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Autor Tópico: Dermatite atópica: como explicar às crianças?  (Lida 1834 vezes)

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Online Nandito

 
Dermatite atópica: como explicar às crianças?

01 jun 2022, 10:15



Fonte de imagem: observador.pt

Por ser uma doença comum na infância, o envolvimento dos mais novos no tratamento da dermatite atópica é importante. Veja aqui como explicar às crianças o que é e como evitar o desconforto que causa.


Comichão, ardor, pele seca e com manchas avermelhadas e ásperas. Só pela simples descrição dos sintomas já se percebe que quem sofre de dermatite atópica (DA) não tem a vida facilitada, especialmente se a doença se manifestar de forma moderada a grave. E se em causa estiver uma criança não é difícil perceber que aquela pode ser uma doença com forte impacto, sobretudo se não estiver devidamente tratada. Felizmente, há formas de atenuar os sintomas e garantir que a DA não assume o controlo da vida de quem dela padece. Para tal, é muito importante que os mais novos compreendam o problema e sejam envolvidos no tratamento, como explica o dermatologista Pedro Mendes Bastos, do Hospital CUF Descobertas, Lisboa.

Embora possa ocorrer em qualquer idade, a dermatite atópica – também designada como eczema atópico – é particularmente frequente em bebés, crianças e adolescentes, aparecendo na maioria dos casos durante o primeiro ano de vida. Segundo o especialista, estima-se que esta doença inflamatória crónica da pele “possa afetar 20% da população em idade pediátrica nos países desenvolvidos”, sendo que “habitualmente melhora com o avançar dos anos, podendo persistir para a vida adulta em um terço dos casos”.

Será que é DA?

Entre os principais sintomas de DA, destacam-se a secura da pele (xerose, em linguagem médica), o prurido ou comichão e o eczema, que é o nome que se dá às manchas avermelhadas, ásperas e descamativas, que podem aparecer de forma recorrente ao longo de meses a anos. De acordo com o médico, “é fácil para os pais suspeitarem de DA, caso se verifiquem estes sintomas e sinais de forma crónica e evoluindo por fases de agravamento e fases de acalmia”, o que deve motivar uma consulta médica.

Quanto à localização das lesões no corpo, refere que “na infância e puberdade, as manchas de eczema tendem a aparecer nas dobras da pele, atrás dos joelhos ou no pescoço”. Já no caso dos adultos, “o padrão pode variar, envolvendo a pele de forma generalizada, ou áreas específicas como as mãos, a face ou as pálpebras”.


“A pele de um paciente com DA não funciona como uma barreira eficaz, não tendo a mesma capacidade de se manter hidratada e de se defender das constantes agressões do dia a dia, como o banho, fricção da roupa ou variações de temperatura.”

Mas, afinal, o que causa a DA? “A resposta não é simples”, diz Pedro Mendes Bastos, segundo o qual, esta doença crónica “é mais frequente hoje do que no passado, especialmente em áreas urbanas bem como nos climas mais frios”, acreditando-se que “a conjugação de genes de atopia [predisposição hereditária para certas reações imunológicas exageradas] com algumas caraterísticas ambientais determina o surgimento desta doença”. Ainda assim, o clínico apressa-se a esclarecer que “a DA não é uma alergia, embora frequentemente ocorra em crianças que têm alergias respiratórias, como algumas formas de asma ou rinite alérgica”.

São dois os mecanismos que levam ao surgimento das alterações na pele: por um lado, encontramos “anomalias da barreira cutânea e inflamação causada pelas células do sistema imunitário, principalmente glóbulos brancos”. Ou seja, como afirma o dermatologista, “a pele de um paciente com DA não funciona como uma barreira eficaz, não tendo a mesma capacidade de se manter hidratada e de se defender das constantes agressões do dia a dia, como o banho, fricção da roupa ou variações de temperatura”. Por outro lado, “a reatividade excessiva das células do sistema imunitário a nível da pele perpetua a inflamação e os problemas de barreira, gerando-se um círculo vicioso de xerose, prurido, vermelhidão, descamação e fissuras, que constituem as tais áreas de eczema”, esclarece.
Pedro Mendes Bastos, Dermatologista


Quais são os fatores de risco?
↑ Esconder

Alguns fatores podem aumentar o risco de aparecimento de DA:

