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Autor Tópico: Cancro Geral  (Lida 44887 vezes)

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Online Nandito

Re: Cancro Geral
« Responder #30 em: 31/05/2022, 15:50 »
 
Cancro do pulmão: “Mesmo após a deteção da doença, deixar de fumar pode fazer toda a diferença”

31.05.2022 às 12h26


Fonte de imagem: Getty Images

De acordo com Gonçalo Paupério, Diretor do Serviço de Cirurgia Torácica do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, a doença está fortemente associada ao número de cigarros fumados, ao tempo de exposição e à profundidade de inalação

Só em 2020, foram diagnosticados mais de 5 mil novos casos de cancro do pulmão em Portugal, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), e um número não muito longe de pessoas morreu devido à doença nesse ano: 4797. A nível global, registam-se por ano mais de 2 milhões de casos e a doença é responsável por 18,4% das mortes relacionadas com cancro (cerca de 70% dos casos são diagnosticados numa fase avançada da doença por ser assintomática inicialmente, de forma geral). A incidência é maior nos homens, apesar de se verificar uma tendência crescente no sexo feminino.

A idade avançada, por exemplo, é um fator de risco, assim como a história familiar de cancro do pulmão, algumas patologias associadas ao órgão, alterações moleculares e também exposições ambientais e ocupacionais. Mas o que acontece em relação ao tabaco? “O principal causador [da doença] é claramente o fumo do tabaco, porque tem um grande conjunto de substâncias que induzem mutações que se vão acumulando num processo complexo conhecido como carcinogénese, que pode levar ao desenvolvimento de cancro”, explica à VISÃO Gonçalo Paupério, Diretor do Serviço de Cirurgia Torácica do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.

Um documento da OMS de 2019 sobre os efeitos do fumo do tabaco numa pessoa fumadora refere que “a probabilidade de um fumador contrair cancro do pulmão durante a vida é 22 vezes maior do que a de um não fumador”, acrescentando que o consumo de tabaco é a causa principal do cancro do pulmão. Já de acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA, entre 80% e 90% dos diagnósticos de cancro do pulmão estão relacionados com o tabagismo.

Contudo, um estudo de abril da Albert Einstein School of Medicine, em Nova Iorque, publicado no jornal académico Nature Genetics, concluiu que alguns fumadores podem ter mecanismos de defesa que permitem limitar a progressão de mutações nas células do pulmão, baixando, dessa forma, o seu risco de desenvolver cancro. Numa entrevista em 2021, Nuno Gil, Diretor da Unidade de Pulmão da Fundação Champalimaud, explicou que “quem fuma está mais propenso a ter cancro do pulmão, mas fumar por si só não é uma razão suficiente para se ter a doença”, sendo que 85% dos fumadores nunca irão desenvolver cancro do pulmão”.

“O estudo comparou células recolhidas da árvore respiratória de fumadores e não fumadores, sendo que essa colheita não foi realizada no contexto de cancro de pulmão”, explicou, por seu lado, Gonçalo Paupério, acrescentando que os investigadores detetaram uma “acumulação de mutações com o aumento da idade e também a presença de um número significativamente superior nos fumadores”. Além disso, a investigação concluiu que esse número de mutações cresce paralelamente à quantidade de exposição ao tabaco, aumento esse que cessa a partir de certo nível de exposição.

Portanto, o estudo sugere que “alguns fumadores podem ter eles mesmos mecanismos celulares que limitam as mutações, protegendo-os do desenvolvimento de cancro do pulmão”, o que pode explicar eventualmente o facto de o tabaco ser a sua principal causa. “Sendo que, no entanto, só uma parte dos fumadores desenvolve cancro”, esclarece o médico. “O tabaco é o responsável por 9 em cada 10 cancros do pulmão – este número demonstra bem o seu impacto -, e a doença está fortemente associada ao número de cigarros fumados, ao tempo de exposição e à profundidade de inalação”, afirma ainda Paupério.

Diagnóstico precoce é essencial

A taxa de sobrevivência deste cancro depende do estadio no qual é diagnosticado e, por isso, diagnosticar mais cedo a doença pode fazer toda a diferença. “Sabemos que quanto mais precocemente for feito o diagnóstico melhor será o prognóstico da doença. É algo extensamente estudado, sendo que nos estadios precoces os doentes podem realizar um tratamento com intuito curativo, seja a cirurgia, a radioterapia e combinando ou não quimioterapia ou outros tratamentos sistémicos”, explica Paupério.

Por outro lado, controlar a doença quando já está numa fase mais avançada é uma tarefa cada vez mais hercúlea. “O diagnóstico precoce vai implicar o ganho de anos de vida, permitindo que alguns doentes tenham a possibilidade de cura e que outros tenham um ganho de tempo de vida, preferencialmente com qualidade”, diz ainda o especialista. Atualmente, a realização periódica de TAC com baixa dose de radiação em pessoas de risco, por exemplo, leva a uma deteção mais precoce da neoplasia.

Mas há forma de prevenir este cancro? “Claro que a principal atitude a tomar é não fumar”, reitera Paupério. Além disso, também se deve adotar um estilo de vida saudável, fazer exercício físico de forma regular e evitar ambientes com fumo. E mesmo os doentes com diagnóstico de cancro de pulmão devem deixar de fumar, afirma o especialista. “Aconselhamos todos os doentes a suspender esse hábito, que se traduz numa diminuição de queixas de cansaço, falta de ar e tosse” diz. E acrescenta: “Isto pode ter implicações na capacidade de o doente tolerar o tratamento, podendo influenciar o prognóstico. Era importante que as pessoas tivessem noção de que, mesmo após a deteção da doença, deixar de fumar pode fazer toda a diferença”.




