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Autor Tópico: Centro João Paulo II, onde doentes profundos vivem a esperança  (Lida 1717 vezes)

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Online Nandito

 
Centro João Paulo II, onde doentes profundos vivem a esperança

MadreMedia / Lusa
22 nov 2022 06:10



Fonte de imagem: 24.sapo.pt

Com 192 residentes, o Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II tem sempre a lotação esgotada e uma procura permanente, o que obriga a ter uma equipa bem preparada para dar resposta a cada um dos utentes.

Os doentes profundos são os habitantes desta casa criada em 1989 e que pertence à União das Misericórdias Portuguesas e é neles que estão centradas todas as preocupações dos mais de 200 profissionais que ali prestam serviço.

“O Centro João Paulo II tem uma equipa muito alargada em termos profissionais e estou enquadrada no serviço de reabilitação, no qual existe só um técnico de educação especial e reabilitação que sou eu”, admite Lídia Saramago, acrescentando que “quando chega a hora de avaliar os utentes”, cabe-lhe a si avaliá-los todos.

“Não significa que eu dê apoio a todos. Temos de avaliar o utente e verificar qual é o mais prioritário (…). Isto acontece comigo, com a fisioterapia, com a terapia ocupacional, com a área do desporto. Nós avaliamos e – o nosso horário é de 35 horas semanais – temos apoios de uma hora por utente, há utentes que têm mais de uma vez por semana, portanto mais de uma hora por semana, que é o caso do Tiago e, portanto, não consigo dar [apoio] a todos os utentes, naturalmente”, explica a terapeuta.

Face a esta situação tem cerca de 10 ou 12 utentes a quem dá apoio regular, um dos quais é o Tiago Saraiva, que tem na rádio um projeto de “treino de competências, de valorização pessoal”.

“Também dou apoio a miúdos que vão ao ensino regular. Faço o acompanhamento daquilo que é o currículo adaptado para eles na escola. É como se eles fizessem comigo os trabalhos de casa e vamos dando estratégias para que eles possam, de facto, aprender dentro daquilo que são as suas capacidades, para que possam ter uma noção daquilo que é o mundo que os rodeia e daquilo que está enquadrado no plano curricular para o ano letivo que frequentam”, adianta a responsável pelo Serviço de Reabilitação do Centro.

O que se esquece de frisar, é a liberdade de gestão de horários que tem para poder acorrer a todas as necessidades do seu serviço.

“Vou gerindo e tenho essa liberdade para fazer isso de forma autónoma. E todos os que trabalhamos aqui temos liberdade, liberdade com responsabilidade, para gerir o nosso horário. E, claro, estamos todos aqui muito focados naquilo que é essencial, que é o residente”, assegura.

Ao lado, Tiago Saraiva, acompanha as declarações de Lídia com um assentimento de cabeça e é perentório: “A Lídia é uma amiga, é uma irmã. Gosto muito de trabalhar com ela!”








Fonte: 24.sapo.pt                               Link: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/centro-joao-paulo-ii-onde-doentes-profundos-vivem-a-esperanca
 
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Online Nandito

 
Jovem com paralisia cerebral vive sonho nas ondas da rádio a partir de Fátima

MadreMedia / Lusa
22 nov 2022 06:12



Fonte de imagem: 24.sapo.pt

Poucos minutos depois das 09:30, à porta do estúdio improvisado, surge o Tiago Saraiva, gargalhada fácil e alegria contagiante, para duas horas semanais de emissão em direto na Rádio João Paulo II.

A testar o equipamento já se encontra Lídia Saramago, que com o Tiago tem a responsabilidade de ocupar o horário entre as 10:00 e as 12:00, a cada quinta-feira, naquela rádio com transmissão, para já, apenas no Youtube.

Isto não seria notícia, não fosse o palco da rádio o Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II, em Fátima, e Tiago Saraiva um dos 192 utentes da instituição, onde reside desde os três anos de idade, há 32 anos, devido à paralisia cerebral com que nasceu e que lhe confere elevado grau de incapacidade.

Na cadeira de rodas elétrica, Tiago entra no estúdio a rir, solta um sonoro “Bom dia, Lídia!” e dirige-se ao seu lugar frente ao microfone.

A três metros de distância, um grande quadro branco tem o alinhamento da emissão. No dia 17 de novembro, por exemplo, falou-se de várias datas comemorativas, como os dias do não fumador, da filosofia ou dos estudantes.

Ao lado de Lídia Saramago, técnica superior de Educação Especial e Reabilitação, que há 25 anos trabalha na instituição, Tiago, que desde sempre teve fascínio pela rádio, começou com a audição, ainda criança, da então Rádio Cidade, conta que este foi um projeto que foi ao seu encontro.

