O estábulo é para os cavalos um ambiente artificial que o priva das longas correrias no campo ou mesmo das sestas à sombra de árvores. Contudo, o estábulo torna-se necessário para os cavalos dos quais se espera desempenhos para além de pequenos trabalhos agrícolas.
Muitas vezes, o exagerado confinamento do cavalo pode levar ao aborrecimento. Um cavalo em stress desenvolve vícios de estábulo que para além de evidenciarem um mal estar psicológico causam-lhe na grande maioria das vezes problemas físicos.
Os vícios do estábulo são comportamentos repetitivos desempenhados pelo cavalo sem nenhum objectivo. Acredita-se que estes comportamentos podem também ser aprendidos: transmitido de mãe para filhos ou copiados a partir de um cavalo vizinho.
A eliminação destes vícios é difícil e quase sempre inatingível. Como animal de hábitos, os cavalos que adoptam estes comportamentos raramente deixam de os desempenhar. Assim, a prevenção destes vícios torna-se ainda mais importante.
Prevenção
Não havendo forma de eliminar eficazmente os vícios de estábulo e sabendo que estes resultam do tédio e ansiedade do confinamento no estábulo, torna-se imprescindível permitir ao cavalo que a sua vida se assemelhe o máximo possível à dos seus parentes selvagens. As condições necessárias para prevenir o desenvolvimento de desvios comportamentais são:
Exercício, montadas regulares e treino;
uma dieta equilibrada;
cuidados de saúde em dia;
algum tempo no campo de pasto (de preferência com outros cavalos, potros, póneis ou mesmo outros animais, como cabras, burros, ovelhas ou aves).
Vícios mais frequentes:
Roer madeira – Este comportamento não estraga apenas o material, mas também provoca um excessivo desgaste dos dentes do animal. Para além de exercitar o cavalo e aumentar a dose de forragens fornecida pode-se, em último caso, aplicar pimenta, mostarda ou outros condimentos desagradáveis para o animal em algumas zonas problemáticas.
Vaguear na box – Andar em círculo. Este comportamento geralmente ocorre quando o cavalo se sente ansioso por estar separado da sua manada. É aconselhável arranjar-lhe companhia, não necessariamente um potro, mas mesmo um ganso poderá ajudar a diminuir o grau de ansiedade do cavalo.
Balançar-se – Mover-se de um lado para o outro com as patas da frente e a cabeça. Por detrás deste comportamentos podem estar problemas nos cascos do cavalo que tenta transferir o peso de uma pata para a outra. Este comportamento pode ser prejudicial para as articulações do cavalo. Caso os cascos estejam em boas condições, o problema pode estar simplesmente relacionado com o stress. Exercício, companhia e tempo ao ar livre podem desincentivar este vício.
Aerofagia – Engolir ar. Este vício traz consequências graves ao cavalo. Para além de ser de muito difícil eliminação, o cavalo pode desenvolver cólicas ou perder peso. Mais uma vez o exercício e uma correcta alimentação podem ajudar o cavalo a ultrapassar o tédio de estar confinado. Em casos mais graves, pode-se recorrer a uma cinta para o pescoço, uma espécie de coleira que evita esse tipo de comportamentos.
Bater o pé – também provocado pela ansiedade, este comportamento caracteriza-se pela repetida e constante batida dos membros anteriores. Para além do chão da box sofrer um maior desgaste, também os cascos dos cavalos ficam desnivelados.
Estes comportamentos evidenciam um cavalo frustrado e ansioso. Uma vez apreendidos, são difíceis de eliminar. Por isso providencie ao cavalo algum tempo com outros animais, deixo-o durante algumas horas no campo de pastagem, mas controle a alimentação e o peso.