas terem voz, precisam também de ter os conhecimentos e as competências necessárias para se fazerem ouvir.

Ana Rita Goes, professora auxiliar da Escola Nacional de Saúde Pública

A docente acrescentou que as mudanças estruturais acontecem quando os doentes conseguem ter voz activa. “Para as pessoas terem voz, precisam também de ter os conhecimentos e as competências necessárias para se fazerem ouvir.” Ou seja, precisam de ter ao seu alcance ferramentas que os tornam mais eficazes para agir. “Esta tem sido uma preocupação da ENSP através do programa ‘Activos pela Saúde’ que construiu precisamente uma oferta dirigida às associações de doentes com o intuito de as capacitar para que consigam desenvolver ferramentas que tornem a sua intervenção social mais efectiva. O projecto ‘Incluir’ também procurou envolver os doentes e os seus representantes em processos no Infarmed”, exemplificou a docente, deixando claro o papel da academia: produzir conhecimento que informe a acção e o desenvolvimento de políticas.

Acesso aos tratamentos

Durante a pandemia, os doentes de cancro do pulmão mantiveram o seu tratamento ainda que o mesmo tenha sido adaptado, garante Isabel Magalhães. “O problema deu-se principalmente entre aqueles que não tinham iniciado tratamento. Não houve referenciação através dos serviços de saúde primários, os próprios cidadãos atrasaram os seus diagnósticos e os casos que foram diagnosticados entraram pelas urgências dos hospitais, muitas vezes, numa fase muito avançada e em que a única opção foi ir directamente para os cuidados paliativos”, destacou. Nestes casos, perdeu-se uma janela de oportunidade para iniciar terapias mais inovadoras. “Temos tempos de autorização superiores às melhores práticas no espaço europeu”, explicou a presidente da associação, indicando que Portugal não é dos países com tempos de resposta mais rápidos, mas também não está numa situação crítica, tendo havido “uma evolução no sentido positivo, isto se esquecermos, por momentos, a pandemia”.

No que respeita à equidade no acesso, a oradora salientou que a mesma não existe e que o acesso não é igual em todas as zonas do País. Embora haja uma tentativa de trazer o assunto para a agenda política, “este é um tema de difícil resolução porque nunca vamos ter centros de excelência do tratamento do cancro em todas as cidades de Portugal, mas precisamos de ter uma resposta articulada e que seja capaz de satisfazer as necessidades dos doentes independentemente do local onde estão”, afiançou. Vítor Neves referiu alguma expectativa relativamente ao investimento na investigação. “Os grandes valores investidos na investigação são feitos pelas companhias farmacêuticas porque as entidades públicas que deviam fazê-lo – em valor e em quantidade – não o fazem porque não têm meios apesar de termos dos melhores investigadores do mundo em várias áreas, como por exemplo, no i3s que é um laboratório de que estou mais próximo.”

O presidente da Europacolon criticou a falta de linhas orientadoras para o tratamento equitativo de todos os doentes além da fase que vivemos agora. “Portugal vai continuar a ser um dos países que tem uma longevidade maior, mas uma longevidade doente e que vai necessitar de muito apoio.” Somando os atrasos que já existiam às sequelas que os doentes de covid-19, os desafios são novos e não menos relevantes. “Os nossos cuidados paliativos já estavam muito deficientes. Juntando a isso, há que referir o desgaste dos cuidadores informais que são peças fundamentais no sistema de saúde e que devem ser acompanhados.” O orador defendeu uma mudança global e um método organizativo em que as pessoas sejam a parte fundamental no nosso País. Salientou ainda que grande parte de investimento deve ser feito em investigação, em melhor conhecimento, mas também em dar tempo aos médicos, retirando-lhes imensas funções administrativas em que perdem tempo precioso.

Oportunidade de mudança

Ficou ainda patente neste debate a falta de um sistema que acompanhe os sobreviventes das doenças oncológicas e das medidas para salvaguardar os cuidados paliativos. Como mensagem final, Ana Rita Goes referiu que “podemos todos fazer parte da mudança que queremos ver acontecer”. Esta mudança implica reconhecer a necessidade de envolvimento e participação, mas que também implica olhar para a perspectiva de bem-estar. “Ou seja, é preciso olharmos para o que queremos construir para que as pessoas não só sobrevivam, mas também vivam com estas condições com mais qualidade de vida. Não olhemos só para a sobrevivência, mas também para o bem-estar e para a qualidade de vida.”

Isabel Magalhães dirigiu a mensagem final à população em geral e, em concreto, aos doentes com cancro do pulmão, partilhando uma palavra de esperança. Apesar de todas as dificuldades identificadas, “assistimos ao surgimento de novas abordagens de tratamento e as perspectivas para quem enfrenta um diagnóstico são bem diferentes daquelas que existiam há uns anos.”

Vítor Neves não quis deixar de referir a impossibilidade de os doentes oncológicos internados receberem visitas [à data de fecho deste artigo] e de esta situação continuar bloqueada com os respectivos danos psicológicos que a mesma acarreta. “Era bom que as unidades de saúde pensassem na reabertura imediata, ainda que com algumas restrições”, sugeriu. “Devemos apostar muito na prevenção e no diagnóstico precoce. No meu entendimento, é essa a alavanca da evolução da saúde no nosso País. Todos temos de ser agentes e este é o caminho que os portugueses querem para a sua vida futura e isso passa pela qualidade de vida associada a uma sobrevivência que, quanto maior, melhor.”

Fonte: publico.pt   Link: https://www.publico.pt/2021/05/26/estudiop/noticia/desafios-cidadaos-associacoes-doentes-luta-cancro-1964037

 
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: pantanal em 27/07/2021, 13:23
Cancro da cabeça e pescoço afeta três mil pessoas por ano. Maioria é diagnosticada tarde por desconhecer sintomas
Nuno de Noronha
27 jul 2021 08:00

Em Portugal são diagnosticados todos os anos cerca de 3.000 novos casos de cancro da cabeça e do pescoço. Mais de metade são detetados em fases avançadas, explica Ana Joaquim, médica oncologista no Centro Hospitalar de Gaia/Espinho, que deixa alguns sinais de alerta.

Cancro da cabeça e pescoço afeta três mil pessoas por ano. Maioria é diagnosticada tarde por desconhecer sintomas

(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=ZWIw8xux1kOEdpM9HguFkl4/47NzMP/Rc1euRvHHAyC01VRyaLf544t3UvyoqnseqJhHD7+kaxyPSETA0Upma+PDXPI3mdTEPVRnfc9TCZiLEfA=)

Qual a principal causa de cancro da cabeça e pescoço?
O cancro de cabeça e pescoço está relacionado, essencialmente, com hábitos de vida. Falo, essencialmente, do tabagismo, da ingestão regular de bebidas alcoólicas e da infeção HPV (vírus do papiloma humano) – infeção sexualmente transmissível que está implicada na génese de uma percentagem importante de um dos tipos de cancro de cabeça e pescoço (cancro da orofaringe).

Quais são os principais grupos de risco?
Existem dois grandes grupos de risco: o grupo de pessoas fumadoras e/ou alcoólicas (geralmente homens, com cerca de 50 anos, maioritariamente de estratos sociais mais baixos) e o grupo de pessoas não fumadoras, ou com baixa carga tabágica, tanto do género masculino como feminino, geralmente mais jovens e com história de vários parceiros sexuais.

Existe um grupo de risco menos expressivo, que são os doentes idosos com próteses dentárias mal-adaptadas, em particular em casos de higiene oral deficitária (nos casos de cancro da cavidade oral).

Por que motivo a doença está a aumentar entre os jovens?
Os hábitos tabágicos estão a diminuir, o que irá conduzir, provavelmente, a uma diminuição dos casos do primeiro grupo de risco que descrevi (à semelhança do que aconteceu nos Estados Unidos). Esta tendência faz com que se torne mais expressivo o cancro da orofaringe relacionado com o HPV. Por outro lado, os comportamentos sexuais promíscuos têm vindo a aumentar, principalmente nas camadas mais jovens, o que, em parte, explica este aumento.


Fonte: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/cancro-da-cabeca-e-pescoco-maioria-dos-casos-sao-diagnosticados-em-fases-tardias-por-falta-de-conhecimento-dos-sintomas
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: hugo rocha em 02/08/2021, 10:04
O cancro do pulmão pode ser silencioso. Todos os anos registam-se cerca de 5.000 novos casos em Portugal
Luís Rocha
Médico/a

2 ago 2021 08:00

Cancro Cancro do Pulmão Fundação Portuguesa do Pulmão Luís Rocha
O cancro do pulmão não tira férias: esteja atento a estes sintomas

O cancro do pulmão não tira férias: esteja atento a estes sintomas
Quer deixar de fumar? Procure o médico

Este é o tumor maligno mais frequente no mundo e aumenta ao ritmo de 0,5 por cento ao ano.
O cancro do pulmão pode ser silencioso. Todos os anos registam-se cerca de 5.000 novos casos em Portugal

(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=NGYzPyQvLpLXHJkk10kBGKzZ6wULE1nzggTHpJQArckdD/J116PhJG74bRLd8R2ZHd1v4c6Io3gistanTW6J7lXdjL3kpq5Ze7gnWskMDCYQkjE=)
Em 2020 registaram-se cerca de 5.000 novos casos de cancro do pulmão em Portugal.

A incidência é três vezes mais frequente nos homens, mas regista-se também uma tendência de aumenta nas mulheres devido aos hábitos tabágicos na sociedade.

O tabaco é o principal fator de risco, sendo que 85% dos casos de cancro do pulmão ocorre em fumadores e ex-fumadores.

O risco de cancro do pulmão é 20 vezes superior em fumadores.

Não existem sinais de alerta nem sinais específicos para o cancro do pulmão. O cansaço, a tosse, a falta de apetite, a falta de ar e, por vezes, expectoração com sangue podem alertar o doente para uma ida ao médico ou à urgência e aí é feito o diagnóstico muitas vezes numa fase já avançada.

A medida preventiva mais eficaz é parar de fumar.

Os temas mais inspiradores e atuais!


Veja a mensagem do médico Luís Rocha, pneumologista e dirigente da Fundação Portuguesa do Pulmão, no vídeo em baixo


Fonte: JN


Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Nandito em 29/09/2021, 11:33
Cuide do seu fígado: Dez sintomas de cancro

28/09/21 20:30 ‧ Há 14 Horas por Notícias ao Minuto - Lifestyle Opinião

Artigo de opinião de José Presa, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF).

(https://media-manager.noticiasaominuto.com/1920/naom_615306ec76cde.jpg?crop_params=eyJsYW5kc2NhcGUiOnsiY3JvcFdpZHRoIjoyNTIxLCJjcm9wSGVpZ2h0IjoxNDE4LCJjcm9wWCI6MjMsImNyb3BZIjoxMjZ9fQ==)
Fonte imagem: © Shutterstock

S abia que há cada vez mais pessoas com cancro no fígado? É altura de falar sobre esta doença, cuja frequência é crescente e que pode ter consequências gravíssimas, quando não detetada e tratada precocemente.

Em países industrializados, o número de casos tem vindo a aumentar, sendo cerca de 2,5 vezes mais frequente nos homens. De acordo com dados da Globocan, de 2018, em Portugal, todos os anos, surgiram 1386 novos casos de cancro do fígado, o que corresponde a 2,4 por cento de todos os cancros. Em Portugal temos assistido a um aumento do número de casos todos os anos. Com a pandemia COVID-19 acreditamos, que o número de casos venham a diminuir, com menos e mais tardios diagnósticos efetuados, com consequências devastadoras.

Leia Também: Campanha alerta população sobre cancros de sangue e apela para informação

É o 11.º tipo de cancro mais frequente no nosso país. Representa a 7.ª causa de morte por cancro, vitimando 1372 pessoas em 2018. A sua taxa de sobrevivência a cinco anos é inferior a 10 por cento, quando diagnosticado em fases avançadas.

Na maioria dos casos o diagnóstico é feito tardiamente. É tempo de consciencializar a população para a existência desta doença e, sobretudo, de a informar acerca da importância da sua prevenção e diagnóstico precoce.

O cancro do fígado é uma doença que é prevenível, evitável, tratável e, por vezes, até curável. É crucial apostar na prevenção. Contudo, não tendo sido possível, é fundamental iniciar um tratamento atempadamente, algo que só vai acontecer se a deteção for feita em fase inicial.

Tenha um estilo de vida saudável, de forma a manter a saúde do seu fígado; esteja atento aos sinais e sintomas corpo; consulte o seu médico assistente frequentemente; e faça exames de rotina.

Sabia que há cada vez mais pessoas com cancro no fígado? É altura de falar sobre esta doença, cuja frequência é crescente e que pode ter consequências gravíssimas, quando não detetada e tratada precocemente.

Em países industrializados, o número de casos tem vindo a aumentar, sendo cerca de 2,5 vezes mais frequente nos homens. De acordo com dados da Globocan, de 2018, em Portugal, todos os anos, surgiram 1386 novos casos de cancro do fígado, o que corresponde a 2,4 por cento de todos os cancros. Em Portugal temos assistido a um aumento do número de casos todos os anos. Com a pandemia COVID-19 acreditamos, que o número de casos venham a diminuir, com menos e mais tardios diagnósticos efetuados, com consequências devastadoras.

Leia Também: Campanha alerta população sobre cancros de sangue e apela para informação

É o 11.º tipo de cancro mais frequente no nosso país. Representa a 7.ª causa de morte por cancro, vitimando 1372 pessoas em 2018. A sua taxa de sobrevivência a cinco anos é inferior a 10 por cento, quando diagnosticado em fases avançadas.

Na maioria dos casos o diagnóstico é feito tardiamente. É tempo de consciencializar a população para a existência desta doença e, sobretudo, de a informar acerca da importância da sua prevenção e diagnóstico precoce.

O cancro do fígado é uma doença que é prevenível, evitável, tratável e, por vezes, até curável. É crucial apostar na prevenção. Contudo, não tendo sido possível, é fundamental iniciar um tratamento atempadamente, algo que só vai acontecer se a deteção for feita em fase inicial.

Tenha um estilo de vida saudável, de forma a manter a saúde do seu fígado; esteja atento aos sinais e sintomas corpo; consulte o seu médico assistente frequentemente; e faça exames de rotina.