Fonte: visao.sapo.pt                Link: https://visao.sapo.pt/visaosaude/2022-05-31-cancro-do-pulmao-mesmo-apos-a-detecao-da-doenca-deixar-de-fumar-pode-fazer-toda-a-diferenca/
 

Online Nandito

Re: Cancro Geral
« Responder #31 em: 15/08/2022, 10:10 »
 
Descoberta relação inesperada entre dois dos fatores que causam cancro com maior frequência

12.08.2022 às 08h30


Fonte de imagem: Getty Images

Os resultados do estudo têm implicações no contributo para o tratamento do cancro

Uma equipa liderada por investigadores da Universidade de Wisconsin-Madison, EUA, descobriu a ligação direta entre duas das mutações genéticas que mais frequentemente levam as células a tornarem-se cancerígenas. Se até aqui se julgava que eram separadas e reguladas por sinais celulares distintos, agora percebeu-se que trabalham em conjunto. A implicação mais significativa: entender esta cooperação abre caminho a novos (e mais eficazes) tratamentos.

Em causa está a proteína p53, que atua no núcleo das células para responder ao stress, e uma via de sinalização (faz parte do sistema de comunicação que coordena as atividades e funções celulares, permitindo a realização de importantes tarefas de comunicação entre células) chamada PI3K/Akt, localizada na superfície das células. Mutações tanto no gene que produz a proteína como responsáveis por ativar essa via de sinalização estão muitas implicadas na proliferação das células tumorais.

Com este novo estudo, os investigadores descobriram agora que estes fatores, aparentemente não relacionados, têm uma ligação entre eles e é essa “parceria” que fez com que, na experiência realizada, em vez de morrerem com quimioterapia, as células conseguissem reparar-se e continuar a crescer, promovendo o desenvolvimento do cancro.

Daqui para a frente, esta descoberta, que os responsáveis classificam como “surpreendente” poderá ajudar no tratamento contra o cancro. “Os tratamentos atuais podem não funcionar porque operam diretamente numa enzima diferente daquela que a equipa descobriu poder impedir a ligação entre as proteínas p53 e as vias PI3K/Akt.





Fonte: visao.sapo.pt                      Link: https://visao.sapo.pt/visaosaude/2022-08-12-descoberta-relacao-inesperada-entre-dois-dos-fatores-que-causam-cancro-com-maior-frequencia/
 

Online migel

Re: Cancro Geral
« Responder #32 em: 30/09/2022, 10:04 »
 
Cancro digestivo mata 30 pessoas por dia: sintomas são por vezes desprezados
Nuno de Noronha
30 set 2022 08:00

Helicobacter Pylori Cancro do pâncreas Saúde Pública Oncologia Doenças Cancro Saúde Cancro digestivo
Dietas da moda levam-nos a comer menos fibras aumentando o risco de cancro

Dietas da moda levam-nos a comer menos fibras aumentando o risco de cancro
Cancro do pâncreas: Esteja atento a estes 10 sinais que considera banais

O cancro digestivo representa 10% da mortalidade portuguesa, um grave problema de saúde pública que agrupa três das doenças que mais matam em Portugal: cancro do cólon e do reto, cancro do estômago e cancro do fígado. A médica e professora Marília Cravo, diretora do serviço de gastrenterologia do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), ajuda-nos a perceber melhor esta doença. Hoje é o Dia Nacional do Cancro Digestivo.


Cancro digestivo mata 30 pessoas por dia: sintomas são por vezes desprezados
O cancro digestivo mata cerca de 30 portugueses por dia (mais de 10.000/ano) e pode subdividir-se em várias tipologias. O cancro do cólon e do reto, por exemplo, é a primeira causa de morte por cancro em Portugal, com uma incidência de cerca de sete mil novos casos por ano e um registo de quatro mil mortes anuais.

Já um dos tipos de cancro digestivo que tem vindo a registar um forte acréscimo em termos de mortalidade é o cancro do pâncreas, com 1 500 novos casos por ano, e "cujos sintomas são por vezes desprezados": dores no estômago, dores nas costas, icterícia. Este tumor é mais resistente que outros tipos de cancro aos tratamentos e em 2020 será a segunda causa de morte por cancro no mundo segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O cancro do esófago é atualmente o oitavo cancro com maior incidência mundial, sendo que a sua taxa de incidência tem vindo a aumentar como consequência do aumento da prevalência dos fatores de risco mais importantes – obesidade e refluxo gastro-esofágico. Com o cancro do estômago, Portugal conta com o maior número de mortes por cancro da União Europeia e é o sexto país a nível mundial.

Por último, o Cancro do Fígado é a quinta causa de morte em Portugal em idades inferiores aos 70 anos. As principais causas são o Álcool, Hepatites C e B e a obesidade.

Por que se morre tanto de cancro digestivo em Portugal? A realidade é semelhante lá fora?
Os cancros digestivos (esófago, estômago, pâncreas, cólon e reto, fígado), quando considerados em conjunto, são dos mais prevalentes tanto em Portugal como nos outros países. Existem depois diferenças geográficas se considerarmos cada um destes tumores separadamente. Assim, se considerarmos o cancro do cólon e reto, a prevalência é mais elevada nos países ocidentais e desenvolvidos onde Portugal se situa, embora a prevalência seja ainda mais elevada em países como os Estados Unidos ou Austrália. Em relação ao cancro gástrico é mais prevalente no Oriente – Japão, China mas também em países sub desenvolvidos da América do Sul – Colômbia.


Na Europa, temos países com elevada prevalência, nomeadamente na Europa de leste e Portugal. Em relação ao cancro do esófago temos duas variantes – o tipo espino celular classicamente associado a um consumo excessivo de álcool e tabaco e este com tendência a decrescer e o tipo adenocarcinoma associado a doença de refluxo gastro esofágico, por sua vez associado a um excesso de peso ou mesmo obesidade cada vez mais prevalente no mundo ocidental.


Finalmente o cancro do pâncreas cujas incidências parecem aumentar sobretudo nos países desenvolvidos do mundo ocidental. O cancro do fígado está muito ligado à existência de uma doença cró nica do fígado – cirrose hepática.

Quais são os principais fatores de risco da doença?
Para o tumor do esófago, tipo espino celular, os principais fatores de risco são o tabaco e álcool em excesso. Existem alguns casos associados à infeção pelo vírus do papiloma humano (HPV), para o qual já existe vacina.

