Associação dos Cuidadores Informais pede revisão do estatuto26 mar, 2025 - 14:15 • Ana Fernandes Silva
Dados mais recentes, de novembro de 2024, revelam que existem mais de 16 mil cuidadores com estatuto aprovado. Um número que representa "uma gota no oceano".

Representante do setor teme que os cuidadores informais deixem de existir Foto: Liliana Carona/RR
O Governo precisa rever o atual Estatuto do Cuidador Informal. O apelo é deixado, à Renascença, pela presidente da Associação Nacional dos Cuidadores Infomais.
Liliana Gonçalves pede que o reconhecimento de cuidadores principais seja extensível a todos os cuidadores - tenham ou não uma atividade laboral, e que o subsídio de apoio abranja todos os cuidadores independentemente dos recursos e idade da reforma.
Os dados mais recentes revelam que existem mais de 16 mil cuidadores com estatuto aprovado. No entanto, Liliana Gonçalves alerta que o número está muito aquém da realidade, "uma gota no oceano".
"De 200 mil pessoas que terão pelo menos o acesso ao complemento de 1.º grau e 2.º grau, para além de pessoas com demência que temos em Portugal, nós estaremos sempre a falar de pelo menos 400 mil cuidadores a tempo inteiro e pelo menos 400 mil cuidadores que estarão a tempo parcial e a trabalhar", revela.
A presidente da Associação Nacional dos Cuidadores Informais teme que se nada for feito pelos decisores políticos, os cuidadores informais deixem de existir e os problemas de saúde se agravem.
"Aquilo que vai acontecer com a população que cometemos com doenças crónicas e muito envelhecida, e falta de respostas em muitas áreas, nós vamos começar a ter populações muito mais vulneráveis, expostas a problemas de saúde mental, à sobrecarga e as saídas precoces do mercado de trabalho vão continuar a acontecer", adverte.
Liliana Gonçalves pede "que haja uma vontade política para alterar situações de fundo na sociedade da qual os cuidadores informais fazem parte".
Fonte: RR