(https://media-manager.noticiasaominuto.com/gallery/1920/naom_61531788f091d.jpg)
Fonte imagem: Dr. José Presa© DR

O fígado é um órgão essencial, que remove as toxinas do organismo e distribui e armazena os nutrientes essenciais. Tem múltiplas funções: produção de proteínas e fatores de coagulação, de colesterol e triglicéridos. É um órgão que tem a capacidade única de se regenerar a si próprio, mesmo quando danificado pelas toxinas que processa. Mas atenção: não é indestrutível!

Existem vários subtipos de cancro do fígado, mas as suas causas ainda não são conhecidas. No entanto, há vários fatores de risco, muitos deles modificáveis, que estão relacionados, sobretudo, com os estilos de vida: infeção pelos vírus das hepatites B ou C; antecedentes familiares de cancro de fígado; cirrose hepática, que pode ser causada pelo consumo abusivo de álcool; obesidade; diabetes.

A prevenção desta doença está precisamente na mudança destes fatores. Adote uma alimentação equilibrada, faça exercício físico, não beba álcool, não consuma drogas, não partilhe seringas nem outro tipo de objetos, como sejam os de higiene pessoal, vacine-se contra a hepatite B, use preservativo, lave as mãos com frequência e certifique-se de que a comida que ingere foi devidamente higienizada, conservada e cozinhada, nomeadamente se estiver em países com condições higieno-sanitárias deficitárias.

Os sintomas do cancro do fígado são comuns a muitas outras doenças. Esteja atento aos sinais seu corpo, sobretudo se tem antecedentes familiares ou comportamentos de risco, e procure de imediato um médico, com o objetivo de detetar quanto antes a doença. Quando iniciado precocemente, o tratamento é eficaz e a cura é possível.

Esteja atento aos seguintes sintomas:

Fadiga sem razão aparente;
Dor ou desconforto do lado direito do abdómen superior, abaixo das costelas;
Aparecimento de uma massa do lado direito do abdómen superior;
Dor na omoplata direita;
Perda de apetite ou sensação de enfartamento;
Perda de peso sem razão;
Náuseas;
Vómitos;
Icterícia.

No mês de outubro e em todos os meses, cuide do seu fígado. Aposte na prevenção e na deteção e no tratamento precoce do cancro hepático. Este é um dos objetivos que integram a missão da APEF: prevenir, diagnosticar, tratar e minimizar, tanto quanto possível, as consequências do cancro do fígado.
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Nandito em 06/10/2021, 17:09
Um em cada sete doentes oncológicos falharam cirurgias no confinamento

Agência Lusa
06 out 2021, 15:19


Adiamento de cirurgias oncológicas devido ao confinamento total levou a que um em cada sete doentes oncológicos não tivessem sido operados, segundo estudo da Lancet Oncology.

(https://bordalo.observador.pt/v2/q:85/c:2000:1123:nowe:0:210/rs:fill:860/f:webp/plain/https://s3.observador.pt/wp-content/uploads/2019/07/17050208/26669656.jpg)
Medidas de restrição apertadas podem ter provocado mais mortes por cancro em Portugal
ESTELA/SILVA LUSA


Um em cada sete doentes oncológicos não foram submetidos a cirurgias que poderiam salvar vidas durante o confinamento total na primeira fase da pandemia, concluiu um estudo que envolveu 20.000 doentes de 61 países, incluindo Portugal.

O estudo, publicado na revista The Lancet Oncology, contou com a participação de 5.000 cirurgiões e anestesistas de 61 países que analisaram dados de 15 tipos de cancro sólido mais comuns. A investigação envolveu 435 doentes oncológicos de 15 hospitais portugueses.

    "Aquilo que o estudo mostra é que quanto mais restritas são as medidas de confinamento maior é a probabilidade de as cirurgias oncológicas serem adiadas, o que pode obviamente ter repercussões para aquilo que são os resultados para os doentes em termos de sobrevida a longo prazo e recorrência dos cancros”, disse à Lusa Joana Simões, médica interna de Cirurgia Geral do Hospital Garcia de Orta, em Almada, que participou na investigação.

Segundo Joana Simões, doutoranda da Universidade de Birmingham, que coordenou o trabalho, entre os países analisados Portugal “situava-se na gama de países com medidas mais restritivas em termos de confinamento”, o que significa que “terá sido dos países em que os doentes estiveram mais suscetíveis a este tipo de atrasos nas suas cirurgias oncológicas”.

    O estudo revela, do ponto de vista pragmático, que em situações com confinamentos tão restritos como aquele que foi adotado em Portugal, o adiamento de cirurgias pode ir até 15% dos doentes, ou seja, que um em cada sete doentes acaba por não conseguir ter a sua cirurgia feita durante o período em estudo”, afirmou Joana Simões, sublinhando que “mesmo aqueles que são operados têm atrasos significativos no ‘timing’ da cirurgia”.

Explicando que o estudo só avaliou resultados da cirurgia a curto prazo — “três a cinco meses após a decisão” -, a especialista sublinha que está descrito na literatura que “estes doentes têm maior probabilidade de recorrência dos cancros a longo prazo e de diminuição da sobrevida global”.

“Obviamente que isto pode ter um impacto a longo prazo naquilo que é o resultado do tratamento do cancro e é por isso que é tão importante lançar o alerta, a partir destes dados, não só para as administrações hospitalares, mas também para a Direção Geral da Saúde e o Ministério de Saúde, para que isto seja planeado de forma coordenada sob o ponto de vista intra e inter-hospitalar”, disse.

Liderados por especialistas da Universidade de Birmingham, os investigadores concluíram que embora os confinamentos mais restritos impostos pela pandemia de Covid-19 tivessem sido essenciais para proteger o público em geral da propagação de infeções, levaram a “atrasos significativos na cirurgia oncológica e potencialmente mais mortes por cancro”.

“Estas poderiam ter sido evitadas se as operações tivessem prosseguido a tempo”, defendem os autores do estudo, em comunicado.

Os investigadores pedem uma reorganização global durante a recuperação da pandemia para fornecer “vias cirúrgicas eletivas protegidas” e “camas de cuidados intensivos que permitirão que a cirurgia continue em segurança”, bem como o investimento na capacidade de aumento para futuras emergências de saúde pública.

    Esta reorganização é fundamental porque nós sabemos que há uma assimetria muito grande naquilo que é a gestão das listas de espera do ponto de vista regional e do ponto de vista hospitalar e não é admissível que um doente tenha maior ou menor probabilidade de ver seu cancro tratado e curado a longo prazo dependendo do sítio onde vive e do tipo de planeamento que existe no hospital ou no serviço a que recorre”, defendeu Joana Simões em declarações à agência Lusa.

“Aquilo que é importante fazer é, nesta fase – em que poderá haver outros fatores de stress no sistema, sejam eles uma nova onda de pandemia, um surto de gripe ou falhas dos serviços por outros motivos quaisquer -, proteger estes doentes porque são doentes muito vulneráveis àquilo que é depois o impacto na sua sobrevida a longo prazo”, acrescentou.

Os investigadores compararam cancelamentos e atrasos antes da cirurgia do cancro durante os confinamentos mais restritos com os períodos apenas com restrições ligeiras. Durante os confinamentos totais, um em cada sete doentes (15%) não recebeu a cirurgia programada numa mediana de 5,3 meses após o diagnóstico, todos tendo como motivo a pandemia de covid-19. Durante períodos de restrição ligeira, a taxa de não operação foi muito mais baixa (0,6%).

Joana Simões lembra que, apesar de nestes casos os doentes com cirurgia atrasada não terem tido “uma menor taxa de receção dos seus cancros” — os cirurgiões conseguiram remover cirurgicamente o tumor -, outras investigações dão conta de que os efeitos a longo prazo podem ser piores nestes doentes.

“Sabemos por outros estudos que foram publicados por outros grupos de investigação que os efeitos a longo prazo, por exemplo, a cinco anos após o diagnóstico de cancro, podem ser piores em doentes cuja cirurgia foi atrasada”, exemplificou.

Para monitorizar estas situações, os investigadores defendem que estes doentes possam vir a ser seguidos de forma mais próxima pelos seus médicos assistentes.

“Aquilo que os médicos, os cirurgiões e os projetos de investigação futura precisam de fazer daqui para a frente é perceber que estes doentes (…) talvez precisem de um seguimento mais apertado, ou diferente. É nisso que os próximos projetos de investigação precisam de se focar e os cirurgiões e os médicos em geral precisam também de estar alerta para isso e, provavelmente, ter uma atenção diferente com estes doentes”, concluiu.



Fonte: observador.pt           Link: https://observador.pt/2021/10/06/um-em-cada-sete-doentes-oncologicos-falharam-cirurgias-no-confinamento/


Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Nandito em 09/11/2021, 17:01
Cancro do pulmão é doença oncológica que mais mata em Portugal. Pulmonale vai propor à tutela projeto-piloto de rastreio

N.N./Lusa
9 nov 2021 16:32


(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=MmNjfRFwxadtPsB4DYAWjPmrUxjhEMPobgXozqzXXZ6PkCaRQxkGnOQ5Axp46lsrYXxYpAFH9yO8zn3CGgOZ6t+9YC/MAAbQC4CVstlQP/b3+Yk=)
Fonte imagem: ERIC FEFERBERG/AFP

A Associação Pulmonale vai apresentar à tutela um projeto-piloto de rastreio de base populacional ao cancro do pulmão, para reduzir a mortalidade da doença oncológica que mais mata em Portugal, avançou hoje à Lusa presidente da organização.


O projeto-piloto tem vindo a ser elaborado pela Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão (Pulmonale) e por um grupo de especialistas nesta área, para que possa ser aplicado em Portugal, onde diariamente morrem, em média, 11 pessoas com este tipo e de cancro e são diagnosticadas, em média, 14 novos casos, adiantou Isabel Magalhães.

O rastreio proposto é feito através de uma TAC (Tomografia Computorizada) de baixa dosagem. “É o exame fundamental”, sendo que a partir daí haverá um conjunto de procedimentos no sentido de interpretar bem os resultados e dar o devido encaminhamento aos exames que são suspeitos.

Segundo a responsável, o que se pretende é um rastreio de base populacional, como existe no cancro da mama, no cancro colorretal e no colo do útero, dirigido a uma população-alvo e com uma determinada periodicidade.

O cancro do pulmão é a doença oncológica que “mais mata em todo o mundo e também em Portugal”, apesar de todos os avanços feitos no tratamento desta patologia, porque normalmente o diagnóstico é feito tardiamente.

“Os sintomas iniciais são muitas vezes leves ou então transversais a outras doenças, nomeadamente doenças próprias de fumadores”, e são desvalorizados pelas pessoas, que quando recorrem a ajuda médica já vão numa fase muito avançada.

Os países têm empenhado esforços para combater este “grande flagelo”, desde logo com “fortes investimentos” para reduzir os hábitos do tabaco, uma das principais causas desta doença, “mas viu-se que não era o suficiente”.

“Era necessário ter um método de rastreio do cancro numa fase inicial e isso tem sido objeto de vários estudos" ao longo de décadas, mas foi a partir de 2020 que as análises foram ganhando “cada vez mais consistência” e se começaram a fazer projetos e rastreios.

“É consensual na comunidade médica que o rastreio apresenta efetividade porque permite reduzir o número de mortes, o que já se verifica nos países onde está a ser praticado, e permite também menos sofrimento", porque a doença é diagnosticada numa fase muito inicial”, disse Isabel Magalhães.

Os países mais desenvolvidos têm já um projeto implementado ou lançaram projetos-piloto, mas, lamentou, “em Portugal ainda não aconteceu nada e não se vê ninguém a falar no assunto: Isto é uma coisa dramática que não pode continuar assim”.

Foi nesse sentido que a Pulmonale e especialistas desenvolveram um projeto-piloto que, tendo os resultados esperados, será para replicar a todo o país.

“Não podemos esquecer que é uma doença que, além das mortes, quando detetada numa fase muito tardia, tem elevados custos pessoais, sociais e económicos, porque os tratamentos não são baratos” e muitas vezes não conseguem ter os resultados desejáveis.

A situação agravou-se durante a pandemia. Médicos de vários hospitais relataram à associação que os doentes não chegavam pela via normal da referenciação, mas pelas urgências “em situação crítica”.

“Muitos deles já nem fizeram qualquer tipo de terapia porque a doença estava numa forma muito avançada”, passando logo para os cuidados paliativos.

“Isto é uma situação dramática que nós queremos evitar”, rematou.

Em 2020, cerca de 320 mil pessoas foram diagnosticadas com cancro do pulmão na União Europeia e mais de 257 morreram da doença.


Fonte: lifestyle.sapo.pt          Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/pulmonale-vai-propor-a-tutela-projeto-piloto-de-rastreio-ao-cancro-do-pulmao
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Nandito em 04/02/2022, 10:02
Mortes por cancro caíram quase um terço em três décadas e isso deve-se especialmente a um fator

N.N./AFP
4 fev 2022 08:56


O risco de morrer de cancro reduziu-se em quase um terço no espaço de 30 anos, graças ao diagnóstico precoce, a melhores tratamentos e - principalmente - a um número menor de fumadores, de acordo com um estudo com dados norte-americanos agora revelado. Hoje é o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro.

(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=ZjgzxpaQrNMKXIdhk3aQkwpn6JtlU5JISjkbm92Rg5zsn60sG7nIk2nzDfEbdPMkAP2O3xtIgup2u9BcVEs17h2O1Gu6lzanfK5jZc3IpA5JTfY=)
Fonte de imagem: lifestyle.sapo.pt

A taxa de mortalidade por cancro em homens e mulheres caiu 32% entre 1991 e 2019, o equivalente a 3,5 milhões de mortes evitadas, indicou a American Cancer Society (ACS) no seu relatório anual.

"Este sucesso deve-se, em grande medida, ao facto de menos gente fumar, o que resultou numa queda nos casos de cancro de pulmão", entre outros, diz o documento, ressaltando que este tipo de tumor maligno causa mais mortes que qualquer outro.