Para o tumor do esófago, variante adenocarcinoma, o principal fator de risco é o refluxo gastro esofágico, patologia extremamente frequente, chega a atingir 25% da população em geral.

Para o cancro do estômago, o principal fator de risco é a infeção pelo Helicobacter pylori, razão pela qual, está cada vez mais recomendada a erradicação da mesma.

No cancro gástrico, está também demonstrado que uma alimentação rica em sal e pobre em frutos e legumes possa também predispor para o aparecimento desta neoplasia. Para o cancro do pâncreas, o consumo de álcool, tabaco, diabetes mellitus e uma história familiar positiva são os principais fatores de risco.


De notar que o excesso de peso e obesidade, aliados à falta de exercício físico, constituem fatores de risco para algumas destas neoplasias nomeadamente, esófago distal, pâncreas, cólon e reto e talvez o estômago. Para o cancro do fígado o principal fator de risco continua a ser o consumo crónico e excessivo de álcool, logo seguido das infeções crónicas pelo vírus C e B. De notar que também aqui, o excesso de peso e a obesidade podem originar cirroses hepáticas de difícil controlo.


É possível prevenir o cancro digestivo?
A forma mais eficaz de prevenir estas neoplasias será contrariar os fatores de risco já descritos. Assim, um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, combatendo o excesso de peso, aliado sempre que possível a uma atividade física regular, constituem uma estratégia preventiva eficaz contra muitas doenças como as doenças cardio e cérebro vasculares e também muitas neoplasias digestivas.

Controlar o consumo de álcool é também uma medida preventiva importante. É também importante falarmos dos programas de rastreio – apenas validados para o cancro do cólon e reto. Para as neoplasias do tubo digestivo alto, estômago e pâncreas não estão recomendados programas de rastreio, mas é importante médico e doente estarem alerta os sintomas – enfartamento, dores abdominais, perda de peso - de forma a que o diagnóstico seja feito numa fase precoce da doença.

O prognóstico da doença é muito variado?
É bastante diferente para as várias neoplasias, dependendo sobretudo do estadio em que a neoplasia é diagnosticada. É mais favorável para as neoplasias do cólon e reto, seguidas do estômago ou esófago distal e muito menos favorável para as neoplasias do esófago e do pâncreas. Mas, volto a frisar, que este prognóstico está muito dependente do estadio da neoplasia. Para estádios precoces, o prognóstico é sempre muito mais favorável do que para estádios avançados.


Existem tratamentos eficazes?
Sim. O único tratamento curativo para o cancro digestivo é a cirurgia. Porém, para a grande maioria dos tumores digestivos, com a exceção do cólon, os resultados da cirurgia podem muitas vezes serem melhorados com a realização de quimioterapia e/ ou radioterapia antes da cirurgia.


As realizações destas terapêuticas podem também estar recomendada depois da cirurgia, para consolidar o tratamento.

Apesar destas serem as terapêuticas clássicas para tratar o cancro digestivo, existem muitas outras como sejam as terapêuticas endoscópicas no estadios muito precoces, as terapêuticas ligadas à radiologia de intervenção, muito utilizadas no tratamento dos cancros do fígado ou em metástases hepáticas, técnicas inovadoras de radioterapia – como o SBRT, entre outras.

Daqui ressalta que a discussão da doença oncológica deve ser multidisciplinar desde o início. Desde a abordagem diagnóstica até à decisão terapêutica – qual a melhor abordagem que permita a melhor taxa de curabilidade com a maior preservação de qualidade de vida para o doente, com menores riscos e maior ganho tanto em sobrevida livre de doença como em qualidade de vida. Só assim conseguiremos vencer esta doença.


Fonte: Sapo
 

Online migel

Re: Cancro Geral
« Responder #33 em: 17/10/2022, 10:32 »
 
Vacina contra o cancro pode chegar “antes de 2030”, apontam cientistas

Por Revista De Imprensa em 09:06, 17 Out 2022



As vacinas contra o cancro podem estar disponíveis antes do final da década, segundo apontaram Ugur Sahin and Ozlem Tureci, responsáveis pelo desenvolvimento da vacina contra a Covid-19 da BioNTech.

Em entrevista à televisão britânica ‘BBCC’, o casal, cofundador da empresa alemã de biotecnologia, manifestou o seu otimismo em relação ao futuro da tecnologia associada às vacinas mRNA, que pode ser redirecionada para o combate do sistema imunitário às células cancerígenas.

“O mRNA atua como modelo e diz ao corpo para produzir o medicamento (…) neste caso, antigénios do cancro que distinguem as células cancerígenas das células normais”, explicou o casal, que desenvolve já diversos testes, incluindo um em que os pacientes recebem uma vacina personalizada para estimular o sistema imunológico a atacar a doença, através de instruções da vacina, que tem apresentado sinais encorajadores. Sobre a possibilidade de uma vacina disponíveis, Sahin apontou para “antes de 2030”.



Fonte: https://multinews.sapo.pt/noticias/vacina-contra-o-cancro-pode-chegar-antes-de-2030-apontam-cientistas/
 

Offline Sininho

Re: Cancro Geral
« Responder #34 em: 19/12/2022, 11:12 »
 
O cancro de Alyssa desapareceu graças a uma nova terapia


Um diagnóstico de leucemia nos linfócitos T é sempre uma notícia pesada. Ainda mais após uma recaída, como aconteceu com Alyssa, jovem inglesa de 13 anos. Para Alyssa, este tipo de cancro não desaparecia – até agora. Seis meses depois de ter participado num ensaio clínico com uma nova tecnologia de edição genética dos linfócitos T (ou células T), não há sinais de leucemia. É o primeiro caso de sucesso com esta nova terapia.

São notícias positivas para a inglesa e para a ciência. O tratamento com base em técnicas de imunoterapia que recorre às células imunitárias modificadas geneticamente (as chamadas células CAR-T) não é uma novidade – em Portugal, o Instituto Português de Oncologia no Porto (IPO-Porto) já aplicou estes tratamentos a pelo menos 33 doentes.

