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Autor Tópico: Famílias com pessoa com demência têm custos mensais de 1.600 euros  (Lida 77 vezes)

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Online Nandito

 
Famílias com pessoa com demência têm custos mensais de 1.600 euros

Jornal Económico com Lusa
25 Setembro 2024, 08h42




Portugal tem quase 15 mil cuidadores informais reconhecidos, sobretudo mulheres com idade média próxima dos 60 anos, segundo dados do Instituto da Segurança Social relativos a julho.

A grande maioria das famílias com pessoas com demência tem de suportar um custo mensal superior a 1.600 euros e sete em cada dez cuidadores informais enfrenta cansaço emocional extremo, conclui um estudo hoje divulgado.

“Mais de 80% das famílias relataram um impacto financeiro significativo devido aos cuidados prestados às pessoas com demência, com custos médios mensais de 1.042 euros em despesas diretas e 574 euros em indiretas”, indicam as conclusões do estudo “Viver com Demência”.

Desenvolvido pelo NOVA Center for Global Health (NCGH), o estudo incluiu uma amostra de 305 cuidadores informais, na maioria sócios da associação Alzheimer Portugal, divididos por dois grupos: filhos e cônjuges de pessoas com demência.

Portugal tem quase 15 mil cuidadores informais reconhecidos, sobretudo mulheres com idade média próxima dos 60 anos, segundo dados do Instituto da Segurança Social relativos a julho.

De acordo com o NCGH, a maioria dos cuidadores informais com vida profissional ativa considera muito difícil conciliar a assistência aos seus familiares com o trabalho e, além disso, quanto menos escolaridade e mais idade têm, “menos acesso a apoios têm por via do desconhecimento e da dificuldade em lidar com as burocracias”.

Um dos principais resultados do estudo revela que 70% dos cuidadores informais enfrentam cansaço emocional extremo, enquanto 60% afirmam sentir cansaço físico elevado.

“O cuidador informal de pessoa com demência é uma pessoa em risco pelos níveis de cansaço físico e psicológico a que está sujeita”, alerta o estudo, ao concluir que “82% dos cuidadores indicaram necessidade de apoio para descanso, mas apenas 4% receberam esse suporte”.

De acordo com os dados agora divulgados, 78% dos cuidadores necessitaram ou necessitam de apoio domiciliário, mas apenas 20% tiveram acesso, e 86% relataram que as atividades de repouso se tornaram mais difíceis após o diagnóstico da pessoa com demência.

“A larga maioria dos cuidadores informais relata desconhecer quais os apoios a que tem direito e se eles existem na sua zona”, salienta também o documento, que avança que a percentagem de homens cuidadores informais tem vindo a aumentar em linha com o que se verifica a nível internacional, uma alteração de perfil que suscita necessidades formativas específicas.

Segundo o estudo do NCGH, apenas metade dos cuidadores recebeu algum tipo de formação para lidar com a demência, o que revela uma “lacuna significativa na capacitação e apoio aos cuidadores informais”.

A higiene de quem se tem a cargo, a alimentação específica para cada fase da doença e a estimulação cognitiva do doente “contam-se entre as áreas em que se reconhece maior falta de formação”, alerta também o estudo coordenado por Henrique Lopes.

“Contrariamente à ideia popularizada” de que as famílias pretendem colocar o seu familiar numa estrutura residencial, a maioria dos inquiridos respondeu que procura “manter o maior tempo possível a pessoa com demência a seu cargo no espaço familiar”.

Apesar desta conclusão, “serão necessárias mais estruturas residenciais especializadas em demências face ao número atual de doentes e do crescimento do seu número nas próximas décadas”, avisa o NCGH.

A demência é constituída por um conjunto de sintomas que correspondem a um declínio contínuo e geralmente progressivo das funções nervosas superiores, que incluem perda de memória, diminuição da agilidade mental, dificuldades de expressão, problemas de compreensão e de capacidade de decisão.

As formas de demência mais comuns são a doença de Alzheimer e as demências de causa vascular.

O estatuto do cuidador informal foi aprovado em 2019, regulando os direitos e os deveres do cuidador e da pessoa cuidada e estabelecendo as respetivas medidas de apoio.

O diploma prevê que só o cuidador informal principal pode pedir subsídio de apoio, estando, no entanto, previstas outras medidas de auxílio, como o descanso do cuidador, o plano de intervenção específico, os grupos de autoajuda ou o apoio psicossocial.

Em janeiro deste ano, o parlamento aprovou, por unanimidade, a primeira alteração ao estatuto do cuidador informal, alargando-o a pessoas sem laços familiares com a pessoa cuidada, mas que vivem na sua casa.






Fonte: jornaleconomico.sapo.pt                     Link: https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/familias-com-pessoa-com-demencia-tem-custos-mensais-de-1-600-euros/?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
 
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