E esse ritmo segue a desacelerar. Na década de 1990, o risco caiu 1% ao ano. Já entre 2015 e 2019, a taxa baixou praticamente para 2%.

"A redução acelerada na taxa de mortes por cancro mostra o poder da prevenção, dos exames de imagem, do diagnóstico precoce, dos tratamentos e de nosso potencial em geral para nos aproximarmos de um mundo sem cancro", detalha o relatório.

"Nos anos recentes, mais pessoas com cancro de pulmão estão a ser diagnosticadas quando a doença se encontra em fases iniciais e, consequentemente, vivem mais", assinalou a ACS.

Em 2004, apenas 21% dos diagnosticados com cancro de pulmão continuavam vivos três anos depois do diagnóstico. Em 2018, este índice cresceu para 31%.

Ainda existem disparidades

Segundo a ACS, a taxa de sobrevivência é menor para negros do que para brancos, em quase qualquer tipo de cancro. As mulheres negras, por exemplo, têm 41% mais possibilidade de morrer de cancro de mama do que as brancas, apesar de terem 4% menos risco de contrai-lo.

Os indígenas, por sua vez, têm a maior incidência de cancro de fígado de todos os grupos raciais/étnicos importantes dos Estados Unidos: um risco duas vezes maior que o dos brancos.

A ACS atribui essas diferenças a "iniquidades em saúde, educação e padrões gerais de vida", provenientes de "práticas discriminatórias e do racismo histórico e persistente".

Além disso, a pandemia "reduziu fortemente" a capacidade de acesso aos serviços de saúde na área do cancro, incluindo prevenção, deteção e tratamento.

"Esses atrasos nos atendimentos provavelmente vão agravar as disparidades da incidência de cancro, dado o peso desigual da pandemia nas comunidades de cor", assinala o relatório, que traz dados até 2019, antes do surto global de covid.

O cancro é a segunda causa mais comum de morte nos Estados Unidos, atrás dos problemas cardíacos. Para 2022, a ACS prevê a deteção de 1,9 milhões de novos casos de cancro e 610.000 mortes por consequência da doença, o que equivale a uma média de 1.670 por dia.

Segundo a organização, 42% dos casos cancro diagnosticados são "potencialmente evitáveis", pois são causados por fumo, excesso de peso, ingestão de álcool, alimentação desequilibrada e falta de atividade física.




Fonte: lifestyle.sapo.pt                Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/mortes-por-cancro-cairam-quase-um-terco-em-tres-decadas-e-isso-deve-se-especialmente-a-um-fator
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Pantufas em 24/02/2022, 14:41
Cancro do colo do útero é a segunda causa de morte em mulheres com menos de 44 anos
N.N.
24 fev 2022 12:18

As doenças associadas ao papilomavírus humano (HPV) mantêm-se um importante problema de saúde pública. Em termos globais, é o quarto cancro mais comum entre as mulheres e a segunda causa de morte em mulheres com menos de 44 anos.
Cancro do colo do útero é a segunda causa de morte em mulheres com menos de 44 anos

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AFP PHOTO/BEHROUZ MEHRI
A médica ginecologista e obstetra Cristina Nogueira-Silva, do Hospital de Braga, alerta que morrem anualmente 260 mil mulheres por cancro cervical invasivo, com uma incidência superior em fumadoras, imunodeprimidas e transplantadas. Defende, por isso, que é preciso continuar a alertar para a infeção sexualmente transmissível mais frequente no mundo.

“Assinalar o Dia Internacional de Consciencialização sobre o HPV é uma oportunidade para alertar a população e recordar o caminho de investigação, de melhoria dos cuidados e sensibilização percorridos nos últimos 35 anos, mas também para chamar a atenção para o que ainda há a fazer”, refere a especialista, que é também professora da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

A médica explica que existem mais de 200 tipos diferentes de HPV, alguns dos quais com potencial cancerígeno. Estima-se que cerca de 75 a 80% das pessoas sexualmente ativas terá um episódio de infeção por HPV durante a vida. “A infeção por HPV pode associar-se a doenças benignas, mas potencialmente recidivantes e indutoras de má qualidade de vida e ansiedade, tais como verrugas da orofaringe e condilomas anogenitais, bem como a patologia maligna”, acrescenta a ginecologista Cristina Nogueira-Silva.

O HPV é um carcinogéneo humano, sendo reconhecido como estando na origem de cerca de 5% de todos os cancros (mais do que o tabaco): quase todos (99,7%) os casos de cancro do colo do útero, 70% dos cancros da vagina e 40% da vulva, 47% dos cancros do pénis, 90% dos cancros anais, até 72% dos cancros da orofaringe e 10% dos cancros da laringe.


De acordo com a especialista, “o desenvolvimento de vacinas profiláticas recombinantes contra o HPV revelou-se uma estratégia de prevenção primária eficaz, custo-efetiva e segura, com múltiplos estudos a demonstrarem taxas de seroconversão de 97 a 100% da população vacinada e um claro impacto na redução da carga de doença associada ao HPV”. Sublinha ainda que a vacina nonavalente “apresenta potencial para prevenir 89% dos cancros associados ao HPV e 82% das lesões pré-cancerosas” do colo do útero, vulva, vagina e ânus.

“Apesar destes resultados, as doenças associadas ao HPV mantêm-se um importante problema de saúde pública que não pode ser deixado para segundo plano. O HPV é, também, responsável por 284 mil a 540 mil novas lesões pré-cancerosas anogenitais por ano. Em Portugal, anualmente, estima-se que 865 mulheres sejam diagnosticadas com cancro do colo do útero e 379 morram, sendo o terceiro cancro mais frequente nas mulheres entre os 15 e os 44 anos”, frisa.

E o que torna o colo do útero tão suscetível à infeção por HPV? 
Cristina Nogueira-Silva explica que o colo do útero é composto por uma área recetiva à infeção, denominada zona de transformação, na qual as células se mantêm em diferenciação. “O papilomavírus humano infeta as células desta área do colo do útero, às quais acede através de microtraumatismos, nomeadamente durante o ato sexual. A infeção persistente por HPV de tipos denominados de alto risco desempenha um papel crucial na transformação maligna”, esclarece. No entanto, salienta que “o processo de desenvolvimento de doença maligna é lento, o que proporciona oportunidade de intervenção”. Por esta razão “é que é tão importante que as mulheres procurem o seu médico e realizem o rastreio do cancro do colo do útero, que consiste na colheita de células do colo do útero, para pesquisa da presença de HPV e/ou detetar alterações dessas células (o vulgo Papanicolau).


Esperar para ver como evolui ou intervir?
Segundo a médica, diferentes sociedades científicas como a American Society of Colposcopy and Cervical Pathology e a Sociedade Portuguesa de Ginecologia, defendem que, perante alterações dos testes de rastreio, pode haver uma abordagem clínica expectante (vigilância) ou terapêutica, dependendo do grau de risco de a infeção se tornar maligna.

Na sua opinião, a abordagem expectante deve, de facto, ser recomendada em muitos dos casos clínicos. Contudo, reconhece pela sua experiência clínica que o diagnóstico de uma alteração de um teste de rastreio do cancro do colo do útero associa-se a elevados níveis de ansiedade por parte das mulheres, o que, por vezes, dificulta a aceitação da chamada estratégia “wait and see”, ou seja, esperar para ver como evolui. Por isso, admite que estratégias de intervenção terapêutica, como produtos de aplicação vaginal, podem ser utilizados como forma de estimular a natural regeneração dos tecidos e, ao mesmo tempo diminuir os níveis de ansiedade.

“Nos últimos anos, foram desenvolvidos produtos de aplicação vaginal, baseados em betaglucano, aprovados para o tratamento e prevenção de lesões cervicais de baixo grau causadas pelo HPV. Os estudos científicos demonstram que o betaglucano além de ativar o sistema imune, promove a epitelização e estimula a regeneração cervical”, sublinha. Dá como exemplo um estudo que envolveu cerca de mil mulheres em que uma formulação em spray de gel vaginal de carboximetil-betaglucano e policarbófilo demonstrou a regressão de 95,7% de lesões de baixo grau aos 6 e 12 meses, ou seja uma regressão 1,3 vezes superior à abordagem expectante.


Em resumo, a especialista afirma que a decisão de uma abordagem de vigilância ou de intervenção deve ser analisada caso a caso, ou seja, em função do risco individual de malignização, da evolução da doença e dos níveis de ansiedade da mulher quando confrontada com uma alteração de um teste de rastreio de cancro do colo do útero.


Fonte_ https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/o-cancro-do-colo-do-utero-e-a-segunda-causa-de-morte-em-mulheres-com-menos-de-44-anos
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: hugo rocha em 04/03/2022, 12:46
A cada minuto há um novo diagnóstico de cancro do intestino na Europa. Doença tem cura se for diagnosticada a tempo

(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=MzIx9c3mODn1/dJf4YgFcu8OpTx9Dzz/WCtb/9rq6OmSjPv1QZkrpVr28Pu3dCe76xZFkIKWusIitYYV+9UfsZSIlzFLBCYrrJMyyQZ51FaWn6o=)
N.N.
4 mar 2022 10:05

Saúde Cancro Doenças Colonoscopia Europacolon Vítor Neves Cancro do intestino
Cancro do intestino: Há doentes a chegar às urgências que vão diretos para os cuidados paliativos

Cancro do intestino pode ser silencioso e assintomático. Se tem mais de 50 anos, faça o rastreio

Europacolon lança campanha informativa e de sensibilização sobre o cancro do intestino e apela ao rastreio precoce da doença. Atrasos em rastreios e a testes positivos da doença que rondam os oito meses preocupam a associação de doentes.
A cada minuto há um novo diagnóstico de cancro do intestino na Europa. Doença tem cura se for diagnosticada a tempo
Por ano são diagnosticados na Europa mais de 500.000 novos casos de cancro do intestino. Só em 2020, representou a perda de mais de 240.000 vidas, já para não referir os efeitos devastadores nas famílias e amigos que acompanham de perto a doença.

Em Portugal, são cerca de 10.000 os novos casos diagnosticados por ano e 17% das mortes causadas pelo cancro são do tipo colorretal.

"Ainda assim, o número de mortes pode diminuir e a taxa de casos tratados com sucesso pode aumentar, em cerca de 90%, se o rastreio for realizado atempadamente, o que não está a acontecer em Portugal, uma vez que existem colonoscopias em atraso, tal como falta de seguimento dos testes positivos ao rastreio que rondam os oito meses, o que ainda é mais grave pois estas pessoas não estão a ser tratadas nem apoiadas", alerta Vítor Neves, presidente da Europacolon Portugal.

É evitável e tem elevada probabilidade de cura
A Europacolon sensibiliza, no âmbito do Mês Europeu da Luta Contra o Cancro do Intestino, que este é um tipo de cancro evitável e com elevada probabilidade de cura quando diagnosticado e tratado em fases iniciais da doença, o que não está a acontecer em Portugal porque há atrasos de oito meses.

"É também muito importante manter um estilo de vida saudável e conhecer os principais sintomas, tais como: fezes mais finas que o normal, dores frequentes de gases, inchaço e cólicas ou sangue nas fezes", refere.


"No entanto, todas as pessoas com idades entre os 50 e 74 anos, mesmo sem sintomas e com histórico familiar da doença, devem insistir em marcar uma consulta regular para que seja realizado um rastreio e para que seja dado o devido seguimento e tratamento a um teste positivo", diz.

Apoio disponível
O representante da Europacolon afirma que "na nossa associação estamos sempre disponíveis para falar com os doentes para que este diagnóstico deixe, cada vez mais, de ser uma sentença de morte e para que todos os doentes e cuidadores tenham apoio".

"Destaco, por exemplo, o nosso mais recente projeto de apoio ao doente com cancro colorretal metastático em regime de Cuidados Paliativos, no domicílio, que permite dotar os doentes e cuidadores de ferramentas essenciais para lidarem com a doença", conclui.



Fonte: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/a-cada-minuto-ha-um-novo-diagnostico-de-cancro-do-intestino-na-europa-doenca-tem-cura-se-for-diagnosticada-a-tempo
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Nandito em 31/05/2022, 15:50
Cancro do pulmão: “Mesmo após a deteção da doença, deixar de fumar pode fazer toda a diferença”

31.05.2022 às 12h26

(https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2022/05/220531_GettyImages-1221189889-1600x1067.jpg)
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De acordo com Gonçalo Paupério, Diretor do Serviço de Cirurgia Torácica do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, a doença está fortemente associada ao número de cigarros fumados, ao tempo de exposição e à profundidade de inalação

Só em 2020, foram diagnosticados mais de 5 mil novos casos de cancro do pulmão em Portugal, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), e um número não muito longe de pessoas morreu devido à doença nesse ano: 4797. A nível global, registam-se por ano mais de 2 milhões de casos e a doença é responsável por 18,4% das mortes relacionadas com cancro (cerca de 70% dos casos são diagnosticados numa fase avançada da doença por ser assintomática inicialmente, de forma geral). A incidência é maior nos homens, apesar de se verificar uma tendência crescente no sexo feminino.

A idade avançada, por exemplo, é um fator de risco, assim como a história familiar de cancro do pulmão, algumas patologias associadas ao órgão, alterações moleculares e também exposições ambientais e ocupacionais. Mas o que acontece em relação ao tabaco? “O principal causador [da doença] é claramente o fumo do tabaco, porque tem um grande conjunto de substâncias que induzem mutações que se vão acumulando num processo complexo conhecido como carcinogénese, que pode levar ao desenvolvimento de cancro”, explica à VISÃO Gonçalo Paupério, Diretor do Serviço de Cirurgia Torácica do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.

Um documento da OMS de 2019 sobre os efeitos do fumo do tabaco numa pessoa fumadora refere que “a probabilidade de um fumador contrair cancro do pulmão durante a vida é 22 vezes maior do que a de um não fumador”, acrescentando que o consumo de tabaco é a causa principal do cancro do pulmão. Já de acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA, entre 80% e 90% dos diagnósticos de cancro do pulmão estão relacionados com o tabagismo.