    Ambiente urbano
    Nível socioeconómico e educacional elevado
    História de DA ou de outras doenças do espectro da atopia  [PMB1] na família
    Mutações no gene 3 da filagrina
    Género feminino
    Famílias pequenas
    Entre outros

Fonte: https://www.tudosobreadermatiteatopica.pt


Não deixar que seja a DA a controlar

Antes de mais, importa ter em conta que não existe uma solução única que possa ser receitada a todas as pessoas. Até porque, como realça o médico, “existe um espectro de gravidade da DA”, sendo que a maioria dos casos são considerados ligeiros, logo, “podem ser controlados adequadamente com cuidados tópicos”, isto é, de aplicação na pele. Todavia, “algumas pessoas vão sofrer de formas moderadas a graves de DA, sendo habitualmente necessários outros tipos de tratamentos, como fototerapia [tratamento com radiação ultravioleta] ou medicamentos orais ou injetáveis”.

Pedro Mendes Bastos reforça que “o tratamento da DA deve ser altamente individualizado e de acordo com as particularidades de cada paciente e com o tipo de lesão prevalente em cada momento”. Entre as soluções terapêuticas disponíveis, destaca a necessidade de serem mantidos cuidados continuados – independentemente de haver, ou não, agravamento de sintomas – os quais passam pelo “uso adequado de cremes e produtos de higiene para reforçar a barreira cutânea e acalmar a reatividade cutânea”. Além disso, em momentos de crise ou para casos mais graves de DA, “o tratamento pode incluir medicamentos tópicos ou sistémicos, isto é, orais ou injetáveis”, indica.


“O tratamento da DA deve ser altamente individualizado e de acordo com as particularidades de cada paciente e com o tipo de lesão prevalente em cada momento.”

Pedro Mendes Bastos, Dermatologista


Levar uma vida “normal” é possível?


Sim, é. Aliás, como sublinha o dermatologista, “o objetivo deve ser esse – alcançar um controlo tal da DA que permita fazer uma vida o mais normal possível”, nomeadamente, frequentar piscinas ou praticar desporto, entre outras atividades. Ainda assim, o especialista deixa claro que “nem sempre será o caso, pois ter DA pressupõe passar por momentos bons, mas também por momentos de crise”. Nas suas palavras, “viver com DA é uma aprendizagem e uma construção que se fará, estabelecendo uma relação de confiança com o médico”.


“Viver com DA é uma aprendizagem e uma construção que se fará, estabelecendo uma relação de confiança com o médico.”
Pedro Mendes Bastos, Dermatologista




Esta relação é mesmo crucial, já que “mesmo para as formas de DA moderada a grave existem hoje tratamentos dermatológicos eficazes e seguros, com aprovação pelas agências do medicamento em idade pediátrica”, razão por que entende que a mensagem principal junto destas crianças e dos seus pais “deve ser de esperança”.

“Tempo e experiência” são fatores que o clínico considera essenciais para que os pais aprendam a gerir a DA das crianças. E isto com a ajuda do pediatra ou do médico de família, uma vez que “a maior parte das crianças com DA vão felizmente apresentar formas ligeiras”, as quais podem ser, na maioria dos casos, diagnosticadas e tratadas por estes profissionais de saúde.


“Os casos de DA moderada a grave são aqueles que devem ser acompanhados por um dermatologista, pois tratamentos mais complexos podem ser necessários para o controlo adequado da doença.”
Pedro Mendes Bastos, Dermatologista




“Na eventualidade de não se conseguir controlar com os tratamentos prescritos pelo médico, pode ser necessário consultar um especialista”, explica, acrescentando que “os casos de DA moderada a grave são aqueles que devem ser acompanhados por um dermatologista, pois tratamentos mais complexos podem ser necessários para o controlo adequado da doença”.

Explicar a DA aos mais novos

Apesar do envolvimento dos pais, as crianças não devem ser deixadas à margem, até para que possam contribuir para o sucesso do tratamento. Questionado sobre a melhor forma de explicar esta doença aos mais novos, o dermatologista partilha que “o mais fácil é referir que a pele das crianças com DA é como uma casa sem portas nem janelas”, logo, “temos de ter cuidados especiais para proteger esta casa por forma a mantê-la protegida e, assim, fazer com que a pele esteja mais confortável e com menos comichão”. Para o especialista, “envolver as crianças ativamente no tratamento é fundamental para alcançar o controlo da DA”, o que, na sua opinião, até acaba por ser fácil, já que “as crianças são inteligentes e percebem perfeitamente como cuidar da pele se tal lhes for explicado de forma simples e didática”.