Esta nova tecnologia é ligeiramente diferente de outras que já vimos tratar alguns casos de leucemia linfoblástica aguda, o cancro do sangue agressivo com que Alyssa foi diagnosticada. Enquanto em casos como o de Emily Whitehead, um dos primeiros sucessos da imunoterapia com células CAR-T, se alteram os linfócitos T (células do sistema imunitário) dos próprios doentes para desencadear uma resposta contra as células cancerosas, aqui as mudanças são diferentes.

Continuação da notícia em Público.  https://www.publico.pt/2022/12/12/ciencia/noticia/cancro-alyssa-desapareceu-gracas-nova-tecnica-edicao-genetica-2031071
Queira o bem, plante o bem e o resto vem...
 

Online Nandito

Re: Cancro Geral
« Responder #35 em: 02/01/2023, 09:39 »
 
Cancro: Coimbra junta-se a Porto Lisboa e arranca tratamentos com células geneticamente modificadas

MadreMedia
2 jan 2023 07:35



MANUEL FERNANDO ARAÚJO/LUSA

A utilização de células geneticamente modificadas para o tratamento do cancro não é nova em Portugal, mas agora chega a Coimbra.

Escreve o Público que o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra será a quarta instituição em Portugal a ter tratamentos com células CAR-T.

O tratamento com células geneticamente modificadas, que já foi aplicado em pelo menos 51 doentes, acontece desde 2019 no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, no IPO de Lisboa e no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN).

O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto administrou pela primeira vez em Portugal uma terapia no tratamento do cancro do sangue assente na modificação genética de células, que supõe uma taxa de sucesso de 40%, em maio de 2019.

Em declarações à Lusa, o diretor da Clínica de Onco-Hematologia, José Mário Mariz, explicou então que esta terapia se aplica apenas a dois tipos de tumores – linfomas e leucemias – e em doentes cuja doença não está controlada, mesmo depois de submetidos a todas as terapêuticas convencionais.

O médico adiantou que, esgotando todas as possibilidades de tratamentos, esses doentes ficam sem opções e, “infelizmente”, com uma esperança média de vida de seis meses.

Com a administração desta nova terapia, porém, 40% desses doentes têm a doença controlada ao fim de dois anos.

“Não sendo excecional é bastante melhor do que o que tínhamos até agora. Há doentes em que a terapia vai falhar, infelizmente, mas cerca de 40% deles vão estar curados ou com a doença controlada ao fim de dois anos”, frisou.

Apesar de falar num “grande avanço”, o clínico sublinhou que “infelizmente” este tratamento não vai resolver todos os cancros de sangue, mas é uma importante “arma terapêutica”.

Quanto ao processo em si, José Mário Mariz explicou à data que a “grande inovação” da terapia passa por células geneticamente modificadas.

Segundo o médico, o processo começa com a recolha de linfócitos dos doentes que, posteriormente, são enviados para um laboratório nos Estados Unidos da América (EUA) onde vão ser geneticamente modificados para detetar e destruir as células cancerígenas.

“Este processo, desde a colheita ao laboratório e ao regresso ao hospital de origem, demora cerca de quatro semanas. As células chegam criopreservadas e podem manter-se por um ano”, explicou.

Ainda que não se discutam preços em Portugal sobre a aplicação desta terapia inovadora, José Mário Mariz contou que nos EUA só o tratamento ronda os 400 mil euros por doente, valor que não engloba os gastos indiretos, mas apenas a transformação das células.

*Com Lusa






Fonte: 24.sapo.pt                              Link: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/cancro-coimbra-junta-se-a-porto-lisboa-e-arranca-tratamentos-com-celulas-geneticamente-modificadas
 

Online Nandito

Re: Cancro Geral
« Responder #36 em: 11/01/2023, 15:39 »
 
Cancro: "Não há vantagens" em tratar doentes portugueses em Sevilha

N.N./Lusa
11 jan 2023 13:53



Fonte de imagem: lifestyle.sapo.pt

O porta-voz da Associação Oncológica do Algarve (AOA) afirmou hoje que “não há vantagens técnicas ou outras” que justifiquem a deslocação de doentes oncológicos do Algarve para efetuarem tratamentos de radiocirurgia em Sevilha, Espanha.

Jaime Ferreira, que falava na comissão parlamentar de Saúde, criticou a concessão dos tratamentos de radiocirurgia pelo Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) a um grupo espanhol, no âmbito de um concurso internacional, “tendo por base apenas critérios económicos”.

“Fazer concursos em que os critérios são económicos e que quando eles ficam empatados fazem uma decisão de bola ao ar, ou bola branca ou bola preta, isto não é normal”, referiu.

Na audição na comissão de Saúde, onde a Associação Oncológica do Algarve foi ouvida a pedido do PSD, Jaime Ferreira adiantou que em Faro “existem equipamentos de última geração capazes de realizar tratamentos de excelência, evitando que os doentes fossem expostos a uma deslocação de centenas de quilómetros”.

O deputado social-democrata Rui Cristina justificou o pedido de audição da AOA no parlamento “face ao verdadeiro caos” em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde no Algarve e “perante a indignação que gerou a deslocação a Sevilha dos doentes para tratamentos de radiocirurgia”.

“Apesar de ser possível a realização dos tratamentos no Algarve, lá têm os algarvios, já com neoplasias diagnosticadas, de irem para Sevilha a fim de receberem tratamento”, apontou.

Para o deputado algarvio “é desumano sujeitar doentes já fragilizados a um transporte de quatro horas, serem atendidos por profissionais que não falam português, num transporte sem condições mínimas em caso de mal-estar e, eventualmente, sem seguro de passageiros em caso de acidente”.

Por seu turno, o deputado socialista Jorge Botelho defendeu que “todos os tratamentos devem ser feitos no futuro em Portugal, no Algarve e num serviço de saúde público”, tal como está previsto com a implantação de um centro de radioterapia gerido pelo Serviço Nacional de Saúde.