Contudo, um estudo de abril da Albert Einstein School of Medicine, em Nova Iorque, publicado no jornal académico Nature Genetics, concluiu que alguns fumadores podem ter mecanismos de defesa que permitem limitar a progressão de mutações nas células do pulmão, baixando, dessa forma, o seu risco de desenvolver cancro. Numa entrevista em 2021, Nuno Gil, Diretor da Unidade de Pulmão da Fundação Champalimaud, explicou que “quem fuma está mais propenso a ter cancro do pulmão, mas fumar por si só não é uma razão suficiente para se ter a doença”, sendo que 85% dos fumadores nunca irão desenvolver cancro do pulmão”.

“O estudo comparou células recolhidas da árvore respiratória de fumadores e não fumadores, sendo que essa colheita não foi realizada no contexto de cancro de pulmão”, explicou, por seu lado, Gonçalo Paupério, acrescentando que os investigadores detetaram uma “acumulação de mutações com o aumento da idade e também a presença de um número significativamente superior nos fumadores”. Além disso, a investigação concluiu que esse número de mutações cresce paralelamente à quantidade de exposição ao tabaco, aumento esse que cessa a partir de certo nível de exposição.

Portanto, o estudo sugere que “alguns fumadores podem ter eles mesmos mecanismos celulares que limitam as mutações, protegendo-os do desenvolvimento de cancro do pulmão”, o que pode explicar eventualmente o facto de o tabaco ser a sua principal causa. “Sendo que, no entanto, só uma parte dos fumadores desenvolve cancro”, esclarece o médico. “O tabaco é o responsável por 9 em cada 10 cancros do pulmão – este número demonstra bem o seu impacto -, e a doença está fortemente associada ao número de cigarros fumados, ao tempo de exposição e à profundidade de inalação”, afirma ainda Paupério.

Diagnóstico precoce é essencial

A taxa de sobrevivência deste cancro depende do estadio no qual é diagnosticado e, por isso, diagnosticar mais cedo a doença pode fazer toda a diferença. “Sabemos que quanto mais precocemente for feito o diagnóstico melhor será o prognóstico da doença. É algo extensamente estudado, sendo que nos estadios precoces os doentes podem realizar um tratamento com intuito curativo, seja a cirurgia, a radioterapia e combinando ou não quimioterapia ou outros tratamentos sistémicos”, explica Paupério.

Por outro lado, controlar a doença quando já está numa fase mais avançada é uma tarefa cada vez mais hercúlea. “O diagnóstico precoce vai implicar o ganho de anos de vida, permitindo que alguns doentes tenham a possibilidade de cura e que outros tenham um ganho de tempo de vida, preferencialmente com qualidade”, diz ainda o especialista. Atualmente, a realização periódica de TAC com baixa dose de radiação em pessoas de risco, por exemplo, leva a uma deteção mais precoce da neoplasia.

Mas há forma de prevenir este cancro? “Claro que a principal atitude a tomar é não fumar”, reitera Paupério. Além disso, também se deve adotar um estilo de vida saudável, fazer exercício físico de forma regular e evitar ambientes com fumo. E mesmo os doentes com diagnóstico de cancro de pulmão devem deixar de fumar, afirma o especialista. “Aconselhamos todos os doentes a suspender esse hábito, que se traduz numa diminuição de queixas de cansaço, falta de ar e tosse” diz. E acrescenta: “Isto pode ter implicações na capacidade de o doente tolerar o tratamento, podendo influenciar o prognóstico. Era importante que as pessoas tivessem noção de que, mesmo após a deteção da doença, deixar de fumar pode fazer toda a diferença”.




Fonte: visao.sapo.pt                Link: https://visao.sapo.pt/visaosaude/2022-05-31-cancro-do-pulmao-mesmo-apos-a-detecao-da-doenca-deixar-de-fumar-pode-fazer-toda-a-diferenca/
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Nandito em 15/08/2022, 10:10
Descoberta relação inesperada entre dois dos fatores que causam cancro com maior frequência

12.08.2022 às 08h30

(https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2022/06/220607_GettyImages-1359396635-1600x1067.jpg)
Fonte de imagem: Getty Images

Os resultados do estudo têm implicações no contributo para o tratamento do cancro

Uma equipa liderada por investigadores da Universidade de Wisconsin-Madison, EUA, descobriu a ligação direta entre duas das mutações genéticas que mais frequentemente levam as células a tornarem-se cancerígenas. Se até aqui se julgava que eram separadas e reguladas por sinais celulares distintos, agora percebeu-se que trabalham em conjunto. A implicação mais significativa: entender esta cooperação abre caminho a novos (e mais eficazes) tratamentos.

Em causa está a proteína p53, que atua no núcleo das células para responder ao stress, e uma via de sinalização (faz parte do sistema de comunicação que coordena as atividades e funções celulares, permitindo a realização de importantes tarefas de comunicação entre células) chamada PI3K/Akt, localizada na superfície das células. Mutações tanto no gene que produz a proteína como responsáveis por ativar essa via de sinalização estão muitas implicadas na proliferação das células tumorais.

Com este novo estudo, os investigadores descobriram agora que estes fatores, aparentemente não relacionados, têm uma ligação entre eles e é essa “parceria” que fez com que, na experiência realizada, em vez de morrerem com quimioterapia, as células conseguissem reparar-se e continuar a crescer, promovendo o desenvolvimento do cancro.

Daqui para a frente, esta descoberta, que os responsáveis classificam como “surpreendente” poderá ajudar no tratamento contra o cancro. “Os tratamentos atuais podem não funcionar porque operam diretamente numa enzima diferente daquela que a equipa descobriu poder impedir a ligação entre as proteínas p53 e as vias PI3K/Akt.





Fonte: visao.sapo.pt                      Link: https://visao.sapo.pt/visaosaude/2022-08-12-descoberta-relacao-inesperada-entre-dois-dos-fatores-que-causam-cancro-com-maior-frequencia/
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: migel em 30/09/2022, 10:04
Cancro digestivo mata 30 pessoas por dia: sintomas são por vezes desprezados
Nuno de Noronha
30 set 2022 08:00

Helicobacter Pylori Cancro do pâncreas Saúde Pública Oncologia Doenças Cancro Saúde Cancro digestivo
Dietas da moda levam-nos a comer menos fibras aumentando o risco de cancro

Dietas da moda levam-nos a comer menos fibras aumentando o risco de cancro
Cancro do pâncreas: Esteja atento a estes 10 sinais que considera banais

O cancro digestivo representa 10% da mortalidade portuguesa, um grave problema de saúde pública que agrupa três das doenças que mais matam em Portugal: cancro do cólon e do reto, cancro do estômago e cancro do fígado. A médica e professora Marília Cravo, diretora do serviço de gastrenterologia do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), ajuda-nos a perceber melhor esta doença. Hoje é o Dia Nacional do Cancro Digestivo.

(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=MzY2/Uarob34zr9VmPFeD7ILWtWIqeefNwggFR5ItC5ICCPU78BKmuMv/ujY5Ftr9eZaChFepDDqYiWIVsFVNsR0A/NetIuKrpfAuRlC+P7JbXk=)
Cancro digestivo mata 30 pessoas por dia: sintomas são por vezes desprezados
O cancro digestivo mata cerca de 30 portugueses por dia (mais de 10.000/ano) e pode subdividir-se em várias tipologias. O cancro do cólon e do reto, por exemplo, é a primeira causa de morte por cancro em Portugal, com uma incidência de cerca de sete mil novos casos por ano e um registo de quatro mil mortes anuais.

Já um dos tipos de cancro digestivo que tem vindo a registar um forte acréscimo em termos de mortalidade é o cancro do pâncreas, com 1 500 novos casos por ano, e "cujos sintomas são por vezes desprezados": dores no estômago, dores nas costas, icterícia. Este tumor é mais resistente que outros tipos de cancro aos tratamentos e em 2020 será a segunda causa de morte por cancro no mundo segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O cancro do esófago é atualmente o oitavo cancro com maior incidência mundial, sendo que a sua taxa de incidência tem vindo a aumentar como consequência do aumento da prevalência dos fatores de risco mais importantes – obesidade e refluxo gastro-esofágico. Com o cancro do estômago, Portugal conta com o maior número de mortes por cancro da União Europeia e é o sexto país a nível mundial.

Por último, o Cancro do Fígado é a quinta causa de morte em Portugal em idades inferiores aos 70 anos. As principais causas são o Álcool, Hepatites C e B e a obesidade.

Por que se morre tanto de cancro digestivo em Portugal? A realidade é semelhante lá fora?
Os cancros digestivos (esófago, estômago, pâncreas, cólon e reto, fígado), quando considerados em conjunto, são dos mais prevalentes tanto em Portugal como nos outros países. Existem depois diferenças geográficas se considerarmos cada um destes tumores separadamente. Assim, se considerarmos o cancro do cólon e reto, a prevalência é mais elevada nos países ocidentais e desenvolvidos onde Portugal se situa, embora a prevalência seja ainda mais elevada em países como os Estados Unidos ou Austrália. Em relação ao cancro gástrico é mais prevalente no Oriente – Japão, China mas também em países sub desenvolvidos da América do Sul – Colômbia.


Na Europa, temos países com elevada prevalência, nomeadamente na Europa de leste e Portugal. Em relação ao cancro do esófago temos duas variantes – o tipo espino celular classicamente associado a um consumo excessivo de álcool e tabaco e este com tendência a decrescer e o tipo adenocarcinoma associado a doença de refluxo gastro esofágico, por sua vez associado a um excesso de peso ou mesmo obesidade cada vez mais prevalente no mundo ocidental.


Finalmente o cancro do pâncreas cujas incidências parecem aumentar sobretudo nos países desenvolvidos do mundo ocidental. O cancro do fígado está muito ligado à existência de uma doença cró nica do fígado – cirrose hepática.

Quais são os principais fatores de risco da doença?
Para o tumor do esófago, tipo espino celular, os principais fatores de risco são o tabaco e álcool em excesso. Existem alguns casos associados à infeção pelo vírus do papiloma humano (HPV), para o qual já existe vacina.

Para o tumor do esófago, variante adenocarcinoma, o principal fator de risco é o refluxo gastro esofágico, patologia extremamente frequente, chega a atingir 25% da população em geral.

Para o cancro do estômago, o principal fator de risco é a infeção pelo Helicobacter pylori, razão pela qual, está cada vez mais recomendada a erradicação da mesma.

No cancro gástrico, está também demonstrado que uma alimentação rica em sal e pobre em frutos e legumes possa também predispor para o aparecimento desta neoplasia. Para o cancro do pâncreas, o consumo de álcool, tabaco, diabetes mellitus e uma história familiar positiva são os principais fatores de risco.


De notar que o excesso de peso e obesidade, aliados à falta de exercício físico, constituem fatores de risco para algumas destas neoplasias nomeadamente, esófago distal, pâncreas, cólon e reto e talvez o estômago. Para o cancro do fígado o principal fator de risco continua a ser o consumo crónico e excessivo de álcool, logo seguido das infeções crónicas pelo vírus C e B. De notar que também aqui, o excesso de peso e a obesidade podem originar cirroses hepáticas de difícil controlo.


É possível prevenir o cancro digestivo?
A forma mais eficaz de prevenir estas neoplasias será contrariar os fatores de risco já descritos. Assim, um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, combatendo o excesso de peso, aliado sempre que possível a uma atividade física regular, constituem uma estratégia preventiva eficaz contra muitas doenças como as doenças cardio e cérebro vasculares e também muitas neoplasias digestivas.

Controlar o consumo de álcool é também uma medida preventiva importante. É também importante falarmos dos programas de rastreio – apenas validados para o cancro do cólon e reto. Para as neoplasias do tubo digestivo alto, estômago e pâncreas não estão recomendados programas de rastreio, mas é importante médico e doente estarem alerta os sintomas – enfartamento, dores abdominais, perda de peso - de forma a que o diagnóstico seja feito numa fase precoce da doença.

O prognóstico da doença é muito variado?
É bastante diferente para as várias neoplasias, dependendo sobretudo do estadio em que a neoplasia é diagnosticada. É mais favorável para as neoplasias do cólon e reto, seguidas do estômago ou esófago distal e muito menos favorável para as neoplasias do esófago e do pâncreas. Mas, volto a frisar, que este prognóstico está muito dependente do estadio da neoplasia. Para estádios precoces, o prognóstico é sempre muito mais favorável do que para estádios avançados.


Existem tratamentos eficazes?
Sim. O único tratamento curativo para o cancro digestivo é a cirurgia. Porém, para a grande maioria dos tumores digestivos, com a exceção do cólon, os resultados da cirurgia podem muitas vezes serem melhorados com a realização de quimioterapia e/ ou radioterapia antes da cirurgia.


As realizações destas terapêuticas podem também estar recomendada depois da cirurgia, para consolidar o tratamento.

Apesar destas serem as terapêuticas clássicas para tratar o cancro digestivo, existem muitas outras como sejam as terapêuticas endoscópicas no estadios muito precoces, as terapêuticas ligadas à radiologia de intervenção, muito utilizadas no tratamento dos cancros do fígado ou em metástases hepáticas, técnicas inovadoras de radioterapia – como o SBRT, entre outras.

Daqui ressalta que a discussão da doença oncológica deve ser multidisciplinar desde o início. Desde a abordagem diagnóstica até à decisão terapêutica – qual a melhor abordagem que permita a melhor taxa de curabilidade com a maior preservação de qualidade de vida para o doente, com menores riscos e maior ganho tanto em sobrevida livre de doença como em qualidade de vida. Só assim conseguiremos vencer esta doença.


Fonte: Sapo
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: migel em 17/10/2022, 10:32
Vacina contra o cancro pode chegar “antes de 2030”, apontam cientistas

Por Revista De Imprensa em 09:06, 17 Out 2022

(https://multinews.sapo.pt/wp-content/uploads/2022/08/mufid-majnun-cM1aU42FnRg-unsplash.jpg)

As vacinas contra o cancro podem estar disponíveis antes do final da década, segundo apontaram Ugur Sahin and Ozlem Tureci, responsáveis pelo desenvolvimento da vacina contra a Covid-19 da BioNTech.

Em entrevista à televisão britânica ‘BBCC’, o casal, cofundador da empresa alemã de biotecnologia, manifestou o seu otimismo em relação ao futuro da tecnologia associada às vacinas mRNA, que pode ser redirecionada para o combate do sistema imunitário às células cancerígenas.