“Envolver as crianças ativamente no tratamento é fundamental para alcançar o controlo da DA.”

Pedro Mendes Bastos, Dermatologista

Precisamente com o objetivo de simplificar a tarefa de falar sobre DA aos mais novos, a Sanofi lançou o projeto Tudo Sobre a Dermatite Atópica, que além de diversa informação sobre a doença, inclui também vídeos e livros produzidos com linguagem divertida e acessível, destinados a crianças com DA.

Na companhia da Diana, uma menina de 8 anos que convive com DA grave desde os 6 meses de idade, outras crianças poderão compreender o que é a doença, sentir que não estão sozinhas, e ainda perceber que é possível ultrapassar todos os problemas e estigmas. Segundo Pedro Mendes Bastos, que contribuiu como revisor científico dos filmes e livros, “combater a desinformação e facilitar a vida das crianças com DA grave são os objetivos e vantagens deste tipo de materiais”.

O impacto psicológico da DA

Explicar a DA recorrendo a materiais adequados à idade pediátrica faz sentido, sobretudo nos casos de DA moderada a grave, uma vez que, nestas situações, além do impacto a nível físico, pode observar-se também um importante impacto psicológico.


“O prurido e os eczemas na pele podem ser bastante impactantes e provocar desconforto que culmina em falta de atenção na escola e mesmo comportamentos de ansiedade.”

Pedro Mendes Bastos, Dermatologista



Isto porque “o prurido intenso é um sintoma cardinal, podendo ser tão intenso que perturba o sono, com consequências potencialmente graves nas esferas afetiva e cognitiva”. E isto tanto se observa nas crianças como nos adultos, como realça o clínico, segundo o qual, “o prurido e os eczemas na pele podem ser bastante impactantes e provocar desconforto que culmina em falta de atenção na escola e mesmo comportamentos de ansiedade”. “Os casos de DA moderada a grave devem ser avaliados como um todo, sendo que a intervenção mais eficaz para evitar o impacto psicológico é, em primeira instância, o tratamento desta doença dermatológica”, reforça, lembrando que “os contextos emocional e familiar merecem adequada valorização, naturalmente, e a sua correta avaliação também é uma parte importante do controlo da DA moderada a grave”.




Fonte: observador.pt                   Link: https://observador.pt/especiais/dermatite-atopica-como-explicar-as-criancas/
 
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Online Nandito

Re: Dermatite atópica: como explicar às crianças?
« Responder #1 em: 06/06/2022, 10:32 »
 
Dermatite atópica: "Não existe cura para esta doença crónica, mas existem tratamentos que podem minimizar ou mesmo eliminar as manifestações"

Nuno de Noronha
6 jun 2022 09:44



Fonte de imagem: lifestyle.sapo.pt

A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória crónica da pele, que se estima afetar cerca de 10 a 20% da população pediátrica a nível mundial, mas pode atingir qualquer idade. Falámos com Margarida Gonçalo, médica dermatologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, sobre esta doença.

O que é que é a Dermatite Atópica e quais os principais sintomas desta doença?

A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória crónica da pele, que se estima afetar cerca de 10 a 20% da população pediátrica a nível mundial, mas pode atingir qualquer idade. Nestes doentes a pele é tipicamente muito seca e áspera o que causa prurido (comichão), e surgem lesões de eczema que se manifestam por eritema (pele vermelha) com borbulhas, descamação, vesículas (pequenas borbulhas com líquido) e crostas e que, nas formas mais graves, se tornam numa pele muito espessa às vezes com fissuras e feridas com crosta. As lesões nos primeiros anos de vida afetam sobretudo a face e os braços e pernas, mas com a idade tendem a ficar mais crónicas e confinadas às flexuras dos braços e pernas (flexuras e regiões poplíteas), punhos e tornozelos, mas com frequente envolvimento da face (pálpebras e lábios) e pescoço, mamilos e região genital.

Quais são as principais queixas dos doentes?