O deputado recordou que anteriormente os tratamentos de radioterapia e radiocirurgia eram contratualizados diretamente pelo CHUA com a associação, porque “não iam ao regime dos concursos públicos” e questionou o acordo feito com uma empresa prestadora de serviços que motivou que a concessão tivesse de ser feita através de concurso público internacional.

“Foi a associação que concorreu a este concurso público ou a Associação Oncológica é que se colocou diretamente sob a égide do código da contratação pública”, questionou o ex-presidente da Câmara de Tavira e da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), lembrando que há um conjunto de regulamentação que tem de ser cumprida.

Interpelado pelo deputado socialista se havia sido a associação a concorrer ou se tinha sido uma empresa e, sendo uma empresa, qual a participação da associação neste conjunto de tratamentos que têm de ser contratualizados, Jaime Ferreira admitiu que “foi a empresa Quadrantes, que pertence ao Grupo Joaquim Chaves que se apresentou ao concurso”.

“As instalações são propriedade da Associação Oncológica [do Algarve], depois a concessão foi concessionada a uma empresa certificada para o efeito, que paga uma renda pela exploração do edifício, na qual a associação tem uma quota de 10% do capital”, especificou.

Jaime Ferreira esclareceu que “não é a Associação Oncológica que vai ao concurso, mas sim a empresa Quadrantes que pertence ao Grupo Joaquim Chaves”, e que a associação “só está no processo em defesa dos interesses superiores das pessoas”.

“Nós não temos nenhum interesse privado nisto, mas apenas nos direitos das pessoas”, reiterou.

O porta-voz da associação lamentou que não se tenha equacionado fatores como o interesse do doente ou o desconforto do transporte "quando se abre um concurso em oncologia em que o critério é apenas económico”.

“Se uma boa utilização dos dinheiros públicos é mandar doentes a Sevilha para fazer este tipo de tratamentos, não concordo, até porque estamos a falar de uma poupança de algumas centenas de euros”, concluiu.







Fonte: lifestyle.sapo.pt                              Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/associacao-oncologica-diz-que-nao-ha-vantagens-em-tratar-doentes-em-sevilha
 

Online migel

Re: Cancro Geral
« Responder #37 em: 27/02/2023, 14:09 »
 
Cancro do intestino mata 11 pessoas por dia. "Não conseguimos dar seguimento aos testes positivos, nem vamos a tempo de salvar vidas"

Nuno de Noronha
27 fev 2023 12:02
Atualidade


Europacolon Portugal alerta para a falta de um rastreio a nível nacional e aponta falhas na realização de colonoscopia de seguimento a testes positivos. "Não conseguimos dar seguimento aos testes positivos, nem vamos a tempo de salvar vidas", adverte Vítor Neves, Presidente da Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo.
Cancro do intestino mata 11 pessoas por dia.


O cancro do intestino mata 11 pessoas por dia em Portugal. "Muitas destas mortes poderiam ser evitadas através de práticas preventivas e de rastreio para diagnóstico precoce. É sabido que a deteção do cancro colorretal, em estadio I, está associada a 90% de sobrevida global em 5 anos", alerta a Europacolon Portugal em comunicado, que reitera o apelo para se implementar um Rastreio de Base Populacional.

Todos os anos são diagnosticados mais de 10 mil novos casos desta doença e estima-se que existam cerca de 80 mil doentes ativos, sendo que 50% da população nacional ainda desconhece os sintomas deste tipo de cancro.

"O número de doentes continua a aumentar e o apoio nos hospitais é insuficiente. O prazo para fazer uma colonoscopia é de 6 a 12 meses em Portugal Continental. Desta forma, não conseguimos dar seguimento aos testes positivos, nem vamos a tempo de salvar vidas", adverte Vítor Neves, presidente da Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo (Europacolon Portugal).

"Infelizmente, existem disparidades gritantes em toda a Europa no rastreio do cancro colorretal", acrescenta a nota.

Segundo dados da Europacolon Portugal, apenas 14% dos cidadãos europeus do grupo etário (50 - 74 anos) foram convidados a aderir a um rastreio de base populacional.

“A deteção precoce deve ser prioridade da tutela, sob pena de aumentarmos os custos globais de saúde (diretos e indiretos) para os doentes, para as empresas que enfrentam o absentismo laboral, para os hospitais e centros de saúde, que vêm os seus pacientes aumentar, bem como o tempo de espera para a realização de exames complementares de diagnóstico e respetivos tratamentos. As Escolas precisam ter uma política uniforme no que respeita a alimentação nos refeitórios e a promoção de hábitos alimentares salutares. E o apoio à criação de campanhas de sensibilização junto da população deveria ser uma realidade", refere Vítor Neves.


O risco da doença aumenta a partir dos 50 anos. A obesidade, o consumo de álcool e tabaco são fatores de risco importantes, sendo que é fundamental conhecer os antecedentes familiares. Uma dieta rica em gordura, fritos, açúcar, carnes vermelhas e processadas aumenta a probabilidade de desenvolver cancro do intestino. Redução do consumo de álcool, aumento da atividade física e manutenção de um peso corporal saudável são algumas das estratégias fundamentais para prevenir este tipo de patologia oncológica.

Fique atento aos sintomas
Alteração persistente dos hábitos intestinais, como o aparecimento de prisão de ventre ou diarreia, sem razão aparente, e/ou fezes muito escuras
Perda de sangue pelo reto/ânus ou sangue misturado nas fezes, sem irritação, dor ou prurido
Dor forte ou desconforto abdominal
Sensação de que o intestino não esvazia completamente
Dor forte, desconforto abdominal e/ou cansaço sem explicação aparente. [/size]


Fonte: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/cancro-do-intestino-mata-11-pessoas-por-dia-nao-conseguimos-dar-seguimento-aos-testes-positivos-nem-vamos-a-tempo-de-salvar-vidas
 

Offline luisinho

Re: Cancro Geral
« Responder #38 em: 10/01/2024, 11:03 »
 
Podcast "Oncologia no Ar": O impacto do cancro na família e a importância do cuidador

SAPO Digital Studio
Saúde e Medicina

Podcast "Oncologia no Ar": A importância das associações de doentes na luta contra o cancro

Podcast "Oncologia no Ar": Cancro hereditário é prevalente e está subdiagnosticado

No quarto episódio da nova temporada do podcast "Oncologia no Ar", a médica Sónia Rego, especialista em Oncologia Médica, e o farmacêutico Manuel Guedes, cuidador de uma doente oncológica, falam sobre o impacto do cancro na estrutura familiar, bem como o papel essencial do cuidador na gestão da doença.