“O mRNA atua como modelo e diz ao corpo para produzir o medicamento (…) neste caso, antigénios do cancro que distinguem as células cancerígenas das células normais”, explicou o casal, que desenvolve já diversos testes, incluindo um em que os pacientes recebem uma vacina personalizada para estimular o sistema imunológico a atacar a doença, através de instruções da vacina, que tem apresentado sinais encorajadores. Sobre a possibilidade de uma vacina disponíveis, Sahin apontou para “antes de 2030”.



Fonte: https://multinews.sapo.pt/noticias/vacina-contra-o-cancro-pode-chegar-antes-de-2030-apontam-cientistas/
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Sininho em 19/12/2022, 11:12
O cancro de Alyssa desapareceu graças a uma nova terapia


Um diagnóstico de leucemia nos linfócitos T é sempre uma notícia pesada. Ainda mais após uma recaída, como aconteceu com Alyssa, jovem inglesa de 13 anos. Para Alyssa, este tipo de cancro não desaparecia – até agora. Seis meses depois de ter participado num ensaio clínico com uma nova tecnologia de edição genética dos linfócitos T (ou células T), não há sinais de leucemia. É o primeiro caso de sucesso com esta nova terapia.

São notícias positivas para a inglesa e para a ciência. O tratamento com base em técnicas de imunoterapia que recorre às células imunitárias modificadas geneticamente (as chamadas células CAR-T) não é uma novidade – em Portugal, o Instituto Português de Oncologia no Porto (IPO-Porto) já aplicou estes tratamentos a pelo menos 33 doentes.

Esta nova tecnologia é ligeiramente diferente de outras que já vimos tratar alguns casos de leucemia linfoblástica aguda, o cancro do sangue agressivo com que Alyssa foi diagnosticada. Enquanto em casos como o de Emily Whitehead, um dos primeiros sucessos da imunoterapia com células CAR-T, se alteram os linfócitos T (células do sistema imunitário) dos próprios doentes para desencadear uma resposta contra as células cancerosas, aqui as mudanças são diferentes.

Continuação da notícia em Público.  https://www.publico.pt/2022/12/12/ciencia/noticia/cancro-alyssa-desapareceu-gracas-nova-tecnica-edicao-genetica-2031071
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Nandito em 02/01/2023, 09:39
Cancro: Coimbra junta-se a Porto Lisboa e arranca tratamentos com células geneticamente modificadas

MadreMedia
2 jan 2023 07:35


(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=OTcwdu+NGXsmCgeyh70HvnXz/Jy7jxwXDCESM+sfOZz1n3Z59WFzrIWy6Z4FsabMW1ANg1jYTOl+zkjo4wb/F1FghEzC+Dcn4VqWbJFa2PuUt3M=)
MANUEL FERNANDO ARAÚJO/LUSA

A utilização de células geneticamente modificadas para o tratamento do cancro não é nova em Portugal, mas agora chega a Coimbra.

Escreve o Público que o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra será a quarta instituição em Portugal a ter tratamentos com células CAR-T.

O tratamento com células geneticamente modificadas, que já foi aplicado em pelo menos 51 doentes, acontece desde 2019 no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, no IPO de Lisboa e no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN).

O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto administrou pela primeira vez em Portugal uma terapia no tratamento do cancro do sangue assente na modificação genética de células, que supõe uma taxa de sucesso de 40%, em maio de 2019.

Em declarações à Lusa, o diretor da Clínica de Onco-Hematologia, José Mário Mariz, explicou então que esta terapia se aplica apenas a dois tipos de tumores – linfomas e leucemias – e em doentes cuja doença não está controlada, mesmo depois de submetidos a todas as terapêuticas convencionais.

O médico adiantou que, esgotando todas as possibilidades de tratamentos, esses doentes ficam sem opções e, “infelizmente”, com uma esperança média de vida de seis meses.

Com a administração desta nova terapia, porém, 40% desses doentes têm a doença controlada ao fim de dois anos.

“Não sendo excecional é bastante melhor do que o que tínhamos até agora. Há doentes em que a terapia vai falhar, infelizmente, mas cerca de 40% deles vão estar curados ou com a doença controlada ao fim de dois anos”, frisou.

Apesar de falar num “grande avanço”, o clínico sublinhou que “infelizmente” este tratamento não vai resolver todos os cancros de sangue, mas é uma importante “arma terapêutica”.

Quanto ao processo em si, José Mário Mariz explicou à data que a “grande inovação” da terapia passa por células geneticamente modificadas.

Segundo o médico, o processo começa com a recolha de linfócitos dos doentes que, posteriormente, são enviados para um laboratório nos Estados Unidos da América (EUA) onde vão ser geneticamente modificados para detetar e destruir as células cancerígenas.

“Este processo, desde a colheita ao laboratório e ao regresso ao hospital de origem, demora cerca de quatro semanas. As células chegam criopreservadas e podem manter-se por um ano”, explicou.

Ainda que não se discutam preços em Portugal sobre a aplicação desta terapia inovadora, José Mário Mariz contou que nos EUA só o tratamento ronda os 400 mil euros por doente, valor que não engloba os gastos indiretos, mas apenas a transformação das células.

*Com Lusa






Fonte: 24.sapo.pt                              Link: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/cancro-coimbra-junta-se-a-porto-lisboa-e-arranca-tratamentos-com-celulas-geneticamente-modificadas
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Nandito em 11/01/2023, 15:39
Cancro: "Não há vantagens" em tratar doentes portugueses em Sevilha

N.N./Lusa
11 jan 2023 13:53


(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=NTA3ubqe86xdFWeaPcZIp24H1t4E13sVgW9Lxa+4vskBl/IesVJd2VByQODIJX70wbjRpg1dAbPYypiYk32E0F+Dcl+J9BdPrqAT+CTORuPXsLg=)
Fonte de imagem: lifestyle.sapo.pt

O porta-voz da Associação Oncológica do Algarve (AOA) afirmou hoje que “não há vantagens técnicas ou outras” que justifiquem a deslocação de doentes oncológicos do Algarve para efetuarem tratamentos de radiocirurgia em Sevilha, Espanha.

Jaime Ferreira, que falava na comissão parlamentar de Saúde, criticou a concessão dos tratamentos de radiocirurgia pelo Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) a um grupo espanhol, no âmbito de um concurso internacional, “tendo por base apenas critérios económicos”.

“Fazer concursos em que os critérios são económicos e que quando eles ficam empatados fazem uma decisão de bola ao ar, ou bola branca ou bola preta, isto não é normal”, referiu.

Na audição na comissão de Saúde, onde a Associação Oncológica do Algarve foi ouvida a pedido do PSD, Jaime Ferreira adiantou que em Faro “existem equipamentos de última geração capazes de realizar tratamentos de excelência, evitando que os doentes fossem expostos a uma deslocação de centenas de quilómetros”.

O deputado social-democrata Rui Cristina justificou o pedido de audição da AOA no parlamento “face ao verdadeiro caos” em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde no Algarve e “perante a indignação que gerou a deslocação a Sevilha dos doentes para tratamentos de radiocirurgia”.

“Apesar de ser possível a realização dos tratamentos no Algarve, lá têm os algarvios, já com neoplasias diagnosticadas, de irem para Sevilha a fim de receberem tratamento”, apontou.

Para o deputado algarvio “é desumano sujeitar doentes já fragilizados a um transporte de quatro horas, serem atendidos por profissionais que não falam português, num transporte sem condições mínimas em caso de mal-estar e, eventualmente, sem seguro de passageiros em caso de acidente”.

Por seu turno, o deputado socialista Jorge Botelho defendeu que “todos os tratamentos devem ser feitos no futuro em Portugal, no Algarve e num serviço de saúde público”, tal como está previsto com a implantação de um centro de radioterapia gerido pelo Serviço Nacional de Saúde.

O deputado recordou que anteriormente os tratamentos de radioterapia e radiocirurgia eram contratualizados diretamente pelo CHUA com a associação, porque “não iam ao regime dos concursos públicos” e questionou o acordo feito com uma empresa prestadora de serviços que motivou que a concessão tivesse de ser feita através de concurso público internacional.

“Foi a associação que concorreu a este concurso público ou a Associação Oncológica é que se colocou diretamente sob a égide do código da contratação pública”, questionou o ex-presidente da Câmara de Tavira e da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), lembrando que há um conjunto de regulamentação que tem de ser cumprida.

Interpelado pelo deputado socialista se havia sido a associação a concorrer ou se tinha sido uma empresa e, sendo uma empresa, qual a participação da associação neste conjunto de tratamentos que têm de ser contratualizados, Jaime Ferreira admitiu que “foi a empresa Quadrantes, que pertence ao Grupo Joaquim Chaves que se apresentou ao concurso”.

“As instalações são propriedade da Associação Oncológica [do Algarve], depois a concessão foi concessionada a uma empresa certificada para o efeito, que paga uma renda pela exploração do edifício, na qual a associação tem uma quota de 10% do capital”, especificou.

Jaime Ferreira esclareceu que “não é a Associação Oncológica que vai ao concurso, mas sim a empresa Quadrantes que pertence ao Grupo Joaquim Chaves”, e que a associação “só está no processo em defesa dos interesses superiores das pessoas”.

“Nós não temos nenhum interesse privado nisto, mas apenas nos direitos das pessoas”, reiterou.

O porta-voz da associação lamentou que não se tenha equacionado fatores como o interesse do doente ou o desconforto do transporte "quando se abre um concurso em oncologia em que o critério é apenas económico”.

“Se uma boa utilização dos dinheiros públicos é mandar doentes a Sevilha para fazer este tipo de tratamentos, não concordo, até porque estamos a falar de uma poupança de algumas centenas de euros”, concluiu.







Fonte: lifestyle.sapo.pt                              Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/associacao-oncologica-diz-que-nao-ha-vantagens-em-tratar-doentes-em-sevilha
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: migel em 27/02/2023, 14:09
Cancro do intestino mata 11 pessoas por dia. "Não conseguimos dar seguimento aos testes positivos, nem vamos a tempo de salvar vidas"

Nuno de Noronha
27 fev 2023 12:02
Atualidade


Europacolon Portugal alerta para a falta de um rastreio a nível nacional e aponta falhas na realização de colonoscopia de seguimento a testes positivos. "Não conseguimos dar seguimento aos testes positivos, nem vamos a tempo de salvar vidas", adverte Vítor Neves, Presidente da Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo.
Cancro do intestino mata 11 pessoas por dia.

(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=OTA4Za6Ow5NlsYeCU/i5lSkbngkmD84Tk5Wx/+8sBVaQwASH7nVVcaiStizOaqWmQ1Iw5NC9Nf6VBGrqMCjVVeklNmc8cum65PrE+6bP+0vzCtc=)

O cancro do intestino mata 11 pessoas por dia em Portugal. "Muitas destas mortes poderiam ser evitadas através de práticas preventivas e de rastreio para diagnóstico precoce. É sabido que a deteção do cancro colorretal, em estadio I, está associada a 90% de sobrevida global em 5 anos", alerta a Europacolon Portugal em comunicado, que reitera o apelo para se implementar um Rastreio de Base Populacional.

Todos os anos são diagnosticados mais de 10 mil novos casos desta doença e estima-se que existam cerca de 80 mil doentes ativos, sendo que 50% da população nacional ainda desconhece os sintomas deste tipo de cancro.

"O número de doentes continua a aumentar e o apoio nos hospitais é insuficiente. O prazo para fazer uma colonoscopia é de 6 a 12 meses em Portugal Continental. Desta forma, não conseguimos dar seguimento aos testes positivos, nem vamos a tempo de salvar vidas", adverte Vítor Neves, presidente da Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo (Europacolon Portugal).

"Infelizmente, existem disparidades gritantes em toda a Europa no rastreio do cancro colorretal", acrescenta a nota.

Segundo dados da Europacolon Portugal, apenas 14% dos cidadãos europeus do grupo etário (50 - 74 anos) foram convidados a aderir a um rastreio de base populacional.

“A deteção precoce deve ser prioridade da tutela, sob pena de aumentarmos os custos globais de saúde (diretos e indiretos) para os doentes, para as empresas que enfrentam o absentismo laboral, para os hospitais e centros de saúde, que vêm os seus pacientes aumentar, bem como o tempo de espera para a realização de exames complementares de diagnóstico e respetivos tratamentos. As Escolas precisam ter uma política uniforme no que respeita a alimentação nos refeitórios e a promoção de hábitos alimentares salutares. E o apoio à criação de campanhas de sensibilização junto da população deveria ser uma realidade", refere Vítor Neves.


O risco da doença aumenta a partir dos 50 anos. A obesidade, o consumo de álcool e tabaco são fatores de risco importantes, sendo que é fundamental conhecer os antecedentes familiares. Uma dieta rica em gordura, fritos, açúcar, carnes vermelhas e processadas aumenta a probabilidade de desenvolver cancro do intestino. Redução do consumo de álcool, aumento da atividade física e manutenção de um peso corporal saudável são algumas das estratégias fundamentais para prevenir este tipo de patologia oncológica.

Fique atento aos sintomas
Alteração persistente dos hábitos intestinais, como o aparecimento de prisão de ventre ou diarreia, sem razão aparente, e/ou fezes muito escuras
Perda de sangue pelo reto/ânus ou sangue misturado nas fezes, sem irritação, dor ou prurido
Dor forte ou desconforto abdominal
Sensação de que o intestino não esvazia completamente
Dor forte, desconforto abdominal e/ou cansaço sem explicação aparente. [/size]


Fonte: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/cancro-do-intestino-mata-11-pessoas-por-dia-nao-conseguimos-dar-seguimento-aos-testes-positivos-nem-vamos-a-tempo-de-salvar-vidas
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: luisinho em 10/01/2024, 11:03
Podcast "Oncologia no Ar": O impacto do cancro na família e a importância do cuidador

SAPO Digital Studio
Saúde e Medicina

Podcast "Oncologia no Ar": A importância das associações de doentes na luta contra o cancro

Podcast "Oncologia no Ar": Cancro hereditário é prevalente e está subdiagnosticado

No quarto episódio da nova temporada do podcast "Oncologia no Ar", a médica Sónia Rego, especialista em Oncologia Médica, e o farmacêutico Manuel Guedes, cuidador de uma doente oncológica, falam sobre o impacto do cancro na estrutura familiar, bem como o papel essencial do cuidador na gestão da doença.
(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=Yjlhk+FUzf8HiC3NagaX0D8WIXzZ9IXUSJG5VuzTK0vP96RbBHnsSFVi58vOWhk0LQ+52p1Y3WVlNK1id4VwEPtAi1wOoM8iEv364jaf22gRCfY=)
Foi um resultado positivo de um teste de pesquisa de sangue oculto nas fezes que levou a mulher de Manuel Guedes a perceber que algo de errado se passava com a sua saúde. "As campainhas soaram logo e fomos imediatamente fazer umas análises ao hospital que confirmaram [que havia doença oncológica]", recorda Manuel Guedes, que foi cuidador informal da sua mulher, diagnosticada com um tumor maligno em 2019.