A queixa principal é o prurido (comichão) por vezes com intensidade tal que impede o sono e a concentração na escola ou no trabalho e obriga a coçar de forma desesperada causando feridas adicionais na pele. Esta comichão é pior durante a noite, com o calor da cama, no contacto direto com roupas de lã ou tecidos mais “ásperos” ou ainda quando se transpira, por exemplo durante a prática de desporto. Estes doentes referem ainda frequentemente dor na pele ou outros sintomas como picadelas, desconforto, mal-estar às vezes pouco definido, mas muito incomodativo.

Qual o impacto desta doença nas crianças/adolescentes e nos seus pais/cuidadores?

O impacto da doença nas crianças mais pequenas resulta do desconforto que as impede de dormir e causa irritabilidade frequente. Nas crianças mais velhas, a doença tem um alto impacto emocional pela visibilidade das lesões e nas limitações que causa. Tanto as crianças como os pais e cuidadores que lidam diariamente com a doença referem perda de “alegria”, “sono” e “liberdade” e impacto na criação de relações de amizade, na escola e no desporto, o que pode levar a episódios de ansiedade e tristeza. São assim frequentes os efeitos da D.A. ao nível emocional, com sentimentos como vergonha, ansiedade e frustração. Os distúrbios do sono, que afetam a maioria dos doentes com formas moderadas a graves podem levar a fadiga e prejudicar o dia a dia, incluindo a performance de aprendizagem, ou provocar mesmo absentismo escolar.

Nos adolescentes, os relacionamentos, a participação em atividades de lazer e a prática de desporto podem estar significativamente comprometidas. A escolha da roupa para esconder as lesões ou para evitar o prurido no contacto com certos tecidos pode ser um problema no dia-a-dia destes jovens, que vêm muitos vezes a sua vida sexual também comprometida. Não é assim raro o isolamento de alguns destes doentes e o desenvolvimento de patologia psiquiátrica.

Os pais e o restante agregado familiar são muitas vezes afetados pela perda de sono devido à necessidade de acompanhar as crianças durante a noite. Os pais manifestam também preocupações com a integração da criança na escola/desporto, com a escolha do vestuário e com a alimentação da criança, quer seja pela associação mais frequente a alergia alimentar e os riscos daí decorrentes, quer pela informação geral, muitas vezes errónea, de possibilidade de agravamento da D.A. com certos alimentos. É ainda significativo o tempo necessário à correta realização dos tratamentos tópicos e da hidratação corporal no final dos banhos, bem como a necessidade de acompanhar as crianças nas consultas ou em internamentos pontuais em fases de agudização. Além disso, a D.A. gera frequentemente receio acerca do futuro dos filhos, visto que é uma doença com grande impacto psicológico. O preço dos hidratantes e produtos de higiene corporal apropriados, que são um complemento absolutamente necessário ao tratamento destes doentes, mas não são comparticipados, pode criar um impacto significativo no orçamento familiar.

Existe estigma associado a esta doença? Porquê?


Poderá haver algum estigma pela visibilidade das lesões e pela necessidade frequente de coçar em público, o que gera eventualmente algum desconforto nos que rodeiam o doente e um receio de contágio pelas lesões cutâneas. A correta informação do público sobre esta doença, como há anos se fez com a psoríase, com a sua maior divulgação nas escolas e nos meios de comunicação social, permitiria compreender melhor os doentes portadores de D.A. e desconstruir este estigma associado à doença. Os tratamentos disponíveis que permitem um melhor controlo das lesões cutâneas poderão também ajudar os doentes a ultrapassar este estigma.

Como minimizar o impacto criado pela frustração e ansiedade, especialmente nos adolescentes?


Uma forma de minimizar o impacto da doença é explicar de forma simples o que se passa na pele para que o doente compreenda como evitar fatores de agravamento e entenda o benefício dos tratamentos. Isto pode ser feito em consultas especializadas ou em reuniões de grupos de doentes ou “escolas de atopia” com acesso aos doentes e familiares/cuidadores onde se explica o que é a doença e como se pode lidar com ela e em que há partilha de ensinamentos, atitudes e estratégias para melhor viver com D.A e reduzir a frustração de muitos destes doentes. Mas a melhor forma para minimizar a frustração é oferecer aos doentes os tratamentos mais efetivos que controlam os sinais e os sintomas da doença. Muitos destes doentes sofrem de outras doenças frequentemente associadas à D.A, como as alergias alimentares, a patologia ocular (conjuntivites alérgicas), a asma ou a rinite alérgica, doenças que podem complicar ainda mais a vida destes doentes. Ainda, notamos que alguns doentes necessitam de apoio psicológico ou psiquiátrico para lidar com a ansiedade, frustração, depressão e mesmo tendência suicida. Nestas situações, é notória a importância da colaboração multidisciplinar entre profissionais de saúde para o melhor cuidado do doente.
Margarida Gonçalo, médica dermatologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, sobre esta doença.



