Um ensaio clínico realizado na Suécia demonstrou que o fibrinogénio é mais importante para o processo de coagulação do sangue durante as cirurgias cardíacas do que até agora era considerado.
 O fibrinogénio é uma das proteínas de coagulação mais importantes no sangue
O fibrinogénio é uma das proteínas de coagulação mais importantes no sangueEsta constatação pode abrir portas a novas estratégias para reduzir as complicações hemorrágicas em cirurgias cardíacas na medida em que, se os pacientes receberem uma dose de fibrogénio antes de uma operação, o risco de hemorragia durante e após este procedimento é consideravelmente reduzido.
As cirurgias cardíacas são procedimentos arriscados, durante os quais o coração é parado e substituído temporariamente por mecanismos de circulação extra-corpórea (CEC). No entanto, este tipo de estrutura tem efeitos negativos no que respeita à capacidade de coagulação do sangue, daí a grande incidência de hemorragias neste tipo de cirurgias.
Sendo o fibrinogénio uma das proteínas de coagulação mais importantes no sangue, o estudo liderado por Martin Karlsson, da Universidade de Gotemburgo, vem demonstrar que a quantidade desta proteína no sangue é mais relevante do que se pensava anteriormente para assegurar a coagulação após cirurgias cardíacas.
"Nós descobrimos que a quantidade de fibrinogénio no sangue do paciente imediatamente antes da cirurgia está directamente relacionada com a quantidade de sangue sangrado e com a necessidade de transfusões de sangue após a cirurgia. Regra geral, os pacientes com baixos níveis de fibrinogênio no sangue antes da cirurgia sangram mais, mesmo que esses níveis tenham sido verificados anteriormente e considerados normais ou suficientes ", refere Martin Karlsson.
 Mecanismos de circulação extra-corpórea prejudicam a coagulação
Mecanismos de circulação extra-corpórea prejudicam a coagulaçãoNeste estudo, os doentes cardíacos com baixos níveis de fibrinogénio natural no sangue foram pré-tratados com fibrinogénio concentrado antes da operação. Isso reduziu o sangramento e a necessidade de transfusões durante e após a cirurgia, comparativamente com um grupo de controlo. Além disso não foram verificados efeitos secundários nos pacientes sujeitos a este tratamento.
De acordo com Karlsson , "tratamentos como este nunca foram experimentados em pacientes. Isto tratou-se de um estudo piloto, com um pequeno número de pacientes, pelo que é muito cedo para tirar quaisquer conclusões, embora os resultados sejam promissores e já tenham sido realizadas novas experiências [com este método]".