"A nossa vida alterou-se completamente", admite o farmacêutico de profissão a residir no Porto, em declarações ao médico Rui Neto Fernandes durante o quarto episódio do podcast "Oncologia no Ar". "Não obstante o apoio da minha família e amigos, a verdade é que o cancro tinha chegado à minha família. Não foi fácil gerir a situação e as dificuldades foram grandes", recorda.

"Uma família que tenha de facto este problema tem muita dificuldade em poder garantir a sua vida, a sustentabilidade da sua família, a harmonia, se não houver condições para isso", refere.

Segundo a médica Sónia Rego, especialista em Oncologia Médica, alguns dos desafios mais importantes da família de um doente oncológico prendem-se com os mitos e os tabus em relação aos tratamentos. "O cancro ainda tem uma conotação forte e o seu impacto pode ser avalassador", sublinha. "Tendo em conta que é uma doença que tem vindo a aumentar, há que desmistificar o cancro e os seus tratamentos", adverte.

A médica ressalva que o papel dos familiares pode ser muito importante na gestão da doença, mas nota que o envolvimento dos familiares deve ser consentido pelo doente. A oncologista cita ainda a importância da empatia na relação médico-doente, bem como o envolvimento de vários atores no apoio ao utente.

Veja este episódio em baixo

O podcast ‘Oncologia no Ar’ pretende ser um momento de conversa intimista entre convidados com diferentes histórias de vida e percursos profissionais.

Será um espaço de partilha de experiências, mas também de transmissão de informação importante para doentes oncológicos, os seus cuidadores e familiares mas também para a população em geral.


As informações disponibilizadas através deste podcast são de cariz meramente informativo e educativo e não deve ser entendida como recomendação terapêutica nem substitui os conselhos e recomendações de profissionais de saúde especializados, não dispensando a consulta destes para obtenção de informação detalhada sobre medicamentos, dispositivos médicos, diagnósticos e tratamentos.

Caso tenha alguma questão, contacte a sua equipa de cuidados de saúde.


Fonte: https://lifestyle.sapo.pt/saude/saude-e-medicina/artigos/podcast-oncologia-no-ar-o-impacto-do-cancro-na-familia-e-a-importancia-do-cuidador
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Sininho em 16/01/2024, 17:33
Regime transitório de emissão de atestado médico de incapacidade multiúso para doentes oncológicos e pessoas com deficiência

A Lei n.º 1/2024, de 4 de janeiro, estabelece um regime transitório de emissão de atestado médico de incapacidade multiúso para doentes oncológicos e pessoas com deficiência, para efeitos de acesso e manutenção das medidas e benefícios sociais, económicos e fiscais legalmente previstos.

No âmbito do atestado médico de incapacidade multiúso para pessoas com deficiência, para efeitos de benefícios sociais, económicos e fiscais, a validade dos atestados médicos de incapacidade multiúso, emitidos nos termos do n.º 2 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 202/96, de 23 de outubro, é prorrogada até à realização de nova avaliação, desde que acompanhados de comprovativo de requerimento de junta médica de avaliação de incapacidade ou, quando aplicável, de junta médica de recurso para a correspondente reavaliação, com data anterior à data de validade.


Publicada por João Adelino Santos
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: migel em 26/02/2024, 14:18
Cancro. "Deteção precoce muitas vezes permite uma gama mais ampla de opções de tratamento"
N.N.
26 fev 2024 10:01
Atualidade
Saúde Cancro
Cancro do ovário mata 400 mulheres por ano. Novo guia alerta para sintomas, prevenção e necessidade de diagnóstico precoce


Todos os anos são diagnosticados em Portugal cerca de três mil novos casos de cancro ginecológico. Normalmente silenciosos e detetados em fase avançada, os cancros ginecológicos são por vezes esquecidos, tal como acontece com a saúde das mulheres. Falámos sobre este tema com Filipa Proença Pontes, médica oncologista da Unidade de Tumores Ginecológicos da ULS Dão Lafões.
Cancro.

(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=ZjQ5x9Q3N2bIYcikUR+93iDyz1/eLQY/yqo21EAsitHFj4c5O+HN/TyzP6Yft51MvcnJ7E8RoGO1ptdtN7HMsDMOwMeOK+01lCiOfmDLstKN/0A=)
 
Os dados mais recentes, divulgados no Fórum Económico Mundial, não enganam: combater esta menor atenção dada à saúde das mulheres, em comparação com a dos homens, permitiria estimular a economia mundial com 920 mil milhões de euros por ano até 2040.

Dados apontam que as mulheres são diagnosticadas mais tarde do que os homens em relação a 700 doenças diferentes. Se aliarmos isto ao facto de as doenças ginecológicas, como é o caso dos cancros, serem detetadas tardiamente devido ao facto de serem silenciosas, percebemos a urgência de investir na saúde das mulheres, um dos melhores investimentos que os países podem fazer nas suas sociedades e economias.

Ao longo dos últimos séculos, a longevidade sofreu um enorme avanço, com a esperança média de vida a passar dos 30 para os 73 anos entre 1800 e 2018. Ainda assim, e apesar de ter uma esperança média de vida superior, em média, uma mulher passará nove anos com problemas de saúde, mais 25% em relação aos homens.

Falámos sobre este tema com Filipa Proença Pontes, médica oncologista da Unidade de Tumores Ginecológicos da ULS Dão Lafões.

Considerando que muitas vezes são assintomáticos em estágios iniciais, qual é a importância da deteção precoce dos cancros ginecológicos?
A deteção precoce dos cancros ginecológicos está relacionada com um melhor prognóstico da doença. O tratamento pode ser mais eficaz, e as opções de tratamento podem ser menos invasivas. A deteção precoce muitas vezes permite uma gama mais ampla de opções de tratamento. Em estágios iniciais, cirurgias menos extensas e tratamentos menos agressivos podem ser suficientes, reduzindo o impacto físico e emocional sobre a doente. Detetar o cancro em estágios iniciais pode ajudar a prevenir a disseminação do tumor para outras partes do corpo, reduzindo assim a morbidade (impacto na saúde) e a mortalidade associadas à doença. O tratamento precoce pode ainda ajudar a preservar a função dos órgãos afetados e, portanto, melhorar a qualidade de vida da doente após o tratamento.


Como é que avalia a eficácia dos programas de rastreio, como o exame de Papanicolau, na prevenção e deteção precoce dos cancros ginecológicos?
O exame de Papanicolau é projetado para identificar alterações nas células do colo do útero que podem indicar lesões pré-cancerosas ou cancro cervical em estágios iniciais. Ao detetar essas alterações precocemente, é possível intervir antes que o cancro se desenvolva. Os programas de rastreio, quando implementados de maneira eficaz, demonstraram ainda reduzir significativamente a incidência e a mortalidade do cancro cervical. O principal objetivo do rastreio é identificar anormalidades precoces para que intervenções médicas possam ser realizadas. A deteção precoce através de programas de rastreio contribui para um tratamento mais eficaz e menos invasivo. Isso não aumenta apenas as taxas de sobrevivência, mas também melhora a qualidade de vida das mulheres, reduzindo a necessidade de tratamentos mais agressivos. Além dos exames em si, os programas de rastreio também desempenham um papel importante na educação e conscientização das mulheres sobre a importância dos exames regulares, sintomas a serem observados e medidas preventivas.

Além dos sintomas físicos, que manifestações emocionais ou psicológicas podem estar associadas ao diagnóstico dos cancros ginecológicos, e como podem ser abordadas pelos profissionais de saúde?
O diagnóstico de cancros ginecológicos pode desencadear uma variedade de manifestações emocionais e psicológicas nas doentes. Algumas dessas reações podem incluir ansiedade em relação ao tratamento, receios sobre o futuro e a incerteza da doença, podem ser experiências comuns. O diagnóstico de um cancro ginecológico pode levar à depressão. Em alguns casos, as doentes podem experimentar sentimentos de vergonha ou estigma associados aos cancros ginecológicos devido à natureza íntima dos órgãos afetados. O tratamento para o cancro ginecológico, como cirurgias e terapias hormonais, pode impactar a sexualidade e a imagem corporal, levando a preocupações e ansiedades. Algumas doentes podem se sentir isolados de amigos e familiares devido à natureza sensível do diagnóstico ou porque não se sentem compreendidos.


Os profissionais de saúde desempenham um papel crucial no apoio emocional durante o processo de diagnóstico e tratamento. Encaminhar as pacientes para serviços de aconselhamento psicológico pode ajudar a lidar com as emoções complexas associadas ao diagnóstico. Fornecer informações claras e compreensíveis sobre o cancro ginecológico, tratamentos e expectativas pode reduzir a ansiedade associada à incerteza. A integração de profissionais de saúde mental na equipa de cuidados oncológicos pode garantir uma abordagem multidisciplinar no tratamento. Encorajar as doentes a partilhar suas preocupações e sentimentos pode ajudar na compreensão de suas necessidades emocionais e no desenvolvimento de estratégias para enfrentar a doença.

De que forma é que uma abordagem multidisciplinar pode beneficiar o tratamento dos cancros ginecológicos, especialmente em casos avançados ou recorrentes?
Uma equipa multidisciplinar envolvendo oncologistas, cirurgiões, radiologistas, patologistas, enfermeiros e profissionais de saúde mental pode colaborar para criar um plano de tratamento abrangente e personalizado para cada doente. Em casos avançados ou recorrentes, pode ser necessário combinar diferentes modalidades de tratamento, como cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapias hormonais ou imunoterapia. Uma equipa multidisciplinar pode coordenar essas terapias de maneira eficaz.

Além do tratamento direcionado para o cancro, a equipa multidisciplinar pode avaliar e abordar as necessidades gerais de saúde da doente, incluindo a gestão de sintomas, o suporte nutricional e a saúde emocional. Uma equipa multidisciplinar pode ainda ajudar na gestão desses efeitos colaterais relacionados com os tratamentos, proporcionando maior conforto e qualidade de vida.


A colaboração entre diferentes especialidades pode ainda facilitar o acesso a ensaios clínicos e terapias inovadoras, oferecendo opções adicionais de tratamento para doentes com casos avançados ou recorrentes.

De salientar ainda que os profissionais de saúde mental, assistentes sociais e conselheiros podem integrar a equipa para fornecer suporte emocional e social, ajudando as doentes a enfrentar os desafios psicológicos associados ao diagnóstico e tratamento do cancro.

Quais são as estratégias mais eficazes para aumentar a conscientização sobre os sintomas dos cancros ginecológicos entre as mulheres e encorajá-las a procurar cuidados médicos precoces?
Algumas estratégias eficazes para aumentar a conscientização incluem:

Campanhas de Saúde Pública: Desenvolver campanhas de saúde pública que abordem os sintomas dos cancros ginecológicos, utilizando diferentes meios de comunicação, para atingir um público amplo.
Educação nas Escolas e Comunidades: Integrar a educação sobre saúde reprodutiva e os sinais de alerta dos cancros ginecológicos nos currículos escolares e realizar sessões de conscientização em comunidades locais.
Eventos de Sensibilização: Organizar eventos, como palestras, seminários e workshops, para informar as mulheres sobre os cancros ginecológicos, seus fatores de risco e a importância da deteção precoce.
Envolver Profissionais de Saúde: Incentivar os profissionais de saúde a conversar abertamente sobre os sintomas dos cancros ginecológicos durante consultas médicas de rotina e exames ginecológicos.
Testemunhos de Sobreviventes: Partilhar histórias de mulheres que enfrentaram e superaram os cancros ginecológicos pode inspirar outras a buscar cuidados médicos precoces.
Programas de Rastreio Gratuitos ou Acessíveis: Oferecer programas de rastreio gratuitos ou acessíveis para mulheres em comunidades carentes ou com dificuldades de acesso aos cuidados de saúde.
Que consequências sociais e individuais podem surgir devido ao diagnóstico tardio ou tratamento inadequado dos cancros ginecológicos?
O diagnóstico tardio muitas vezes está associado a um prognóstico menos favorável. O tratamento pode ser mais desafiador e as taxas de sobrevivência podem ser reduzidas. Em casos de diagnóstico tardio, podem ser necessárias intervenções mais invasivas, como cirurgias mais extensas, radioterapia agressiva e tratamentos mais intensivos, o que pode impactar negativamente na qualidade de vida. Alguns tratamentos, como cirurgias extensas e radioterapia pélvica, podem afetar a fertilidade.

Em termos de impacto social o diagnóstico tardio e tratamento inadequado podem aumentar os custos para os sistemas de saúde devido à necessidade de tratamentos mais intensivos e prolongados.

O diagnóstico tardio pode impactar negativamente a rede de apoio social, colocando pressão sobre familiares e amigos que podem se tornar cuidadores.

Quais são os principais mitos ou equívocos sobre os cancros ginecológicos que seriam importantes esclarecer junto das mulheres?
É crucial esclarecer mitos e equívocos sobre os cancros ginecológicos para garantir que as mulheres tenham informações precisas e tomem decisões informadas sobre sua saúde. Alguns dos principais mitos que precisam ser esclarecidos incluem:


"Apenas mulheres mais velhas podem ter cancros ginecológicos." - Cancros ginecológicos podem afetar mulheres de todas as idades, inclusive jovens.