Margarida Gonçalo, médica dermatologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Fonte de imagem: lifestyle.sapo.pt

Existem tratamentos disponíveis?

De momento não existe cura para esta doença crónica que, por vezes, se resolve com a idade ou que surge apenas na idade adulta, mas existem tratamentos que podem minimizar ou mesmo eliminar as manifestações da D.A. Além dos hidratantes, os tratamentos locais incluem essencialmente cremes e pomadas de corticosteroides que devem ser adaptados ao tipo e localização das lesões, e de imunossupressores tópicos.

Nas formas moderadas a graves podem ser adicionados imunossupressores orais convencionais (frequentemente usados, ainda que alguns deles não tenham aprovação nesta indicação). É necessário, contudo, ter atenção às contraindicações destes medicamentos (infeções ativas como a tuberculose) e aos seus efeitos adversos (hipertensão arterial e lesões renais, hematológicas ou hepáticas) sobretudo em tratamentos de longa duração. Os corticoides orais devem ser evitados, a não ser em períodos muito curtos e, normalmente, para controlar agudizações de forma mais imediata. A fototerapia (exposição solar controlada ou em máquinas tipo solários) pode ter algum benefício, mas nas formas mais graves de D.A. esta terapia tem um efeito irregular, que surge de forma lenta e o benefício é transitório.

Nos últimos anos temos vindo a ter à disposição, apenas em meio hospitalar, outros fármacos mais eficazes e com um melhor perfil de segurança. São exemplo os fármacos biológicos (anticorpos monoclonais) que inibem a ação das citocinas Th2 e que são administrados cada 2 semanas em injeção subcutânea administrada pelo próprio ou por um profissional de saúde, à semelhança da administração de insulina para a diabetes. A sua elevada eficácia numa percentagem muito significativa dos doentes com D.A. permitiu mudar completamente a sua vida, mas obriga a manter o tratamento de forma prolongada, com a vantagem de não necessitar de controlos regulares como os fármacos que dispúnhamos anteriormente.

Os inibidores da JAK representam um outro grupo de fármacos muito eficazes na D.A. e que têm também já aprovação na D.A. entre nós. São neste caso de formulações orais sob forma de comprimidos. Têm um início de ação muito rápido, sobretudo na comichão, e uma alta eficácia mantida a longo prazo. No entanto, devido ao mecanismo de ação imunossupressor, necessitam de uma avaliação prévia ao início da medicação (exclusão de infeções ativas) e uma vigilância periódica dos elementos do sangue, do colesterol e da função do fígado, ainda que os seus efeitos adversos sejam relativamente discretos.

Estes fármacos biológicos e os inibidores da JAK abriram perspetivas completamente novas para o tratamento dos doentes resistentes aos tratamentos anteriores e permitiram ainda aumentar o conhecimento médico sobre a D.A. e das suas diferentes formas, de maneira a ser possível caminhar cada vez mais para uma terapêutica mais individualizada, ou seja, mais adaptada às necessidades e tipo de lesões de cada doente.

Porque é que é importante falar sobre esta doença?

 

Importa conhecer a doença para a desmistificar, de forma que o público em geral não permita o isolamento destes doentes e, sobretudo, para informar os doentes da existência de novas terapêuticas já disponíveis no nosso país que lhes podem modificar a vida. Devem ainda saber que a Dermatologia está a trabalhar para aperfeiçoar estas e descobrir futuras terapêuticas que possam ser ainda mais eficazes ou mais adaptadas à sua D.A.. Há assim uma nova esperança para um futuro com melhor qualidade de vida e mais normalidade para os doentes com D.A., mesmo nas formas mais graves da doença.




Fonte: lifestyle.sapo.pt                Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/dermatite-atopica-nao-existe-cura-para-esta-doenca-cronica-mas-existem-tratamentos-que-podem-minimizar-ou-mesmo-eliminar-as-manifestacoes
 
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