“Era o que eu queria fazer da minha vida”, afirma, acrescentando que a ideia foi proposta à direção do Centro “e a Lídia tratou do resto”.

Com a aquisição do equipamento, desde 2018 que existe o programa semanal da Rádio João Paulo II, de duas horas, que visa, essencialmente, dar a conhecer o que se faz no Centro de Apoio a Deficientes, mas também interagir com os ouvintes, que, durante as emissões vão dialogando com Tiago e Lídia através do ‘chat’.

Com um corpo de ouvintes não muito grande, mas fiel — são pouco mais de 200 subscritores do programa no Youtube e poucas dezenas os que acompanham as emissões em direto -, Tiago mostra-se satisfeito e admite que as manhãs de quinta-feira “são o melhor momento da semana”.

A preparação de cada programa é feita “com muita pesquisa”.

“Eu mando-lhe [a Lídia] gravações, às vezes. É muito trabalho. Não é só chegar aqui e falar”, diz Tiago, acrescentando que o processo de alinhamento do programa é feito “à terça-feira”, e ocupa várias horas.

“Eu faço tudo com gosto. Tudo o que faço na rádio é com gosto”, assegura com um grande sorriso o utente, sublinhando: “quando venho para aqui, transformo-me. Pareço o ‘bicho da rádio'”.

Quanto a programas favoritos, e embora admita que é difícil escolher, refere os de Natal e de Carnaval. “É uma alegria!”, afirma.

Apesar de satisfeito, gostava de ter mais ouvintes a comentar as emissões. “Algumas [pessoas] fazem [comentários], não tanto como eu gostaria, mas algumas fazem”, diz Tiago, para quem os projetos são feitos à cadência de “um dia de cada vez”.

“O meu grande objetivo é aqui a rádio, mas tenho também o boccia, a terapia da fala, muita coisa. E com a Lídia, espero estar aqui muitos anos”, expressa Tiago, admitindo: “a Lídia tem outros apoios [a outros utentes] para dar, eu gostava [de mais tempo na rádio], mas os recursos humanos às vezes não dão [para] tanto. Mas eu gostava. A Lídia sabe disso. Eu já falei disso com ela”.

Enquanto a emissão está no seu “momento pimbérico”, como lhe chamam os dois autores do programa aos minutos em que passam a chamada música “pimba”, Lídia Saramago explica que “este projeto representa a concretização de sonhos”.

“É muito gratificante sentir que um projeto que aparentemente parece simples é tão gratificante para um residente. Isto é um motivo de alegria e de orgulho”, diz a coordenadora do Serviço de Reabilitação do Centro, acrescentando que “todos os utentes aqui têm planos de intervenção em termos objetivos”.

“O objetivo para o Tiago hoje é fazer rádio, mas o objetivo por detrás desta rádio, e aquilo que é o meu objetivo enquanto profissional, tem a ver com promover a sua autoestima, promover a valorização pessoal, trabalhar as competências pessoais e sociais. Através deste projeto ele vai trabalhando questões funcionais na fala, mas tudo aquilo que é ele sentir-se feliz — e hoje em dia parece que é tão difícil sentirmo-nos felizes –, para mim é o mais importante”, sublinha Lídia Saramago.

“É importante ele falar bem, não é? Mas isso não é uma limitação. Agora ele está a falar bem e sente-se feliz. Tanto o sentir-se feliz, o sentir-se realizado e o facto de ter pessoas a elogiarem (…), todas essas questões mais viradas para a parte da autoestima, da valorização pessoal, para mim, são extremamente importantes”, acrescenta.

E exemplifica com uma situação que também se aplica a Tiago: “dizerem que estão felizes e que vestem a melhor roupa para vir para aqui, quando, à partida, ninguém os está a ver, para mim, isso é fundamental”.

No futuro, Lídia gostaria que o Tiago tivesse autonomia para “fazer a gestão da rádio” sozinho, “este mecanismo de pôr música, tirar a música, que ele fizesse de forma autónoma”, mas o atual sistema instalado não está preparado para isso.

“Se fosse possível ele poder vir para aqui, sem estar à espera que a Lídia venha, isso seria o topo da satisfação e da concretização dos objetivos ao nível da satisfação pessoal. Ele gosta muito de vir. Ele adora vir. Mas se ele pudesse vir, ligar, falar, produzir, construir de forma mais autónoma, isso também seria excelente. Teríamos uma rádio 24 horas por dia. Ele não ia aguentar, de certeza, mesmo com a motivação toda e com a alegria…”, diz Lídia, acompanhada de uma enorme gargalhada de Tiago, que, com os olhos a brilhar, talvez pense que essa seria mesmo “a cereja em cima do bolo”.







Fonte: 24.sapo.pt                               Link: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/jovem-com-paralisia-cerebral-vive-sonho-nas-ondas-da-radio-a-partir-de-fatima
 

 



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