"Se eu não tiver sintomas, não preciso me preocupar com cancros ginecológicos." - Muitos cancros ginecológicos podem ser assintomáticos em estágios iniciais. Exames de rotina, como o Papanicolau, são essenciais mesmo na ausência de sintomas.

“Cancros ginecológicos são sempre hereditários." - Embora exista uma componente genética em alguns casos, a maioria dos cancros ginecológicos ocorre devido a fatores ambientais e de estilo de vida.


"Cancros ginecológicos são sempre fatais." - Com a deteção precoce e avanços nos tratamentos, muitos cancros ginecológicos são tratáveis e têm taxas de sobrevivência favoráveis.

"Se eu tiver HPV, certamente desenvolverei cancro cervical." - O HPV é comum, e a maioria das infeções resolve-se sozinha. Apenas alguns tipos de HPV estão associados a um maior risco de cancro cervical.


SAPO
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Nandito em 17/04/2024, 10:36
Aumento de cancros nos jovens preocupa especialistas


Redação
17 Abril 2024, 09h07


(https://onovo.sapo.pt/wp-content/themes/yootheme/cache/be/cancro_1-2931633_20230912151611-bef0377f.webp)

Está a aumentar o número de casos de cancro na população com menos de 40 anos. Linfomas e cancros da mama e testículo são os mais preocupantes.

O número de casos de cancro entre os mais jovens está a aumentar, sobretudo os linfomas, os cancros da mama e do testículo. A notícia é avançada pelo Diário de Notícias e tem por base estudos internacionais e declarações de especialistas portugueses, que dizem que estes números não podem ser ignorados. Faltam, porém, dados em Portugal sobre as incidências de cancros nas faixas etárias mais jovens. O Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria, por exemplo, está a reunir os seus próprios dados.

Um estudo feito em Málaga, Espanha, com cerca de 30 mil pacientes, concluiu que existe um aumento da incidência de cancro na população entre os 20 e os 45 anos. As neoplasias mais comuns nos doentes mais jovens, segundo a JCO Global Oncology, são o cancro da mama, o cancro do testítulo e o linfoma não-Hodgkin. Dos 29,737 pacientes selecionados pelo estudo, 29.514 tinham idade igual ou superior a 20 anos.

“Isto não pode ser ignorado”, alerta Luís Costa, diretor do Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. As sirenes soaram quando começou a ler uma série de publicações internacionais que revelavam o aumento da incidência de alguns tipos de cancro entre os mais jovens. A isso, juntou-se a sua própria experiência no serviço que dirige. “Aumentámos muito o número de doentes” nos últimos anos, nomeadamente os que estão abaixo dos 40 anos, diz ao DN. O serviço começou a compilar os seus próprios dados, comparando 2019 com 2023. Os resultados deverão ser conhecidos em breve. A nível nacional, não há dados atualizados. Os últimos dados do Registo Oncológico Nacional são de 2020.

Luís Costa, em conjunto com outros oncologistas europeus, decidiu criar uma fundação “para investigar e detetar cancros em mulheres abaixo dos 40 anos”: a Breast Cancer in Young Woman. “Os programas de rastreio do cancro da mama para a população em geral não incluem tipicamente mulheres com menos de 40 anos, contribuindo indiretamente para os atrasos de diagnóstico”, explica ao Diário de Notícias.

O oncologista acrescenta ainda que o cancro em pessoas muito jovens “tem de ser tratado como um assunto sério”. “Temos de perceber porque está a acontecer.”





Fonte: onovo.sapo.pt                       Link: https://onovo.sapo.pt/noticias/aumento-de-cancros-nos-jovens-preocupa-especialistas/?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Nandito em 15/07/2024, 13:44
Sarcoma: o cancro raro que é preciso diagnosticar cedo

Conselhetório
Isabel Fernandes Médico/a


(https://thumbs.web.sapo.io/?W=775&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=NzM5L03PT+wsWmsakA4MSWhXYmMQSS0lPbUwfIrV0qLUnl6UXDwuFtzsBH3CfGbyeqH3QqIwFTnFI+v4oM9cmm1XRFyLV9T5KAZdR2gy3cMn1VI=)

É importante que os sintomas sejam reconhecidos rapidamente, para garantir um diagnóstico precoce e um tratamento adequado dos sarcomas. Conheça os casos de dois doentes, que o demonstram.


()Os sarcomas são um grupo de neoplasias raras com origem no tecido conjuntivo, incluindo ossos, músculos, gordura, vasos sanguíneos, nervos e os tecidos peri articulares (ao redor das articulações). Representam cerca de 1% dos cancros em adultos e 15% dos cancros em crianças.

Existem dois grandes grupos de sarcomas: ósseos e de partes moles. A classificação destes tumores é efetuada de acordo com o seu local de origem - por exemplo, os que se originam em células adiposas são os lipossarcomas; os dos músculos, leiomiossarcomas; os dos vasos, angiossarcomas; entre outros. Os sarcomas podem aparecer em qualquer localização do corpo humano, ter múltiplas histologias e nem todos têm a mesma agressividade.

Os sintomas dependem da localização e do tamanho do sarcoma, podendo incluir nódulos, dor, desconforto, alterações no movimento ou função (principalmente se atingir uma articulação), perda de peso e cansaço. É importante que os sintomas sejam reconhecidos rapidamente pelos doentes, para garantir um diagnóstico precoce e um tratamento adequado.

Sempre que temos um nódulo com mais de 3 cm, é fundamental consultar um médico. Como exemplo, recordo-me de um caso de uma doente com cerca de 33 anos, cabeleireira, com um nódulo de 3 cm no braço, que foi observada na urgência e consideraram ser um lipoma. A doente foi operada sem biópsia e, quando chegou o diagnóstico, era um lipossarcoma de alto grau com margens positivas (isto é, com células malignas). Rapidamente, o tumor voltou e a doente teve que fazer uma segunda cirurgia, a qual implicou enxerto cutâneo e diminuição da força no membro, com implicações na sua atividade profissional. Esta situação talvez pudesse ser evitada, se tivesse sido feita uma biópsia e a cirurgia tivesse sido programada em reunião multidisciplinar.

Importância da multidisciplinaridade

É fundamental que exista multidisciplinaridade no tratamento destas doenças, para melhorar a qualidade de vida e a sobrevivência dos doentes. De facto, o diagnóstico dos sarcomas implica exame físico, exames de imagem e biópsia, que devem ser efetuados por equipas especializadas. Depois, o tratamento depende do tipo, localização e estadio do sarcoma e pode consistir em cirurgia, radioterapia e/ou terapêuticas sistémicas. Todos os casos devem ser discutidos em reunião multidisciplinar, para melhor tratar o doente.

O prognóstico dos doentes com sarcomas varia amplamente e devem ser considerados diversos fatores, como o tipo e grau do sarcoma, a sua localização e a rapidez com que é diagnosticado. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado melhoram significativamente as possibilidades de um resultado favorável. Prova disso é o caso de um jovem de 18 anos, com queixas de dor no membro inferior esquerdo, local onde um raio-X permitiu detetar uma lesão suspeita. Foi rapidamente encaminhado para uma equipa especializada e, após o diagnóstico de um osteossarcoma sem metástases, conseguiu fazer a quimioterapia perioperatória e a cirurgia conservadora do membro dentro dos tempos considerados adequados. Quatro anos depois do diagnóstico, com a devida orientação e tratamento, este doente está sem evidência de doença e a acabar o curso superior no qual entrou durante o período de tratamento oncológico.

A investigação sobre sarcomas continua a crescer, com avanços em Genética, Biologia Molecular e novas terapêuticas. Os ensaios clínicos são fundamentais para desenvolver tratamentos mais eficazes e menos invasivos. Devido à raridade deste grupo de patologias, a investigação é menos apoiada, em comparação com outros tipos de cancro mais comuns. É necessário mais investigação e financiamento para desenvolver novos tratamentos e melhorar os resultados dos doentes.

Os doentes com sarcoma e as suas famílias enfrentam desafios únicos, devido à raridade e agressividade da doença, pelo que se devem promover medidas que permitam criar redes de suporte, grupos de apoio e recursos médicos especializados.

Aumentar a visibilidade dos sarcomas pode facilitar o acesso a tratamentos especializados e um maior interesse em iniciativas de investigação, contribuindo para melhorar significativamente a vida dos doentes.

Um artigo da médica Isabel Fernandes, coordenadora de Oncologia no Hospital CUF Descobertas.





Fonte: lifestyle.sapo.pt                         Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/saude-e-medicina/artigos/sarcoma-o-cancro-raro-que-e-preciso-diagnosticar-cedo?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: 100nick em 01/08/2024, 14:49
David Araújo: “No cancro do pulmão, um programa de rastreio e de deteção precoce é o que vai salvar mais vidas”

Sara Beatriz Monteiro
1 Ago 2024 - 09:23
(https://viral.sapo.pt/wp-content/uploads/2024/08/david-825x500.jpg)

Mais de 4600 pessoas morrem por ano, em Portugal, com cancro do pulmão e mais de 80% dos doentes a quem foi diagnosticada a doença fumam ou já fumaram.

No Dia Mundial do Cancro do Pulmão, o pneumologista na Unidade Local de Saúde de São João, no Porto, e membro da Comissão Científica do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão, David Araújo, alerta para a importância da deteção precoce da doença e explica o seu impacto no tratamento e na cura.

Em Portugal, o cancro do pulmão é responsável por mais de 4600 mortes por ano. O que explica estes números?
O cancro do pulmão é uma anaplasia muito prevalente, tanto em Portugal como no mundo. Está essencialmente relacionado com o principal fator de risco, que é o tabagismo, que justifica cerca de 85% de todos os casos. Mas é importante alertar que não justifica 100%.

Há outros fatores de risco, nomeadamente a exposição ao tabagismo passivo, a própria poluição atmosférica – que cada vez mais é um fator a ter em conta – e outros fatores de risco, nomeadamente a exposição profissional [a determinadas substâncias], e, em casos muito raros, fatores genéticos.
O tabagismo, como ainda é algo muito prevalente na nossa sociedade, é essencialmente ele que justifica estes números, que são muito expressivos.

Disse que a maior parte dos casos de cancro do pulmão são de fumadores. Quais são os esforços que estão, neste momento, em curso para reduzir a prevalência de tabagismo? E o que falta fazer nesse sentido?

Acho que, nos últimos anos, temos evoluído bastante em termos da regulamentação para tentar diminuir a facilidade de acesso ao tabaco, porque sabemos que essas medidas restritivas, de facto, têm um impacto muito grande na diminuição do número de fumadores e a proteger também as pessoas do tabagismo passivo. Foram feitas várias medidas nesse sentido de que acho que nos devemos orgulhar.


Agora, claramente, não é suficiente, precisamos de implementar cada vez mais medidas que vão tentar reduzir esta prevalência, que ainda é expressiva – embora tenha vindo a diminuir – de pessoas fumadoras na nossa população.

Isso pode ser feito através de impostos, aumentar o preço dos impostos. Se bem que sabemos que isso também pode ter o efeito nefasto de aumentar um bocadinho o consumo não legal do tabaco, que também é um problema. E temos cada vez mais pessoas a recorrer a isso, a conseguir comprar tabaco que às vezes não sabemos muito bem de onde é que veio, com substâncias, muitas vezes, alteradas, e isso depois traz-nos outros problemas.

Por outro lado, pode-se limitar cada vez mais os espaços onde é possível fumar. Sabemos que restringindo os sítios onde se pode fumar, dificultando um bocadinho a vida aos fumadores, isso vai ter impacto na cessação tabágica. Ou seja, cada vez mais pessoas vão tentar cessar o consumo.

Além disso, pode-se implementar medidas de saúde pública promovendo a facilidade ao acesso – e acho que aqui se calhar é onde ainda podemos trabalhar mais e melhor -, e aumentar o número de consultas de cessação tabágica, aumentar a divulgação destas consultas, e, portanto, promover uma maior acessibilidade a este tipo de ajudas aos fumadores. Nomeadamente, por exemplo, a medicação para auxiliar na cessação tabágica, que é cara, e isso muitas vezes pode ser um entrave a mais pessoas deixarem de fumar, e, portanto, eventualmente poderá ser por aí também que se pode ter medidas mais eficazes.

Em relação à deteção, a maior parte dos casos é detetada numa fase avançada, porque é que isso acontece?
Isto acontece, essencialmente, porque o cancro do pulmão é um cancro muito silencioso numa primeira fase, quando se está a desenvolver, quando é uma lesão ainda pequena, e, muitas vezes, está ali no meio do pulmão, passa completamente despercebido.

Apenas quando já adquire uma dimensão superior é que começam, muitas vezes, os sintomas de tosse persistente, perda de sangue na expectoração, perda de peso, perda de apetite, ou, então, quando ele se espalha para outros locais e dá dores ósseas, por exemplo, quando se tem metastização óssea ou metastização noutros locais que se tornam sintomáticos.


Basicamente, em muitos casos, infelizmente, ele só se torna sintomático quando já está numa fase muito avançada. E por isso é que é muito importante estar alerta para os sintomas, porque muitas vezes estes sintomas são um pouco inespecíficos.

Uma tosse, uma expectoração, um cansaço… Quantas doenças não podem dar isto, não é? E a maior parte das vezes não é cancro do pulmão. Mas é importante estar alerta porque, quanto mais cedo se conseguir detectar, melhor. Melhores resultados teremos no tratamento, sem dúvida.

Na prática, quais são as consequências de uma deteção mais precoce?
O que pode mudar mais o impacto do tratamento – ao aumentar a probabilidade de ser um sucesso o tratamento, de cura dos doentes – é, de facto, o timing em que ele é descoberto.

Portanto, no estadio mais precoce em que o cancro é descoberto, melhores são as hipóteses de o doente ficar curado com o tratamento proposto.

E, essencialmente, quando temos um doente que já é detectado num estadio mais avançado, temos muitos tratamentos a oferecer e evoluímos muito desse ponto de vista, mas as probabilidades de cura são, francamente, inferiores a quando é detectado num estadio precoce em que é possível operar ou fazer um tratamento ablativo, como, por exemplo, uma radioterapia.

Portanto, o risco de morte é maior quando a deteção não é precoce…
Sim, sim. Muitíssimo maior, muitíssimo maior.