Foi um resultado positivo de um teste de pesquisa de sangue oculto nas fezes que levou a mulher de Manuel Guedes a perceber que algo de errado se passava com a sua saúde. "As campainhas soaram logo e fomos imediatamente fazer umas análises ao hospital que confirmaram [que havia doença oncológica]", recorda Manuel Guedes, que foi cuidador informal da sua mulher, diagnosticada com um tumor maligno em 2019.

"A nossa vida alterou-se completamente", admite o farmacêutico de profissão a residir no Porto, em declarações ao médico Rui Neto Fernandes durante o quarto episódio do podcast "Oncologia no Ar". "Não obstante o apoio da minha família e amigos, a verdade é que o cancro tinha chegado à minha família. Não foi fácil gerir a situação e as dificuldades foram grandes", recorda.

"Uma família que tenha de facto este problema tem muita dificuldade em poder garantir a sua vida, a sustentabilidade da sua família, a harmonia, se não houver condições para isso", refere.

Segundo a médica Sónia Rego, especialista em Oncologia Médica, alguns dos desafios mais importantes da família de um doente oncológico prendem-se com os mitos e os tabus em relação aos tratamentos. "O cancro ainda tem uma conotação forte e o seu impacto pode ser avalassador", sublinha. "Tendo em conta que é uma doença que tem vindo a aumentar, há que desmistificar o cancro e os seus tratamentos", adverte.

A médica ressalva que o papel dos familiares pode ser muito importante na gestão da doença, mas nota que o envolvimento dos familiares deve ser consentido pelo doente. A oncologista cita ainda a importância da empatia na relação médico-doente, bem como o envolvimento de vários atores no apoio ao utente.

Veja este episódio em baixo

O podcast ‘Oncologia no Ar’ pretende ser um momento de conversa intimista entre convidados com diferentes histórias de vida e percursos profissionais.

Será um espaço de partilha de experiências, mas também de transmissão de informação importante para doentes oncológicos, os seus cuidadores e familiares mas também para a população em geral.


As informações disponibilizadas através deste podcast são de cariz meramente informativo e educativo e não deve ser entendida como recomendação terapêutica nem substitui os conselhos e recomendações de profissionais de saúde especializados, não dispensando a consulta destes para obtenção de informação detalhada sobre medicamentos, dispositivos médicos, diagnósticos e tratamentos.

Caso tenha alguma questão, contacte a sua equipa de cuidados de saúde.


Fonte: https://lifestyle.sapo.pt/saude/saude-e-medicina/artigos/podcast-oncologia-no-ar-o-impacto-do-cancro-na-familia-e-a-importancia-do-cuidador
 

Offline Sininho

Re: Cancro Geral
« Responder #39 em: 16/01/2024, 17:33 »
 
Regime transitório de emissão de atestado médico de incapacidade multiúso para doentes oncológicos e pessoas com deficiência

A Lei n.º 1/2024, de 4 de janeiro, estabelece um regime transitório de emissão de atestado médico de incapacidade multiúso para doentes oncológicos e pessoas com deficiência, para efeitos de acesso e manutenção das medidas e benefícios sociais, económicos e fiscais legalmente previstos.

No âmbito do atestado médico de incapacidade multiúso para pessoas com deficiência, para efeitos de benefícios sociais, económicos e fiscais, a validade dos atestados médicos de incapacidade multiúso, emitidos nos termos do n.º 2 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 202/96, de 23 de outubro, é prorrogada até à realização de nova avaliação, desde que acompanhados de comprovativo de requerimento de junta médica de avaliação de incapacidade ou, quando aplicável, de junta médica de recurso para a correspondente reavaliação, com data anterior à data de validade.


Publicada por João Adelino Santos
Queira o bem, plante o bem e o resto vem...
 

Online migel

Re: Cancro Geral
« Responder #40 em: 26/02/2024, 14:18 »
 
Cancro. "Deteção precoce muitas vezes permite uma gama mais ampla de opções de tratamento"
N.N.
26 fev 2024 10:01
Atualidade
Saúde Cancro
Cancro do ovário mata 400 mulheres por ano. Novo guia alerta para sintomas, prevenção e necessidade de diagnóstico precoce


Todos os anos são diagnosticados em Portugal cerca de três mil novos casos de cancro ginecológico. Normalmente silenciosos e detetados em fase avançada, os cancros ginecológicos são por vezes esquecidos, tal como acontece com a saúde das mulheres. Falámos sobre este tema com Filipa Proença Pontes, médica oncologista da Unidade de Tumores Ginecológicos da ULS Dão Lafões.
Cancro.


 
Os dados mais recentes, divulgados no Fórum Económico Mundial, não enganam: combater esta menor atenção dada à saúde das mulheres, em comparação com a dos homens, permitiria estimular a economia mundial com 920 mil milhões de euros por ano até 2040.

Dados apontam que as mulheres são diagnosticadas mais tarde do que os homens em relação a 700 doenças diferentes. Se aliarmos isto ao facto de as doenças ginecológicas, como é o caso dos cancros, serem detetadas tardiamente devido ao facto de serem silenciosas, percebemos a urgência de investir na saúde das mulheres, um dos melhores investimentos que os países podem fazer nas suas sociedades e economias.

Ao longo dos últimos séculos, a longevidade sofreu um enorme avanço, com a esperança média de vida a passar dos 30 para os 73 anos entre 1800 e 2018. Ainda assim, e apesar de ter uma esperança média de vida superior, em média, uma mulher passará nove anos com problemas de saúde, mais 25% em relação aos homens.

Falámos sobre este tema com Filipa Proença Pontes, médica oncologista da Unidade de Tumores Ginecológicos da ULS Dão Lafões.

Considerando que muitas vezes são assintomáticos em estágios iniciais, qual é a importância da deteção precoce dos cancros ginecológicos?
A deteção precoce dos cancros ginecológicos está relacionada com um melhor prognóstico da doença. O tratamento pode ser mais eficaz, e as opções de tratamento podem ser menos invasivas. A deteção precoce muitas vezes permite uma gama mais ampla de opções de tratamento. Em estágios iniciais, cirurgias menos extensas e tratamentos menos agressivos podem ser suficientes, reduzindo o impacto físico e emocional sobre a doente. Detetar o cancro em estágios iniciais pode ajudar a prevenir a disseminação do tumor para outras partes do corpo, reduzindo assim a morbidade (impacto na saúde) e a mortalidade associadas à doença. O tratamento precoce pode ainda ajudar a preservar a função dos órgãos afetados e, portanto, melhorar a qualidade de vida da doente após o tratamento.


Como é que avalia a eficácia dos programas de rastreio, como o exame de Papanicolau, na prevenção e deteção precoce dos cancros ginecológicos?
O exame de Papanicolau é projetado para identificar alterações nas células do colo do útero que podem indicar lesões pré-cancerosas ou cancro cervical em estágios iniciais. Ao detetar essas alterações precocemente, é possível intervir antes que o cancro se desenvolva. Os programas de rastreio, quando implementados de maneira eficaz, demonstraram ainda reduzir significativamente a incidência e a mortalidade do cancro cervical. O principal objetivo do rastreio é identificar anormalidades precoces para que intervenções médicas possam ser realizadas. A deteção precoce através de programas de rastreio contribui para um tratamento mais eficaz e menos invasivo. Isso não aumenta apenas as taxas de sobrevivência, mas também melhora a qualidade de vida das mulheres, reduzindo a necessidade de tratamentos mais agressivos. Além dos exames em si, os programas de rastreio também desempenham um papel importante na educação e conscientização das mulheres sobre a importância dos exames regulares, sintomas a serem observados e medidas preventivas.

Além dos sintomas físicos, que manifestações emocionais ou psicológicas podem estar associadas ao diagnóstico dos cancros ginecológicos, e como podem ser abordadas pelos profissionais de saúde?
O diagnóstico de cancros ginecológicos pode desencadear uma variedade de manifestações emocionais e psicológicas nas doentes. Algumas dessas reações podem incluir ansiedade em relação ao tratamento, receios sobre o futuro e a incerteza da doença, podem ser experiências comuns. O diagnóstico de um cancro ginecológico pode levar à depressão. Em alguns casos, as doentes podem experimentar sentimentos de vergonha ou estigma associados aos cancros ginecológicos devido à natureza íntima dos órgãos afetados. O tratamento para o cancro ginecológico, como cirurgias e terapias hormonais, pode impactar a sexualidade e a imagem corporal, levando a preocupações e ansiedades. Algumas doentes podem se sentir isolados de amigos e familiares devido à natureza sensível do diagnóstico ou porque não se sentem compreendidos.


Os profissionais de saúde desempenham um papel crucial no apoio emocional durante o processo de diagnóstico e tratamento. Encaminhar as pacientes para serviços de aconselhamento psicológico pode ajudar a lidar com as emoções complexas associadas ao diagnóstico. Fornecer informações claras e compreensíveis sobre o cancro ginecológico, tratamentos e expectativas pode reduzir a ansiedade associada à incerteza. A integração de profissionais de saúde mental na equipa de cuidados oncológicos pode garantir uma abordagem multidisciplinar no tratamento. Encorajar as doentes a partilhar suas preocupações e sentimentos pode ajudar na compreensão de suas necessidades emocionais e no desenvolvimento de estratégias para enfrentar a doença.

De que forma é que uma abordagem multidisciplinar pode beneficiar o tratamento dos cancros ginecológicos, especialmente em casos avançados ou recorrentes?
Uma equipa multidisciplinar envolvendo oncologistas, cirurgiões, radiologistas, patologistas, enfermeiros e profissionais de saúde mental pode colaborar para criar um plano de tratamento abrangente e personalizado para cada doente. Em casos avançados ou recorrentes, pode ser necessário combinar diferentes modalidades de tratamento, como cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapias hormonais ou imunoterapia. Uma equipa multidisciplinar pode coordenar essas terapias de maneira eficaz.

Além do tratamento direcionado para o cancro, a equipa multidisciplinar pode avaliar e abordar as necessidades gerais de saúde da doente, incluindo a gestão de sintomas, o suporte nutricional e a saúde emocional. Uma equipa multidisciplinar pode ainda ajudar na gestão desses efeitos colaterais relacionados com os tratamentos, proporcionando maior conforto e qualidade de vida.


A colaboração entre diferentes especialidades pode ainda facilitar o acesso a ensaios clínicos e terapias inovadoras, oferecendo opções adicionais de tratamento para doentes com casos avançados ou recorrentes.

De salientar ainda que os profissionais de saúde mental, assistentes sociais e conselheiros podem integrar a equipa para fornecer suporte emocional e social, ajudando as doentes a enfrentar os desafios psicológicos associados ao diagnóstico e tratamento do cancro.

Quais são as estratégias mais eficazes para aumentar a conscientização sobre os sintomas dos cancros ginecológicos entre as mulheres e encorajá-las a procurar cuidados médicos precoces?
Algumas estratégias eficazes para aumentar a conscientização incluem:

Campanhas de Saúde Pública: Desenvolver campanhas de saúde pública que abordem os sintomas dos cancros ginecológicos, utilizando diferentes meios de comunicação, para atingir um público amplo.
Educação nas Escolas e Comunidades: Integrar a educação sobre saúde reprodutiva e os sinais de alerta dos cancros ginecológicos nos currículos escolares e realizar sessões de conscientização em comunidades locais.
Eventos de Sensibilização: Organizar eventos, como palestras, seminários e workshops, para informar as mulheres sobre os cancros ginecológicos, seus fatores de risco e a importância da deteção precoce.
Envolver Profissionais de Saúde: Incentivar os profissionais de saúde a conversar abertamente sobre os sintomas dos cancros ginecológicos durante consultas médicas de rotina e exames ginecológicos.
Testemunhos de Sobreviventes: Partilhar histórias de mulheres que enfrentaram e superaram os cancros ginecológicos pode inspirar outras a buscar cuidados médicos precoces.
Programas de Rastreio Gratuitos ou Acessíveis: Oferecer programas de rastreio gratuitos ou acessíveis para mulheres em comunidades carentes ou com dificuldades de acesso aos cuidados de saúde.
Que consequências sociais e individuais podem surgir devido ao diagnóstico tardio ou tratamento inadequado dos cancros ginecológicos?
O diagnóstico tardio muitas vezes está associado a um prognóstico menos favorável. O tratamento pode ser mais desafiador e as taxas de sobrevivência podem ser reduzidas. Em casos de diagnóstico tardio, podem ser necessárias intervenções mais invasivas, como cirurgias mais extensas, radioterapia agressiva e tratamentos mais intensivos, o que pode impactar negativamente na qualidade de vida. Alguns tratamentos, como cirurgias extensas e radioterapia pélvica, podem afetar a fertilidade.

Em termos de impacto social o diagnóstico tardio e tratamento inadequado podem aumentar os custos para os sistemas de saúde devido à necessidade de tratamentos mais intensivos e prolongados.

O diagnóstico tardio pode impactar negativamente a rede de apoio social, colocando pressão sobre familiares e amigos que podem se tornar cuidadores.

Quais são os principais mitos ou equívocos sobre os cancros ginecológicos que seriam importantes esclarecer junto das mulheres?
É crucial esclarecer mitos e equívocos sobre os cancros ginecológicos para garantir que as mulheres tenham informações precisas e tomem decisões informadas sobre sua saúde. Alguns dos principais mitos que precisam ser esclarecidos incluem:


"Apenas mulheres mais velhas podem ter cancros ginecológicos." - Cancros ginecológicos podem afetar mulheres de todas as idades, inclusive jovens.

"Se eu não tiver sintomas, não preciso me preocupar com cancros ginecológicos." - Muitos cancros ginecológicos podem ser assintomáticos em estágios iniciais. Exames de rotina, como o Papanicolau, são essenciais mesmo na ausência de sintomas.

“Cancros ginecológicos são sempre hereditários." - Embora exista uma componente genética em alguns casos, a maioria dos cancros ginecológicos ocorre devido a fatores ambientais e de estilo de vida.


"Cancros ginecológicos são sempre fatais." - Com a deteção precoce e avanços nos tratamentos, muitos cancros ginecológicos são tratáveis e têm taxas de sobrevivência favoráveis.

"Se eu tiver HPV, certamente desenvolverei cancro cervical." - O HPV é comum, e a maioria das infeções resolve-se sozinha. Apenas alguns tipos de HPV estão associados a um maior risco de cancro cervical.


SAPO
 

Online Nandito

Re: Cancro Geral
« Responder #41 em: 17/04/2024, 10:36 »
 
Aumento de cancros nos jovens preocupa especialistas


Redação
17 Abril 2024, 09h07




Está a aumentar o número de casos de cancro na população com menos de 40 anos. Linfomas e cancros da mama e testículo são os mais preocupantes.

O número de casos de cancro entre os mais jovens está a aumentar, sobretudo os linfomas, os cancros da mama e do testículo. A notícia é avançada pelo Diário de Notícias e tem por base estudos internacionais e declarações de especialistas portugueses, que dizem que estes números não podem ser ignorados. Faltam, porém, dados em Portugal sobre as incidências de cancros nas faixas etárias mais jovens. O Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria, por exemplo, está a reunir os seus próprios dados.

Um estudo feito em Málaga, Espanha, com cerca de 30 mil pacientes, concluiu que existe um aumento da incidência de cancro na população entre os 20 e os 45 anos. As neoplasias mais comuns nos doentes mais jovens, segundo a JCO Global Oncology, são o cancro da mama, o cancro do testítulo e o linfoma não-Hodgkin. Dos 29,737 pacientes selecionados pelo estudo, 29.514 tinham idade igual ou superior a 20 anos.

“Isto não pode ser ignorado”, alerta Luís Costa, diretor do Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. As sirenes soaram quando começou a ler uma série de publicações internacionais que revelavam o aumento da incidência de alguns tipos de cancro entre os mais jovens. A isso, juntou-se a sua própria experiência no serviço que dirige. “Aumentámos muito o número de doentes” nos últimos anos, nomeadamente os que estão abaixo dos 40 anos, diz ao DN. O serviço começou a compilar os seus próprios dados, comparando 2019 com 2023. Os resultados deverão ser conhecidos em breve. A nível nacional, não há dados atualizados. Os últimos dados do Registo Oncológico Nacional são de 2020.

Luís Costa, em conjunto com outros oncologistas europeus, decidiu criar uma fundação “para investigar e detetar cancros em mulheres abaixo dos 40 anos”: a Breast Cancer in Young Woman. “Os programas de rastreio do cancro da mama para a população em geral não incluem tipicamente mulheres com menos de 40 anos, contribuindo indiretamente para os atrasos de diagnóstico”, explica ao Diário de Notícias.

O oncologista acrescenta ainda que o cancro em pessoas muito jovens “tem de ser tratado como um assunto sério”. “Temos de perceber porque está a acontecer.”





Fonte: onovo.sapo.pt                       Link: https://onovo.sapo.pt/noticias/aumento-de-cancros-nos-jovens-preocupa-especialistas/?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
 

 



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