E como se pode inverter essa tendência de deteção tardia? Há aqui alguma coisa que possa ser feita?
Sim, sem dúvida. Primeiro, o mais fácil é alertar a população para os sintomas. E aqui destacava, essencialmente, tosse persistente, expectoração também persistente, expectoração com sangue – ou só emissão de sangue pela boca -, dor torácica, perda de peso, perda de apetite. Portanto, sintomas que se arrastem. Não estamos a falar de uma coisa de dois ou três dias, mas sim de coisas que perdurem no tempo. Nesses casos, as pessoas têm de estar alerta e procurar serem vistas pelo seu médico assistente.

Continue a lêr   https://viral.sapo.pt/entrevistas/dia-mundial-do-cancro-do-pulmao-rastreio/?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: rui sopas em 20/11/2024, 14:59
“Deveríamos apostar no cuidado psicológico do doente com cancro e também das famílias”
J.M.A
20 nov 2024 14:23
Atualidade
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A 17 de novembro, assinala-se o Dia Mundial de Combate ao Cancro da Próstata. Liliana Violante, Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Nuclear e Médica no IPO Porto, sublinha em entrevista a importância da prevenção e assinala terapêuticas inovadoras no combate ao cancro da próstata. O acompanhamento psicológico do doente e da sua família também não deve ser descurado. Mas, “está muito aquém do que deveria ser feito", sublinha a médica.
“Deveríamos apostar no cuidado psicológico do doente com cancro e também das famílias”
A 17 de novembro último, assinalou-se o Dia Mundial de Combate ao Cancro da Próstata. Transcendendo o quadro temporal para além deste dia, como avalia a sensibilização da população portuguesa para este problema de saúde pública?

A literacia em saúde da população portuguesa é fundamental para que possam ser adotados comportamentos adequados na prevenção da doença, neste caso da doença oncológica. Para tal, devemos continuar a apostar em campanhas de sensibilização sublinhando a importância da prevenção e do rastreio não só para o cancro da próstata, mas também para outros tipos de cancro mais prevalentes em Portugal. Considero igualmente importante colocar este tema na agenda mediática de forma a informar e sensibilizar o maior número de pessoas possível.

Quer, brevemente, traçar-nos um quadro da incidência do cancro da próstata em Portugal e a sua evolução nos últimos anos?

Em Portugal, anualmente, são detectados entre 5000 a 6000 novos casos de cancro da próstata. Com os avanços da Medicina, por um lado as pessoas vivem mais tempo e, por outro, as técnicas de detecção precoce da doença foram sendo aprimoradas ao longo das décadas o que justifica um aumento de novos casos nos últimos anos.

EM PORTUGAL, ANUALMENTE, SÃO DETECTADOS ENTRE 5000 A 6000 NOVOS CASOS DE CANCRO DA PRÓSTATA.
Dados publicados pela Lancet apontam para que o número de casos de cancro da próstata duplique em todo o mundo até 2040. O que explica este crescimento e que desafios coloca à comunidade médica e sistemas de saúde?

Sendo uma doença intrinsecamente relacionada com o envelhecimento, é expectável que este número aumente nas próximas décadas o que implica um enorme desafio em Saúde. É necessário capacitar as equipas com recursos humanos, não só médicos, mas também enfermeiros e técnicos superiores de diagnóstico com formação específica, assim como proceder à actualização dos equipamentos tecnológicos para que se possam cumprir os tempos de resposta aos doentes com a máxima qualidade.



Continue a lêr https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/deveriamos-apostar-no-cuidado-psicologico-do-doente-com-cancro-e-tambem-das-familias
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: rui sopas em 21/11/2024, 10:57
João Lamoza, cancro do testículo: “É apalpar, se sentir algo estranho ir ao hospital. Se tivesse sido um valentão talvez não estivesse aqui”
João Lamoza teve um cancro no testículo aos 34 anos. Ao lado do seu médico, Rodrigo Ramos, oncologista, o ator fala sobre os duros meses de tratamento e recuperação
João Lamoza, cancro do testículo: “É apalpar, se sentir algo estranho ir ao hospital. Se tivesse sido um valentão talvez não estivesse aqui”

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Nuno Fox


O ator começou por ser seguido no setor privado, mas, sem seguro, rapidamente percebeu que não tinha dinheiro para os tratamentos. Em forma de agradecimento, tatuou o símbolo do IPO no braço. Diz que preferiu olhar sempre para a doença com espírito positivo e até algum humor.



'Tenho Cancro. E Depois?' tem sonoplastia de Gustavo Carvalho, fotografia de Matilde Fieschi e Nuno Fox, capa de Tiago Pereira Santos e apoio à produção de Joana Henriques e João Filipe Lopes.

A música deste podcast foi cedida pelos Dead Combo em memória de Pedro Gonçalves.



'Tenho Cancro. E Depois?' é um projeto editorial da SIC Notícias e do Expresso, criado com o objetivo de alertar e esclarecer, mas também reforçar a esperança e a confiança de todos os que vivem com a doença.

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Tiago Pereira Santos


Fonte: https://www.sapo.pt/noticias/atualidade/joao-lamoza-cancro-do-testiculo-e-apalpar-se-_673ee65e9479a106f474ed1a
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Nandito em 27/01/2025, 14:59
Cientistas descobrem como se forma e desenvolve cancro da pele mais comum

Por Executive Digest com Lusa 14:38, 27 Jan 2025

(https://executivedigest.sapo.pt/wp-content/uploads/2020/02/champalimaud_centre_for_the_unknown_1-1-750x430.jpg)

Uma equipa internacional de cientistas, coliderada por uma investigadora da Fundação Champalimaud, descobriu mecanismos de iniciação e progressão do cancro da pele mais comum nos seres humanos, o carcinoma basocelular, informou hoje a instituição portuguesa.

O estudo, cujos resultados foram publicados na revista científica Cell Discovery, “aponta potenciais terapias para prevenir o desenvolvimento do carcinoma basocelular”, acrescenta um comunicado da fundação.

“O carcinoma basocelular é, de longe, o cancro de pele mais frequente nos seres humanos”, diz Adriana Sánchez-Danés, investigadora principal do Laboratório de Biologia do Cancro e das Células Estaminais da Fundação Champalimaud, citada no comunicado.

Embora raramente desenvolva metástases e seja normalmente tratado com uma cirurgia, este tumor “pode, em alguns casos, tornar-se metastático ou localmente muito agressivo”.

Sánchez-Danés assinala ser por isso “tão importante compreender as diferentes fases e etapas que levam à formação, bem como à progressão desta doença”.

Comparando os genes ativos nas células estaminais e progenitoras da pele de ratinho com o referido cancro, os cientistas conseguiram identificar vários genes cuja expressão estava aumentada, entre os quais o da Survivina, também conhecido por BIRC5, o que mais lhes “chamou a atenção”.

O gene da Survivina encontra-se sobre-expressado em muitos dos cancros humanos, tais como o do pulmão, do pâncreas e da mama, mostrando o estudo sobre o carcinoma basocelular que “é necessário não só para a iniciação e a formação de lesões pré-neoplásicas, mas também para a sua conversão em cancro invasivo”, salienta Sánchez-Danés.

Segundo a investigadora, “esta é a primeira vez que é descrito o seu papel na iniciação do tumor”.

“Além disso, a descoberta de que a Survivina é necessária para a conversão de lesões pré-neoplásicas em tumores invasivos é relevante, uma vez que pode ser explorada terapeuticamente”.

Os dados obtidos pelos cientistas “mostram que a administração a curto prazo de um inibidor da Survivina leva à diminuição e eliminação de lesões pré-neoplásicas e previne a progressão do carcinoma basocelular”, indica o estudo.

Vários inibidores da Survivina têm sido desenvolvidos e estão atualmente a ser testados em ensaios clínicos.

No entanto, o inibidor da Survivina neste estudo era algo tóxico para os animais, o que levou os investigadores a utilizarem em alternativa “um inibidor de uma proteína chamada SGK1 (“serum and glucocorticoid-regulated kinase 1), que também impediu que as lesões pré-neoplásicas evoluíssem para um tumor”.

Os responsáveis pelo estudo admitem que ambas as estratégias possam ser utilizadas em seres humanos, utilizando-se os inibidores da Survivina como creme a ser aplicado na pele, o que reduz os efeitos secundários.

“O nosso principal resultado é que a Survivina pode ajudar-nos, no futuro, a evitar a geração de carcinomas basocelulares invasivos”, afirma Sánchez-Danés, acrescentando que para si “a parte mais interessante” do estudo “foi descobrir que a Survivina também pode induzir células que são resistentes à formação de cancro a tornarem-se competentes nesse sentido”.

“Foi uma descoberta entusiasmante”, adianta.






Fonte: executivedigest.sapo.pt                    Link: https://executivedigest.sapo.pt/noticias/cientistas-descobrem-como-se-forma-e-desenvolve-cancro-da-pele-mais-comum/?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
Título: Re: Cancro Geral
Enviado por: Nandito em 04/02/2025, 09:26
Mais de 50% dos casos de cancro da cabeça e pescoço são diagnosticados tarde demais. Reconheça os sintomas

Conselhetório
4 fev 2025 09:00


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Os sintomas iniciais são facilmente confundidos com condições benignas, atrasando o diagnóstico, alertam especialistas.

O cancro da cabeça e pescoço, cujos sintomas iniciais são frequentemente confundidos com condições benignas, é diagnosticado tardiamente na maioria dos casos. Em Portugal, entre 2.500 a 3.000 pessoas são diagnosticadas anualmente com esta doença, e mais de metade dos casos são detetados em fase avançada, comprometendo significativamente as hipóteses de cura e a qualidade de vida dos doentes. Os principais sintomas, que podem ser confundidos com condições menos graves, incluem: aftas, feridas na boca, dor de garganta, rouquidão, sangramento nasal e inchaços no pescoço. A grande diferença é a sua duração - quando são sintomas de cancro, não desaparecem ao fim de 3 semanas.

A Campanha Make Sense, uma iniciativa internacional dedicada a aumentar a consciencialização sobre o cancro da cabeça e pescoço, inicia a sua 12ª edição este ano, focada em destacar a necessidade de progresso e equidade em todos os aspetos da prevenção, diagnóstico e tratamento desta doença. Liderada em Portugal pelo Grupo de Estudos de Cancro de Cabeça e Pescoço (GECCP), esta campanha tem como objetivo aumentar a consciencialização sobre os sinais e sintomas do cancro da cabeça e pescoço, incentivando o diagnóstico precoce, mas também garantir que todos os doentes tenham acesso ao tratamento adequado e atempado, independentemente da sua localização ou condição socioeconómica.

Altamente curável

Quando diagnosticado precocemente, o cancro da cabeça e pescoço é altamente curável, com taxas de cura entre 80% e 90%. Em contraste, a taxa de cura desce para 40% a 50% em estádios avançados. Por este motivo, a campanha procura divulgar amplamente os sinais e sintomas do cancro da cabeça e pescoço, incentivando a população a procurar assistência médica atempadamente.

Este ano, a campanha Make Sense visa também aumentar a consciencialização sobre as estratégias de prevenção, incluindo a importância da vacinação contra o HPV para todos os géneros e procura divulgar amplamente os sinais e sintomas do cancro da cabeça e pescoço, incentivando a população a procurar assistência médica atempadamente. Isto porque os fatores de risco são conhecidos e podem ser evitados ou combatidos. São eles o tabagismo, o consumo regular de bebidas alcoólicas e a infeção sexualmente transmissível a HPV. Assim, evitar ou deixar de fumar, moderar o consumo de bebidas alcoólicas e a vacinação contra o HPV, para todos os géneros, são as melhores formas de prevenção.

Ana Joaquim, presidente do GECCP defende que “devemos trabalhar para eliminar as disparidades no acesso ao tratamento e garantir que todos os doentes recebam o apoio necessário durante todo o processo, desde a prevenção até à recuperação. Isso inclui a formação contínua dos profissionais de saúde e a melhoria das infraestruturas de atendimento.”

O acesso ao tratamento contra o cancro da cabeça e pescoço, que inclui cirurgia, radioterapia e tratamentos sistémicos, está assegurado nas várias unidades hospitalares; contudo, o tratamento eficaz vai muito além da eliminação do cancro. É essencial garantir que os tempos entre o diagnóstico, estadiamento e início do tratamento sejam cumpridos, para evitar que a doença progrida enquanto os doentes aguardam o início do tratamento. Além disso, o acesso aos melhores cuidados de suporte é crucial para otimizar os resultados dos tratamentos, na medida em que a falta de acesso aos mesmos pode reduzir significativamente a tolerância aos tratamentos e a qualidade da recuperação.

Disparidades no acesso aos cuidados

As disparidades no acesso aos cuidados de saúde oral e ao diagnóstico precoce continuam a ser notórias entre as regiões do norte e do sul da Europa, estando diretamente relacionadas com o contexto socioeconómico e para a Prof. Cláudia Vieira, médica oncologista e membro da direção do GECCP “a educação da população, especialmente dos jovens e grupos de risco, assim como a capacitação de profissionais de saúde de primeira linha e a intensificação das políticas de cuidados de saúde oral, são fundamentais para garantir que os sintomas sejam reconhecidos e referenciados atempadamente”.

Para que esta temática também impacte a geração mais jovem, a campanha incluirá ações de sensibilização em escolas com sessões informativas, assim como rastreios de norte a sul do país.

Mais de 10% dos municípios do país mostraram interesse em aderir às atividades de rastreio junto da população, sendo que já estão agendados rastreios no Hospital de Braga, Municípios do Cadaval, Celorico da Beira, Freixo de Espada à Cinta, Marco de Canaveses, Mogadouro, Monchique, entre outros.

Estão também programadas sessões informativas para profissionais de saúde de modo a aprofundar o conhecimento e as competências dos médicos e enfermeiros no tratamento e acompanhamento de doentes com esta patologia. Para encerrar a semana, haverá também uma caminhada de sensibilização em Leiria, no dia 21 de setembro.







Fonte: lifestyle.sapo.pt                         Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/mais-de-50-dos-casos-de-cancro-da-cabeca-e-pescoco-sao-diagnosticados-tarde-demais-conheca-os-sintomas?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques